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O ex-chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por dois mandatos, Gilberto Carvalho, foi nomeado para assumir o cargo de secretário de Economia Popular do Ministério do Trabalho e Emprego. A nomeação está publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (10).

O anúncio de que Carvalho iria para uma secretaria na Pasta do Trabalho já havia sido feito no início de janeiro, mas só agora a nomeação de fato foi feita.

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Ex-chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por dois mandatos, Gilberto Carvalho não irá, desta vez, para o Palácio do Planalto. Carvalho vai assumir agora a Secretaria de Economia Solidária. A pasta está na estrutura do Ministério do Trabalho, comandado por Luiz Marinho, que tomou posse nesta terça-feira (3).

No domingo (1º), Carvalho assistiu à posse de Lula do outro lado do Planalto, na Praça dos Três Poderes. "Queria sentir o povo. Tenho cada vez mais prurido com palácios", disse ele ao Estadão, ao lembrar que já trabalhou 12 anos no Planalto. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que em 2003 subiu a rampa do Planalto atrás de Lula, desta vez também preferiu ficar "na grama" da Esplanada, ao lado dos militantes. "Foi um dia histórico", resumiu.

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O novo chefe de gabinete de Lula será Marco Aurélio Santana Ribeiro, o Marcola. Da velha guarda do PT, Carvalho - chamado por Lula de "Gilbertinho" - foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Dilma Rousseff. Ex-seminarista, ele atuou na campanha para aproximar o PT dos religiosos, especialmente dos evangélicos.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, queria que Carvalho fosse para a presidência da Fundação Perseu Abramo no lugar de Aloizio Mercadante. Ex-ministro no governo Dilma, Mercadante vai agora comandar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Marinho, porém, insistiu no convite a Carvalho, feito em 15 de dezembro, dia em que eles participaram, ao lado de Lula, do Natal dos catadores de materiais recicláveis, em São Paulo. Na lista das funções da secretaria estão justamente o incentivo à formação de cooperativas de catadores e o apoio à agricultura familiar.

O juiz Frederico Botelho de Barros Viana, da 10ª Vara Federal de Brasília, absolveu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro Gilberto Carvalho e mais quatro pessoas por suposta corrupção para aprovação da MP 471 que prorrogou os incentivos fiscais de montadoras instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O magistrado considerou que a acusação apresentada no âmbito da Operação Zelotes não demonstrou 'de maneira convincente' a forma pela qual o petista teria participado no 'contexto supostamente criminoso' - fato exposto inclusive pelo Ministério Público Federal em suas alegações finais.

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"Muito embora existam elementos que demonstrem a atuação por parte da empresa de Maro Marcondes - Marcondes e Mautoni - no que se refere à prorrogação de benefícios fiscais às empresas CAOA e MMC, não há evidências apropriadas e nem sequer minimamente aptas a demonstrar a existência de ajuste ilícito entre os réus para fins de repasse de valores em favor de Luiz Inácio Lula da Silva ou de Gilberto Carvalho. É segura, portanto, a conclusão de que que a acusação carece de elementos, ainda que indiciários, que possam fundamentar, além de qualquer dúvida razoável, eventual juízo condenatório em desfavor dos réus", ponderou o juiz em decisão proferida na manhã desta segunda, 21.

Na denúncia em questão, aceita pela Justiça em setembro de 2017, o Ministério Público Federal narrava que a empresa Marcondes e Mautoni Empreendimentos representava os interesses da CAOA (Hyundai) e da MMC Automotores (Mitsubishi do Brasil) e teria ofertado R$6 milhões a Lula e Carvalho.

Além de Lula e Carvalho, foram absolvidos os lobistas Mauro Marcondes e Alexandre Paes dos Santos, o APS, , o ex-conselheiro do Carf José Ricardo da Silva e os executivo Paulo Arantes Ferraz. Carlos Alberto de Oliveira Andrade, outro executivo alvo da denúncia do MPF, já havia sido excluído da ação, em razão de a Justiça ter determinado o trancamento do processo contra ele.

Ao proferir a sentença absolutória, o juiz Frederico Botelho de Barros Viana destacou parecer do Ministério Público que, em alegações finais, se manifestou pela aplicação da cláusula in 'dubio pro reo' em favor dos acusados, pela insuficiência de provas para a condenação.

"Em suas alegações finais, o MPF traz suas conclusões de maneira escorreita. A partir dos elementos probatórios que sustentaram a denúncia e que, em tese, evidenciariam a existência da prática dos delitos de corrupção ativa e passiva pelos réus, o próprio parquet chegou à conclusão final de que muito embora houvesse robustos indícios de favorecimento privado, inexistiam evidências mínimas quanto às circunstâncias em que o suposto repasse dos R$ 6 milhões ao réu Luiz Inácio Lula da Silva ou a Gilberto Carvalho teria ocorrido", registrou o magistrado na decisão.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS DE GILBERTO CARVALHO

"A decisão chancela o que a defesa sempre sustentou: não existiu qualquer ato ilícito na conduta de Gilberto carvalho, que sempre agiu na mais estrita legalidade e na proteção do interesse público".

Pierpaolo Cruz Bottini, Leandro Racca e Stephanie Guimarães

Liderança do PT com maior ligação com a Igreja Católica, o ex-ministro Gilberto Carvalho disse que a decisão do governo Jair Bolsonaro de monitorar os bispos que vão participar do Sínodo da Amazônia, em outubro, em Roma, expõe o Brasil ao "ridículo internacional". Segundo ele, é errado supor que a Igreja é um "braço do PT", como pretendem setores do governo. Para Carvalho, ao mirar nos bispos, o governo, que tem forte influência evangélica, estimula a divisão religiosa no Brasil e tenta encobrir os problemas ocorridos no início da administração Bolsonaro.

"Como brasileiro, fico envergonhado", disse Carvalho. "O Sínodo é uma iniciativa da Santa Sé que articula bispos de toda a Amazônia que vai muito além do Brasil. Tem o Peru, Colômbia, Venezuela, Equador", concluiu o ex-ministro.

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Dizendo esperar que os militares "com bom senso" revejam o que ele chama de "tentativa de criar um Estado policialesco", Carvalho considera perigosa a ofensiva do governo amparado por evangélicos contra a Igreja Católica.

