Tópicos | Jogos de azar

A Operação Moralização, da Polícia Civil, deteve 12 pessoas pela prática de jogos de azar no entorno do Mercado Municipal de Afogados, no Recife. Sete estabelecimentos com máquinas caça-níqueis foram identificados e um deles era considerado “Casa Vip”.

Segundo o delegado Igor Leite, a Casa Vip ficava em Areias. No local,havia toda uma estrutura montada, bebida e comida de graça, motorista e manobrista. “Se o cliente quisesse uma bebida diferente, como um whisky ou uma cerveja, um funcionário ia buscar na hora, então era um atendimento especializado para que estimulasse o jogo”, conta o delegado.

##RECOMENDA##

Entre os presos estão pessoas que trabalhavam como segurança, creditadores e fiscais. O delegado adiantou que há participação de agentes públicos no comando das organizações, mas não deu maiores informações pois as investigações continuam. Um dos locais com máquinas era um box de concessão da prefeitura, que deveria receber fiscalização municipal. 

“Identificamos dois grupos distintos, bem organizados, com câmera de vigilância, câmera com WiFi com uma central que conseguia perceber a ação da policia no local e fechar outros estabelecimentos, portões de ferro maciço para dificultar o trabalho da polícia”, cita Igor Leite. 

Na beira do lago Leman, o imponente prédio do século 19 abriga o Casino de Evian. Ali, centenas de pessoas entram todos os dias para jogar. Mas sob regras estritas, tanto para os clientes como para os operadores e mesmo funcionários do local. A casa de jogos de Evian é uma das maiores entre os 201 cassinos franceses que, por ano, faturam 2,2 bilhões de euros e empregam 14 mil pessoas. Mas longe de ser uma atividade comercial como qualquer outra, o setor de jogos na Europa é fortemente regulamentado, ao ponto de ser estatal em muitos países.

No caso de Evian, a licença para operar é dada pela prefeitura local e o empreendimento é mantido pelo Grupo Danone. Mas, ao Estado, a direção explicou como a autorização para funcionar vem acompanhada de obrigações sociais, econômicas e mesmo policiais.

##RECOMENDA##

Além de impostos, cabe ao empreendedor, por exemplo, pagar até pelos fogos de artifício da festa da Revolução Francesa, comemorada todos os anos no dia 14 de julho. A cada cinco anos, todos os compromissos são renegociados, até a participação do cassino na vida social da pequena cidade.

Essas regras vão muito além da contribuição financeira. Com mais de 200 máquinas, a direção precisa seguir regras estabelecidas pelo Ministério do Interior para a contratação de funcionários. Todos, sem exceção, precisam ser aprovados pela polícia nacional, uma garantia de que não tenham nem passado criminoso nem qualquer tipo de associação com grupos suspeitos de lavagem de dinheiro. Durante o tempo trabalhado, os funcionários continuam a ser monitorados.

Uma das gerentes contou ainda ao Estado que uma das dificuldades é quando um funcionário falta por doença. "Não podemos simplesmente chamar outra pessoa para substituir. A pessoa chamada precisa estar em uma lista pré-aprovada."

Também são monitorados os clientes. Todos precisam mostrar identidade ao entrar no local e os funcionários, caso identifiquem sinal de abuso ou vício, são obrigados a alertar a direção. Um diretor do Casino ainda pode impedir um cliente de continuar a jogar e até mesmo bani-lo de qualquer casa de jogos da França, em uma análise conjunta com a polícia.

Estatais

Em um mercado de US$ 488 bilhões por ano, os jogos de azar pelo mundo enfrentam uma variedade de leis, culturas e comportamentos. O que não muda, segundo os especialistas, é que a "casa sempre ganha". Com isso em mente, governos pela Europa passaram não apenas a regulamentar o jogo, como uma forma de controlar eventuais abusos, mas também passaram a ser os operadores dos próprios cassinos, poker online ou jogos.

Segundo a consultoria H2 Gambling Capital, se a população que em média mais aposta é a australiana, com US$ 1,1 mil gastos por ano por pessoa, são os países nórdicos na Europa que dominam o restante das primeiras colocações. Em todos eles, é o próprio Estado que é o principal acionista. Na Finlândia, três estatais controlavam todo o setor. Em 2015, em uma reforma, o governo optou por unir as três em uma só operadora, com 2 mil funcionários.

Mas, além de operar casas de jogos e loterias, a empresa estatal também desenha as leis no país, como uma espécie de agência reguladora. Seu objetivo é o de impedir que os jogos de azar sejam usados para lavar dinheiro do crime internacional ou que a população possa ser vítima de uma dependência. "Queremos oferecer o melhor serviço aos clientes e prevenir qualquer dano dos jogos de forma eficiente", disse o CEO da estatal, Juha Koponen.

