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O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, se declarou "chocado com a indiferença" diante dos milhares de migrantes que morrem a cada ano no planeta nas rotas migratórias.

Ele também fez um apelo por ações rápidas diante da mudança climática.

"Não precisamos de mais avisos. O futuro distópico já está aqui. Precisamos de medidas urgentes agora", afirmou.

"A mudança climática está levando milhões de pessoas para a fome. Está destruindo esperanças, oportunidades, lares e vidas. Nos últimos meses, os alertas urgentes viraram realidades letais de maneira repetida em todo o mundo", disse Türk no discurso de abertura da 54ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos em Genebra.

Türk fez as declarações após o fracasso do G20 no fim de semana em aprovar uma declaração com um pedido pelo fim do uso das energias fósseis.

O Alto Comissário também criticou a indiferença com os milhares de migrantes que morrem durante as tentativas de conseguir uma vida melhor.

"Estou chocado com a indiferença que se manifesta diante das mais de 2.300 pessoas que foram declaradas mortas ou desaparecidas no Mediterrâneo este ano, incluindo mais de 600 em apenas um naufrágio nas costas da Grécia em junho", afirmou.

"É evidente que um número muito maior de migrantes e refugiados morrem, sem notificação", acrescentou, antes de mencionar o Canal da Mancha, o Golfo de Bengala e o Caribe, áreas onde "pessoas em busca de proteção" são expulsas, denunciou.

Türk também criticou a situação na fronteira entre Estados Unidos e México, onde as expulsões e processos de devolução acelerados provocam muitas dúvidas.

Em participação ao programa de televisão BeIN Sports, da Inglaterra, o ex-jogador Kaká criticou a forma como alguns torcedores brasileiros tratam os ídolos do futebol no País. O pentacampeão mundial, que está no Catar para acompanhar a Copa do Mundo, citou como exemplo Ronaldo Fenômeno, que, nas palavras do ex-meia do Milan, "é só mais um gordo andando na rua" aos olhos da torcida brasileira.

"Nós, brasileiros, às vezes, não reconhecemos nossos talentos. Se vocês virem o Ronaldo Fenômeno andando por aqui, vão pensar 'uau', porque ele é algo diferente. No Brasil, é só um mais um gordo andando pela rua", comentou Kaká, para espanto do apresentador do programa, Richard Keys.

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Em seguida, Kaká recuou no tom crítico da sua fala e disse que "vários brasileiros amam o Ronaldo". Porém, com a ressalva de que o ex-atacante, artilheiro do pentacampeonato em 2002, é mais respeitado fora do País do que dentro do Brasil.

"É claro, vários brasileiros amam o Ronaldo, eu amo o Ronaldo, mas é diferente a forma como ele é respeitado no Brasil e aqui fora. Eu vejo mais respeito com ele fora do país do que lá", disse. Os dois ex-jogadores assistiram juntos, das tribunas do Stadium 974, à partida do Brasil contra a Suíça no Catar.

O assunto da discussão veio à tona quando Kaká foi perguntando se os brasileiros acreditam que a seleção de Tite tem chances de conquistar o hexacampeonato no Catar. O último brasileiro eleito melhor do mundo respondeu que há muitos no País que não torcem para o Brasil e que, possivelmente, parte dos torcedores não gostam de Neymar por motivos políticos - o camisa 10 da seleção brasileira já admitiu publicamente ser eleitor do presidente Jair Bolsonaro.

"Neste momento, muitas pessoas no Brasil estão falando sobre o Neymar, mas de uma forma negativa", disse Kaká. "Talvez seja por política. Mas nós, brasileiros, às vezes não reconhecemos nossos talentos", completou o ex-jogador após ser interrompido por outros membros da bancada para questioná-lo sobre as razões de brasileiros não gostarem de Neymar.

Kaká tem sido um dos pivôs de uma discussão pública que envolve Walter Casagrande, os jogadores que participaram do pentacampeonato e o jornalista Tiago Leifert. O ex-comentarista da Globo, e colunista do portal Uol, criticou alguns campeões mundiais, como Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo, Kaká e Ronaldo por acompanharem os jogos das tribunas dos estádios e ficarem distantes da torcida brasileira durante a Copa do Catar.