"Uma notícia dessas ridiculariza o Brasil, além de mostrar a pretensão de criar um Estado policialesco. Ao mesmo tempo põe lenha na fogueira dessa guerra religiosa que eles tentam criar no Brasil. É perigoso separar católicos de evangélicos. Este governo tem um setor evangélico com muito peso e isso é ruim para a laicidade do Estado, para a liberdade religiosa", afirmou.

Carvalho negou que a Igreja seja "um braço do PT". Ele lembra que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) jamais emitiu uma nota oficial em defesa dos governos do PT e que organismos ligados à Igreja como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) tiveram postura crítica aos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além de lembrar o episódio envolvendo o bispo de Barra (BA), dom Luiz Cappio, que fez greve de fome contra a transposição do Rio São Francisco na gestão Lula.

"Majoritariamente a Igreja Católica nunca teve ligação com o PT. De jeito nenhum. Sempre foram minoritários os setores da Igreja que tiveram uma ligação mais forte com o PT. Há uma área ligada às comunidades de base que tem pontos de convergência com o partido. Tem gente que foi despertada para a militância a partir de Igreja, mas parceria nunca houve", disse Carvalho.

"Também nunca houve um documento da CNBB que tenha elogiado os governos do PT. O que houve foram conflitos como a questão do dom Cappio. O Cimi o tempo todo teve uma postura crítica contra o governo Lula. O mesmo Cimi que está criticando o governo Bolsonaro agora."

Segundo ele, o governo tenta criar uma cortina de fumaça para os problemas ocorridos desde a posse de Bolsonaro. "Este anúncio de monitoramento obedece a uma tática canhestra de o tempo todo encontrar inimigos, de forma conspirativa. Até para encobrir os problemas que eles têm neste tempo de governo", afirmou o petista.

O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho afirmou, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que o empresário Fernando Bittar emprestou o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2011, após o mandato, para que o petista pudesse armazenar bens do acervo presidencial após deixar o mandato. Ele negou ter conhecimento das reformas realizadas no imóvel. Carvalho prestou depoimento como testemunha de defesa de Marcelo Odebrecht.

Carvalho afirmou que a relação entre Lula e Jaco Bittar, ex-prefeito de Campinas e pai do proprietário do sítio, era "fraterna" e de longa data, em razão da proximidade das famílias. "Não havia visita que a família fazia a Brasília que não vinha alguém da família Bittar". Ambos foram fundadores do PT.

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O ex-ministro diz ter ouvido pela primeira vez falar no sítio em 2011, quando foi chamado para "rezar o terço" em uma festa junina no imóvel, quando haveria uma "homenagem a Dona Marisa (Marisa Letícia, ex-primeira dama, falecida em fevereiro de 20170)".

No dia seguinte, ele alega ter tido uma conversa com Lula. "Ele me relatou naquele momento que, no dia 15 de janeiro, ele estava no Guarujá de férias, a Marisa chamou a ele dizendo que tinha uma surpresa pra ele que era o Fernando oferecendo uma chácara para eles usarem se ele quisesse".

"Aí, ele depois de mostrar falou: 'eu to com uma dúvida, porque a Marisa gosta muito daqui e Fernando tá até disposto a vender para a gente, mas eu não sei se é o caso porque essa chácara é muito longe, eu prefiro alguma mais perto lá da Billings, que é onde tem uma pequena chácara'", afirmou.

Carvalho afirmou que, "para ele", a "chácara era do Fernando, que ofereceu" a Lula. O ex-ministro justifica que o ex-presidente precisava de um local para armazenar os bens que acumulou enquanto presidente da República.

Ele afirma ter sugerido a Lula que fizesse uma reunião com empresários, "assim como fez Fernando Henrique Cardoso, em relação ao Instituto FHC", para arrecadar recursos. No entanto, Lula teria dito que não iria "se preocupar com isso".

"A mesma preocupação tinha a Marisa, preocupação com as coisas deles, que não tinha pra onde levar. De tudo que eu sei, eles acabaram falando com o Fernando e ele emprestou aquela chácara", concluiu.

Ele negou saber de reformas tocadas pelo ex-assessor de Lula, Rogério Aurélio Pimentel. As obras são objeto de acusação do Ministério Público Federal. Para a força-tarefa da Lava Jato, elas configuram suposta propina de R$ 1 milhão da Odebrecht, OAS e Schahin ao ex-presidente.

O caso envolvendo o sítio representa a terceira denúncia contra Lula no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo a acusação, a Odebrecht, a OAS e também a empreiteira Schahin, com o pecuarista José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,02 milhão em obras de melhorias no sítio em troca de contratos com a Petrobras. A denúncia inclui ao todo 13 acusados, entre eles executivos da empreiteira e aliados do ex-presidente, até seu compadre, o advogado Roberto Teixeira.

O imóvel foi comprado no final de 2010, quando Lula deixava a Presidência, e está registrado em nome de dois sócios dos filhos do ex-presidente, Fernando Bittar - filho do amigo e ex-prefeito petista de Campinas Jacó Bittar - e Jonas Suassuna. A Lava Jato sustenta que o sítio é de Lula, que nega.

O ex-ministro Gilberto Carvalho defendeu a construção de uma "frente ampla de esquerda" no Brasil. Em ato em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Porto Alegre, o antigo chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República disse que o momento poderia servir para ajudar a esquerda a se unir.

"Sempre que eles exageram na mão eles nos ajudam", disse. "Nos ajudaram a nos unir novamente", acrescentou Carvalho. "Agora, temos que ter o juízo de não sentar em cima disso, de fazer as pessoas entenderem o que está acontecendo", concluiu.

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O petista considerou que o que mobiliza a esquerda é "a volta da fome e a falta de acesso às universidades". "Uma eleição sem o Lula é uma falsificação da democracia", declarou.

Carvalho ainda criticou a tese da acusação segundo a qual Lula seria o dono do tríplex no Guarujá. "A história do tríplex é uma palhaçada de quem não achou nada contra Lula", disse. "Lula pode ter muitos defeitos, mas nunca levou uma Bic (caneta) para casa", afirmou.

Durante o ato, o senador petista Lindbergh Farias (PT-PB) reforçou a ideia de uma união dos grupos de esquerda. "O que estamos vendo aqui é o renascimento da esquerda", declarou.