Na Dinamarca, a estatal do jogo Danske Spil passou até mesmo a ser a patrocinadora da seleção nacional de futebol, em um acordo que valerá até a Copa do Mundo de 2018. Na Suécia, o Estado tem o monopólio sobre os quatro cassinos que operam no país.

Só que conforme avaliação publicada pelo advogado suíço especializado em regulamentação de jogos de azar Simon Planzer, a disputa entre atores privados e estatais pelo controle do setor se intensificou na última década, principalmente com a explosão financeira desencadeada pelo pôquer. "Os regimes nacionais de regulação dos jogos têm argumentado que se trata de uma proteção do consumidor contra o vício", diz. "Já os opositores do modelo têm argumentado que a motivação é o fato de o setor ser fonte fácil de impostos."

Ásia e islâmicos

Mas nem todo o mundo pensa em legalizar. No Japão, grande parte dos jogos de azar é proibida, com penas que chegam a US$ 80 mil e prisão de três anos. O mesmo ocorre na Coreia. As leis islâmicas proíbem as apostas. Mas o que é autorizado varia de país para país. Em Bangladesh, corridas de cavalos são permitidas. Já em Brunei todos os jogos são proibidos e, numa ação da polícia, até aqueles que são flagrados fugindo do local recebem a mesma pena de prisão que uma pessoa detida em flagrante. A pena pode chegar a seis meses de prisão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com contas públicas no vermelho, a possibilidade de nova fonte de receita impulsionou o debate sobre a legalização, e consequente taxação, dos jogos de azar. O Congresso tem dois projetos prontos para votação, um na Câmara e outro no Senado, mas entidades ligadas à Receita Federal, à Polícia Federal e ao Ministério Público avaliam que o Brasil não está preparado para combater crimes advindos da legalização de jogos, como corrupção, sonegação e lavagem de dinheiro.

Sem tradição de exploração do setor, a prática acabou se tornando um tabu no País. "O tema é tratado com viés moralista e religioso no Brasil, enquanto o mundo inteiro trata o jogo como uma indústria que paga imposto para o Estado", afirma Magno José, representante do Instituto Jogo Legal e um dos principais lobistas do ramo em atuação no Congresso.

##RECOMENDA##

Relator do projeto em tramitação no Senado, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) defende que a legalização não é a exceção, mas o padrão internacional. "É preciso esclarecer que somos um dos últimos países a tentar legalizar os jogos e, por isso, temos prejuízo. Poderíamos ter uma indústria que cria emprego e desenvolvimento regional", alega.

O relator calcula uma arrecadação anual de R$ 30 bilhões e argumenta que 97% dos países integrantes da Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) regularizaram os jogos. No G-20, fora o Brasil, apenas a Indonésia e a Arábia Saudita não regulamentam a atividade - são países islâmicos onde o jogo é proibido em caráter religioso.

Para mudar essa realidade, o relatório de Bezerra Coelho permite a legalização de cassinos, bingos e jogo do bicho, além de algumas modalidades de apostas. O projeto é muito semelhante ao que tramita na Câmara, relatado pelo deputado Guilherme Mussi (PP-SP). Sob o argumento de estimular a economia regional, ficou determinado que, a cada dez concessões para cassinos, quatro devem ser nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A possibilidade de criação de cassinos resort chamou a atenção das grandes redes hoteleiras nacionais e internacionais, que também passaram a defender a causa.

Outro grupo diretamente interessado na legalização é justamente o de casas de bingos, bicheiros e outros estabelecimentos que operam na clandestinidade. A estimativa é de que o mercado ilegal do jogo já movimente R$ 20 bilhões por ano. "Para eles, o custo de manter a atividade ilegalmente ficou muito alto", explica Magno José.

Controvérsias

A iniciativa tem o apoio de parlamentares ligados ao núcleo do governo, mas é polêmica e já possui forte rejeição. O deputado Roberto Lucena (PV-SP) organizou um grupo de mais de cem parlamentares que conseguiram derrubar o caráter de urgência do projeto na Câmara. "Quem defende a proposta traz números sedutores de arrecadação e geração de emprego, mas poucos calculam o real custo social da legalização dessa atividade", afirma Lucena. O deputado se preocupa com a ampliação do crime e com riscos de saúde ligados à prática do jogo patológico.

Para a Receita Federal, a legalização é porta de entrada para a lavagem de dinheiro e outros crimes. "É algo difícil de se controlar, porque são apostas e prêmios feitos em pequenas quantias", disse Kleber Cabral, presidente da Associação Nacional dos Auditores da Receita (Unafisco). Ele alerta ainda para a possibilidade de legalizar lavagem de recursos eleitorais e aponta falhas no projeto como a falta de limitação da quantidade de cassinos em operação e uma determinação clara de como será feita a autorização dos estabelecimentos.

