Tópicos | intolerância religiosa

A atriz Larissa Manoela recebeu ataques nas redes sociais após postar uma foto segurando a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Alguns seguidores, se dizendo evangélicos, repudiaram a atitude da artistas e deixaram comentários bastante agressivos. Outros, saíram em defesa de Larissa.

Na foto, a atriz aparece segurando a imagem de Nossa Senhora Aparecida e, na legenda, ela colocou o trecho de uma oração. Porém, nos comentários, alguns seguidores atacaram a posição de Larissa e teceram comentários bastante agressivos. "Joga essa merda no chão e pisa em cima"; "Queima, Jesus, isso não é de Deus"; "Foi triste, uma moça tão linda adorando um santo"; "Que diabo preto é esse?"; "Sinceramente, eu tenho nojo dessa 'aparecida'".

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O teor dos comentários acabou gerando diversas discussões entre os seguidores de Larissa. Muitos saíram em defesa dela, falando de tolerância e respeito ao próximo, como uma que comentou: "As pessoas querem que respeitem sua crença mas não são capazes de respeitar a dos outros... Pra que tanta intolerância religiosa? Que tem fé na sua religião não precisa se incomodar nem atacar a religião de ninguém". Larissa não se manifestou a respeito.

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Paula Burlamaqui foi duramente criticada pelos internautas e acusada de intolerância religiosa, após participar do programa Encontro, na última terça-feira, dia 28, com Fátima Bernardes.

Como de costume, os convidados do programa estavam participando de uma bate papo descontraído. Ao falarem sobre superstições, Burlamaqui incomodou os internautas após dar a seguinte declaração:

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- Sexta-feira 13 as protetoras até falam: não dê para adoção o gato preto, tem muita gente que pega para fazer macumba.

De acordo com os internautas, o termo foi utilizado de maneira preconceituosa ao se referir a religiões e rituais de matriz africana.

Tenho que ouvir agora no programa da Fátima que tem gente que usa gato preto para fazer macumba, o querida? Vamos nos informar e parar com esse preconceito ao vivo em rede nacional? Comentou uma das telespectadoras em seu twitter.

Após se dar conta da repercussão, Paula usou seu Instagram para pedir desculpas e assumiu que se expressou de uma maneira infeliz:

Gente, estou olhando a internet, vendo os comentários. Eu estou fazendo este vídeo para pedir desculpas. Fui muito infeliz na expressão que usei no programa 'Encontro'. Não tenho intolerância religiosa de jeito nenhum. O que eu quis dizer é que tem gente que faz sacrifícios com gatos pretos. É isso que a gente escuta o tempo inteiro da proteção animal. Fui infeliz na expressão que usei. Peço perdão. Desculpa, gente. Foi um vacilo horroroso, falou.

Sempre conhecido pelo humor nas redes sociais e por levar palavras de conforto aos seus seguidores, Padre Fábio de Melo envolveu-se em uma polêmica ao dizer que comeria os ingredientes de uma “macumba” se fossem colocados em sua casa. O vídeo com a declaração do religioso foi registrado em 8 de abril na comunidade católica Canção Nova, em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo.

Na manhã desta quinta-feira (10), no Twitter, o padre pediu desculpas pelo conteúdo disponibilizado no canal oficial da Canção Nova no YouTube. “Sempre manifestei publicamente o meu respeito a todas as religiões. O candomblé fez parte da minha origem. Nunca quis ofender ou desmerecer quem quer que seja. Apenas expressei, durante uma celebração cristã, convicções cristãs. Peço perdão aos que se sentiram ofendidos”, escreveu. 

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Incomodado com a atitude do padre Fábio de Melo, o babalaô Ivanir dos Santos, em uma publicação do jornal O Globo, solicitou que o vídeo fosse retirado do ar. O babalaô, ainda no noticiário carioca, disse que Fábio de Melo assumiu os "excessos de suas declarações" e que ele o acompanhará “para uma visita aos terreiros de candomblé e de umbanda” destruídos na Baixada Fluminense (RJ).