Ex-chefe do gabinete pessoal da Presidência da República no governo Lula, Gilberto Carvalho afirmou em depoimento na Operação Lava Jato que o petista 'nunca' usou a função de presidente 'para auferir recursos próprios'. Gilberto Carvalho prestou depoimento nesta terça-feira (13) como testemunha de defesa do ex-presidente Lula.

"O presidente Lula tem muitos defeitos, como qualquer ser humano. Agora, tem uma coisa. Ele nunca quis ficar rico. Ele nunca pensou em usar a função dele como presidente para auferir recursos próprios, isso eu posso ter certeza, posso afirmar porque eu acompanhei no dia a dia naqueles oito anos que eu estive ali", declarou.

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Gilberto Carvalho é uma das 87 testemunhas convocadas por Lula em ação penal sobre supostas propinas da Odebrecht. Segundo o processo, parte dos valores ilícitos foi lavada mediante a aquisição, em benefício do petista, de um imóvel na Rua Dr. Haberbeck Brandão, nº 178, em São Paulo, em setembro de 2010. O local seria usado para a instalação do Instituto Lula. O acerto do pagamento da propina destinada ao ex-presidente, segundo a denúncia, foi intermediado pelo então deputado federal Antonio Palocci, com o auxílio de seu assessor parlamentar Branislav Kontic, que mantinham contato direto com Marcelo Odebrecht, auxiliado por Paulo Melo, a respeito da instalação do espaço institucional pretendido pelo ex-presidente.

O ex-chefe de gabinete de Lula afirmou ter conhecido o patriarca da Odebrecht, Emilio Odebrecht. Os assuntos tratados entre o executivo e Lula, segundo Gilberto Carvalho, eram ligados à economia nacional, expansão das empresas, mercado africano e latino-americano.

"No nosso governo não havia clima para ninguém, nenhum picareta que fosse, chegar e fazer qualquer tipo de oferta. Havia uma regra entre nós muito forte nesse sentido. Nós não podíamos nem receber convites para ir para torneios, não sei o que lá, ou tal, que o Banco do Brasil financiava ou que a própria Petrobras financiava. Era um rigor muito grande do ponto de vista de que não se misturavam as coisas de que ali a gente tinha que tratar do assunto público. Então, não tinha crime. Naqueles oito anos, posso lhe afiançar. Não havia clima para isso, não havia ninguém que tivesse coragem de chegar para o presidente e dissesse: 'eu quero lhe oferecer tal coisa'.", relatou.

O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, questionou Gilberto Carvalho se o Instituto Lula funcionaria no mesmo local do Instituto Cidadania. Em 2011, foi criado o Instituto Lula a partir da transformação do Instituto Cidadania.

"Daquilo que eu sei, sim. Para mim só houve uma mudança praticamente de nome, depois que ele deixou o governo. A única sede que eu tomei conhecimento, que existe é essa. Não existe outra sede", afirmou Gilberto Carvalho.

Ex-ministro do governo Dilma e ex-chefe de gabinete da Presidência no governo Lula, Gilberto Carvalho defendeu em uma carta endereçada a parlamentares petistas que as bancadas da Câmara e do Senado façam acordos com partidos da base do presidente Michel Temer a fim de garantir espaços na Mesa Diretora das duas Casas Legislativas. A manifestação de Gilberto Carvalho vai na linha do que tem defendido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na longa carta, intitulada "As difíceis encruzilhadas da vida" e obtida pelo Broadcast Político, o petista afirmou que, inicialmente, o partido deve preferir apoiar candidatos com quem tenha afinidade política. Carvalho destacou que o "essencial" é assegurar os espaços, sem que haja compromisso de voto em candidatos a presidente do "bloco golpista".

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Mas o ex-ministro reconhece na manifestação o apoio a aliados do governo por uma decisão tática: "Se, finalmente, formos colocados ante uma inevitável disjuntiva, ou vota-se numa das candidaturas ou estaremos excluídos dos principais espaços, não tenho receio em opinar que devemos sim negociar com altivez, coletivamente, não apenas para assegurar os espaços, como para obter compromissos definitivos dos novos presidentes com a tomada de medidas que restabeleçam o funcionamento democrático das Casas e o retorno do acesso legítimo do povo à Sua casa."

Carvalho avalia que essa decisão "evidentemente" trará desgastes. Mas frisou que, após a perda do Executivo, com o impeachment de Dilma Rousseff, o Congresso é a esfera de "atuação institucional que nos resta no plano nacional". "Por isso, temos advogado a necessidade de uma atuação forte, consequente e muito articulada de nossas bancadas com os movimentos sociais e a sociedade civil", disse.

O ex-ministro, que atualmente trabalha na liderança da oposição no Senado, disse que é necessário lembrar que o Legislativo em 2017 será o campo de "batalhas importantíssimas", como a da Reforma da Previdência e Trabalhista, peças chaves na implantação do novo modelo, e que "vão atingir em cheio os mais pobres".

"É verdade também que o Parlamento tem sido palco de derrotas clamorosas e gravíssimas para nós e nosso Projeto. Quando o governo e sua maioria resolvem passar o rolo compressor, o máximo que conseguimos é adiar por alguns dias as duras decisões que estão deformando o País, a Constituição e assaltando o direito dos pobres, realizando um eficaz, violento e rapidíssimo reenquadramento do País no modelo neoliberal mais duro. Portanto não há que ter ilusões de que poderemos ter grande vitórias, com ou sem a participação nossa nas mesas e na presidência ou relatoria de comissões".

"A verdade é que, enquanto o governo Temer derrete perante a Sociedade e fracassa em seu modelo econômico, apresenta, no entanto, um desempenho de vitórias no Legislativo de causar inveja aos nossos melhores tempos. Portanto trata-se de um palco de lutas fundamental nesta Guerra", destaca Carvalho.

O ex-ministro Gilberto Carvalho (governo Dilma) foi nomeado na quinta-feira (11) assessor da liderança da oposição no Senado, comandada pelo petista Lindbergh Farias (RJ).

Ele vai receber salário bruto de R$ 19.952,53, o novo vencimento para a função após reajuste a funcionários do Senado.

