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Nesta última quinta-feira (16), Paulinho sofreu intolerância religiosa. O jogador, que é praticante do Candomblé, foi vítima de comentários preconceituosos de torcedores brasileiros nas redes sociais. O fato aconteceu após o atacante entrar em campo na derrota da Seleção Brasileira por 2x1 contra a Colômbia.

O Atlético-MG veio a público nesta sexta-feira (17), prestar nota de apoio ao jogador. Paulinho tem 23 anos e atualmente é o artilheiro do Brasileirão, com 17 gols. O atleta sempre demonstrou sua fé, quando foi convocado pela Seleção Canarinho, fez questão de agradecer a Exú. “Nunca foi sorte, sempre foi Exú”, na postagem feita no início do mês de novembro, ele ainda agradeceu ao Galo e a sua família. 

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Na nota postada pelo Atlético-MG, o clube destaca que, “a intolerância religiosa é crime e deve ser combatida por todos”. Além do Galo, o Vasco, clube que revelou Paulinho, também saiu em defesa do atleta. A Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel também prestou solidariedade ao atacante. 

Veja a nota completa do Atlético:

"A intolerância religiosa é crime e deve ser combatida por todos. O Galo repudia veementemente os ataques destinados ao nosso atleta Paulinho, nas redes sociais, durante a partida da Seleção Brasileira. Força, Paulinho. Que sua fé te proteja da maldade alheia!".

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O Dia Nacional da Umbanda será comemorado neste 15 de novembro, mas existe uma questão forte a enfrentar. A intolerância religiosa é uma preocupação entre seus seguidores. O pai Fernando D’Oxum, da Tenda Espírita São Lázaro, do bairro Pita, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, disse que nos anos 1980 houve uma expansão da religião no Brasil, mas a partir daí ocorreu um "grande processo negativo por parte de integrantes de algumas igrejas pentecostais, que começaram a demonizar esta religião".

Segundo o babalorixá, dos anos 2000 para cá, a religião afro-brasileira vem ressurgindo. “Até por causa de uma escola muito poderosa, que é a escola paulista que nos ajudou muito na divulgação do culto no Brasil, e hoje está espalhada no país todo, com grande força em São Paulo, Rio de Janeiro e não posso tirar a grande força também que é a do Rio Grande do Sul”, afirmou.

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A preocupação é dividida com o pai Wilker Jorge Leite Filho, do Templo Umbandista Estrela do Amanhã (Tueda), de Bangu, na zona oeste do Rio, para quem a intolerância atualmente não ocorre mais de uma forma velada. “Isso existe, e acho que vai existir sempre. Se estamos em um planeta de prova e expiação, se estamos ainda crescendo aqui no planeta Terra, ainda tem uma mistura muito grande de espíritos com entendimento, espíritos sem entendimento, então, essa ignorância ainda vai existir por muito tempo”, ressaltou.

Ocorrências

Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro indicam que, em 2021, houve 33 ocorrências de ultraje a culto religioso em todo o estado do Rio de Janeiro. Em relação a 2020, representa um aumento de 10 casos.

Naquele ano, as delegacias da Secretaria de Estado de Polícia Civil fizeram 1.564 registros de ocorrência de crimes que podem estar relacionados à intolerância religiosa, o que significa mais de quatro casos por dia. No total, estão incluídos os casos de injúria por preconceito (1.365 vítimas); e preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional (166).

De acordo com o instituto, a injúria por preconceito “é o ato de discriminar um indivíduo em razão da raça, cor, etnia, religião ou origem. Já o preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional tem por objetivo a inferiorização de todo um grupo étnico-racial e atinge a dignidade humana”.

“A tipificação criminal é determinada pela ridicularização pública, impedimento ou perturbação de cerimônia religiosa”, destacou o ISP, que tem o objetivo de mostrar para a sociedade que intolerância religiosa é crime e tem que ser denunciada.

Tendas

Outra dificuldade desta religião é saber quantas tendas e casas de santo existem no Brasil. Pai Fernando D’Oxum disse que não tem a informação de quantas estão instaladas no país, mas, atualmente, em São Gonçalo são cerca de 400. O líder espiritual defendeu a realização de uma pesquisa que possa identificar a localização das casas de santo e qual é a população de povos de terreiros de umbanda no país

“Seria maravilhoso se a gente conseguisse mapear, mas por conta da violência, alguns terreiros escolhem ficar absolutamente escondidos, porque têm medo de que, uma vez expostos, esses grupos neopentecostais agressivos possam ir lá e depredar o patrimônio. Tem uma discussão sobre violência a ser feita ainda”, ressaltou.

Segundo Fernando D’Oxum, é difícil verificar o número de umbandistas no Brasil. “As pessoas, em um censo, por exemplo, não dizem que são umbandistas, elas se dizem espíritas, e aí já começa uma grande confusão. Esta tem sido uma batalha nossa para que o umbandista se reconheça como umbandista e não como espírita. Fora os que no censo se dizem católicos, porque têm um acesso mais facilitado.

Para o pai Fernando D’Oxum, a Umbanda é uma religião que nasceu na cidade de São Gonçalo e foi anunciada pelo médium Zélio Fernandino de Moraes, no dia 16 de novembro de 1908, embora, na véspera, o médium tenha feito uma manifestação na cidade vizinha Niterói, data que acabou sendo marcada como Dia da Umbanda.

“É uma religião brasileira que a gente entende como 100% brasileira, com influências do povo indígena, dos hindus e de várias vertentes da religiosidade brasileira e, logicamente, do catolicismo. É uma religião que se predispõe à caridade, à prática de ajuda ao outro e que hoje está presente em quase todos os continentes. Uma religião que avançou mundo à fora”, disse pai Fernando.

Sincretismo

Na visão do babalorixá, a umbanda toma um pouco a vertente da matriz africana do candomblé quando começa a reconhecer e adaptar os orixás, que são os guias, e que chegaram com os negros do povo da áfrica no Brasil.

Além disso, tem o sincretismo, que surgiu da necessidade das pessoas escravizadas associarem um orixá a um santo da igreja católica. Foi assim que São Sebastião é Oxossi, São Jorge é Ogum, Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá, Nossa Senhora da Conceição é Oxum e Santa Bárbara é Iansã, entre outros. Assim, os escravizados podiam professar a sua fé nas fazendas onde viviam.

De acordo com pai Fernando, o sincretismo vem se modificando ao longo dos anos e, atualmente, algumas casas não fazem mais altares com santos católicos. “Algumas casas de Umbanda não fazem mais sincretismo nos altares, ou seja, os santos católicos em algumas casas já não estão mais presentes nos altares.”

Por considerar São Gonçalo como o berço da umbanda, que é muito poderosa na cidade, diante dos desafios desta religião, o babalorixá propõe a criação de uma lei municipal que determine a inclusão dela no calendário oficial da cidade.

Preservação

Pensando em preservar o patrimônio histórico, a tenda espírita criou o projeto do Museu da Umbanda, que ainda não tem uma sede física, mas vem avançando desde 2009. Pai Fernando destacou que uma peça importante desse patrimônio foi perdida com a demolição da casa do médium Zélio Fernandino de Moraes, em Neves, bairro de São Gonçalo, onde a Umbanda foi anunciada em 1908. A prefeitura da época não realizou a desapropriação do imóvel.

