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A Paris Filmes divulgou o primeiro trailer de “O Grande Sertão”, novo filme estrelado por Caio Blat, com direção de Guel Arraes (O Auto da Compadecida). O longa é baseado no livro “Grande Sertão: Veredas” (1956), do escritor brasileiro Guimarães Rosa (1908-1967). A previsão de estreia nos cinemas é em 2024.

A trama se passa numa comunidade periférica chamada “Grande Sertão”, onde ocorre uma luta entre policiais e bandidos. Riobaldo entra para o crime por amor a Diadorim, porém ele não tem coragem de revelar sua paixão. Diadorim é um personagem de identidade misteriosa. A história aborda temas como escolhas morais, dilemas éticos, lealdade e vida.

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O elenco é formado por: Luisa Arraes, Rodrigo Lombardi, Eduardo Sterblitch, Luis Miranda e Luellem de Castro. Guel Arraes também escreve o roteiro ao lado de Jorge Furtado (O Homem que Copiava). A produção executiva é de Adriana König, Carol Scalice e Luciano Salim, com trilha sonora de Beto Villares.

Esta é a segunda adaptação do título, a primeira foi em 1965. O Grande Sertão é uma co-produção da Paranoid junto a Globo, com distribuição da Paris Filmes. Assista ao trailer abaixo:

João Guimarães Rosa (1908-1967) nasceu no dia 27 de junho, há 114 anos em Cordisburgo, Minas Gerais. Escritor, médico e diplomata, ocupou a Cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras e quase foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura. Considerado um dos maiores nomes do Modernismo, Guimarães Rosa legou à literatura brasileira muito neologismo e regionalismo - a linguagem popular de sua terra natal está sempre presente em seus livros. "Grande Sertão: Veredas" é sua obra definitiva, mas há outras obras valiosas que merecem ser conhecidas.  

Primeiras Estórias (1962)

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Composto de 21 contos ambientados na zona rural, trata de temas como a busca pela felicidade, autoconhecimento e “as maneiras de se conviver com a inevitável finitude da vida”. Um dos capítulos mais famosos do livro “A Terceira Margem do Rio”, foi adaptado para o cinema por Nelson Pereira dos Santos em 1994. Pedro Bial também fez um filme baseado em cinco contos da obra intitulado “Outras Histórias” em 1999.

Sagarana (1946)

Obra de estreia de Guimarães Rosa. Possui nove contos ambientados no Estado de Minas Gerais. A maior parte do livro é narrada em terceira pessoa - seja por humanos ou animais, característica inovadora na época. Embora foque no ambiente sertanejo, também aborda  temas universais como amor, traição, saúde, religião, morte e etc. 

Grande Sertão: Veredas (1956)

Em 1952, Guimarães realizou uma longa viagem ao Mato Grosso. Lá ele conheceu os cenários, personagens e histórias que mais tarde iria recriar em “Grande Sertão: Veredas”, seu primeiro e único romance, tornando-se um de seus livros mais famosos, e uma das obras mais importantes da literatura brasileira. Em 1956, venceu o Prêmio Machado de Assis, do Instituto Nacional do Livro.

Possui duas adaptações: um filme (1965) estrelado por Milton Gonçalves e uma minissérie na TV Globo (1985), protagonizada por Bruna Lombardi, Tony Ramos e Tarcísio Meira .

Para além da interpretação de texto, as questões do caderno de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) exigem que os candidatos tenham o conhecimento sobre autores e obras da cultura brasileira. O professor Diogo Xavier comenta que as questões nem sempre abordam os aspectos literários, mas apresentam relação com a linguística. Diogo ressalta que os feras precisam ficar atentos às características estéticas e sociais das obras. 

O docente salienta que os candidatos devem prestar atenção nos temas relacionados à estética dos escritores e obras, assim como, a poeticidade e construção do texto. “Ultimamente a prova de linguagens, no que se refere à literatura, cobra dos candidatos questões atreladas às questões sociais, linguísticas e estéticas. Um exemplo disso é a poética de João Cabral de Melo Neto, que apresenta uma carga social e estilística forte". Em entrevista ao LeiaJá, o docente listou os principais autores presentes no exame. Confira:

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Prosa

Clarice Lispector - Escritora da terceira fase do modernismo brasileiro, chamada de "Geração de 45", Clarice nasceu na Ucrânia, mas ainda criança veio morar com a família no Brasil. Possui um estilo marcado pela inovação. Em sua literatura, os sentimentos e sensações dos personagens estão presentes, assim como, características intimistas e a representação do pensamento é feita de forma representação do pensamento não é feita de forma linear. Entre as obras mais conhecidas estão ‘Laços de Família’ e ‘A Hora da Estrela’.