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Um dos principais quadros do PT, Carvalho vai reforçar a equipe de Lindbergh na reta final do impeachment.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ex-chefe do gabinete presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva e ex-ministro da presidente afastada Dilma Rousseff, Gilberto Carvalho foi exonerado pelo governo interino de Michel Temer do cargo de presidente do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi). Carvalho estava no conselho desde fevereiro do ano passado, depois que deixou a Secretaria-Geral de Dilma. Para o lugar dele, Temer nomeou João Henrique de Almeida Sousa, filiado do PMDB do Piauí. Os respectivos decretos de exoneração e nomeação estão publicados no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 18.

O Diário Oficial ainda formaliza Tarcísio José Massote de Godoy como secretário executivo do Ministério da Fazenda. O ministro da pasta, Henrique Meirelles, já havia anunciado o nome de Godoy para o posto.

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O ex-secretário de Política Econômica da Fazenda Manoel Carlos de Castro Pires agora irá presidir o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao Ministério do Planejamento. A exoneração de Jessé Freire de Souza da presidência do órgão também veio publicada nesta quarta.

Estão publicadas ainda várias outras nomeações e exonerações em postos de ministérios e em outros ligados diretamente à Presidência. Foi nomeada, por exemplo, Nara de Deus Vieira como chefe do gabinete pessoal do presidente em exercício, Michel Temer. Também há nomeações de secretários executivos da Casa Civil e da Secretaria de Governo, entre outros cargos.

O ex-ministro da Secretaria-Geral da presidente Dilma Rousseff, Gilberto Carvalho, fez duras críticas ao PMDB e afirmou que vai descer junto com Dilma a rampa do Palácio do Planalto quando o processo de impeachment do Senado terminar. "Estamos a uma semana de a presidente descer a rampa. E vamos descer a rampa com a presidente", disse, em evento de balanço de ações do Ministério do Desenvolvimento Social, no Palácio do Planalto, que não conta com a presença de Dilma. "É um momento duro, não vamos nos enganar", ponderou.

Para uma plateia formada por integrantes de movimentos sociais e integrantes de organizações não governamentais, Carvalho afirmou que o evento de hoje era uma homenagem para aqueles que "nunca arredaram o pé" e sempre deram apoio aos projetos sociais do governo e criticou os ex-aliados. "Ao contrário de outros que se fizeram de aliados do governo e pularam fora, essa gente aqui não é assim", afirmou. "Bastou o primeiro momento de crise para mostrarem unhas, dentes e garras."

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O ex-ministro, que hoje presidente do Conselho Nacional do Sesi, afirmou que esse "outro lado" não entrou agora "nesta história" e afirmou que, desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao poder, "eles não suportaram" os projetos sociais do partido. "Temos que ter clareza que outro lado não entrou nessa história agora, essa história vem desde janeiro de 2015", afirmou. "Esse jogo estava sendo combinado", completou. "Na verdade, esse golpe é um sonho desde 2003. Eles estiveram conosco quando interessava, quando lucraram, quando tiveram cargos."

Carvalho afirmou que "a conspiração" dos oposicionistas é conhecida e que Dilma não será afastada por conta das suspeitas de corrupção. "Todo mundo sabe que nós estamos saindo por causa da escolha certa que nós fizemos do ponto de vista da luta de classes", disse. "Dilma está tendo cassado o seu mandato e não pode ser acusada por um tostão."

O ex-ministro citou ainda possíveis ministros do eventual governo do vice Michel Temer e afirmou que nenhum deles trará coisas boas para o País. "Precisamos lutar e defender a democracia e os direitos sociais porque, junto com o golpe, não nos iludamos, vem uma pauta regressiva nos direitos sociais. A curto prazo, não acredito, porque vão ter que fazer muita média, mas, daqui a pouco, começa. Ou alguém aqui imagina que um governo com Geddel Vieira Lima, Jucá e etc vai dar alguma coisa de bom para este País?", referindo-se a Romero Jucá, cotado para o Planejamento, e Geddel Vieira Lima, apontado como futuro ministro da Secretaria de Governo de Temer.

Carvalho criticou também o modelo econômico que privilegia o mercado financeiro e disse que essa escolha também contraria interesses das elites. "Houve uma escolha de um projeto que tirou dinheiro que antes ficava apenas na especulação financeira para investir nas pessoas", disse. "Por isso que essa indignação e consciência não nos podem deixar voltar para casa nesse momento."

Apesar de no início de sua fala reconhecer que o processo contra a presidente já está praticamente definido, o ex-ministro disse no fim do seu discurso que "seja qual for o resultado do Senado seremos combatentes". "Não passarão. Vamos continuar resistindo contra o golpe."

A manifestação em Brasília contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff está concentrada em frente ao Museu da República, no início da Esplanada dos Ministérios. Políticos como o ex-ministro Gilberto Carvalho e deputados do PT e da base aliada fazem discursos e dividem o carro de som com artistas locais, que apresentam músicas intercaladas com palavras de ordem.

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A previsão era que os manifestantes seguissem em marcha até o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, mas o grupo decidiu permanecer em frente ao museu. De acordo com o tenente-coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Antônio Carlos, 3 mil pessoas participavam da mobilização por volta das 19h.

A polícia faz revista nos manifestantes que chegam ao local, mas o procedimento ocorre sem confusões. Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que chegaram há pouco entregaram, sem resistência, ferramentas como três foices, dois machados e 20 facões, além de canivetes, que serão devolvidas após o ato.

O ato é organizado pela Frente Brasil Popular e os manifestantes levam cartazes com frases de apoio à Dilma e ao ex-presidente – e agora ministro da Casa Civil – Luiz Inácio Lula da Silva e contra o que chamam de golpe.

Rodrigo Rodrigues, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF) defende um trabalho mais abrangente do Congresso e que as discussões sobre o impeachment fiquem em segundo plano. "Esse é um ato em defesa da democracia, contra o golpismo e o fascismo que está explodindo no país. Estamos defendendo a mudança de discurso no Congresso, que pare de discutir só o golpe e que encaminhe avanços nos direitos da classe trabalhadora", disse.

O servidor público Pedro Rodrigues, 50, acha que Lula está sofrendo uma “injustiça”. “O que me trouxe aqui foi ver a injustiça que está sendo feita com o companheiro Lula. Não estão dando direito de defesa para ele”.