Renovação

A Tenda Espírita São Lázaro não faz iniciação de crianças e adolescentes. Lá, somente aos 18 anos podem ser iniciados, mas antes disso, a partir dos 13 anos podem participar do grupo jovem Bala e Pimenta onde recebem informações sobre a Umbanda e a doutrina espírita.

“A missão do grupo é sempre difundir a nossa doutrina. O que a Umbanda é realmente com seus preceitos tudo que realmente prega até mesmo para nós, jovens, espalharmos no nosso meio o que é a Umbanda realmente e tirar um pouco do preconceito. O grupo é para expandir a nossa doutrina entre os jovens do nosso terreiro”, afirmou o estudante Samuel Salustiano da Costa, 17 anos, o coordenador do grupo.

“Nesse momento, de descobrir o que eu quero ser, qual o caminho que vou seguir na minha vida, a umbanda me ajuda muito nessa fase de jovem, O que a religião passa e mais me representa é a inclusão, o estender a mão a todos, o amor incondicional e a caridade”, revelou Samuel.

O contato do pai Wilker com a umbanda foi com a própria família que seguia esta religião. Com 16 anos ele começou a desenvolver a mediunidade e com 19 anos fez a coroação para babalorixá. “Sempre foi permitido a mim olhar, ter contato com outras crenças religiosas, mas eu já nasci umbandista. Sempre gostei desde pequenininho. Não me lembro com interesse em outras. Pela minha criação e o que meus pais me passaram sempre respeitei, visitei Igreja Católica, protestante por convite, mas a minha convicção sempre foi umbandista”.

Celebrações

A umbanda tem também muito a celebrar pelos seus 115 anos. Para isso, foi elaborada uma longa programação para comemorar sua participação entre as representações religiosas no Brasil.

Em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, a prefeitura, por meio da Comissão da Semana da Umbanda, criada para organizar as celebrações, preparou uma agenda que começou na segunda-feira (13) com o debate Legalização e Justiça - um caminho possível para o fim das violências contra os povos de terreiro. O evento foi realizado na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), naquele município.

A programação tem ainda a exposição Pelos Caminhos da Umbanda, no hall principal da Câmara Municipal de São Gonçalo, promovida pelo Instituto Carta Magna da Umbanda. A ideia da mostra, que vai até amanhã (16), foi apresentar a construção da religião brasileira de matrizes africanas e indígenas, a partir de suas práticas, ritos, territórios e historicidade.

Também amanhã, às 17h, durante uma sessão solene em homenagem às lideranças da umbanda na Câmara Municipal de São Gonçalo, os homenageados receberão a medalha Zélio Fernandino de Moraes.

Na sexta-feira (17), haverá um show do cantor e compositor gonçalense Altay Veloso, no Teatro Municipal de São Gonçalo, às 19h. A apresentação vai terminar com a bateria da escola de samba Porto da Pedra. Os shows serão gratuitos e sujeitos à lotação.

Encerrando a programação da semana, no sábado (25), será o momento do Encontro dos Povos de Terreiros de São Gonçalo, das 14h às 20h, na Praça Zélio Fernandino de Moraes, Marco Zero da Umbanda, no bairro de Neves. Lá, as homenagens serão dirigidas a lideranças religiosas, com o Banda com Banda, cerimônia de hasteamento da bandeira da umbanda e uma feira de artesanato e gastronomia.

Silvana Taques está sendo investigada em um caso de intolerância religiosa. A mãe de Larissa Manoela foi acusada após ter chamado a família do genro de macumbeira em uma mensagem enviada à atriz. Vale lembrar que os pais de André Luiz Frambach, noivo de Larissa, são espíritas.

Na troca de mensagens, Silvana diz o seguinte:

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"Você fez as suas escolhas e eu também. E continua: Esqueci de te desejar... que você tenha um ótimo natal aí com todos os guias dessa família macumbeira".

Segundo informações do colunista Leo Dias, os advogados de Silvana afirmam que não há provas o suficiente para incriminá-la.

As autoridades da Índia prometeram no sábado, 26, tomar medidas depois de uma professora primária do norte do país ter ordenado aos seus alunos que se revezassem para bater em um colega muçulmano. A cena foi gravada e provocou indignação nas redes sociais.

A filmagem mostra uma professora de uma escola particular em Uttar Pradesh ordenando, na quinta-feira, 24, que seus alunos batessem em seu colega de sete anos, supostamente porque ele errou na tabuada. "Investigamos e descobrimos que a mulher afirmou no vídeo que os estudantes muçulmanos são mimados pelas mães e não prestam atenção aos estudos", disse o Superintendente de Polícia de Muzaffarnagar, Satyanarayan Prajapat, em um comunicado em vídeo.

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"Por que você bate tão pouco nele? Bata nele com força", ouve-se as crianças dizendo, enquanto o colega fica chorando. "Ele começa a bater na cintura dele (…) o rosto dele está ficando vermelho, bate mais na cintura", acrescentou. O menino de sete anos agredido chora enquanto vários de seus colegas se revezam para agredi-lo, instigados pela professora.

O superintendente de polícia Satyanarayan Prajapat disse que a filmagem foi verificada. "Serão tomadas medidas cabíveis contra a professora", afirmou em vídeo divulgado nas redes sociais. O pai da vítima apresentou queixa à polícia distrital de Muzaffarnagar, onde ocorreu o incidente, informou o magistrado em outro vídeo.

O acontecimento gerou uma onda de indignação no país asiático, onde políticos e cidadãos denunciaram o que aconteceu em Muzaffarnagar em meio a uma crescente atmosfera de ódio contra as minorias, especialmente os muçulmanos, que representam cerca de 15% da população indiana.

Grupos de direitos humanos alertam que os crimes de ódio e a violência contra a minoria muçulmana da Índia aumentaram desde que o primeiro-ministro nacionalista hindu, Narendra Modi, chegou ao poder em 2014.

O líder da oposição, Rahul Gandhi, culpou o partido governante Bharatiya Janata (BJP) por alimentar a intolerância religiosa no país de maioria hindu. "Semeando o veneno da discriminação nas mentes de crianças inocentes, transformando um lugar sagrado como a escola num mercado de ódio", postou ele no X (antigo Twitter).

"Não há nada pior que um professor possa fazer pelo país", acrescentou. "Este é o mesmo querosene espalhado pelo BJP que incendiou todos os cantos da Índia", continuou ele. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

No primeiro trimestre deste ano, a polícia civil de São Paulo registrou 181 casos de intolerância religiosa em todo o estado, o que pode passar longe da quantidade real, já que muitas vítimas preferem não recorrer às autoridades para prestar queixa.

O total representa 87,4% das ocorrências reportadas entre janeiro de 2019 e março de 2023, demonstrando que houve uma alta significativa ao longo dos anos, e sinalizando que as pessoas podem estar tendo mais estímulo para comunicar violências.

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No relatório com os números, obtidos pela Agência Brasil pela Lei de Acesso à Informação (LAI), é possível identificar que os casos de intolerância religiosa vêm em contextos de confronto físico, tipificados como "vias de fato", ameaças, injúria, difamação, lesão corporal, dano, ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo, praticar a discriminação e até mesmo violência doméstica. Por vezes, há mais de um desses crimes indicados no boletim de ocorrência, e a reportagem optou por contabilizar como um mesmo caso.