Presidente da Federação Nacional de Policiais Federais (Fenapef), Luis Bouens argumenta que a regulamentação precisa vir acompanhada de uma preparação do Estado, dos órgãos de controle, sistema policial e Judiciário. Ele não acredita que as instituições estejam preparadas atualmente para investigar e julgar crimes ligados à legalização de jogos. Entidades ligadas ao Banco Central e o Ministério Público também já divulgaram notas de preocupação.

Por outro lado, Fernando Bezerra, relator do projeto, alega que a proposta prevê o repasse de 2% da arrecadação para a instrumentalização da Polícia Federal, além de estabelecer penas para o funcionamento ilegal dos jogos e fraudes de resultados. A proposta determina ainda que 91% da arrecadação seja repassada para as áreas de seguridade social, como saúde e assistência social, e ajude no combate do jogo patológico.

Integrantes da Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional aprovaram, nesta quarta-feira (9), projeto de lei que legaliza os jogos de azar no País. A proposta segue para discussão do plenário da Casa. O tema conta com apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que no início do semestre a colocou no rol de prioridades.

De autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI), o projeto estabelece o rol de jogos que poderão ser explorados em território nacional. Entre eles estão os cassinos; bingos; apostas de quotas fixas; apostas eletrônicas; jogo do bicho e sweepstake, espécie de loteria relacionada com corrida de cavalos.

##RECOMENDA##

Para o relator do projeto, senador Bezerra Coelho (PSB-PE), a legalização dos jogos poderá gerar uma arrecadação de R$ 29 bilhões em tributos para o governo, nos próximos três anos. "Creio que conseguimos atender às sugestões que procuravam equilibrar a legalização e o cuidado com os crimes de lavagem", afirmou Bezerra após discussão da matéria.

De acordo com a proposta, vai competir aos órgãos federais responsáveis, a serem designados pelo Ministério da Fazenda, a supervisão, a regulação e a fiscalização das atividades relacionadas aos jogos de azar, cabendo à Caixa Econômica Federal o papel de agente operador.

As empresas que tiveram direito à exploração comercial de jogos de azar não poderão fazer, contudo, a transferência dessa concessão a terceiros e nem poderão ter qualquer espécie de subvenção econômica. O acesso aos estabelecimentos de jogos de azar será restrito àqueles com menos de 18 anos.

Em debate no Senado e na Câmara dos Deputados, simultaneamente, propostas que têm como objetivo regulamentar a exploração de jogos de azar no país dividem opiniões. Para os que defendem a liberação de cassinos, bingos, jogo do bicho e videojogos, a atividade será uma nova fonte de arrecadação e criação de empregos, enquanto os contrários demonstram preocupação com a ligação desse mercado com atividades criminosas.

De acordo com o presidente do Conselho da Associação dos Bingos Cassinos e Similares (Abrabincs), Olavo Sales da Silveira, o Brasil é “uma exceção” ao proibir a exploração de jogos de azar. “O Brasil tem uma posição que é uma exceção absoluta. Excluído o mundo islâmico, 90% dos países do mundo preferem a legalização da atividade de jogos em vez de tolerá-lo de maneira informal”, disse.

##RECOMENDA##

Segundo ele, a “indústria dos jogos” pode arrecadar cerca de R$ 20 bilhões por ano. “As estimativas são estabelecidas de maneira precisa em função da indústria do jogo ter uma participação no PIB muito parecida em quase todos os locais do mundo e as tributações também são muito parecidas. Isso nos permite projetar entre R$ 16 bilhões e R$ 20 bilhões, por ano, de tributos para o Estado.”

Já o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho Cavalcanti, a legalização do jogos representa um risco. “Liberar os jogos de azar sem qualquer preparo institucional de fiscalização é abrir as portas para o crime organizado. Historicamente, 15 anos atrás, quando os jogos eram legalizados, ficou demonstrado, claramente, o alto nível de envolvimento com lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e corrupção”, argumentou Cavalcanti.

Silveira, contudo, contesta a liberação dos jogos de azar com atividades criminosas. “Esse discurso é absolutamente fora de sintonia para esse processo. A tributação média do jogo é de 30%. Ninguém que tenha um capital vai escolher um local para branquear o dinheiro a esse custo. Pode-se fazê-lo por muito menos”, disse.

O presidente Abrabincs lembrou que a tributação do setor de jogos após a eventual regulamentação deve ser em torno de 30%, enquanto a proposta de repatriação de recursos não declarados no exterior é de 20%. “A proposta do governo para quem tem dinheiro lá fora é de uma taxa de 20% para trazê-lo de volta ao país. Se o custo médio de aposta taxa o operador em 30%, acho que não fica difícil de escolher onde se vai lavar o dinheiro de forma mais barata. Efetivamente cassinos não são locais adequados para lavagem de dinheiro se ele for corretamente tributado”, acrescentou Silveira.