O ato de hoje ocorre após a nomeação de Lula à Casa Civil, que gerou uma onda de protestos por todo o país. No mesmo dia, o juiz Federal Sérgio Moro divulgou uma série de conversas telefônicas, grampeadas pela Polícia Federal, que revelam conversas de Lula com a presidenta, ministros e correligionários.

Os episódios, no entanto, não diminuíram a fé dos manifestantes pró-governo em Lula. Pedro de Alcântara, servidor público, 69, disse que veio para a rua defender a democracia e questiona a integridade política da oposição no Congresso. "Acho que temos que defender a democracia e contra o impeachment, que não vai resolver. Quem está errado tem que pagar, mas do lado de lá, sabemos o que eles fazem", disse.

Para Alcântara, se houver provas de que Lula cometeu algum crime, que a justiça seja feita. "Sobre o Lula eu tenho dúvidas [se ele é culpado de algum crime], se ele tiver culpa, que se apure, que venha à tona".

A organização da manifestação ainda não definiu se haverá caminhada. Essa decisão deverá ser tomada a qualquer momento.

O ex-ministro Gilberto Carvalho, que chefiou o gabinete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chamou a interceptação e a divulgação de conversas do petista com a presidente Dilma Rousseff e outros aliados de prática criminosa. Ele disse que o juiz Sérgio Moro, que autorizou os grampos, agiu ilegalmente e terá de responder pelo que o governo e o PT consideram uma afronta a prerrogativas legais da Presidência.

"Ele não pode pisar na Constituição e ficar por isso mesmo. Ele não é justiceiro, é juiz. Não perde por esperar", declarou, pouco antes de participar, no Palácio do Planalto, da posse de Lula como ministro da Casa Civil nesta quinta-feira, 17. O ato, no entanto, foi suspenso pela Justiça Federal. Carvalho também aparece nas conversas gravadas.

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O ex-ministro assegurou que o partido e o governo vão judicializar a questão da divulgação do grampo. "(A prova) Foi colhida ilegalmente e, pior, ele dá publicidade mais ilegalmente ainda. Não tem forma de ele escapar dessa", criticou.

O ex-ministro falou com a reportagem do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, antes de a posse de Lula ser suspensa. Há possibilidade de recurso. Ele dizia que os questionamentos eram esperados. "Vai ser judicializada (a posse) e nós vamos vencer todas (as ações). Não tem base, é só desespero. Eles não contavam que o Lula iria aceitar esse papel (de ministro), difícil para ele", afirmou.

Conforme Carvalho, com Lula na Casa Civil, será possível recompor a base aliada e a militância para o governo reagir à crise e fazer frente ao processo de impeachment de Dilma. "Aquilo que aparentemente estava morto tomou força", disse.

Brasília, 25/01/2016 - Em depoimento à Justiça Federal como testemunha no processo sobre "compra" de medidas provisórias que beneficiaram montadoras de veículos, o ex-ministro Gilberto Carvalho afirmou que o "estímulo à indústria automobilística era a alma do presidente Lula".

O caso, revelado pelo Estado, mostra que, na avaliação de investigadores da Operação Zelotes, uma MP editada em 2009 pelo governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria sido "comprada" por meio de lobby e corrupção para favorecer as montadoras. Carvalho, que na ocasião era chefe de gabinete do presidente da República, disse que a atuação do governo era feita em prol dos interesses do País e classificou como "absurda" e uma ofensa ao "bom senso" a acusação de que houve "compra" de MPs.

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"As empresas evidentemente se beneficiaram, mas quem se beneficiou muito mais foi o País", afirmou o ex-ministro. "É absurda essa acusação de que nós trabalhamos vendendo MPs. Isso ofende o bom senso", disse o ex-ministro. Ele disse que o governo tem o papel de induzir o crescimento econômico em diversas regiões do País e que a instalação de uma montadora gera "uma cadeia de empregos", com empresas de autopeças e fornecedores.

O ex-ministro disse à Justiça que não teve "contato de mérito" com as medidas provisórias suspeitas e que considera "normal" que as empresas apresentem demandas (ao governo). Gilberto Carvalho confirmou encontros com o lobista Mauro Marcondes, preso desde outubro. Ele refutou, no entanto, ter qualquer relacionamento de cunho pessoal com o lobista. Segundo ele, "é muito comum numa sociedade democrática" ter relacionamento com representantes de empresas.

Ele negou, no entanto, conhecer o lobista Alexandre Paes dos Santos, conhecido como "APS". Anotações da agenda do lobista apontam um encontro com Carvalho em 2009. O ex-ministro disse, no entanto, que nunca se reuniu com APS e que, na data apontada na agenda do lobista, estava em viagem internacional acompanhando o ex-presidente Lula.

O advogado Marcelo Leal, que representa Alexandre Paes do Santos, um dos réus da Operação Zelotes, disse que pretende definir nesta sexta-feira (22) se mantém ou não o pedido de ouvir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como testemunha, na próxima segunda (25). Além de Lula, o lobista Alexandre Paes dos Santos indicou o ex-ministro Gilberto Carvalho.

“Acabei de saber que os advogados do presidente apresentaram uma petição dizendo que, aquilo que ele teria a dizer sobre este assunto, ele já prestou depoimento à polícia em um depoimento que eu peguei cópia mas não li ainda. O juiz abriu prazo para que eu me manifeste se eu ainda assim insisto na oitiva dele ou se eu me dou por satisfeito com a cópia do depoimento”, disse o advogado. Leal afirmou que ainda não leu a petição entregue pelos advogados do ex-presidente.

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“Eu arrolei o presidente Lula por uma razão muito simples: se a acusação é de compra e venda de medidas provisórias e a Constituição estabelece que é competência exclusiva para edição de medidas provisórias do presidente da República e, especificamente, meu cliente estaria supostamente envolvido na compra da Medida Provisoria 471, que é da época que o presidente Lula estava no governo. É natural que a defesa queira ouvi-lo”, disse Leal.