Em duas ocorrências, as vítimas que deram parte na polícia eram adolescentes. Ambos foram ameaçados. Há ainda um caso relacionado a uma tentativa de suicídio motivada por intolerância religiosa, em Campo Belo, o que evidencia o peso que as tentativas de se doutrinar e converter alguém podem ter. Várias ocorrências aconteceram no meio da rua.

Um dos locais que sofreram ataque, em março deste ano, é o terreiro de candomblé Egbé Odé Àkuerãn, que completou 12 anos de existência e fica no bairro Jardim São José, em Cajati, município de 28 mil habitantes, a cerca de 230 quilômetros da capital paulista. No boletim de ocorrência, o que ficou documentado, com citação do artigo 163 do Código Penal, foi o dano que o agressor, um vizinho do terreiro, causou à estrutura física, ao jogar um tijolo sobre o telhado local.

Lei do silêncio

Conforme relata o babalorixá que comanda o terreiro, Eric Ty Odé, de 27 anos, esse mesmo vizinho ganhou o imóvel onde mora do próprio terreiro e tem uma esposa evangélica. Segundo o líder candomblecista, em respeito à lei de silêncio, o terreiro funciona, no máximo, até as 22h30, e que o homem nem sempre demonstrou desagrado diante dos rituais realizados, o que começou apenas recentemente. "Só não machucou as pessoas embaixo porque o tijolo ficou preso no forro", observa o líder do terreiro.

Essa não era a primeira vez que o vizinho os afrontou. A polícia, inclusive, já havia sido acionada anteriormente, mas os boletins de ocorrência não adiantaram. Além disso, o vizinho praticava o ataque e entrava correndo em casa, o que dificultava a ação dos agentes, e chegou a intimidar os frequentadores, segundo o babalorixá.

"Até que perdemos a paciência e abrimos um processo contra ele, por danos morais e danos patrimoniais, que está correndo na justiça. Foram registrados seis boletins de ocorrência. Ele ameaçava as pessoas que iam ao terreiro, ficava armado na rua, andando para lá e para cá, chamando os integrantes da casa para ir lá conversar", acrescenta.

Medo e perseguição

Vanessa Alves Vieira, coordenadora do Núcleo de Diversidade e Igualdade Racial da Defensoria Pública de São Paulo, afirma que, de fato, muitos líderes de terreiro não denunciam os primeiros episódios de violência. Por detrás do medo de se oficializar a queixa, há também a desconfiança da postura da polícia, já que, conforme salienta a defensora pública, "há, às vezes, uma abordagem mais violenta, mais agressiva".

Ela ressalta que, embora o órgão não disponha de estudos que comprovem a hesitação, os servidores que fazem esse tipo de atendimento a identificam nas falas dos denunciantes.

"Às vezes, as pessoas demoram para denunciar por temor, por desconhecimento dos caminhos jurídicos possíveis e também por não acreditar no sistema de justiça para lidar com essas questões, que também têm um fascismo institucional e estrutural que o permeia. Muitas vezes, há esse receio sobre quais serão esses desdobramentos, se vai ter consequência ou não", diz ela, para quem o caso da demolição do terreiro de candomblé da yalorixá Odecidarewa Mãe Zana, em Carapicuíba, em dezembro de 2022, é uma história que ilustra o desrespeito e o apagamento que atingem as religiões de matriz africana.

O docente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisador Alexandre Marcussi esclarece que, quando o subtexto dos ataques não é propriamente ser contra uma religião que não pertence à linha cristã, e sim o racismo.

"Não é porque não são cristãos que os terreiros de candomblé, umbanda e matriz afro são constantemente atacados no Brasil. No Brasil, nós não temos intolerância religiosa significativa ou ataques contra praticantes do budismo, por exemplo, que também não são cristãos, mas não sofrem esse tipo de tratamento [de hostilidade]. Não é exatamente o fator religioso que está por trás. As religiões como umbanda e candomblé são atacadas porque estão historicamente associadas à África e à população negra. Por isso que a gente fala nesses casos, não apenas em intolerância religiosa, mas em um racismo religioso, porque a motivação é racial, de preconceito racial", diz Marcussi.

Ele explica que, com o fim da Segunda Guerra Mundial, os ideais de inferioridade racial, que exaltavam os brancos, deixaram de ser aceitos e, com isso, deslocou-se o racismo de um campo para o outro. Assim, o racismo assumiu apenas uma nova roupagem. Como afirma o professor da UFMG, o que era um repúdio por questões biológicas, como a cor da pele, se transforma em um repúdio cultural.

Marcussi ainda destaca que a relação entre as religiões de matriz africana e a sociedade brasileira sempre foi conflituosa. "Elas eram proibidas na época do Brasil colonial, foram permitidas durante o império, mas tratadas sempre de maneira inferiorizada e foram enquadradas criminalmente no início do período republicano, no final do século XIX, início do século XX. Muitas dessas práticas eram criminalizadas, alegando-se que eram formas de curandeirismo, charlatanismo, etc. A relação da sociedade e do Estado brasileiro com essas religiões sempre foi muito conflituosa", afirma o docente, cuja produção acadêmica orbita em torno de temas como o pensamento social africano, Brasil colonial e religiões afro-brasileiras.

Vida de sacrifícios

Eric Ty Odé recebeu, há pouco tempo, o título de Doutor Honoris Causa por sua contribuição à sociedade, em virtude dos conhecimentos sobre religiões de matriz africana. Casado com uma mulher que exerce a função de yakekerê (ou mãe pequena) do terreiro, figura que o auxilia nas tarefas, ele diz ter consciência de que ser babalorixá significa abdicar de, basicamente, todos seus planos pessoais, a fim de se dedicar exclusivamente ao funcionamento do terreiro.

"Vou te falar a realidade: a gente abdica da vida da gente para poder cuidar das pessoas e do orixá. A minha história começa aos 13 anos de idade, quando fui visitar um terreiro de umbanda, que era esse do meu avô. Eu nunca tinha ido. Então, achava aquilo fantástico. Ele tocava às sextas-feiras, pessoal de umbanda tem mania de tocar em dia de sexta. Ficavam na rua eu e meus amigos. A gente ficava ouvindo o barulho dos atabaques. Muitas vezes, a gente via meu avô passando, incorporado, pela garagem. E a gente falava...nossa, que legal, aquela coisa satânica, como o povo diz. E eu falei, um dia eu vou para ver isso, como é falar com o diabo. Porque a sociedade implanta na vida da gente que o terreiro é coisa do diabo", relata.

O terreiro Egbé Odé Àkuerãn começou, conta Eric Ty Odé, a receber as pessoas em um banheiro. Até chegar ao estágio em que está hoje, de um barracão, levou certo tempo e uma dose a mais de fé. Já chegou a reunir filhos de santo debaixo de um pé de manga, que era onde dava, na época.

Filho de Iansã e Oxóssi, o babalorixá afirma que nunca teve empecilhos com autoridades locais para abrir e registrar formalmente o terreiro, o primeiro de candomblé da cidade onde vive e ao qual vão autoridades da cidade, que apoiam as ações sociais que articula. Contudo, ele comenta que demorou para que os responsáveis pela regularização do local compreendessem que estaria sujeito às mesmas regras de templos ou igrejas de outras vertentes.

