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O ator norte-americano Alec Baldwin afirmou que não puxou o gatilho da arma que levou à morte acidental da diretora de fotografia Halyna Hutchins no set do filme "Rust".

Baldwin fez o comentário em uma entrevista à emissora "ABC News", a primeira concedida pelo ator após a tragédia. A reportagem completa será transmitida nesta quinta-feira (2).

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"O gatilho não foi puxado. Eu nunca apontaria a arma para uma pessoa e puxaria o gatilho, nunca", disse o ator de 63 anos.

Em outro trecho da entrevista divulgado pela emissora, Baldwin comentou que não sabe como o projétil foi parar no set de filmagem. Ele ainda citou que "alguém colocou uma bala de verdade na arma".

O incidente nas gravações de "Rust" aconteceu no dia 21 de outubro, no Novo México. Na ocasião, Baldwin disparou acidentalmente uma arma que estava carregada com munição real durante um ensaio.

Além de ter custado a vida de Hutchins, o incidente feriu o cineasta do longa-metragem Joel Souza, de 48 anos. Ele chegou a ser hospitalizado, mas já recebeu alta médica. 

Da Ansa

Mesmo com a ideia de incluir o programa Renda Brasil (pensado para ser o substituto do Bolsa Família) e a desoneração da folha salarial (redução dos encargos que as empresas pagam sobre os salários dos funcionários), a proposta para acionar medidas de contenção de gastos públicos enfrenta resistência no Senado.

A possibilidade de corte nos salários do funcionalismo público e a inclusão de Estados e municípios nas medidas de ajuste - previstas na proposta a ser incorporada - são mal recebidas por senadores.

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Os textos das propostas de Emenda à Constituição (PEC) do pacto federativo (que previa uma redivisão de recursos entre União, Estados e municípios) e da PEC emergencial (medidas de controle de gastos) serão reformuladas e transformadas em uma única proposta, que deve abrigar também o Renda Brasil e a desoneração da folha salarial.

O rearranjo faz parte da estratégia do ministro da Economia, Paulo Guedes, para viabilizar os programas de interesse do presidente Jair Bolsonaro sem furar o teto de gastos, mecanismo que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação.

A PEC emergencial estabelece gatilhos, como a redução de 25% de salários e jornada de trabalho dos servidores, quando a União descumprir a regra de ouro - que proíbe o governo de contratar dívida para bancar despesas correntes, como salários e benefícios. "Essa é a parte mais difícil", afirmou a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS). Ela ponderou, porém, que é preciso aguardar a nova proposta para avaliar a viabilidade.

Outro ponto questionado por Simone é a inclusão de Estados e municípios nas medidas de ajuste. "Se incluir servidores estaduais e municipais, complica mais. Fere autonomia do ente federado? Além da dificuldade política de aprovar", declarou. Para ela, o programa Renda Brasil poderia ser viabilizado com uma reorganização da carga tributária, mas sem aumentar imposto.

O relator da proposta que será reformulada no Senado, Marcio Bittar (MDB-AC), admitiu a dificuldade para aprovar as medidas de ajuste. "Criar o Renda Brasil é tranquilo, ele vai a toque de caixa. Mas para cortar alguns privilégios, aí a coisa não anda. Embora todo mundo publicamente defenda, na hora do 'pega pra capar' as corporações funcionam."

Bittar chamou a atenção, porém, para a necessidade de viabilizar o programa assistencial do presidente Bolsonaro sem comprometer a agenda fiscal do ministro Guedes, bandeira que fez parte da campanha presidencial em 2018. "O eleitor que votou em 2018 votou e elegeu um programa para conter gastos, diminuir o tamanho do Estado."

Dependência tecnológica se caracteriza pela perda de controle na utilização das ferramentas. Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

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A rotina já estava insustentável quando a jornalista Tallita Marques precisou ser socorrida e encaminhada às pressas para o hospital. Ela foi vítima de uma forte crise asmática, desencadeada por três meses de ansiedade e estresse. “Trabalhava em uma TV e dava aulas em uma instituição de ensino. Deixei as duas ocupações para abrir um café com meu marido e acabei ficando com a parte de comunicação da empresa. Criamos um grupo no WhatsApp com outros cafés para organizar um grande evento coletivo, comecei a passar o dia no WhatsApp”, lembra.