Segundo nota divulgada pelo Instituto Lula, “o ex-presidente Lula esclareceu hoje (6/01) à Polícia Federal que as medidas provisórias 471/2009 e 512/2010 foram editadas em seu governo para promover o desenvolvimento nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, sem favorecimento a qualquer setor. Lula prestou informações ao delegado Marlon Cajado, na sede do DPF em Brasília, colaborando, como sempre faz, para esclarecer a verdade. O ex-presidente não é investigado e nem mesmo testemunha no inquérito”, diz parte do texto.

Alexandre Paes dos Santos foi preso no fim de outubro do ano passado, em uma fase da Operação Zelotes que investigou a relação entre a edição de medidas provisórias e benefícios ao setor automotivo. 

O ex-ministro Gilberto Carvalho (PT) subiu o tom e afirmou nesta quinta-feira, 10, que a quebra de seus sigilos bancário e fiscal, autorizada pela Justiça Federal, foi algo "bom" para que a Polícia Federal e o Ministério Público parem de incomodá-lo com "acusação descabida". Ao Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), o petista disse que decisão judicial não representa "nenhuma novidade" para ele, pois já tinha colocado seus sigilos telefônicos, fiscal e bancário à disposição da Justiça, quando prestou depoimento voluntário à Polícia Federal no último dia 26 de outubro.

Atualmente presidindo o Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi), Gilberto Carvalho é investigado pela Procuradoria-Geral da República e pela PF sob suspeita de ter participado de esquema de "compra" de medidas provisórias editadas entre 2009 e 2013, que prorrogaram benefícios fiscais para montadoras das regiões Norte e Nordeste. O esquema está sendo investigado em um desdobramento da Operação Zelotes, que apura suspeita de venda de decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda.

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Relatório da Polícia Federal apontou suposto "conluio" entre Gilberto Carvalho e lobistas suspeitos de pagar propinas para conseguir aprovar as MPs que beneficiaram o setor automotivo. Apesar de ser apontado como suspeito do esquema, o ex-ministro petista não foi alvo de mandados de buscas nem de condução coercitiva que atingiram investigados da Operação Zelotes.

O filho do ex-presidente Lula Luís Cláudio Lula da Silva também é investigado pela Operação. O sigilo de sua empresa, que recebeu R$ 2,5 milhões de um escritório de um dos lobistas contratados por montadoras, teve o sigilo quebrado na quarta-feira, 9.

"Esta decisão para mim não representa nenhuma novidade, já que tinha tomado a iniciativa de abrir meus sigilos no depoimento à PF. Acho bom que vejam tudo para que parem de me incomodar com uma acusação descabida", disse Carvalho, que foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff e chefe de gabinete durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem é bastante próximo. O tom da declaração foi mais forte do que o adotado em nota oficial enviada na quarta.

No texto da quarta, o ex-ministro reafirmou que não tem medo de ser investigado e que considera "dever da Polícia Federal, da Receita Federal e de qualquer órgão de controle realizar a investigação que julga necessária". "Faz parte do ônus e dos deveres inerentes da ida pública", disse.

Ele também reiterou seu depoimento à Polícia Federal, em que negou ter recebido qualquer benefício. "Desafio que provem o contrário", afirmou na nota de quarta, ressaltando: "Ao longo dos 12 anos que passei no Palácio do Planalto, me orgulho de não ter acumulado bens."

O ex-ministro Gilberto Carvalho avaliou nesta segunda-feira, 7, que o rompimento do PT com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após o peemedebista deflagrar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, foi a "melhor coisa" que poderia acontecer para o partido.

"Estou feliz particularmente. Acho que a melhor coisa que podia acontecer era esse desfecho de romper com esse cara (Eduardo Cunha). (...) O pior para a gente era essa ambiguidade", disse Carvalho, que foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República durante o primeiro governo Dilma e é figura próxima do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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"Vamos ganhar essa batalha, que está dada", emendou o ex-ministro, que atualmente é presidente do Conselho Nacional do Sesi.

Carvalho afirmou que está acompanhando de perto os esforços para barrar o impeachment da presidente. Ele disse que vai ajudar na articulação da militância social em defesa do mandato de Dilma. De acordo com o petista, os movimentos sociais estão com "muito ânimo e muito pique". "Vai ter hora certa de ir para rua. Vai ter batalha boa, tenho certeza disso", disse.

O ex-ministro se reuniu na manhã desta segunda-feira com o ministro-chefe da Secretaria da Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto e durou menos de meia hora. "Somos amigos. Ele veio tomar um café comigo", afirmou Edinho ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. A pauta da conversa não foi divulgada.

Impeachment

O presidente da Câmara deflagrou o processo de impeachment de Dilma na última quarta-feira, 2, como retaliação ao PT, que, no mesmo dia, anunciou que votaria contra o peemedebista no Conselho de Ética da Casa. Cunha é alvo de representação no colegiado por quebra de decoro parlamentar. A votação da admissibilidade do processo contra ele está marcada para esta terça-feira (8).

A comissão do Senado que investiga suspeitas de manipulação em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) rejeitou, ontem, por unanimidade, requerimentos que solicitavam a convocação do empresário Luís Cláudio Lula da Silva – filho mais novo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – e dos ex-ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Erenice Guerra (Casa Civil).

Foi uma ação política manobrada pelos lulistas, sob a alegação de que o pedido era político, mas o procedimento, na verdade, tem respaldo na ação da Polícia Federal. Os três são investigados pela Operação Zelotes, da Polícia Federal (PF), por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção que fraudava julgamentos do Carf, órgão ligado ao Ministério da Fazenda.

Na semana passada, uma ação conjunta da Polícia Federal, do Ministério Público e da Corregedoria do Ministério da Fazenda prendeu cinco pessoas, incluindo o lobista Alexandre Paes dos Santos e o ex-conselheiro do Carf José Ricardo da Silva. Na ocasião, as autoridades também cumpriram mandados de busca e apreensão em uma das empresas de Luis Claudio em São Paulo: a LFT Marketing Esportivo.

Os requerimentos que pediam a convocação do filho de Lula e dos dois ex-ministros foram propostos pelo presidente da CPI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). O parlamentar tucano já havia tentado convocá-los em outubro, mas, a exemplo do que ocorreu ontem, os pedidos foram rejeitados pelos senadores que integram a comissão de inquérito.