Contrariados, Kaká e Marcos rebateram as críticas de Casagrande, que retrucou em novo texto, acusando ambos de serem "apoiadores de um golpe contra a democracia", associando-os ao presidente Bolsonaro. O jornalista Tiago Leifert, que saiu em defesa dos pentacampeões, também foi alvo das críticas do ex-atacante do Corinthians, com quem trabalhou junto na Rede Globo. Nesta quinta-feira, os antigos colegas de emissoras voltaram a trocar farpas.

O total de mortes diárias por covid-19 no País equivale à queda de três grandes aviões comerciais lotados, mas o número não choca mais. De norte a sul, brasileiros descumprem regras de isolamento social e voltam à rotina, em praias, restaurantes e festas, como se estivessem à margem da tragédia mundial. Embora a média oscile, o país está próximo de mil mortos por dia desde o começo de junho.

Em média, grandes aviões comerciais levam até 300 pessoas, entre tripulação e passageiros. No último grande acidente aéreo no Brasil, em julho de 2007 - o avião da TAM que não conseguiu pousar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e bateu no prédio -, 199 pessoas morreram e houve comoção nacional. Por que paramos de nos chocar com número tão alto de perdas na pandemia?

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Conforme o site Our World in Data, que acompanha a pandemia em tempo real pelo mundo, o Brasil está na faixa das mil mortes diárias há seis semanas, desde meados de junho. Os Estados Unidos permaneceram nessa condição por oito semanas, a partir de meados de abril. Nenhum outro país ficou nesse patamar por tanto tempo.

"É como se estivéssemos anestesiados frente ao grande número de mortes", avalia o sociólogo Rodrigo Augusto Prando, da Universidade Mackenzie. "Depois de um período de crise, todos clamam pela volta do normal e, até como sentido de autodefesa, a pessoa para de olhar o número de mortes. Cansadas, tristes, chegam à conclusão de que a vida tem de seguir, daí o termo novo normal. Estamos vivendo a normalidade dentro da anormalidade"

Para o psiquiatra Daniel Martins de Barros, professor da Universidade de São Paulo (USP) e colunista do Estadão, os brasileiros estão normalizando os óbitos. "Não estou minimizando as mortes por covid, mas todo dia no Brasil morrem mais de três mil pessoas por causas diversas. São 100 mil óbitos, mais ou menos, por mês no País. É normal que as pessoas morram. O susto da covid, o desespero que ela trazia, não era pelas mortes na sociedade", aponta. "O grande susto era o jeito que morriam, sem condições para serem atendidas por falta de vaga na UTI, então morriam dentro de casa. Era o medo porque aconteceu em alguns lugares de pessoas morrerem em casa, por medo de sair, porque não tinham assistência, etc."

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Para o filósofo Roberto Romano, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a pandemia realça a "tremenda ambivalência" humana. "Temos ao mesmo tempo gestos magnânimos, simpatias e heroísmo, mas também momentos de pequenez, egoísmo, autossatisfação com a maldade, o prazer em fazer o mal", diz. "Essa duplicidade depende muito das condições de comunicação, visualidade e proximidade do fato. Se um parente próximo estiver no Boeing que caiu, a reação é de consternação, tristeza e até de revolta. Quando o fato não está no campo visual, de percepção imediata, essa reação se torna cada vez mais tênue." Na pandemia, explica, a notícia das mil mortes é só um número. "Você não vê aquilo acontecendo, como os destroços de um Boeing, das Torres Gêmeas (atentado nos EUA, de 2001)", exemplifica.

Romano define a educação como fundamental para que a sociedade reaja de forma evoluída, mesmo diante de uma tragédia. "Se você é educado para reagir de maneira mais simpática, tende a rejeitar a criminalidade que está dentro de você. Como disse (o filósofo grego) Platão, temos de ensinar aos jovens a diferença entre a caça aos animais e ao ser humano. Se não tiver lei, educação e ciência, você está em estado da natureza, um devorando o outro." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A saída repentina de Mari Palma da TV Globo, em troca da contratação pela CNN Brasil, continua dando o que falar. Desta vez, a jornalista passou despercebida pela apresentadora Ana Maria Braga no programa "Mais Você". Ana Maria exibiu na manhã desta terça-feira (23) a última matéria de Mari, já afastada da emissora. Durante a apresentação do conteúdo, a loira optou por não citar o nome da sua ex-repórter. 