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Após perder um recurso na Justiça Federal de São Paulo, a Rede Record será obrigada a exibir 16 conteúdos produzidos por entidades ligadas a religiões de matriz africana. A decisão, anunciada na última quinta-feira (5), da 9º Turma Recursal do Tribunal Regional Federal de São Paulo foi unanime. Os autores do processo alegam que a emissora ataca as religiões afro-brasileiras, que “vêm sofrendo constantes agressões” durante a programação da Record.

Eles ainda pontuam que o programa 'Mistérios', com o quadro “Sessão de descarrego”, e o livro, de Edir Macedo, “Orixás, Caboclos e Guias, Deuses ou Demônios” contêm ofensas a religiões de matriz africana. A magistrada, responsável pelo caso, Dr. Djalma Moreira Gomes alegou que “Esse tipo de mensagem desrespeitosa, com cunho de preconceito, mesmo que transmitida em horário de pouca audiência, tem impacto poderoso sobre a população, principalmente a de baixa escolaridade, porque é acessada por centenas de milhares de pessoas que podem recebê-la como uma verdade”, ressaltou.

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A resolução estipula que os programas serão exibidos em horário nobre por 16 dias e que sejam gravados nos estúdios da emissora. A Rede Record afirmou que não falará sobre a possibilidade de recorrer.

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As secretarias estaduais de Educação e de Direitos Humanos e Políticas para Idosos e Mulheres do Rio de Janeiro firmaram acordo para desenvolver ações para debates sobre intolerância religiosa para alunos da rede pública do estado.

Os alunos do Colégio Estadual Pedro II, de Petrópolis, na região serrana do Rio, produziram um vídeo através do Programa Educação Mais Humana, e será apresentado aos alunos para a importância do combate à intolerância religiosa.

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A intenção é abrir um debate após a exibição do vídeo. Para o secretário de Educação, Wagner Victer, o diferencial é a linguagem dos vídeos, “colocamos em uma linguagem de jovens e eles são produzidos pelos próprios alunos. É um ato novo. Muita gente faz discurso, mas na prática não produz nada. Esse é um exemplo concreto.”

Os professores e funcionários do estado serão capacitados por participantes da Secretaria de Direitos Humanos e Políticas para Idosos e Mulheres para que introduzam esse tema de forma pedagógica.

“Ocorrendo um episódio de intolerância religiosa em determinada escola, nós vamos aplicar ali como se fosse uma vacina, ou seja, vai ser aplicada uma dinâmica envolvendo debates, apresentação cultural e vídeos, para que a gente possa aumentar a consciência desses adolescentes com relação à importância do tema. Aquele que é vítima da intolerância, muitas vezes pensa em abandonar a educação”, disse o secretário de Direitos Humanos, Átila Alexandre Nunes.

A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal do Recife emitiu parecer solicitando o arquivamento de representação contra vereadora Michele Collins (PP). Ela é acusada de intolerância religiosa e injúria por publicação no Facebook criticando o culto à Iemanjá.

A reunião da comissão foi realizada na manhã da sexta-feira (2) e contou com os vereadores irmã Aimée Carvalho (PSB), presidente da comissão; Hélio Guabiraba (PRTB); e Romero Albuquerque (PP), relator do processo. Todos votaram com o relator, que foi escolhido por sorteio e é do mesmo partido de Collins.

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No parecer, é dito: “A parlamentar é líder cristã integrante de uma denominação protestante, de modo que, nos termos do Código de Ética e Decoro Parlamentar, não cabe à Comissão Disciplinar apurar condutas e comportamentos praticados por vereador fora do exercício da atividade parlamentar, como o apresentado na representação”.

A nota da comissão também destaca que não há relação entre a mensagem de Michele Collins e seu mandato de vereadora. “O parecer esclarece também que o material divulgado pela vereadora Michele Collins foi veiculado por meio da rede social pessoal da parlamentar, no Facebook, sem qualquer relação com o exercício do mandato de vereadora”. Romero Albuquerque pediu o indeferimento e o arquivamento do processo, impetrado pelos advogados Pedro Josephi e Daniele Gondim.

MPPE - Michele Collins prestou depoimento no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também na última sexta-feira (2). Um Inquérito Civil foi aberto pelo Ministério Público para apurar se a vereadora cometeu violação à liberdade religiosa.

A vereadora foi ouvida por cerca de duas horas pelo promotor de Justiça Westei Conde. Representantes de terreiros fizeram um ato em frente ao local.