"Como é o primeiro, não sabiam como colocar nos documentos. Eu falei, não, a documentação é como se fosse de uma igreja, um templo religioso, normal. 'E a gente vai precisar cobrar imposto?'. Eu disse, não, isso é tudo conforme um templo religioso de qualquer igreja. Falaram, tá bom, a gente já conseguiu entender", lembra ele, que iniciou as atividades estando à frente de um terreiro de umbanda, religião de seu avô, que teve o seu próprio em Carapicuíba, interior de São Paulo, por 52 anos.

Eric Ty Odé recorda-se de sua primeira gira, que provocou encantamento com a umbanda. "Ali eu achei o meu lugar, porque eu fui a várias igrejas evangélicas e nunca me encontrava. Comecei a frequentar a umbanda. Com um ano, o meu avô incorporava uma entidade chamada Zé Pelintra e o Zé Pelintra disse, olha, meu filho, não tem mais muito tempo de vida aqui nessa terra e você vai cuidar disso aqui para ele. Você já pode começar isso agora. E eu encarei aquilo como um desafio, e eu adoro desafios. Comecei. Auxiliava, perguntava, onde põe essa vela, essa bebida? Como vai ser? Como não vai ser? Me ensina a abrir e fechar trabalho? Depois, eu conheci o candomblé, depois de uma visita que eu fiz. Aí, eu vi que a umbanda me completava 80% e o candomblé, 100%", afirma.

"O orixá determinou que a gente deveria se mudar da cidade de Carapicuíba para Cajati. Um desafio. Ele falou que seria aqui que eu iria construir meu nome, a minha história. Cheguei aqui, não tinha terreiro, nada. O único pai de santo da cidade", adiciona.

Contribuição ao racismo

Obter a papelada para assegurar o funcionamento dos terreiros é um dos principais obstáculos impostos por quem os marginaliza ou tenta marginalizá-los, ao mesmo tempo que se deixa de cobrar alvará de igrejas católicas e evangélicas, alerta o presidente do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro), Hédio Silva Júnior.

Ele cita, como exemplo, um caso recente que atendeu, no interior de Minas Gerais, em que a prefeitura proibiu o terreiro de umbanda de realizar rituais para Exu, orixá muito associado ao diabo, por quem desconhece as religiões de matriz africana e que busca desqualificá-las.

Ele afirma, ainda, que "a destruição do outro" sempre existiu no âmbito das religiões de matriz africana no Brasil, e que, à medida em que elas avançam e reivindicam legitimidade, há reações. Realmente, quanto mais [avançam], ainda que em um nível de organização, de defesa, de afirmação de direito incipiente, há uma contrapartida, uma resposta a isso. Agora, eu diria que, na verdade, o problema fulcral é que a intolerância religiosa no Brasil cresce absurdamente, e o que impressiona é que é envernizada por uma aura de naturalidade. Essa é que é a questão central", pondera.

Como estratégia de enfrentamento ao racismo religioso, muitas lideranças religiosas acabam adotando nomes como "casa espírita" para, de certa forma, disfarçar a natureza dos rituais que ali são realizados, pois quem procura na internet, por exemplo, pode achar que se trata de uma casa ligada ao espiritismo kardecista. Nem mesmo isso funciona, em alguns casos, para que os terreiros se protejam dos ataques.

Há diversos modos de perseguição, que podem partir das organizações e o Estado, fazendo com que o racismo institucionalizado também ganhe forma. "A intolerância religiosa não distingue nem por cor, nem por segmento religioso, é todo mundo macumbeiro. Vejo terreiros localizados em área rural, com vizinhos a uma distância significativa, de 100, 200, 300 metros, havia até com 400 metros de distância da chácara e o cara vai reclamar", diz Hédio.

"Primeiro, a instrumentalização do Estado, e aí isso se aplica a conselho tutelar. A gente teve casos de grande repercussão, de pais que perdem a guarda de filhos porque são da umbanda e do candomblé. Você tem vizinho que aciona a polícia, a prefeitura, agente fiscal e se vale, pretende valer da legislação. E aí eu sempre digo, as religiões afro-brasileiras têm que levar em consideração esse aspecto, que a lei é aplicada com muito mais rigor, e aí você tem que considerar que o país é racista", declara.

Hédio acrescenta que "há um aparelhamento da máquina pública preocupante, porque corrói a democracia, e há, certamente, uma aplicação seletiva dessa legislação. Essa legislação tende a ser, não por coincidência, mais rigorosa com os templos de religião afro-brasileira, isso é verdade", completa.

Para o presidente do Idafro, "a demonização é exclusivamente direcionada às religiões afro-brasileiras". "E o problema é que a violência simbólica, a violência verbal, da palavra, ela incentiva a violência física", argumenta.

A Agência Brasil pediu posicionamento da Secretaria da Segurança Pública sobre qual a postura que os policiais devem assumir ao atender um chamado de intolerância religiosa, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.

 

 Neste sábado (13), umbandistas de todo o Brasil comemoram o Dia dos Pretos-Velhos. O termo faz referência aos africanos escravizados no país, que mesmo com suas idades avançadas, usaram a fé e a sabedoria para resistirem ao sistema de escravidão, sendo assim, são comemorados e reverenciados no mesmo dia da Abolição da Escravatura.

Segundo o Babalorixá Pai Alan de Oxalufan (em Iorubá: Òsàlúfón), a população negra de terreiro, se utiliza do dia para cobrar igualdade de direitos, mesmo após 135 anos do fim da escravidão. "Falar sobre esse dia é muito simbólico para nós, pretos e povo de terreiros. Não existe abolição, sem haver a verdadeira liberdade ao povo, sem justiça social, equidade de direitos, saúde, educação, moradia e alimentação. Então essa abolição para de gente não aconteceu. O dia 13 de maio não é dia de negro, e sim, um dia de reinvidicar e lutar por mecanismos que nos der de fato, condições de uma vida digna, e assim, viver a nossa liberdade", afirmou.

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"Falar do dia de hoje é falar de Luís Gama, Maria Firmina, Zumbi e Dandara, que são os verdadeiros abolicionistas da nossa história. Pretos e pretas que lutaram por uma sociedade de pessoas iguais", completou o líder religioso.

Pai Alan comanda junto a sua esposa, a Mãe Zélia da Oya T'Ògún, o terreiro Ilé Asè Oya t'Ògún Dewa, que fica localizado no município de Moreno, na Região Metropolitana do Recife. O local neste sábado está reverenciando os ancestrais negros da religião.

"Lembramos neste dia dos nossos pretos velhos e pretas velhas, homens e mulheres escravizados que lutaram e prepararam o caminho para hoje possamos professar a nossa fé. Se hoje podemos falar da causa negra é porque esses ancestrais prepararam o ambiente para a gente. Eles representam o amor ao próximo, o respeito aos mais velhos e o carinho", salientou.

Essas entidades trabalham sobre o amparo de Omolú, o orixá guardião das almas, e são conhecidas por transmitirem humildade, orientação e força espiritual. Eles possuem uma especialidade em ajudar as pessoas nas questões ligadas à saúde, família e emprego. Além disso, para a tradição africana, eles possuem habilidades que desfazem magias, energias densas e "mau olhado".

Na manhã desta quinta-feira (27), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), com apoio da Polícia Militar de Pernambuco, cumpriu um mandado de prisão e um de busca e apreensão em desfavor de uma pessoa pela prática de atos de intolerância religiosa (racismo) e descumprimento de ordens judiciais na Comarca de Igarassu.