Celular sempre em mãos, irritação constante e dificuldade de dormir. Em contato contínuo com a imprensa, possíveis patrocinadores e outros empresários, Tallita desenvolveu o que psiquiatras e cientistas definem como nomofobia, a dependência em celular. O uso compulsivo dos aparelhos móveis é um dos tipos de dependência tecnológica, guarda-chuva que inclui ainda o vício em jogos digitais e em internet. Geralmente associadas a um transtorno primário, tais doenças podem ter origem na ansiedade. 

“Identifiquei que tinha ansiedade em 2003, aos 22 anos, quando estava na faculdade, estagiando em uma rádio e no Cremepe (Conselho Regional de Medicina de Pernambuco), onde um médico me deu um diagnóstico de princípio de anorexia nervosa. Eu corria de um canto para outro, sentia fome, mas quando dava vontade de comer, começava a vomitar”, lembra Tallita. Após perder seis quilos, ela seguiu as recomendações médicas e passou a tomar o remédio receitado. “Comecei a diminuir meu ritmo de vida e aquilo se controlou. Em 2017, veio o primeiro evento das cafeterias e eu senti que estava caminhando novamente para esse tipo de problema”, lamenta. Para Tallita, foi o uso excessivo do Whatsapp que desencadeou a crise respiratória responsável por seu internamento. “Antes, com o telefone, você não conseguia falar com muitas pessoas ao mesmo tempo. No WhatsApp, você fala com muitas simultaneamente e todas querendo uma resposta urgente, o que gera uma grande pressão psicológica para responder rápido”, coloca.

Tallita foi encaminhada ao hospital com uma crise respiratória, decorrente da ansiedade. Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

De acordo com relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), em 2015, o Brasil chegou a ter 120 milhões de pessoas conectadas à internet, o quarto maior volume do mundo. Um levantamento do Mobile Ecosystem Forum (MEF) aponta que a nação é o segundo país que mais usa o WhatsApp. Diante de tais informações, não chega ser impressionante a conclusão do estudo promovido pela Statista Digital Market no ano de 2016, cujo resultado aponta que os brasileiros constituem o povo a gastar a maior média de tempo do mundo nos smartphones: 4 horas e 48 minutos por dia.

“O problema não é a tecnologia, mas como as pessoas se relacionam com ela. O que a gente chama de uso consciente, basicamente, é aquele que não atrapalha a vida do usuário. Existe também o uso abusivo, em que o virtual atrapalha o real, mas não há perda de controle, diferente do acontece com quem uso abusivo dependente da tecnologia”, explica Eduardo Guedes, pesquisador do Laboratório de Pânico e Respiração do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - LABPR/IPUB - e membro do Instituto Delete, primeira empresa do Brasil especializada em “detox digital”. 

Segundo Eduardo, pelo menos cinco indícios apontam a perda de controle do usuário com a ferramenta tecnológica, configurando a dependência. Ele destaca a constante sensação de segurança e prazer (o usuário confere constantemente quantas ‘curtidas’ recebeu), a relevância da tecnologia na vida do indivíduo (usuário leva o celular para o banheiro ou dorme ao seu lado) e a tolerância à ausência da ferramenta, inclusive afirmando serem comuns os relatos de pessoas que se recusam a frequentarem lugares sem internet disponível, por exemplo. “Há ainda a abstinência, caso se, sem a ferramenta, o usuário se sinta triste, angustiado ou irritado, além da existência de conflitos diretos e indiretos como, por exemplo, perda de rendimento no trabalho ou brigas constantes com cônjuge”, acrescenta o pesquisador.

Tallita estabeleceu um horário para conferir as mensagens no celular. Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

Com o celular invariavelmente ao lado da cama, Tallita sentia dificuldade para dormir, acordando várias vezes na mesma noite. “Nessa época, eu identifiquei que estava tendo problemas com meu marido, porque eu ficava estressada e irritada, além de ter colocado o evento que estava produzindo como prioridade. Como eu recebia e-mails e notificações durante a madrugada, desabilitei algumas funções, respirei e disse: ‘não quero isso pra mim’”, lembra. Àquela altura, Tallita já havia compreendido que o cansaço constante havia evoluído para um quadro de dispneia suspirosa, responsável pela sensação de fôlego curto que a levou ao hospital. “Foi quando fiz uma postagem nas redes sociais, estabelecendo um horário para responder as mensagens: entre nove da manhã e nove da noite, o que ainda era muito, mas fez grande diferença”, coloca.  