Machado de Assis - De origem humilde, o escritor recebeu pouca educação formal e desempenhou diferentes funções, tais como: tipógrafo, editor de gravação, jornalista. Suas obras apresentam ironia e senso de humor para retratar os costumes da sociedade brasileira. Além disso, Machado mostra uma narrativa única e trava um diálogo com os leitores. Dentre as suas temáticas estão a escravidão, filosofia, ciúmes, mulher, papéis sociais, solidão. As obras mais conhecidas são Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro.

José de Alencar -  Classificado como um escritor da primeira fase romantismo brasileiro, Alencar possuía obras que apresentavam características realistas. Essas são classificadas em indianistas, históricas ou urbanas. Além disso, suas obras representava a cultura do povo, a história e as regiões brasileiras com uma linguagem, que para muitos, foi considerada inovadora para a época. Nas narrativas urbanas, costumava tecer críticas à sociedade, presente no livro Senhora. As obras indianistas, como em Ubirajara, Iracema e O Guarani, Alencar apresenta a figura do índio de forma idealizada. Já nas histórias regionalistas, ele fala dos costumes do campo, retratando o interior de São Paulo, os Pampas e o Sertão nordestino.

Guimarães Rosa – Representante da terceira fase do modernismo, o escritor apresenta uma escrita carregada de regionalismos, influenciada pela linguagem popular, recriando a linguagem com neologismos. Os costumes sertanejos e a paisagem são mostrados nas histórias. Assim como a figura do sertanejo é apresentado de forma a caracterizar o ser humano, seus percalços e lutas. Guimarães Rosa se consagrou na literatura brasileira após a publicação das obras Grande Sertões: Veredas e Corpo de Baile.

Ariano Suassuna – Um dos grandes nomes da cultura nordestina, o escritor e dramaturgo fundou o Movimento Armorial, na década de 70, cujo objetivo era apresentar a cultura popular em suas diversas faces. Pertencente a terceira fase do modernismo, sua produção carrega características da improvisação e do texto popular e mescla elementos do simbolismo, barroco e literatura de cordel. As obras ‘O Auto da Compadecida’, ‘O Santo e a Porca’ e ‘O Romance da Pedra do Reino’ se configuram como as mais discutidas.

Poesia

João Cabral de Melo Neto - Pertencente à geração de 45 do modernismo, João Cabral de Melo Neto apresenta em suas poesias características surrealistas, o rigor formal, formas fixas e versos ritmados. Desprendida de sentimentalismo, as obras descreviam as ações reais e possuíam um caráter construtivista. Uma de suas obras mais importantes é “Morte e Vida Severina”, que narra as pelejas do sertanejo.

Carlos Drummond de Andrade – Com características da segunda fase do movimento modernistas, Drummond apresenta nas poesias versos livres, sem métrica, concretas e com linguagem mais popular. Com uma escrita ácida, com versos irônicos e sarcásticos, o mineiro também teve uma fase mais social. Em seus poemas, ele escrevia sobre a terra natal e falava sobre angústia em relação ao futuro. As obras ‘A Rosa do Povo’, Sentimento do Mundo’ e o poemas ‘No meio do caminho’ são os mais icônicos.

Oswald de Andrade – Fundador do movimento modernista, iniciado na Semana de Arte Moderna, em 1922, Oswald de Andrade escreveu os primeiros textos com estilo modernista como o “Manifesto Antropófago” e “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”. Caracterizada pó pregar a liberdade na construção do texto, o autor buscava criar e apresentar uma identidade nacional nas obras.

Cecília Meireles -  Autora da segunda fase do modernismo, Meireles utilizava técnicas tradicionais na construção dos versos, sonetos. Em suas poesias estão presentes temas como morte, o amor, o efêmero e o eterno. Suas obras apresentavam influências dos movimentos simbolista, romântico e parnasiano. “Romanceiro da Inconfidência”, “Viagem” e “Ou isto ou aquilo” são algumas obras que marcam a carreira da poetisa. 

O Grupo Engenho de Teatro realiza as últimas apresentações da primeira temporada do espetáculo Mariano, irmão meu nesta semana. As sessões acontecem nesta quarta (26) e quinta-feira (27), às 20h, no Teatro Marco Camarotti, no Sesc Santo Amaro.

A peça, que conta a história de dois irmãos marcados pela ausência da mãe, lutando para sobreviver e tentando a todo custo não esquecer os afetos, tem encenação assinada por Eron Villar e texto de Alexsandro Souto Maior. 

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Com direção musical de Kleber Santana, o espetáculo tem como fonte de inspiração os poetas Guimarães Rosa e Manoel de Barros. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), à venda na bilheteria do Teatro Marco Camarotti. Cada pessoa que comprar um ingresso no valor inteiro ganha outro para a mesma noite de apresentação.

Serviço

Espetáculo Mariano, irmão meu 

Quarta (26) e Quinta (27) l 20h

Teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro)

R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

(81) 3216 1728

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