Segundo apurado no processo criminal, a pessoa presa atacava reiteradamente as religiões de matriz africana. Além disso, também responde a outras duas ações penais por racismo e homofobia, todos na Comarca de Igarassu.

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"À luz do ordenamento jurídico brasileiro, a ninguém é dado o direito de, sob o pretexto de professar a sua própria crença, oprimir e subjugar a crença de outrem, incitando o ódio. É um contrassenso invocar-se a liberdade religiosa para pregar a intolerância", diz trecho do comunicado divulgado pelo MPPE.

Com informações de assessoria

Um estudante da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) é acusado de praticar crimes de ódio contra outros alunos da instituição. Segundo a denúncia, Fábio Leonardo de Lima, do curso de geografia, expõe falas racistas, gordofóbicas e de intolerância religiosa. Além disso, as acusações afirmam que ele persegue estudantes negros e os ameaça.

Em um áudio que circula nas redes sociais, Fábio Leonardo, que também foi aluno do Conservatório Pernambucano de Música, refere-se a algumas colegas de graduação como "neguinha, gorda e a macumbeira" em meio a risadas. Em uma thread, divulgada no Twitter pelo também estudante David Alves, há o relato de uma aluna da mesma graduação que o acusado.

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"Ele falava que eu era pobre por ser do interior, falava da minha cor e do meu cabelo. Ele falava coisas do tipo “que cabelo horrível” comigo e as meninas que têm cabelos cacheado ou crespos".  Além disso, segundo as denúncias, Fábio chamou uma outra estudante negra de "empregada doméstica" e ameaçou jogar cadeiras em alunos negros.

Em entrevista ao LeiaJá, essa estudante, que é da mesma turma de Fábio, relembra que ele sempre apresentou um comportamento "soberbo". "Ele se sentia melhor do que todo mundo. Com falas bonitas, ele tentava rebaixar intelectualmente a gente. Ele era um pouco grosseiro com algumas pessoas, inclusive com uma amiga minha. A gente comentava que as grosseirias vinham a troco de nada". 

As falas discriminatórias e o comportamento agressivo de Fábio, segundo a aluna, que aceitou falar sob anonimato, começaram em novembro de 2022. "Comportamentos mais grosseiros, mais agressivos e, depois, recistas. Todo tipo de intolerância que se pode imaginar saia da boca dele (...) o auge dele explodir foi durante uma viagem de campo, há umas três semanas. Ele quis quebrar o quarto do hotel, jogou as coisas de um colega de turma no chão. Após isso, descobrimos, por esse colega, tudo isso que se está denunciando". 

Após o episódio, os estudantes compilaram provas e foram orientados a formalizar uma denúncia na ouvidoria da UFPE. No entanto, a graduanda oponta que nunca houve um posicionamento da instituição sobre o caso. "Um posicionamento da UFPE mesmo nunca tivemos. O que tivemos foi a coordenação do curso [geografia] ajudando um pouco a gente. Fora isso, não tivemos nenhum suporte."

O diz a UFPE

O LeiaJá entrou em contato com a Universidade Federal de Pernambuco, que respondeu através da assessoria de comunicação. No e-mail, a instituição confirma que já está ciente do caso envolvendo o estudante de geografia e reforça que "repudia o racismo, assim como todo e qualquer tipo de violência física ou simbólica contra qualquer pessoa, dentro ou fora de seus espaços institucionais".

 Além disso, a comunicação reforça que a universidade possui canais oficiais de denúncia para ações efetivas da administração central. "A comissão disciplinar discente aprecia denúncias de infrações ao Código de Ética da UFPE e demais normas de convivência, praticadas por discentes". 

A reportagem também fez contato com o Conservatório Pernambucano de Música. A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE) informou que Fábio Leonardo de Lima abandonou o curso e não é mais aluno do Conservatório.

A prefeitura de Caratinga (interior de Minas Gerais, a 280 quilômetros de Belo Horizonte) expediu alvará de funcionamento para a Tenda Espírita Umbandista Nossa Senhora da Conceição com restrições classificadas como 'intolerantes' pelos membros da religião.

No alvará 2762 consta: 'encerramento às 21h50, proibido bebidas alcoólicas, menores de 14 anos, atabaque mais baixo, linha Exu e embriaguez'.

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'Linha de Exu' é o nome dado a um ritual de culto ao orixá Exu, uma das entidades espirituais mais importantes para os membros da umbanda.

Rodrigo Xavier da Silva, representante do terreiro, afirma que a instituição funciona há 22 anos no local e nunca teve problemas dessa natureza. "Me senti lesado, humilhado. Estou indignado que, em pleno século 21, isso ainda aconteça", disse Xavier ao Estadão.

Ele explica que as atividades do terreiro acontecem aos sábados, a cada quinze dias, das 17h às 21h, e também na primeira segunda-feira do mês, com término às 20h. Xavier nega que haja barulho noturno e explica que a renovação do alvará costumava ser anual. O último documento expedido teve sua validade reduzida para três meses.

A prefeitura de Caratinga informou que as restrições que constam na licença de funcionamento da Tenda Espírita Umbandista Nossa Senhora da Conceição 'foram inseridas há vários anos no modelo padrão utilizado para emissão de alvará para entidades desta natureza', e que eram repetidas sistematicamente.

A Administração nega ter recebido qualquer questionamento, mas alega ter determinado 'a exclusão das informações em todos os alvarás emitidos em face de centros espíritas'. Xavier diz que o caso foi levado ao conhecimento de advogados do terreiro, que avaliam medidas cabíveis.

"Para um templo religioso, se há uma restrição que se pode ter, não é a de limitação do culto. Isso é ilegal e inconstitucional", queixa-se Hédio Silva Junior, diretor executivo do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro).

Em sua avaliação, estariam caracterizados crime de racismo religioso e discriminação, tanto por causa das restrições que constam no alvará quanto pela validade reduzida para três meses. O diretor compara. "Impedir que os encontros umbandistas cultuem Exu se iguala a impedir uma igreja evangélica de louvar a Jesus Cristo".

LEIA A NOTA DA PREFEITURA DE CARATINGA

Questionada sobre o alvará, a prefeitura de Caratinga enviou a seguinte nota ao Estadão:

Referente às informações complementares constantes no alvará de funcionamento da Casa Espírita, a Prefeitura de Caratinga esclarece que tais informações foram inseridas há vários anos no modelo padrão utilizado para emissão de alvará para entidades desta natureza. Nunca houve até então, nenhum questionamentos oficial ou extraoficial por nenhuma entidade congênere, por esta razão a informação se manteve em sistema e era impressa toda vez que se realizava a atualização do alvará de funcionamento. Esta operação é um procedimento operacional realizado pela Secretaria de Planejamento e Fazenda, através do Departamento de Tributação.

O Chefe do Executivo Municipal, não tinha conhecimento do fato, só teve ciência desta informação através de ofício de pedido de informação enviado pela Vereadora Giuliane Quintino Teixeira. Imediatamente, após orientação da Procuradoria Municipal, foi determinado ao Departamento de Tributação que procedesse a exclusão das informações em todos os alvarás emitidos em face de centros espíritas.