O presidente da CPI justificou a reapresentação dos requerimentos como uma oportunidade para Luís Cláudio, Carvalho e Erenice falarem sobre as suspeitas de que uma medida provisória (MP) editada em 2009, durante o governo Lula, teria sido “comprada” por meio de lobby e de corrupção para favorecer montadoras de veículos.

A relatora da comissão, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), criticou os pedidos de convocação e disse que tinham objetivos exclusivamente políticos. "Estamos diante de requerimentos cujo objetivo é meramente político. Não tem nenhuma ligação com o objeto desta CPI", criticou. Apesar de não ser integrante da CPI do Carf, o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), participou da reunião que derrubou os pedidos de convocação.

SUGILO– Na mesma sessão, senadores também rejeitaram os pedidos de quebra de sigilo fiscal e bancário da LFT Marketing Esportivo, de Luís Claudio Lula da Silva, e da empresa Guerra Advogados Associados, da ex-ministra Erenice Guerra. Outro requerimento rejeitado foi a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico do filho caçula de Lula. Os parlamentares também derrubaram os pedidos para convocar e quebrar o sigilo de Carlos Juliano Ribeiro Nardes, sobrinho do ministro do TCU, Augusto Nardes, relator das contas de 2014 do governo Dilma Rousseff.

Sem rabo preso? – O deputado de primeiro mandato Fausto Pinato (PRB-SP), escolhido para relatar o processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da Casa, garante que não tem nenhum tipo de relação com o acusado, como a maioria dos seus colegas de parlamento. "Eu não tenho nenhuma relação [com Cunha], sou independente [...] Estou preparado para sofrer qualquer tipo de pressão. Se não [estivesse preparado], não estaria no Conselho de Ética", garantiu.

Distribuir simpatias– Na contramão de petistas que estão sempre a pedir sua cabeça, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ganhou o apoio do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Mas, ao mesmo tempo em que apoia o colega da Fazenda, o novo inquilino do Palácio do Planalto deu uma sugestão a Levy: dispense as ironias e seja simpático com todo mundo. A primeira conquista de Jaques Wagner se deu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como se sabe, Lula defendia internamente – mas isso sempre se tornava público – a substituição de Levy por Henrique Meirelles.

Saída dura para CPMF – Dirigentes de entidades empresariais que representam o setor produtivo discutem a possibilidade de manifestar publicamente apoio à recriação da CPMF. Essa posição surpreendente tem sido calculada de forma racional e realista por esses dirigentes, que costumam reagir a qualquer tentativa de aumentar ainda mais a elevada carga tributária no país. A conclusão é que o Governo poderá buscar alternativas tributárias mais dolorosas para o setor produtivo, caso não se viabilize o retorno da CPMF.  

Gesto pequeno– O prefeito de Jaboatão, Elias Gomes (PSDB), parece que não tem mesmo o que fazer ou age por mera perseguição política ou pequenez. Baixou decreto mudando o nome da Avenida José Rodovalho, para do ex-prefeito Fernando Rodovalho, para Miguel Arraes. Tudo bem que Arraes mereça todas as homenagens, mas ele não apregoa que tem tantas obras para entregar? Porque apagar da memória uma homenagem tão antiga?

CURTAS

SECA– Com diversas barragens em estado de calamidade, a falta de abastecimento de água no Sertão voltou a ser tema de debate acalorado, ontem, na Assembleia Legislativa. O deputado estadual Miguel Coelho (PSB) levantou a discussão ao criticar um impasse entre a Chesf e o Ibama para reduzir a vazão no reservatório de Sobradinho.

ALÔ, PETROLINA! – Encerro a maratona de lançamentos do meu livro desta semana, hoje, em Petrolina. A noite de autógrafos está marcada para o restaurante Da Villa, a partir das 19 horas, onde recebo, também, uma homenagem especial da Câmara de Vereadores com a entrega da medalha Dom Malan. Semana que vem tem Limoeiro na segunda, Bom Conselho na terça, Bonito na quarta, Brejo da Madre de Deus na quinta e Caruaru, novamente, na sexta, desta feita na livraria Nobel, no Shopping Caruaru, também às 19 horas.

Perguntar não ofende: Lula vai ganhar a batalha judicial contra a revista Veja? 

Os investigadores da Operação Zelotes pediram à Justiça Federal a quebra dos sigilos fiscal e bancário do ex-ministro Gilberto Carvalho e de três de seus filhos, Gabriel, Myriam e Samuel Carvalho. A Receita Federal, que atua nas investigações ao lado da Polícia Federal e do Ministério Público, também pediu a quebra dos sigilos do restaurante Sanfelice, em nome dos dois filhos do ministro.

Também há pedido de quebra dos sigilos de Dyogo Henrique Oliveira, número dois do Ministério do Planejamento. Ele ocupa a secretaria-executiva da pasta e seu nome foi relacionado em documentos apreendidos com lobistas contratados para viabilizar medidas provisórias mediante pagamento de propina. Ao todo, foram pedidos à Justiça pelo Ministério Público Federal dados fiscais e bancários de 28 pessoas físicas e 21 empresas.

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Conforme revelou o jornal O Estado de S.Paulo, a relação inclui ainda a LFT Marketing Esportivo e a Touchdown Promoção e Eventos Esportivos, em nome de Luís Cláudio Lula da Silva, filho mais novo do ex-presidente Lula. Não há solicitação de quebra dos sigilos de Luís Claudio como pessoa física. A justiça ainda não se pronunciou sobre os pedidos de quebra dos sigilos.

A empresa do filho de Lula entrou no foco das investigações após a descoberta de que recebeu repasses milionários da Marcondes & Mautoni, empresa contratada por esquema de lobby de montadoras de veículos para supostamente comprar medidas provisórias nos governos Lula e da presidente Dilma Rousseff. A quebra de sigilo da Marcondes revelou a transferência de R$ 1,4 milhão para a LFT.

Os investigadores querem saber agora quais as outras fontes de receita da firma de Luís Claudio, além do destino do dinheiro recebido da Marcondes & Mautoni, o que pode ajudar a esclarecer se os valores foram pagamento pela edição da MP 627/2013, uma das suspeitas que levaram a Justiça a autorizar busca e apreensão na sede da empresa em São Paulo na segunda-feira.

