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Tillie Dybing enfrentou todas as possibilidades, que não eram poucas, de ser mais uma vítima da Covid-19 e aos 107 anos de idade superou o vírus que vem assolando o planeta. Além disso, ela que vive na Ecumen Detroit Lakes, um lar de idosos, também venceu um câncer aos 95 anos de idade e sobreviveu à segunda pandemia. 

Ainda uma criança de cinco anos de idade Dybing vivenciou a Gripe Espanhola, última pandemia antes do novo coronavírus, e agora se recuperou após ter sido diagnosticado com o vírus da Covid-19. Da doença ela não sentiu nada apesar da idade avançada, como contou sua filha ao site Kare 11. “Nada em seus pulmões. Disseram que ela não teve febre, simplesmente dormia o tempo todo”. 

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Tudo isso aconteceu 12 anos depois dela também ter sido curada de um câncer no útero quando tinha 95 anos de idade. A Ecumen Detroit Lakes, casa onde Dybing vive desde 2015, publicou na rede social um agradecimento aos colaboradores que cuidaram dela. Ela agora retornou ao convívio no lar. 

Um homem de 116 anos, sobrevivente da gripe espanhola em 1918, que era considerado uma das pessoas mais velhas do mundo morreu neste sábado (22) na África do Sul, anunciou sua família.

Nascido em 8 de maio de 1904, Fredie Blom teve esta longa existência "pela graça de Deus", disse à AFP há alguns meses.

O livro Guinness dos recordes estima que um britânico, Bob Weighton, de 112 anos, era o homem mais velho do mundo, mas os sul-africanos consideravam Blom o mais velho "não oficial", já que não tinha data de nascimento. Weighton morreu em maio devido a um câncer.

A família de Blom não sobreviveu à pandemia da gripe espanhola. Na época, este homem era adolescente e conseguiu se salvar.

"Há duas semanas estava ainda cortando madeira", disse Andre Naidoo, porta-voz da família. "Era um homem forte, cheio de orgulho", acrescentou.

A família disse que Blom morreu em um hospital da Cidade do Cabo por causas naturais e não devido à pandemia de coronavírus.

O secretário geral do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Mário Jorge Lemos de Castro Lôbo, disse que a pandemia da Covid-19 é a crise sanitária do século, tendo sido a 'Gripe Espanhola' a última de grande proporção que o mundo enfrentou. Mário reforça que o impacto na sociedade é absoluto e gerou uma mudança na rotina dos profissionais da saúde e da sociedade como um todo.

“Como os profissionais da saúde são a ponta da lança do enfrentamento à covid, (para) quem está no atendimento direto ao paciente infectado, a mudança foi radical. Além disso, por se tratar de uma doença nova, os profissionais de saúde tiveram que aprender a tratar (os infectados) durante o tratamento”, acentua o secretário do Cremepe.

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Ele reforça que muito ainda é desconhecido e os médicos vêm tendo que dar a assistência da melhor forma possível à população. Além disso, Mário aponta que a covid-19 vai durar muito tempo e continuará sendo desafio para os profissionais médicos e para toda a sociedade.

Profissionais da Saúde

Até esta quarta-feira (29), mais de 4 mil profissionais da saúde de Pernambuco, que atuam na linha de frente do combate à covid-19, se infectaram. Outros 55 morreram em decorrência do vírus - segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. Para o secretário, muito foi feito pelo Estado de Pernambuco e pela cidade do Recife na tentativa de proteger os seus profissionais.

"No início existia um déficit de equipamentos e insumos. Nós tivemos um início de pandemia aqui quando ainda não tínhamos respiradores e todos os EPIs. Nosso enfrentamento foi muito grande em Pernambuco e isso pode ter sido refletido nesses números. É muito difícil julgar esse número retrospectivamente", reforça o coordenador do Cremepe.

A pandemia de coronavírus (Covid-19) é a primeira enfrentada pela sociedade contemporânea e entra para a lista de outras crises que assolaram o mundo, como a peste negra, que matou cerca de 60% da população europeia, a  cólera e o HIV. "Elas surgem e retrocedem para refletir sobre causas e consequências, sobre hábitos e costumes, sobre higiene, purificação e, principalmente, sobre excessos e falta de atenção para com a sociedade humana e o meio ambiente", comenta o sociólogo César José, formado pela Universidade de Santos.

Conheça as pandemias anteriores:

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1 – Peste Bubônica

A Peste Bubônica ou Peste Negra é causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida através de pulgas de ratos. O mundo enfrentou essa pandemia no final do século XIV, que matou cerca de 200 milhões de pessoas, segundo publicação da revista Galileu. Entre os sintomas da doença estão inchaço dos gânglios, dores de cabeça, fadiga e dores musculares.

2 – Varíola

A doença atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos. O vírus Orthopoxvírus variolae era transmitido por meio das vias respiratórias. Tinha como sintomas febre alta, erupções na garganta, na boca e no rosto. Foi erradicada na década de 1980, após campanha de vacinação em massa.  