Desta forma, o Poder Executivo Municipal reafirma seu respeito à liberdade religiosa, direito fundamental de nossa sociedade, conforme estabelece a Constituição Federal. De forma legal e dentro do que lhe compete, o Município de Caratinga sempre cumpriu o seu dever legal de prestar proteção e garantir o livre exercício de todas as religiões.

Nesta segunda-feira, dia 27, Gustavo tomou café Ana Maria Braga e relembrou a trajetória no BBB23. Durante a conversa no Mais Você, o cowboy assistiu a um vídeo com o momento em que Cristian apresentou a estratégia de se aproximar de Paula para obter informações. O ex-brother explicou que eles estavam jogando em grupo e todos estavam cientes.

- Ali foi um momento em que todo mundo estava jogando em grupo, quando eles falaram que se aproximar no sentido de querer ficar com alguma pessoa para tirar informação eu usei até o termo: Achei paia. Acho que quando você vai mexer e envolve sentimento das pessoas não é jogo mais. A gente estava em grupo, todo mundo sabia, o Fred também falou um pouquinho para levar na boa, mas foi um ponto ruim que a gente acabou avaliando e fazendo do jogo. A gente quer jogar e ficar ali dentro, como ela estava usando o Cristian para tirar informação do nosso grupo, a galera jogou ali para fazer a mesma coisa, mas não deu muito bom e vida que segue.

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Em seguida, admitiu o erro e disse que tudo aconteceu por se tratar se um jogo.

- Eu entrei para ser verdadeiro, para jogar mesmo. Eu sempre falo que ali é um lugar paralelo daqui de fora, parece que a gente entra em outro mundo na casa. Começamos a ter as nossas perspectivas lá dentro, então ali foi uma tática de jogo mesmo que a gente errou. Aqui fora todo mundo que entrou no Big Brother é bom, as pessoas que estão ali dentro têm um coração bom. Eles ficam lá articulando suas jogadas, suas estratégias e foi um ponto negativo essa parte que o grupo quis usar. A gente acabou errando nisso, mas agora a gente consegue ver melhor aqui de fora o que aconteceu e continuar seguindo o que tem que fazer.

Gustavo também assistiu à cena em que todos os participantes se voltam contra Cristian após a polêmica formação de paredão em que o brother votou no aliado Fred Nicácio.

- A única coisa que aconteceu de ruim foi que ele tinha conversado antes com a gente lá no quarto e falou que ia continuar jogando com o grupo. Foi um momento que a gente se sentiu traído, acabou pegando pilha e começou a ter aquelas conversas que a gente teve. No que a gente estava vendo ali na casa parecia que ele estava traindo todo mundo, então a gente começou a expor. Depois eu assisti aos vídeos, vi várias coisas aqui fora que a gente errou em ter feito isso de ter jogado contra. Podíamos ter conversado e ele podia ter dito: Gente, estou fora do grupo, não vou jogar mais. A galera perguntou se ia votar na Amanda e ele concordou com todo mundo. Chegou na hora e fez diferente. Todo mundo se espantou.

Ana Maria revelou que, durante participação no Mais Você, Cris disparou que Gustavo era influenciado pela Key Alves e o traiu no jogo se colocando como alguém que não era um aliado.

- Eu vou conversar com ele, a gente vai trocar uma ideia, ele é um cara do bem, de coração bom, eu tenho certeza que a gente vai ser muito amigo aqui fora. O jogo já acabou e a vida vai continuar aqui, é um cara que eu quero levar a amizade dele para sempre aqui fora.

Ao ser questionado sobre o caso de intolerância religiosa contra Fred Nicácio, o cowboy afirmou que a sua reação foi um resultado da forma como a história foi contada a ele.

- A gente comentou dessas coisas de ele sair de madrugada, mas ele sempre saía para comer só e coisa normal. Foi como a informação chegou para a gente, porque depois eu assisti ao vídeo e ele realmente só passou na frente e bateu o pé na mala. Acho que só foi a forma que a informação chegou. Eu sempre rezo de noite mesmo, isso é meu. Lá dentro a gente não tinha essa noção, por isso o susto foi na hora. Por ele estar dormindo deve ter confundido alguma coisa, é escuro para caramba ali.

Gustavo ainda descobriu que Key perdeu cerca de 300 mil seguidores após as falas e a defendeu, dizendo que ela vai ficar surpresa quando sair do confinamento.

- Acho que ela vai se surpreender, porque em nenhum momento ali a gente quis ofender ninguém. Só foi a reação do jeito que a informação chegou. A gente não entrou ali para magoar ninguém, ela é uma menina de coração bom também. Se alguém se ofendeu ou magoou, a gente pede desculpa. Acho que ela vai se surpreender, porque nem imagina o que deve estar acontecendo aqui fora.

Ele também comentou o ciúmes que a jogadora de vôlei sentia de Larissa.

- Uma coisa que ela criou na cabeça dela e algumas coisas coincidiam. Começou a ciumeira e toda vez que eu ia tomar banho, a Larissa aparecia por ali e a gente trocava uma ideia, ela chegava na hora e já criava uma coisa na cabeça. Não tinha nada a ver esse sentimento de ciúmes, só foi uma coisa dela e depois que sair vai ver.

No quadro "Big Terapia" dessa quarta-feira (22), Paulo Viera fez piada com a polêmica sobre intolerância religiosa que envolveu Key Alves e Gustavo Benedeti. As equipes dos participantes do Big Brother se revoltaram e levantaram hashtags em defesa do casal, enquanto alguns fãs ameaçaram o comediante em seu perfil. 

"Essa semana é aniversário do Cezar Black e do Fred Nicácio, mas não vai ter bolo. É porque o Gustavo e a Key têm medo de preto batendo palma na frente de vela", brincou Paulo Viera em um dos momentos do quadro. 

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Ele se referiu ao episódio em que Cristian acusou Fred Nicácio de rezar pelo mal dele e do casal. Em meio a comentários maldosos, Key Alves se irritou e ameaçou apertar o botão de desistência do jogo.

Na ocasião, Tadeu Schmidt precisou dar uma chamada na casa e comentou sobre a importância de respeitar a fé de cada um. Key e Gustavo ficaram surpresos com a mensagem do apresentador e entenderam que foi direcionada a eles. No entanto, minimizaram as falas em tom preconceituoso e chegaram a conversar com Fred, que ficou sem entender a relação feita com sua religiosidade.

 A equipe da jogadora de vôlei se pronunciou com um textão nas redes sociais após a piada de Paulo Vieira e pediu respeito. O perfil da sister e do cowboy levantaram as hashtags "União GusKey" e "Guskey merece respeito" para mobilizar os fãs. 

"Um quadro que, a princípio, deveria ser voltado a fazer piadas e comentar momentos engraçados, claramente acusou o casal GusKey de algo que nunca foi dito. Não é de hoje que algumas páginas e perfis de fofoca e notícias estão cancelando a Key e o Gustavo por qualquer situação que acontece dentro da casa, já que traz engajamento. E isso não pode ficar assim. Não é engraçado. Revejam com cuidado tudo o que compartilham. Insinuar situações racistas não é piada e nem motivo para brincadeira. GusKey merece respeito", publicou a página oficial da jogadora. 

Fãs do casal foram intimidar Paulo em seu perfil com ameaças de processo judicial. Em meio à nova polêmica, o Big Boss se mostrou do lado do comediante. "De onde tiraram essa onda que a gente não respeita?", escreveu Boninho.