A publicação - No dia 4 de fevereiro, Michele Collins escreveu em sua conta no Facebook: "Noite de Intercessão no Recife, orando por Pernambuco e pelo Brasil, a Orla de Boa Viagem, clamando e quebrando toda maldição de Iemanjá lançada contra nossa terra em nome de Jesus". Como resposta, a comunidade de Terreiro Axé Talabi divulgou uma nota de repúdio por "propagação ao racismo, ódio e desrespeito às tradições de matriz africana e suas divindades".

Ela chegou a pedir desculpas pelo ocorrido através de nota. "Todos sabem que a Missionária é veementemente contra qualquer intolerância religiosa, inclusive já deletou a postagem de suas redes sociais, diante dessa falha na elaboração do texto", disse sua assessoria.

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Pernambuco registra, em 2018, um aumento de 800% no número de denúncias contra intolerância religiosa, em comparação a todo ano de 2017, através da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH). Até esta quarta-feira (28) foram 16 denúncias registradas. Em todo o ano de 2017, apenas duas denúncias haviam sido computadas.

Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), o aumento de casos notificados se deve a um aumento da divulgação da ouvidoria. Também houve divulgação dos trabalhos durante o último Carnaval. 

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A Lei n° 9.459 é assegura a todos os brasileiros o “livre exercício de cultos religiosos e tendo garantida a proteção aos seus locais de culto e às suas liturgias”. O teor das denúncias, entretanto, envolve discriminação, xingamentos e discurso de ódio. As manifestações são encaminhadas à polícia e ao Ministério Público. O número divulgado não contabiliza denúncias feitas diretamente à polícia e outros órgãos.

Casos de violações podem ser denunciados de forma anônima através da ouvidoria da secretaria. O telefone é o 3182-7607. A denúncia pode ser registrada também no site ou na sede da pasta, localizada na Praça do Arsenal, no Recife Antigo. 

Os advogados Pedro Josephi e Danielle Portela, ambos do PSOL, protocolaram, nesta quinta-feira (8), uma representação contra a vereadora Michele Collins (PP) na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara do Recife. O pedido punição disciplinar contra a progressista é em reação a uma postagem feita por ela no Facebook no último domingo (4), quando divulgou um evento evangélico que acontecia na Orla de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, para, segundo ela, clamar e quebrar “toda maldição de Iemanjá lançada contra nossa terra”. 

Michele Collins se retratou, por meio de nota, e pediu desculpas aos representantes de religiões de matrizes africanas, mas nem por isso escapou das críticas. No documento apresentado à Casa José Mariano, os advogados demonstram que Michele Collins cometeu crimes contra o sentimento religioso (art. 208 do Código Penal), de injúria (art.  140, § 3º do Código Penal) e de intolerância religiosa (previsto nos arts. 1º e 20 da Lei 7.716/89).

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A peça diz que a vereadora, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, infringiu o Código de Ética Parlamentar e está sujeita a pena de censura. A Comissão de Ética da Câmara Municipal tem sete dias para analisar e decidir pela abertura do Procedimento Disciplinar contra a vereadora. Os requerentes solicitaram ainda expedição de cópia ao Ministério Público de Pernambuco para que averigue a prática dos crimes citados.

Segundo os advogados, “a iniciativa de representar contra Michele Collins é um grito de respeito e contra o preconceito, em especial, que atinge as religiões de matriz africana. Se a Câmara ficar silente, passará uma imagem de complacência com atitudes e ações de intolerância como estas”.

A vereadora do Recife Michele Collins (PP) divulgou uma nota, nesta terça-feira (6), pedindo desculpas por clamar contra "toda maldição de Iemanjá" durante um evento na Orla de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, no último domingo (4). Em reação a isso, a comunidade Terreiro Axé Talabi, espaço de preservação do Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, divulgou uma nota de repúdio a parlamentar por “propagação ao racismo, ódio e desrespeito às tradições de matriz africana e suas divindades”.

"Diante do exposto sobre uma postagem realizada em suas redes sociais, a vereadora Missionária Michele Collins esclarece que em nenhuma momento teve a intenção de ofender ou propagar qualquer mensagem de ódio religioso. Todos sabem que a Missionária é veementemente contra qualquer intolerância religiosa, inclusive já deletou a postagem de suas redes sociais, diante dessa falha na elaboração do texto. A vereadora Missionária Michele Collins pede desculpas aos que se ofenderam", declara nota encaminhada pela progressista ao LeiaJá.