Depois de precisar ficar afastada do trabalho devido ao período de internação, Tallita acredita que os profissionais da área de comunicação são extremamente suscetíveis à dependência tecnológica. “O smartphone nos dá a possibilidade de ter uma boa câmera, gravar áudio e produzir vídeos, além de fazer uma publicação imediatamente”, comenta. Segundo aponta a pesquisa “Prevalência dos transtornos de ansiedade como causa de afastamento de trabalhadores”, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), contudo, a maior parte dos trabalhadores afastados por ansiedade ganha entre um e dois salários mínimos, sendo principalmente composta por mulheres residentes em áreas urbanas, com idade entre 22 e 45 anos. O estudo conclui que a associação entre baixa renda e ansiedade se dá em decorrência da carência de recursos financeiros para as condições gerais de saúde “e, essencialmente, na saúde mental". "Desse modo, a baixa renda relaciona-se ao elevado índice de transtornos mentais que surgem em decorrência da redução do poder, insegurança e cumprimento de papéis sociais, dentre outros fatores”, acrescenta a análise.

 

“Nossa sociedade não tem como abolir o uso do celular, mas saí de muitos grupos e passei a usar menos, quando delimitei o tempo de trabalho. O WhatsApp faz você viver numa sociedade que está ali num campo que não é físico, você conversa com várias pessoas, mas está sozinho numa sala. Melhor viver a vida real, o que é tangível”, argumenta Tallita.

A psicóloga doutora em saúde mental e professora da pós-graduação do Instituto de Psiquiatria da UFRJ, Anna Lucia King, esclarece o porquê de a ansiedade ser definida como, ao invés de causa, possível transtorno primário da dependência tecnológica. “As tecnologias são um canal de representação do que já existe na pessoa. Não é a dependência que tratamos, mas o transtorno de origem: ansiedade, depressão e compulsão, por exemplo”, explica. A pesquisadora destaca ainda os prejuízos à postura que podem ser causados pelo uso abusivo do celular. “As pessoas baixam o pescoço, em média, cem vezes por dia, então o pescoço se projeta para frente, o que acaba causando problemas na coluna cervical. Também são comuns problemas na visão e nas articulações”, alerta.

Tallita Marques fala sobre seu processo de dependência com o celular:

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Para Hermano Tavares, afiliado à Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), doutor em psiquiatria pela Universidade de São Paulo (USP) e fundador do ambulatório integrado que trata pelo menos dez condições diferentes de perda de controle, é preciso esclarecer que a dependência tecnológica é um campo que inclui diversas síndromes. “A gente pode estar falando de internet, celular ou videogame, por exemplo. Quem é viciado em tabaco, não necessariamente é em fumo. É importante frisar que a diferença é que, se você vai tratar alguém para tabaco, em geral, a meta é não fumar nunca mais. No caso, do uso da tecnologia, fica cada vez mais difícil, se não impossível”, coloca.

Assim, o Dr. Hermano Tavares defende que o tratamento consista em identificar os contextos em que o uso da tecnologia é desejável, para que a relação do indivíduo com as ferramentas seja transformada e regrada. Primeiro, o paciente passa por uma avaliação psiquiátrica e psicológica, em que o diagnóstico é confirmado. “Depois, é feita outra avaliação mais ampla, para verificação da associação de outros transtornos que podem estar acontecendo conjuntamente e isso ocorre numa proporção variável”, explica o pesquisador. Posteriormente, são tratadas as condições psiquiátricas associadas e a questão da tecnologia, esta última, a partir de grupos psicoterápicos de orientação cognitiva comportamental, uma abordagem focada nos sistemas de significados criados pelos pacientes, que influenciam suas emoções e comportamentos. “É preciso identificar os contextos em que o uso da tecnologia é desejável e pode acontecer dentro de um melhor controle. A proposta não é acabar com a relação da pessoa com a ferramenta, mas fazer com que ele pare de se apoiar nela como uma forma de promover regulação de humor”, destaca.