Nesta segunda-feira (20), Cristian, Gustavo Benedeti e Key ganharam espaço na web ao criticarem a religião de Fred Nicácio. Os participantes do BBB23 estavam conversando sobre a crença do médico e chegaram a confessar que ficaram com medo da prece que Fred fez antes de dormir.

Por conta dessas atitudes, a equipe do médico decidiu se pronunciar sobre o ocorrido. Para isso, eles publicaram o vídeo da conversa dos três participantes e deixaram bem claro que irão acionar a Justiça.

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O programa desta segunda-feira (20), começou com Tadeu Schmidt revisando as cenas e comentando como a situação foi inadmissível. O apresentador entrou ao vivo para revelar a casa que os brothers vão poder assistir o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro após o programa, e de forma sutil, comentou sobre a diversidade religiosa presente na casa.

"Vocês já repararam na diversidade religiosa que tem nessa casa? Aqui tem católico, evangélico, gente acredita em tudo, tem gente que acredita em tudo, tem gente que não tem religião, tem gente que pratica, tem gente que não pratica. Cada um com sua crença e respeito tem que estar acima de tudo, né? Todas as religiões tem o nosso respeito, todas! Nenhuma religião é melhor do que as outras, nenhuma religião é pior do que as outras, não tem religião do bem, não tem religião do mal, todas têm os mesmos direitos, todas têm a nossa admiração, é assim no Brasil e é assim no BBB", disse.

O II Relatório sobre Intolerância Religiosa: Brasil, América Latina e Caribe, publicação organizada pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas e pelo Observatório das Liberdades Religiosas, com apoio da Representação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, aponta aumento dos casos de intolerância religiosa no país.

O levantamento foi divulgado no âmbito do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, lembrado no sábado (21).

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Segundo dados do portal Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, foram registrados 477 casos de intolerância religiosa em 2019, 353 casos em 2020 e 966 casos em 2021.

Menos casos em 2020

“Observa-se que o ano de 2020 apresentou o menor número de casos de intolerância religiosa entre os anos analisados no relatório. Como hipótese para esta diminuição de casos, ressalta-se que o ano de 2020 foi marcado pela consolidação da pandemia da covid-19, fato que impôs uma série de medidas restritivas de circulação e sociabilidade que podem ter contribuído para um menor número de casos de intolerância religiosa neste período”, diz o relatório.

Os dados do estudo indicam que as religiões de matriz africana, mesmo sendo uma minoria religiosa, são as mais atingidas pela intolerância. Em 2020, foram notificados 86 casos de intolerância religiosa contra religiões de matriz africana e 244 casos em 2021.

De acordo com o relatório, os estados da Região Sudeste, mais populosos, despontam como os que apresentam o maior número de casos de intolerância religiosa, contrapondo-se aos estados das regiões Norte e Centro-Oeste, que apresentaram menor número de casos.

Denúncias não definidas

“Também cabe destacar o grande quantitativo de denúncias de intolerância religiosa classificadas como não definidas, sendo registrados 103 casos no ano de 2020 e 234 no ano de 2021. Essa categoria de dados não esclarece a qual crença religiosa pertence a vítima, limitando a interpretação dos dados e apontando para a necessidade de aperfeiçoamento do canal de denúncias Disque 100”, afirma o estudo.

Em artigo publicado no relatório, o babalawô (pai de santo) e professor doutor em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ivanir dos Santos, e a professora de Direito na Universidade Cândido Mendes, no Rio, Mariana Gino, afirmam que no Brasil, na América Latina ou no Caribe, os casos dessas violações dos direitos humanos vêm crescendo “assustadoramente”.

“A intolerância religiosa e o racismo estão entranhados nas relações sociais cotidianas, culturais políticas e econômicas. E é ela, a intolerância, que vem se apresentando como um dos nossos maiores desafios contemporâneos diante das possibilidades para a promoção e o fortalecimento das tolerâncias e das equidades religiosas. Como bem podemos constatar, através das narrativas e dos fatos históricos, somos educados dentro das construções coloniais que impossibilita quaisquer construções voltadas para as diversidades e para as tolerâncias”, escrevem os pesquisadores.

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituído no Brasil, pela Lei Federal nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, depois da morte da Iyalorixá baiana e fundadora do Ilê Asé Abassá, Gildásia dos Santos e Santos, conhecida como Mãe Gilda. Ela teve a casa e o terreiro invadidos por um grupo de outra religião. Após perseguições e agressões verbais, Mãe Gilda morreu de infarto fulminante.

Uma jovem de 17 anos denunciou, em suas redes sociais, um caso de intolerância religiosa que vivenciou durante uma entrevista de emprego em Bertioga, em São Paulo. O dono de uma barraca de pipocas, ao entrevistá-la para a vaga de emprego, questionou qual seria a sua religião. De acordo com a jovem, o homem informou que não queria “macumbeiro” trabalhando em seu estabelecimento.

Nos prints, o homem afirma que a religião é o fator principal para ele na escolha de um funcionário. Indignada, a jovem desistiu de pleitear a vaga pois, mesmo sendo cristã, afirmou não concordar com o fato da religião ser usada como um medidor de profissionalismo.

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“Isso me indica o tipo de pessoa que ele é. Se para ele a religião da pessoa é mais importante do que o caráter e o profissionalismo, me recuso a trabalhar em um ambiente que não exista o respeito. Me senti indignada, pois embora a religião que ele ofendeu não seja a minha, acho que devemos ter o mínimo de respeito com o próximo, seja por religião ou opção sexual. Isso não define quem somos como profissionais”, disse, em entrevista ao G1.

Confira os prints na íntegra:

O município do Paulista sediou, nesta sexta-feira (25), a Caminhada de Terreiros Omulu. Criado em 2008, o evento deste ano teve como tema “Violência não Combina com Fé”. A coordenação é da Marcha de Oxalá e da Caminhada de Terreiros.

Com o intuito de chamar atenção para os casos de intolerância religiosa, adeptos de religiões de matriz afro-indígena - candomblé, umbanda e jurema -, concentraram-se durante a tarde na Praça João Pessoa, no Centro, e caminharam, no início da noite, até a Praça João XXIII, também na área central da cidade.

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Antes da caminhada e após a chegada ao destino final, o grupo realizou apresentações de gira de Jurema, danças e entoou cantos religiosos.

A organizadora da Caminhada e presidente da Marcha de Oxalá, mãe Cris, lembrou que a Caminhada existe na cidade há 14 anos e simboliza um ato de resistência contra a intolerância religiosa, realizada no Mês da Consciência Negra. “Viemos aqui chamar a atenção do Poder Legislativo para que sejam criadas mais leis em defesa e em garantia de mais direitos aos povos de terreiro. Violência não combina com fé. Não somos adoradores do diabo. Adoramos um Deus, adoramos a natureza”.

Na cidade do Paulista, as pessoas vítimas de intolerância racial ou perseguição religiosa contam com apoio jurídico, psicológico, entre outros suportes. O acolhimento é feito pelo Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e Combate ao Racismo do Paulista, que encaminha os casos para as secretarias municipais responsáveis.

O serviço funciona no Centro Administrativo da Prefeitura, na Avenida Brasil Prefeito Geraldo Pinho Alves, 222, em Maranguape I. O atendimento ocorre de segunda a sexta, das 8h às 16h. Quem quiser também pode interagir pelo e-mail: cmppirpaulista@gmail.com 

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O Conselho promove reuniões na segunda terça-feira de cada mês. Um mês o encontro acontece pela manhã e o seguinte no período da tarde. A instituição é formada por 18 membros titulares e 18 suplentes.