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O texto em questão foi divulgado pela parlamentar no Facebook no domingo (4). Na ocasião, ela divulgava uma “noite de intercessão pelo Brasil” que acontecia na orla de Boa Viagem e, de acordo com a postagem, estava “clamando e quebrando toda maldição de Iemanjá lançada contra nossa terra em nome de Jesus”. 

Na nota emitida nessa segunda (5), o Terreiro convoca outras entidades a procurar providências legais sobre a postura e rebate dizendo que “Iemanjá nunca amaldiçoou ninguém”. “A mensagem postada pela missionária reforça não só a intolerância religiosa, mas principalmente rompe com o direito tão importante de nossa liberdade de fé em um país laico. Iemanjá nunca amaldiçoou ninguém, muito pelo contrário, ela representa o nosso direito a vida, as águas e ao equilíbrio. Exigimos respeitos as nossas práticas, as nossas divindades e aos nossos territórios sagrados”, declara. 

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Em Pernambuco, atos de intolerância religiosa podem passar a gerar multa. A medida passará a valer caso um projeto de lei, de autoria do deputado estadual Ricardo Costa (MDB), seja aprovado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). No texto, ele classifica como intolerância discriminação por motivo de crença ou função religiosa, o fato de impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso ou a destruição de objeto de culto religioso.

A punição, segundo a proposta, também se estende para a pessoa física ou jurídica que induzir ou instigar as práticas. As penalidades serão de advertência ou multa que varia de 50 a 50 mil Unidades de Referência Fiscal (UFIRs), convertido em real seria aproximadamente de R$ 151,37 a 151,3 mil, de acordo com a intensidade do ato. Por exemplo, caso a atitude intolerante também renda agressão física, violência verbal ou destruição de objetos religiosos sempre será aplicada a pena de multa, não inferior a 10 mil UFIRs.

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O projeto de lei diz que o valor arrecadado pelas multas aplicadas “será revertido para a realização de Campanhas de Conscientização e ações, contra o racismo, violência aos idosos, às crianças, às mulheres e contra a intolerância religiosa”.

As secretarias estaduais de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos e de Educação firmaram uma parceria para oferecer um curso de capacitação para professores, funcionários e alunos sobre intolerância religiosa em uma unidade escolar de São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, onde uma aluna foi discriminada por ser candomblecista. A medida foi decidida em um encontro, nesta terça-feira (22), entre o secretário de Direitos Humanos, Átila Nunes, e a família da vítima.

A jovem de 15 anos foi insultada por um garoto com xingamentos como “gorda macumbeira” e “macumbeiro tem que morrer” e, quando reagiu às agressões, gerando discussão na sala de aula, somente a menina recebeu punição, sendo suspensa por sete dias. Para o pai da adolescente, Leandro Coelho, religião é algo muito pessoal que não se deve impor a ninguém. "Como pai, a orientação que dou aos meus filhos é que não imponham a religião deles a ninguém, aceitem. Religião é uma coisa pessoal. Se você tiver dúvida sobre a religião do próximo, pergunte, mas impor, não", disse.

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Nunes lamentou o ocorrido e diz esperar que a iniciativa tomada em conjunto com a Secretaria de Educação conscientize as pessoas sobre a intolerância religiosa dentro do ambiente escolar. "Nosso maior objetivo é conseguir levar essa conscientização a toda a rede de professores. Nós sabemos que o bullying é muito presente nas escolas e no caso religioso acaba chamando mais atenção, porque é um problema de foro íntimo, então é inadmissível que uma escola aceite casos como esse e, pior ainda, puna a vítima”, esclareceu o secretário.

De acordo com dados do Disque 100, as denúncias de casos de intolerância religiosa aumentaram em 119% no ano passado com relação ao anterior. Somente na última semana, a Secretaria de Direitos Humanos fez 20 atendimentos de casos de intolerância. Para denunciar esse tipo de crime, a pessoa deve ligar para o Disque Combate ao Preconceito, no telefone (21) 2334-9551, de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h.