1- Bom senso para que o uso não se torne abuso no cotidiano; 

2- Fique atento às consequências físicas (como privação de sono, dores na coluna, problemas de visão) e psicológicas (como depressão, angústia, ansiedade) devido ao uso abusivo;

3- Dose a prática de uso de tecnologias no cotidiano. Verifique se seu desempenho acadêmico ou no trabalho estão sendo prejudicados;

4- Reflita sobre seus hábitos cotidianos e faça diferente;

5- Não troque atividades ao ar livre para ficar conectado; 

6- Prefira uma vida social real à virtual, escolhendo relacionamentos/amizades reais ao invés de virtuais;

7- Pratique exercícios físicos regularmente/Faça intervalos regulares durante o uso das tecnologias;

8- Não abale o seu humor com publicações virtuais/não acredite em tudo o que é postado;

9- Valorize suas relações familiares;

10- Pense no meio ambiente, recicle os aparelhos e evite a troca frequente sem necessidade.

Fonte: Instituto Delete

Reportagem integra o especial “Ansiedade”. Produzido pelo LeiaJá, o trabalho jornalístico detalha como a doença afeta pessoas de todo o mundo, bem como mostra as formas de tratamento. Confira as demais matérias:

1 - 'Minha mente é um turbilhão de pensamentos irrefreáveis'

2 - Os brasileiros são os mais ansiosos do mundo

4 - Depressão e ansiedade podem andar juntas

5 - Muito além do divã: tratamento clínico pode ser integrado

A série brasileira “Assédio”, que foi produzida pela Rede Globo e conta a história de Roger Salada (Antonio Calloni), personagem inspirado em Roger Abdelmassih, profissional condenado pelo estupro de várias pacientes da sua clínica especializada em reprodução assistida. A produção já estava disponível para assinantes do GloboPlay desde o mês de setembro e chegou à TV aberta exibindo apenas o primeiro episódio na última segunda (15) cercada de polêmicas desde as primeiras chamadas nos horários de publicidade da emissora.

Além de acusarem que os comerciais e episódios são muito pesados e podem fazer mal a pessoas sensíveis ao tema abordado, os internautas também criticaram fortemente uma aparente falta de adequação entre o nome da série e o seu conteúdo. Nas redes sociais, muitas pessoas estão questionando o motivo de a série se chamar “Assédio” quando o que o protagonista faz é estupro, um crime muito mais grave.

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Apesar das críticas, há também quem passe por cima das cenas fortes para reconhecer a necessidade de dar voz a mulheres vítimas de abuso. A interpretação da atriz Adriana Esteves, que protagonizou uma das vítimas no primeiro episódio da série, também não passou despercebida e está sendo aclamada pelos internautas. Confira:

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A exigência de nota mínima no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para quem quiser obter o Financiamento Estudantil (Fies), que valerá a partir do dia 30, vai afetar justamente o principal público do programa: os mais pobres. Os dados mais recentes da prova disponíveis, de 2012, revelam que 93% dos alunos que não atingem o novo limite de 450 pontos na média são de famílias com renda de até 5 salários mínimos.

Esse é o perfil de renda que responde, por exemplo, por 86% dos contratos ativos do Fies. Estudos já mostraram que a renda familiar é um dos fatores que mais influenciam no desempenho escolar.

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A pedido da reportagem, os dados foram tabulados com base nos microdados do Enem pela Meritt Informação Educacional. Metade dos 5,7 milhões de pessoas que fizeram o Enem não alcançou em 2012 o mínimo estipulado.

Conforme o Estado revelou em uma série de reportagens sobre o Fies neste ano, os gastos do governo federal com o programa passaram de R$ 1,1 bilhão, em 2010, para R$ 13,7 bilhões em 2014. Mas o ritmo de crescimento do número de alunos nas universidades privadas acabou caindo para 2,5% ao ano - metade do que foi registrado no início do governo Lula.