O grupo é paritário, sendo constituído por nove integrantes da Gestão Municipal e nove da sociedade civil. O Conselho tem como presidenta, Gisele Tiburtino, e a vice, Nathália Bringel. Os membros tomaram posse no primeiro semestre de 2022.

*Da assessoria 

Uma manicure foi agredida por um homem desconhecido em Itaboraí, no Rio de Janeiro, após escutar um samba em homenagem ao orixá Exu. Devido ao ataque, Bruna Domingues Vaz perdeu a visão do olho direito. O agressor estava em um bar quando notou que a música estava tocando e iniciou a confusão.

Bruna disse que foi até o homem para tirar satisfações. "Cheguei lá e perguntei a ele qual era o problema. A gente tava no nosso horário, o porquê da ironia de falar se a gente era macumbeiro ou pagodeiro. Ali ele se exaltou e veio para cima de mim", disse, em entrevista ao site G1.

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"Ele já veio com facão e não queria saber aonde ia pegar e em quem ia pegar. Eu estava na calçada, foi na hora que eu passei, e o facão veio me acertar", explicou. O agressor da manicure não teve a identidade revelada; ele está foragido há cerca de seis meses.

A canção que Bruna Domingues Vaz estava escutando no dia do crime foi o samba enredo 'Fala, Majeté! Sete chaves de Exu', da agremiação Grande Rio. A escola foi campeã do carnaval carioca deste ano.

A deputada estadual Clarissa Tércio (PSC) foi numa escola particular do Recife e coagiu uma professora em sala de aula. A deputada disse ter ido à escola através de uma denúncia dos pais de um aluno de 15 anos “que relatou que o filho foi alvo de intolerância religiosa porque disse que ouvia a voz de Deus”. 

Com uma camisa escrito ‘eu ouço a voz de Deus’, Tércio publicou toda a ação em vídeo nas suas redes sociais, do momento que chegou na escola, à conversas com a professora.

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“Fui procurada por pais de um aluno de 15 anos que relata que o seu filho foi alvo de intolerância religiosa porque disse que ouvia a voz de Deus, e a professora diagnosticou ele como sendo esquizofrênico”, afirmou. 

Ao entrar na sala e interromper a aula, a parlamentar questionou a professora, “a gente veio aqui hoje para dizer que ouvimos a voz de Deus. Queria saber o que a senhora tem para dizer para a gente?”. “Nada”, respondeu. 

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Na legenda da publicação, ela disse que a escola não tomou nenhuma providência sobre o caso e expôs a intimidação à professora.

Ivan Moraes repudia

O vereador Ivan Moraes (PSOL) repudiou a atitude da deputada “para constranger uma professora de filosofia”.

“Uma deputada fundamentalista, a mesma que juntou uma horda para chamar uma menina de 10 anos de ‘assassina’ em frente ao Cisam, agora invadiu uma aula de um colégio particular para constranger uma professora de filosofia por conta de uma aula sobre Hegel. Não, não estamos bem”, disse, no Twitter.

Após uma imagem de São Jorge ter sido destruída a pedradas em uma praça de Irajá, na Zona Norte do Rio de Janeiro, fiéis da umbanda e do catolicismo realizaram um ato simbólico no local onde a escultura foi vandalizada, na noite de terça-feira (26). O encontro teve como objetivo defender a liberdade de expressão, crença e mostrar que diferenças entre práticas religiosas podem coexistir em respeito. Uma missa foi realizada, à ocasião, pelo bispo auxiliar Dom Catelan. A informação é do jornal O Globo.  

Após a missa, o grupo caminhou em uma procissão de cerca de 300 metros até a Praça Ana Lima, conhecida como Praça do Chafariz, onde a imagem depredada ficava protegida por uma espécie de redoma de vidro. “É muito importante que continuemos unidos contra o preconceito e a violência. O verdadeiro amor de Deus está nos nossos corações”, orientou o bispo Catelan. 

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A reunião também contou com a participação do deputado estadual Átila Nunes (MDB), relator da CPI da Intolerância Religiosa na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), e do babalorixá Márcio de Jagun, responsável pela Coordenadoria Executiva da Diversidade Religiosa (Cedir) do município do Rio. Durante o evento, a praça ganhou uma nova imagem de São Jorge, doada pelo parlamentar. 

“O ato foi verdadeiramente ecumênico, com a união de fiéis da Umbanda e do Candomblé. Com certeza a fúria do preconceituoso que destruiu a imagem está ligada ao espetáculo do carnaval deste ano, quando a religiosidade afrobrasileira foi valorizada com a consagração das suas divindades”, afirmou Átila Nunes. 

O Cedir encaminhou o caso à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Agentes da especializada buscam imagens de câmeras de segurança instaladas por comerciantes e prédios da região para tentar identificar os responsáveis pelo ataque à imagem do Santo Guerreiro. 

O caso 

A imagem de São Jorge, na Praça do Chafariz, em Irajá, foi depredada por vândalos. A informação foi confirmada pelo pároco da igreja local Nossa Senhora da Apresentação, padre Bruno Viana. A escultura foi destruída pelos criminosos a pedradas, dois dias após a data que homenageia o santo, dia 23 de abril. De acordo com o pároco da igreja São Jorge, em Quintino, padre Dirceu Rigo, há preocupação com a falta da liberdade para expressar a crença. 

 

A primeira-dama Michelle Bolsonaro se manifestou, em suas redes sociais, a respeito da repercussão de um vídeo no qual ela aparece comemorando, aos pulos, a aprovação de André Mendonça a uma vaga ao Supremo Tribunal Federal (STF). O trecho foi gravado após a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em 1º de dezembro, em uma reunião orquestrada por Mendonça e que reuniu líderes da bancada da Bíblia. A esposa de Jair Bolsonaro (PL) é vista emocionada, pulando e falando a “língua dos anjos”, aos gritos de “Glória a Deus”. 

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Assim que o vídeo ganhou a internet, passou a trendar nas redes sociais, com piadas que insinuaram exagero ou “showzinho” por parte da primeira-dama. Michelle usou um trecho bíblico para responder ao que classificou de "intolerância religiosa" e "desamor" após ter contato com a repercussão negativa. A resposta foi publicada em sua conta oficial do Instagram, junto a uma matéria sobre o caso com o seguinte título: "Michelle Bolsonaro vira chacota na web após comemorar aprovação de Mendonça". 

"Usarei 1 Coríntios 2:10-14 para responder à intolerância religiosa e o desamor de muitos a meu respeito, por celebrar a vitória do meu irmão em Cristo André Mendonça 'Ora, o homem natural não compreende as coisas do espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente", escreveu a esposa do presidente. 

Cristã e próxima à Mendonça e sua família, Michelle Bolsonaro apoiou a indicação de Jair Bolsonaro, que havia prometido colocar uma pessoa "terrivelmente evangélica" no STF. Escolhido para um posto no Supremo, Mendonça é advogado e também pastor. O novo ministro do STF disse que sua aprovação representa "um salto para os evangélicos". 

Publicação de Michelle Bolsonaro. Foto: Reprodução/Instagram

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