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A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) negou neste sábado, 5, que vá disputar cargo político nas eleições de outubro. Ela foi às redes sociais rebater rumores sobre sua relação com Luiz Inácio Lula da Silva, que vinha mostrando sinais de desgaste, e sobre sua situação na legenda. A petista disse não se sentir isolada na sigla e classificou seu convívio com o ex-presidente como "inabalável".

"Não me sinto isolada pelo Partido dos Trabalhadores. Não adianta quererem fazer intriga entre mim e o presidente Lula. Nossa relação de confiança já foi testada inúmeras vezes e é inabalável", publicou Dilma.

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Em entrevistas recentes, porém, Lula vem direcionando críticas veladas à sua sucessora no Planalto. Em 26 de janeiro, o líder petista afirmou que ela peca ao não ter "jogo de cintura" e "a paciência que a política exige", sinalizando que não deve trazê-la para algum cargo no governo caso seja eleito.

"Na minha opinião, a companheira Dilma erra na política. Ela não tem a paciência que a política exige que a gente tenha para conversar e atender as pessoas mesmo quando você não gosta que a pessoa está falando", disse o ex-presidente à rádio CBN.

O papel de Dilma na campanha petista passou a ser questionado sobretudo depois da ausência da petista no jantar que reuniu Lula e Geraldo Alckmin, realizado em dezembro de 2021. À época, o ocorrido gerou especulações de que o PT estaria tentando "esconder" a ex-presidente para evitar desgastes à campanha presidencial deste ano. Ela foi alvo de impeachment em 2016 e a condução da política econômica em seu governo também é contestada.

O presidente do Brasil, Michel Temer (MDB), pode até ser considerado o político mais impopular do mundo, atrás até mesmo do venezuelano Nicolás Maduro, como indicou uma pesquisa do grupo de análise política Eurasia. No entanto, parece que o emedebista é “inabalável”: afora as denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República, já são 27 pedidos de impeachment protocolados contra ele. 

O último pedido foi iniciativa do senador do Amapá Randolfe Rodrigues (Rede), justificado por uma suposta propina em dinheiro vivo que teria acontecido por meio da esposa do coronel João Baptista Lima Filho. O coronel, que é amigo de Temer, segundo a denúncia, teria pago pela reforma na residência da filha de Temer. 

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Figurando em escândalos políticos, Temer parece ser dono de um poder silencioso. A ajuda do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), para afastar qualquer tipo de ameaça tem sido fundamental até o momento. Na Casa, até o final do ano passado, onde constavam 26 pedidos de impeachment, um foi arquivado e os demais 25 engavetados. 

Maia, que é o responsável por dar a palavra final sobre a abertura ou não do pedido de afastamento, chegou a afirmar por meio de nota ao jornal O Globo, que “os temas do impeachment foram superados na votação das duas denúncias apresentadas pelo Ministério Público” e que também foram arquivadas na Câmara. 

As votações ao qual Maia se refere são sobre as denúncias da PGR contra o presidente por corrupção passiva, após delações premiadas da JBS, mas que foram arquivadas na Câmara. A delação da JBS, no ano passado, foi estopim para a maioria dos pedidos de impeachment. 

Os insatisfeitos com o governo acreditaram que, com a posterior divulgação de um suspeito áudio no qual Temer teria dado aval à compra do silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, começaria o seu “fim”. O empresário Joesley, presidente da JBS, teria gravado sem o conhecimento de Temer a conversa no Palácio do Jaburu.

Na conversa, Temer teria ouvido do empresário Joesley que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Funaro uma mesada na prisão para ficarem “calados”. Temer teria se mostrado a favor ao fazer uma declaração que ficou marcada: “Tem que manter isso, viu?”. Na época, por meio de comunicado, ele confirmou o encontro com Joesley Batista, mas disse que “jamais” solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e de Funaro. “Não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República”, destacava parte do texto. 

Até mesmo o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, protocolou um pedido “por prática de infrações político-administrativas ensejadoras de crime de responsabilidade”. A OAB chegou a afirmar que a conduta do presidente foi “incompatível” com o cargo que ele ocupa. 

Um traidor 

Vale destacar que Michel Temer assumiu oficialmente a Presidência da República no dia 31 de agosto de 2016, após o histórico impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), acusada de ter cometido crimes de responsabilidade fiscal, as chamadas “pedaladas fiscais”. 

Em seu primeiro pronunciamento como presidente, Temer chegou a dizer que o momento era de “colocar o Brasil nos trilhos”. “Espera-se que nesses dois anos e quatro meses nós façamos aquilo que temos alardeado, ou seja, colocar o Brasil nos trilhos”, ressaltou na ocasião. 

Dilma Rousseff chegou a dizer que jamais esperava que Temer fosse um traidor , durante uma entrevista a Al Jazeera, maior rede de televisão do mundo árabe. “A traição, no nosso caso, não é pessoal. A nossa traição é política neste caso. Ele é um traidor. A mim ele traiu não com a pessoa Dilma Rousseff, ele me traiu enquanto presidente da República. Ele traiu uma Instituição e, mais, ele traiu uma campanha porque nós fomos eleitos com um programa”, lamentou. 

Nem mesmo os inúmeros protestos realizados em cidades brasileiras contra as propostas do governo Temer e greves como a que “parou” o Brasil, no dia 28 de abril de 2017, fez com que ele fosse afastado. Ao contrário, deixou diversos recados. “Haja ou não protestos, o Brasil continuará trabalhando”, avisou. 

Apesar de todo esse contexto, o emedebista já foi cotado para ser candidato a reeleição no pleito de outubro. Na madrugada desta terça-feira (7), ao programa entrevistas Poder em Foco, do SBT, ele admitiu a possibilidade de desistir de concorrer à reeleição e apoiar um candidato de centro. 

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