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Na última quinta-feira (17), um terreiro que fica localizado na rua do Curuzu, em bairro da periferia de Salvador, foi invadido por policiais da Polícia Militar (PM-BA). O templo Hunkpame Savalu Vodun Zo Kwe, que já possui 127 anos de história e atuação, foi tombado pela prefeitura em 2016. O pai de santo, Amilton Costa, informou que a invasão por parte dos policiais ocorreu pela manhã, quando eles quebraram a porta do terreiro e acessaram a parte sagrada da casa.

Amilton ressaltou que a parte invadida é onde ficam recolhidos os filhos de santo que estão em obrigação religiosa, e que dessa forma, não seria uma área de acesso. Segundo ele, os policiais adentraram o espaço sem permissão, alegando que estavam em operação. No entanto, o religioso afirma que o caso se trata de intolerância religiosa, uma vez que acredita que o tratamento foi feito de forma violenta apenas por se tratar de um terreiro de candomblé.

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O pai de santo contou, em denúncia para oficiais da PM na última sexta-feira (18), que os policiais apontaram a arma para ele e para outro que estava no momento, durante a ação. Contou também que profissionais da polícia civil já haviam pedido para revistar o imóvel e que ele havia dado autorização. Mas a ação dos outros policiais, no entanto, foi de forma brusca e violenta, pois eles adentraram pelo fundo da casa, e arrombaram o local.

Após denúncia, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que haveria apuração das informações, feita pela Corregedoria da Polícia Militar. Depois do ocorrido, o templo suspendeu as atividades.

ATUALIZAÇÃO

Com a investigação, o departamento de comunicação da Polícia Militar comunicou que já foram ouvidas as declarações dos envolvidos no caso, e que seriam tomadas medidas administrativas como punição. No entanto, o comando da PM não vê motivação para afastamento dos policiais de suas atividades profissionais. Edmilton Reis, comandante da 37ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM - Liberdade), informou que os envolvidos estavam em perseguição a dois criminosos, e pediu desculpas pela ação. Eles garantem ainda que a reperação no templo será feita.

Carol Nunes e Batoul Khamis. Ambas são jovens, cursam ensino superior e moram em Guarulhos, porém as semelhanças não são apenas essas. Infelizmente, as duas sofrem ou já sofreram algum tipo de ofensa por conta de suas religiões. O preconceito religioso é um tema abordado no mundo inteiro. No ano passado, foram registradas 300 denúncias de discriminação religiosa no país, 19% a mais que no ano passado.

De acordo com o SOS Racismo, órgão responsável por receber denúncias de preconceito religioso em Guarulhos, foram recebidas 30 denúncias no ano passado. A maioria das vítimas de preconceito é de candomblecistas e judeus.

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“Recebo ofensas só pelo fato de usar véu”, diz a estudante de biomedicina Batou Khamis, 18 anos. Ela é muçulmana desde que nasceu e conta que ouve, constantemente, vários tipos de insultos. “Trabalho em um restaurante com o meu pai e várias vezes aparecem clientes que são ofensivos comigo. Falam que sou terrorista e que roubo o emprego dos brasileiros, sendo que eu sou brasileira”, diz.

De acordo com Khamis, a falta de informação é o principal fator que contribui para o preconceito religioso. “Muitas pessoas não conhecem a religião e logo pensam que todos os muçulmanos são terroristas ou algo do tipo. Falta uma divulgação maior da mídia”.

Porém, nem sempre a discriminação religiosa vem apenas de desconhecidos. A estudante de jornalismo Carol Nunes, 25, diz que recebe ofensas de familiares e conhecidos pelo fato de ser candomblecista. Ela segue a religião desde 2012 e conta que sua tia a ofendia constantemente. “Minha tia não aceita de jeito nenhum. Ela frequenta uma igreja muito tradicional aqui em Guarulhos e me faz ameaças, falando que vai me tirar de casa e que Deus um dia vai me cobrar pelas minhas escolhas”, conta.

Até mesmo a sua mãe, Dona Marli, de 60 anos, foi contra a decisão da filha no começo. “Quando contei pra minha mãe que eu estava indo para o Candomblé e estava gostando, ela ameaçou se matar. Surtou de uma forma que eu não esperava. A ponto de pegar uma faca na cozinha e querer cortar os pulsos. Eu fiquei muito mal. Cheguei até a sair da religião por um tempo”, relata.