Foi a equipe da Receita quem descobriu que parte do valor recebido pela Marcondes & Mautoni foi parar na LFT e que a empresa não tem funcionários, fez pagamento de salários ou recolheu contribuição previdenciária de empregado.

O pedido de quebra dos sigilos de Gilberto Carvalho, seus filhos e do restaurante Sanfelice segue o mesmo raciocínio. Os investigadores querem saber se o petista usou a empresa em nome da filha para receber dinheiro da Marcondes & Mautoni.

Documentos apreendidos em fases anteriores da Zelotes mostram o nome do ministro associado a inscrições sobre a MP 471/2009, editada pelo então presidente Lula quando ele era seu chefe de gabinete. Para os investigadores, havia um "conluio" entre ele e a consultoria na defesa dos interesses do setor automobilístico.

DEFESA - GILBERTO CARVALHO

"Reajo hoje com a indignação de quem serve ao país há 19 anos com a honestidade que recebi dos meus pais e com o desejo central de mudar a vida dos pobres deste País. Reajo com a dor de um pai que vê seus filhos expostos à execração pública sem que nenhum fato, nenhuma acusação formal tenha sido contra eles apresentada. A quebra dos meus sigilos fiscal e bancário e da minha família apenas atestará de maneira definitiva o que acima afirmo. Meu patrimônio pessoal se restringe à posse de uma chácara de 3 hectares na região do Entorno (Goiás), a um apartamento financiado por 19 anos no Banco do Brasil e um veículo que tem o valor de R$45.000,00. Minha filha era proprietária de uma empresa que infelizmente quebrou e tem uma dívida a pagar com bancos de pouco mais de um milhão de reais. Meus dois filhos são funcionários públicos com rendimentos em torno de R$5.000,00. Não tenho nada a esconder. E me orgulho de não ter acumulado bens. Não tenho medo de ser investigado e considero dever da Polícia Federal, da Receita Federal e de qualquer órgão de controle realizar a investigação que julgar necessária. Faz parte do ônus e dos deveres inerentes da vida pública.

O que não vale e não pode é de maneira fantasiosa e leviana fazer interpretações ridículas de material apreendido com pessoas suspeitas e transformá-las em acusação, sem prova alguma, contra pessoas honradas e dar publicidade a tais interpretações como se verdades fossem.

Quem vai lavar a honra de meus filhos enxovalhada por tal irresponsabilidade? Basta ter acesso ao relatório da Receita Federal e da Polícia Federal colocados ontem a público para constatar o que acima afirmo.

Reitero o que afirmo no meu depoimento à Polícia Federal e desafio que provem o contrário: recebi o Sr. Mauro Marcondes, na condição de vice-presidente da Anfavea, que estava em busca de audiência com o Presidente Lula. As mensagens eletrônicas trocadas foram sempre por meio do e-mail oficial. Nunca o encontrei fora do meu gabinete. Nunca tratei com ele do mérito da MP 471, ou da MP 512, aprovadas por unanimidade no congresso com elogios de vários próceres da oposição, porque beneficiavam o desenvolvimento do setor automotivo no País e particularmente no Nordeste e Centro Oeste. Jamais o Gabinete do Presidente Lula teve em qualquer momento participação em negociatas desta natureza. E não há nenhuma acusação sustentável a respeito disso. Estou tomando as providências jurídicas cabíveis para não apenas fazer a defesa de minha família como para responsabilizar a todos que de maneira leviana e irresponsável atacam a honra de quem sempre lutou pela justiça.

Gilberto Carvalho"

DEFESA - DYOGO HENRIQUE DE OLIVEIRA

Em relação às investigações acerca da MP 471, o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo Henrique de Oliveira, esclarece que à época da edição da MP 471, ocupava o cargo de secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda e que tinha como uma de suas atribuições manter reuniões regulares com diversos setores produtivos, durante as quais esclarecia aspectos legais e técnicos das medidas econômicas em debate. Era comum, também, a discussão sobre o prazo de duração de eventuais benefícios fiscais, que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), desde 2001, limita em, no máximo, cinco anos.

O secretário esclarece ainda que não mantém qualquer tipo de relacionamento com as pessoas citadas como lobistas pela imprensa e que está à disposição para prestar esclarecimentos às autoridades da investigação.

O ex-ministro Gilberto Carvalho nega ter agido em "conluio" com os suspeitos de "comprarem" a MP 471. À reportagem, Carvalho disse que a Polícia Federal se baseou em interpretações equivocadas de documentos apreendidos para conduzir seu depoimento.

Para exemplificar os equívocos da PF, Carvalho citou o caso de duas bonecas dadas de presente às suas filhas pelo lobista Mauro Marcondes Machado, preso nesta segunda-feira, 26.

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"Em 2009 adotei duas meninas. Ele (Marcondes) trouxe duas bonecas de presente, pequenas, de plástico. A delegada mostrou uma anotação em que ele dizia 'não esquecer de levar duas bonecas para o Gilberto'. A PF interpretou como se boneca fosse código entre bandidos", disse Carvalho. "Ainda bem que guardei as bonecas. Se a defesa quiser posso mostrar."

Outro suposto equívoco é quanto a uma referência ao nome do ex-ministro na agenda do também lobista Alexandre Paes dos Santos. A caderneta aponta um "café" com Carvalho no dia 16 de novembro de 2009, mas naquela data o ex-ministro estava na Itália, em viagem oficial.

Carvalho confirmou ter recebido Marcondes no gabinete da presidência durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Ele e o Lula eram amigos desde o movimento sindical (quando Marcondes era diretor da Volkswagen)".

Proximidade

O ex-ministro, no entanto, negou ter presenciado ou participado de qualquer negociata e levantou a suspeita de que o lobista possa ter usado a proximidade com Lula para tirar vantagem pessoal. "A malandragem é deles (lobistas) que, na hora de vender para as empresas podem falar que precisaram pagar (propinas). Quando você recebe as pessoas, não sabe o que elas vão fazer com aquilo."

Segundo ele, a PF não o questionou sobre Luiz Cláudio Lula da Silva, filho de Lula, que recebeu R$ 2,4 milhões da Marcondes & Mautoni, pertencente ao lobista. "Estou muito sereno. Deixei o governo com o mesmo patrimônio que tinha quando entrei", disse Carvalho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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