"Agora eu vou falar de um negócio que interessa a todo mundo. [...] A gente foi dar uma volta pelas ruas para tentar entender como é que os jovens estão lidando com a questão do dinheiro. Não é uma questão fácil. Vamos ver", disse Ana Maria Braga. Mari Palma fez uma matéria abordando a relação dos jovens com o dinheiro.

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Assim como fez Mari, Phelipe Siani pediu demissão do Grupo Globo na última semana. Contratado pelo canal londrino, com sede no Brasil, o casal celebrou nas redes sociais os novos projetos. "Sério, a gente tá muito, muito feliz. Somos os novos apresentadores da CNN Brasil. Se alguém tivesse me dito isso alguma vez na vida, dificilmente eu acreditaria. Valeu, galera! O céu é o limite!!!", escreveu Phelipe.

O Papa Francisco pediu aos governos que impeçam a propagação dos conflitos e reduzam as dívidas dos países mais pobres, em sua mensagem anual pela paz, na qual critica a indiferença de um mundo saturado pela informação.

A mensagem, publicada nesta terça-feira (15) e intitulada "Vença a indiferença e conquiste a paz", será lida em todas as igrejas no dia 1º de janeiro de 2016, por ocasião do Dia Mundial da Paz.

A carta menciona o que Francisco costuma denunciar como "uma terceira guerra mundial em fases", falando "das guerras e dos atentados terroristas, com suas trágicas consequências, os sequestros de pessoas, as perseguições por motivos étnicos ou religiosos" que marcaram 2015.

Mas denuncia principalmente uma indiferença que "superou decididamente o âmbito individual para assumir uma dimensão global". Ao final do texto, o papa fez um triplo apelo aos dirigentes políticos.

Para começar, devem evitar "arrastar outros povos para conflitos ou guerras que que destroem não apenas as riquezas materiais, culturais e sociais, como também - e por muito tempo - a integridade moral e espiritual".

Em seguida, devem trabalhar para "abolir ou gestionar de maneira sustentável a dívida internacional dos Estados mais pobres". E, por último, "adotar políticas de cooperação (...) respeitosas dos valores das populações locais e que, em qualquer caso, não prejudiquem o direito fundamental e inalienável das crianças por nascer".

A mensagem denuncia "uma certa saturação [de informação] que anestesia e, em certa medida, relativiza a gravidade dos problemas".

"Há quem esteja bem informado, ouça o rádio, leia os jornais ou veja programas de televisão, mas o fazem de maneira frívola, quase por mero costume. Estas pessoas conhecem vagamente os dramas que afligem a humanidade, mas não se sentem comprometidas, não vivem a compaixão", conclui o papa em sua mensagem.

Depois da conquista da Copa das Confederações, a mesa virou e a confiança brasileira é predominante na conquista do hexacampeonato. Entretanto, não significa que a torcida ficará frustrada em caso de derrota. De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), 45,6% dos recifenses declaram ser indiferentes a um tropeço da seleção comandada pelo técnico Felipão no Mundial.

Em pesquisa realizada no Recife, nos dias 6 e 7 deste mês de março, a maioria dos entrevistados afirmaram estar torcendo pela seleção brasileira: 48,3% declaram apoio intenso a Neymar e companhia durante o Mundial. Outros 26,3% responderam que apoiam a equipe brasileira, mas não muito. Já 18,7% se mostraram indiferentes e 3,6% afirmaram ser contrários ao Brasil.



Os recifenses também se mostraram indiferentes em caso de outra derrota da Seleção, em solo brasileiro, como aconteceu em 1950, quando perdeu a final para o Uruguai. Dos entrevistados, 45,6% reveleram ser indiferentes a um possível tropeço da equipe de Felipão na Mundial e outros 2,4% afirmara ficar "muito felizes".

Durante o mês de fevereiro, o treinador da Canarinho lembrou do Maracanaço como um legado positivo para o Brasil. "Aqueles jogadores foram os precursores dos cinco títulos que tivemos. Tomara que estejamos numa final no Maracanã relembrando 1950”, disse Felipão.


Em caso de conquista do Mundial, o número de recifenses que se mostram felizes é maioria (30,4%). Entretanto não leva tanta vantagem diante dos torcedores que se mostraram indiferentes, também, ao resultado positivo: 24,9%. Outros 2,3% ainda declararam que ficarão muito infelizes com o hexacampeonato.

 

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