De acordo com Carol, os almoços em família acabam sendo uma dor de cabeça pois, sempre que podem, os parentes a ofendem e rebaixam a sua religião. “Sempre quando estão falando de Deus e eu tento falar sobre o Candomblé, caem de pau em cima de mim”.

Ela diz que não só ela sofre com as ofensas, mas sua mãe também é vítima. “Como o centro de Candomblé que eu frequentava era do lado da minha casa, eu saía com as vestimentas e todo mundo via. Assim que os vizinhos descobriram, fizeram a vida da minha mãe um inferno”.

Carol acredita que, além da falta de informação na mídia sobre a religião, um dos fatores que contribuem para o preconceito são as pessoas que usam a fé como uma ferramenta de extorsão de dinheiro. ”Eu quero morrer quando eu vejo cartazes na rua com as frases ‘trago seu amor de volta’, pois isso mancha a imagem do Candomblé. Essas tentativas de ganhar dinheiro em cima da fé alheia são as parte negativa de muitas religiões”.

 

Carol acredita que dificilmente as religiões cristãs vão ajudar a reduzir o preconceito educando seus integrantes para a tolerância.  “Quando você vai em casas de Candomblé, ninguém fala mal da Igreja Evangélica ou de outras religiões. Em compensação, a Igreja desce o pau no Candomblé, falando que qualquer evento negativo na vida de um fiel é culpa de algum espírito ou obra do Candomblé”, desabafa.

 

Por Brandon Tibúrcio do Nascimento Lima

A Marvel vai mover uma ação disciplinar contra o ilustrado indonésio Ardian Syaf. A decisão foi tomada depois da marca ser questionada em relação às mensagens com teor supostamente político e religioso em um gibi dos X-Men: Gold.

De acordo com os fãs, Ardian teria criado referências à oposição islâmica à oposição islâmica a Basuki Tjahaja Purnama de Jacarta. Conforme o jornal britânico The Guardian, a Marvel só vai remover as referências identificadas nas futuras edições do álbum.

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No caso, Basuki Tjahaja Purnama teria afirmado que as pessoas não poderiam acreditar em líderes islâmicos que usam a passagem 5:51, do Alcorão e que os muçulmanos não podem ser liderados por não muçulmanos.

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Em algumas ilustrações é possível identificar alguns símbolos, como o número ‘212’, que na região da Indonésia é decodificado como referência aos protestos muçulmanos contra Tjahaja Purnama. Além dessa possível mensagem subliminar, os leitores também indicaram a frase na camisa ‘QS 5:51’ do personagem Colossus.

Em uma rede social, o ilustrador negou que as referências apontadas instigassem a intolerância religiosa. Em postagem, ele relatou que o número faz referência ao amor e a justiça e que para ele, depois de tudo isso, sua carreira teria chegado ao fim. Ao concluir a publicação, ele pediu menos ódio e desejou paz.

Um muçulmano foi espancado até a morte por estar namorando uma menina hindu na Índia, informou a polícia na sexta-feira, no mais recente caso de violência de rua contra minorias no país.

Mohammad Shalik, de 20 anos, foi atacado por dezenas de pessoas da cidade onde morava, após ser visto deixando de moto sua namorada em casa, no distrito de Gumla, estado de Jharkhand (leste).

A multidão o amarrou a um poste em frente à menina e bateu nele com pedaços de pau e cintos durante horas na quarta-feira à noite. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu na quinta-feira, segundo a polícia. "Estamos tentando averiguar se a multidão havia sido instigada pela família (da menina)", declarou à AFP o chefe da polícia de Gumla, Chandan Kumar Jha.

Três pessoas foram presas e várias outras estavam sendo buscadas pelo assassinato, que está sendo tratado como um crime de motivação religiosa. O casal estava junto há cerca de um ano, e já tinham sido ameaçado anteriormente, disse Jha.

Os relacionamentos inter-religiosos ainda são um tabu na Índia, especialmente em zonas rurais.

A Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) e a Escola Superior de Advocacia de Pernambuco (ESA-PE) realizarão, na quarta-feira (9), o I Simpósio 'A Intolerância Religiosa no Brasil e no mundo'. Organizado pela Comissão de Direito e Liberdade Religiosa (CDLR), o encontro irá reunir especialistas para debater o assunto no auditório da Faculdade Metropolitana, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, às 19h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site da ESA-PE ou na hora do evento. Será emitido certificado de participação ao final do evento.

O evento contará com a presença de palestrantes de diversas instituições. O presidente da Comissão, Paulo de Tarso, informou que serão discutidas situações de intolerância que acontecem no cotidiano e também a abordagem em relação às leis que tratam do assunto. "A intolerância religiosa no Brasil é um problema real. É sutil, mas é tão forte quanto o racismo. Vamos discutir o tema, dar sugestões sobre o que precisa ser aprimorado nas questões legais e nos costumes da sociedade", explica Tarso. A ESA-PE fica na Rua do Imperador Pedro Segundo, 307, bairro de Santo Antônio, Centro do Recife.

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A tarde deste domingo (6) foi marcada pela realização do segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Desde sua criação, o segundo dia sempre foi marcado pela presença da redação que traz geralmente uma surpresa como tema. Este ano não foi diferente e “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” foi o assunto da vez. 

Diante desse panorama, religiosos apontam suas visões acerca da abordagem trazida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão realizador da prova. “O Enem acertou bastante em colocar para os feras um assunto tão em voga, ainda mais diante da situação crescente da intolerância religiosa em várias partes do mundo”, comemorou o pesquisador e seguidor da Jurema, religião indígena, Alexandre L'Omi L'Odò. Apesar do espaço para reflexão, o pesquisador lembrou que a redação pede textos, e que “essa é uma oportunidade para vermos como está funcionando a cabeça dos nossos jovens”.  

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Além disso, ele apontou que o tema é necessário, sobretudo, e também educativo. L'Omi L'Odò acredita que isso pode fazer com que os jovens pensem em alternativas para combater a intolerância religiosa, uma vez que o fera teve que apresentar à banca medidas para sanar o problema no País.

O entusiasmo também é apresentado pelo Padre Jurandir Dias. Ele explica que estes tipos de ataques não têm como alvo apenas os seguidores de religiões africanas, mas os cristãos, asiáticos, entre outras crenças. “Isso nos alegra porque a religião não deve ser o instrumento, nem o ponto motivador para que as pessoas briguem entre si”, explicou o religioso.

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Um adolescente de 13 anos quebrou duas das três imagens da Catedral de Santo Antônio, no centro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na tarde desta terça-feira (26). O menino, que estava acompanhado de sua mãe, derrubou propositalmente por volta das 18h as imagens de Nossa Senhora Imaculada Conceição e do Sagrado Coração de Jesus, que ficavam nos altares laterais da igreja-mãe da Diocese de Duque de Caxias. Antes da depredação, o garoto disse a fiéis que a Bíblia repudiava a adoração a imagens.

O adolescente seria frequentador da Igreja Universal do Reino de Deus. Após o ato, segundo relatos de testemunhas, a mãe, o pai e um irmão do menor, que chegaram à Igreja depois da ação, repudiaram a atitude do jovem e disseram que ele não tinha problemas psicológicos.

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A mãe do menino, também evangélica, costumava frequentar o bazar no local. Ela já estaria indo embora da igreja quando o adolescente derrubou as imagens.

O administrador da igreja, Marcelo Saneto, afirmou que o menino estava calmo e não demonstrou arrependimento. "Ele explicou ao pai que ele tinha visto em novelas e filmes religiosos que não era certo adorar imagens. O pai contou que ele passa o dia assistindo a estes conteúdos e lendo a Bíblia", contou.

O padre Renato Gentile, responsável pela igreja, afirmou que os danos nas imagens foram irreparáveis. "Queremos comprar duas iguais, mas não sei o tempo para isso, pois só se fazem imagens com um metro e meio de altura agora sob encomenda. Mas o prejuízo sentimental é muito maior", disse o padre.

Gentile relatou que pediu para o menino não ficar preso. "Em 16 anos nesta igreja, nunca vi algo assim. Esperamos isso de um adulto, não de um adolescente. Mas ele é uma criança que absorveu mensagens erradas e deve der educado de forma certa, a respeitar outras igrejas. Queremos o bem dele", afirmou.