3 – Cólera

A doença surgiu em 1817 e matou milhares por meio de sua transmissão, que acontece a partir de alimentos e água contaminados. "Há uma tendência em vários lugares a não se observar regras de saneamento, desinfecção e medidas preventivas, não por maldade ou desinteresse, e sim por falta de informação. O cólera ainda é uma doença global que mata milhares", diz o sociólogo José. Um dos países mais atingidos pela cólera foi o Haiti, em 2010. O Brasil já teve vários surtos da doença, principalmente em áreas mais pobres do Nordeste.

4 – Gripe Espanhola

Estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas tenham morrido na pandemia que procedeu a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Mais de um quarto da população mundial na época foi infectada e até o presidente do Brasil na época, Rodrigues Alves, morreu da doença, em 1919. O vírus veio da Europa, a bordo do navio Demerara. O transatlântico desembarcou passageiros infectados no Recife, em Salvador e no Rio de Janeiro. Os sintomas eram parecidos com o do atual coronavírus e não possuia cura.

5 – HIV

O vírus da imunodeficiência humana é considerado por alguns autores uma pandemia global. No entanto, a OMS atualmente usa o termo epidemia. Dados de 2018, apontam que 37,9 milhões de pessoas estão infectadas com o HIV em todo o mundo.

 

A Gripe Espanhola matou cerca de 50 milhões de pessoas no mundo, 35 mil no Brasil e 5.331 na cidade de São Paulo, o equivalente a 1% da população da capital paulista entre 13 de outubro a 20 de dezembro de 1918. Assim como acontece nos dias atuais com a covid-19, o futebol foi um dos eventos afetados pela pandemia. Nove dos dez clubes que disputaram a sexta edição do Campeonato Paulista precisaram ter paciência para esperar o surto passar, deixar de disputar algumas partidas e só voltar a campo quando houvesse condições seguras de saúde tanto para os jogadores como para a torcida. O Palestra Itália abandonou a disputa na sexta rodada, descontente com a atuação da arbitragem.

O campeonato, disputado de 27 de abril de 1918 a 19 de janeiro de 1919, foi vencido pelo Clube Athletico Paulistano, liderado pelo astro Friedenreich, que completou o tricampeonato e ainda seria tetra na edição seguinte - aliás, o único time a conquistar quatro taças consecutivas. O CAP, que nos dias atuais não possui um time profissional, soma 11 títulos e só fica atrás dos grandes Corinthians (30), Santos, Palmeiras (ambos com 22) e São Paulo (21).

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Com a pandemia, o Paulistão ficou paralisado por três meses e quando os jogos foram retomados apenas os times que tinham chance de título seguiram na disputa. O Paulistano terminou com os mesmos 26 pontos do Corinthians, mas disputou 16 jogos contra 17 do rival, além de ter maior número de vitórias (13), mais gols marcados (68), menos gols sofridos (14) e melhor saldo (54). No confronto direto, cada time venceu uma vez.

A sede social do Paulistano, além de receber a taça pelo título paulista, também foi usada como hospital de campanha para ajudar a cuidar da enorme quantidade de doentes na cidade, mesma atitude tomada pelo Palestra Itália.

"O vírus da Gripe Espanhola teria vindo ao Brasil e chegado ao Rio de Janeiro pelo navio Demerara, vindo de Liverpool, com escalas em Lisboa, Recife e Salvador", conta Ronan de Oliveira Cordeiro, de 35 anos, professor de História, com bacharelado e licenciatura pela USP e pós-graduação pela PUC-SP.

"A chegada da doença em São Paulo possui algumas versões. Teria chegado por um estudante vindo do Rio, por um time amador de futebol ou pelo porto de Santos", continuou o professor do Colégio Madre Alix.

Segundo Ronan, isolamento social, fechamento do comércio, de clubes, teatros, restaurantes e proibição de reuniões também foram adotados naquela época. Os gelados, precursores do sorvete, não eram indicados. "Várias empresas de remédios aproveitaram o momento para vender milagres. Como as Cápsulas Vita e o Xarope São João ou um médico, que havia estudado em Paris, que indicava o uso preventivo de mercúrio via injeção por 20 dias seguidos." Os cemitérios do Araça, Penha, Brás e Consolação tiveram iluminação para que os coveiros pudessem trabalhar à noite.

Apesar da diferença no tratamento das doenças, graças à evolução da medicina, é importante notar que nossos antecessores souberam esperar o momento certo para voltar aos gramados. Lógico que o interesse pelo futebol é muito maior e a parte econômica conta muito, mas o valor da vida continua insuperável.

Em plena surto pandêmico, um veterano da Segunda Guerra Mundial comemorou nesta semana 107 anos. Além do conflito histórico, o ex-soldado também sobreviveu ao surto de gripe espanhola, ocorrida em 1918.

Longe da família em decorrência das restrições da Covid-19, Reg Lewis comemorou seu aniversário na casa de repouso Forder Lane House, localizada em Devon, na Inglaterra. Ele tem três filhos idosos: duas mulheres, Gil e Sylvia, de 75 e 70 anos, respectivamente; e Mike, que completou 72.

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Ao lado de amigos e cuidadores, a administração do abrigo fez uma festa surpresa para o centenário, com direito à velas e cartão de feliz aniversário. "Meu pai está muito feliz ali e sempre diz que está sendo muito bem cuidado", agradeceu Mike.

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