O Ministério da Educação (MEC) tem restringido novos contratos e, nas renovações, colocou limite de reajuste de 6,4%. Mas a principal decisão anunciada oficialmente até agora foi a criação da pontuação mínima no Enem para quem quiser aderir ao Fies. Passará a valer a partir do dia 30, embora o sistema de concessão fique aberto até 30 de abril.

Agora, as chances de alguém de família com renda de até 1salário mínimo mensal não conseguir o financiamento chegam a ser 20 vezes maiores do que alguém no outro extremo das faixas de renda, cuja família ganha mais de 20 salários por mês. "O MEC conseguiu travar a demanda pelo Fies, mas o impacto não tem a mesma força sobre todos. Atinge os mais pobres", afirma Alexandre Oliveira, da Meritt.

Quanto menor a renda, maior a proporção de participantes que não atingiram a nota mínima. Entre os 2,7 milhões de candidatos com renda familiar de até 1,5 salário mínimo que fizeram o Enem em 2012, por exemplo, 63% não atingiram o critério. Na outra ponta, o porcentual é de 17% entre os candidatos com mais de 10 salários.

O MEC defende a exigência como maneira de estimular os alunos a buscar melhor pontuação no Enem e aumentar a qualidade do ensino superior. A pasta ressalta que mais de 550 mil candidatos com renda familiar de até 1 salário mínimo - ou 2,6 milhões, se o limite de renda analisado for de 5 salários - atenderiam à nova regra de pontos.

Educafro

Segundo a pasta, há outros programas de acesso, como o Programa Universidade para Todos (ProUni), que já concedeu mais de 1,5 milhão de bolsas nos últimos anos, além do sistema de cotas nas universidades federais. Já a Educafro, que luta pela inclusão educacional de pobres e negros, fez manifestação em Brasília por causa das mudanças. "Estamos convictos de que o governo provocou um retrocesso nas políticas de ação afirmativa alterando a regra", disse o frei David Santos.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, em apoio à Força Sindical, aprovou em uma reunião extraordinária nesta quinta-feira (2), a volta do gatilho salarial, mecanismo de indexação de salários. "Hoje tudo está indexado, o aluguel, a energia. Pelo menos 11 itens estão indexados publicamente, só o trabalhador está perdendo", afirmou o presidente do sindicato, Miguel Torres.

A proposta aprovada defende que a cada 3% de inflação, o salário suba na mesma proporção para "recompor o poder de compra do trabalhador". "O centro da nossa meta inflacionária é 3%. Se o governo não quiser que se recupere 3% é que não deixe a inflação chegar a isso", afirmou. "Nossa data-base foi em novembro e até abril já temos uma inflação de 3,36%."

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Segundo Torres, ao contrário do que tem defendido o governo, a inflação não está sob controle. "O governo tem que entrar em campo para fazer. Não dá pra segurar a inflação só na pressão", avaliou. Para ele, a desoneração da cesta básica, por exemplo, foi feita sem nenhuma contrapartida para o consumidor. "São medidas bilaterais, entre governo e empresário, elas não incluem o trabalhador", afirmou, ressaltando que a redução de imposto na conta de luz ajudou, mas nenhum produto 'baixou o preço por conta do menor custo com a luz'.

De acordo com o sindicalista, o peso da inflação no salário mínimo, que era de 47% no ano passado, já está em 53,91% este ano. "Isso prejudica quem ganha menos. Para os que ganham até R$ 1.500, a inflação anualizada já deve estar em 20%", estimou. Após a proposta aprovada nesta quinta, o sindicato vai iniciar a campanha de defesa da medida, convocando a categoria para uma Assembleia Geral no dia 25 de maio. "Vamos levar a discussão para a fábrica".

Torres, que acumula a função de vice-presidente da Força Sindical, defende a bandeira apresentada pelo líder da entidade, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, durante as celebrações do Dia do Trabalhador. "O gatilho tem uma imagem marcada", disse Torres, ponderando, no entanto, que a medida é a saída para proteger o trabalhador.

Na quarta-feira, Paulinho afirmou que a responsabilidade sobre a inflação é do governo "e não dos trabalhadores". A sugestão de volta do gatilho, no entanto, não é unânime e as demais centrais já se manifestaram contra a proposta. "Sei que tem críticas (à proposta). Chegou a hora de ver quem tem coragem", disse o deputado durante a celebração de quarta.

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