Frequentadora da igreja há 23 anos, Fernanda Nascimento disse que não conseguiu entrar no local com os púlpitos vazios. "Ainda não tive forças, as imagens representavam muito para mim. A igreja hoje está num clima triste, parece que morreu alguém", lamentou.

O caso foi registrado na 62ª Delegacia de Polícia, em Imbariê, em Duque de Caxias.

A intolerância religiosa é, certamente, um dos conflitos mais delicados em nosso planeta. Este debate, onde o fanatismo religioso está entranhado em milhões de pessoas, conduz a verdadeiras guerras, em nome, supostamente, de sua religião, como se fosse possível estabelecer qual delas "estaria com a razão".

Em casos extremos esse tipo de intolerância torna-se uma perseguição, sendo definida como um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana. A perseguição religiosa é de extrema gravidade e costuma ser caracterizada pela ofensa, discriminação e até mesmo atos que atentam à vida de um determinado grupo que tem em comum certas crenças.

O Brasil é um país de estado Laico, ou seja, imparcial, quando se trata do assunto religião, e as liberdades de expressão e de culto são asseguradas pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal. Então, qual é o genuíno direito do cidadão de repudiar, agredir e ir contra à religião que não faz parte de sua “fé”?

Constitucionalmente falando, todo cidadão brasileiro tem assegurado o direito de opinião e a inviolabilidade de consciência, isso quer dizer, que podemos seguir, ou não, qualquer crença religiosa, ainda que ela seja minoria. Assim, antes de sobrepor princípios inerentes, as pessoas devem respeitar as escolhas alheias e ter o entendimento de que uma religião, independente de possuir ou não a maioria de adeptos, não significa que ela seja a mais correta.

O direito de criticar dogmas e encaminhamentos é assegurado como liberdade de expressão, mas atitudes agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a alguém em função de crença ou de não ter religião são crimes inafiançáveis e imprescritíveis. Podemos citar a falta de bom senso e de respeito mínimo à diversidade como fatores que criam e fortalecem as situações de caos e violência vistas em todo canto do mundo, inclusive em nosso país.

Vale ressaltar que crítica não é o mesmo que intolerância. Todos nós temos o direito de criticar encaminhamentos e dogmas de uma religião, desde que isso seja feito sem desrespeito ou ódio. Entretanto, no acesso ao trabalho, à escola, à moradia, a órgãos públicos ou privados, não se admite tratamento diferente em função da crença ou religião.

A grande questão não é a qual a religião correta a seguir, mas sim, o respeito que deve existir entre os adeptos de cada crença. É preciso respeitar as diferenças, seja em ambiente doméstico ou escolar. É preciso respeitar as escolhas do outro individuo, seja ela semelhante ou diferente da sua. Respeitar o próximo, independente de atitude, opinião ou crença.

Ao som do atabaque e do louvor em iorubá a Xangô, orixá da Justiça no candomblé, cerca de 150 pessoas protestaram nesta segunda-feira (23) contra a intolerância religiosa em frente à sede do Ministério Público Federal (MPF), no centro do Rio de Janeiro. Adeptos da umbanda e do candomblé pedem a investigação do grupo Gladiadores do Altar, da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd).

Os organizadores disseram que o protesto aconteceu também em outras 24 capitais do Brasil e está previsto para amanhã em Brasília. "Há um avanço assustador do fundamentalismo religioso", disse Luiz Fernando Martins, advogado responsável pela petição entregue ao MPF. Não há provas, no entanto, de nenhuma ação violenta cometida pelos Gladiadores do Altar desde a sua criação em janeiro deste ano. Vídeos publicados na internet mostram jovens uniformizados como militares, marchando e gritando palavras de ordem.

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De acordo com a Iurd, o grupo é formado por 4.300 jovens de todo o Brasil. Em nota, a Universal informou que os vídeos mostram "coreografias ensaiadas" e que "buscar motivação violenta em jovens uniformizados que marcham é absurdo". O grupo foi recebido pelo procurador da República Jaime Mitropoulos. "Temos que preservar o estado laico e evitar qualquer retrocesso na democracia. Se necessário, tomaremos providências", disse ele.

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