Mas Cavalcanti ressalta que o possível aumento de receitas não justifica a liberação dos jogos de azar no país. “A despeito da crise econômica que o Brasil enfrenta hoje, o argumento de que a liberação dos jogos de azar alavancaria a arrecadação tributária não se justifica, tendo em vista o estímulo a práticas delituosas que o Estado brasileiro está trabalhando tão fortemente para combater”.

Para ele, a medida seria um “retrocesso”. “No momento em que a população brasileira exige das instituições públicas um combate firme à corrupção, é um retrocesso absoluto aprovar um projeto de lei para legalizar os jogos de azar.”

A vedação absoluta da exploração dos bingos ocorreu em 2004, após a edição da Medida Provisória 168, que proibiu a exploração de todas as modalidades de jogos de bingo e os jogos em máquinas eletrônicas caça-níqueis. A partir da MP, o jogo de bingo deixou de ser considerado serviço público.

Os jogos de azar passaram a ser proibidos no país em 1946, após a edição do decreto presidencial 9.215. O decreto anulou todas as licenças, concessões ou autorizações de estabelecimentos que exploravam jogos de azar até então.

No Senado, o plenário pode votar esta semana o Projeto de Lei 186, de autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que traz a definição dos jogos que podem ser explorados, os critérios para autorização e as regras para distribuição de prêmios e arrecadação de tributos. A matéria estava na pauta de votações da última quarta-feira (6), mas não chegou a ser apreciado por falta de acordo.

Já na Câmara, as propostas que tratam do tema ainda estão em debate em uma comissão especial.

Proibidos no Brasil há 70 anos, os jogos de azar, como cassinos, bingos, jogo do bicho e vídeojogos, poderão voltar a ser liberados. Está na pauta de votação do plenário do Senado de hoje (6) o projeto de lei que legaliza o funcionamento desse tipo de jogo, proibido no país desde 1946.

Aprovado na Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional do Senado como parte da chamada Agenda Brasil, o Projeto de Lei 186, de autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI), traz a definição dos jogos que podem ser explorados, os critérios para autorização e as regras para distribuição de prêmios e arrecadação de tributos.

##RECOMENDA##

Nogueira defende que o Estado deve apenas criar regras para disciplinar e fiscalizar a exploração dos jogos de azar no país. Segundo o senador, é “incoerente” dar um tratamento diferenciado para o jogo do bicho e, ao mesmo tempo, permitir e regulamentar modalidades de loteria federal. De acordo com Nogueira, apesar de proibidas, as apostas clandestinas movimentam mais de R$ 18 bilhões por ano no país.

Pelo texto aprovado na comissão especial, serão estabelecidos requisitos de idoneidade para todos os sócios da pessoa jurídica que detiver os direitos de exploração de jogos de azar. Detentores de mandatos eletivos e parentes em primeiro grau, além do cônjuge ou companheiro, serão proibidos de atuar no setor.

Para o relator do projeto, senador licenciado Blairo Maggi (PR-MT), no caso dos cassinos, eles devem obrigatoriamente estar ligados a complexos integrados de lazer, construídos especificamente para esse fim, com hotéis e restaurantes. Os resorts devem usar apenas 10% do espaço para jogos e o restante para restaurantes, lojas, teatros e espaço para exposições, entre outros.

Já os bingos só poderão ser instalados em municípios com mais de 150 mil habitantes. Maggi destacou que não será permitida a instalação de nenhum outro tipo de jogo nos locais onde funcionarão as casas de bingo.

Pelo texto aprovado, o jogo do bicho deixará de ser contravenção penal e passará a ser regulamentado pelos municípios, que também ficarão responsáveis pela fiscalização e arrecadação. Com isso, devem ser aproveitadas estruturas que já existam ilegalmente e as pessoas que atuam nesse tipo de jogo passam a ser registradas.

A estimativa da Receita Federal é arrecadar mais de R$ 15 bilhões. Caso seja aprovado pelo plenário do Senado, o texto depois será encaminhado para a Câmara. Os deputados também criaram uma comissão para analisar a legalização dos jogos de azar.

Senadores devem discutir em plenário o projeto do presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), que legaliza a exploração de jogos de azar no País. A Mesa Diretora da Casa informou que já foram apresentados quatro recursos para que a proposta, que passou sem alarde em dezembro pela Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional, não siga diretamente para a Câmara e ainda seja discutida pelo Senado.

A proposta foi duramente criticada pelo Ministério Público Federal, que, em nota técnica divulgada na semana passada, cobrou um debate mais amplo da proposta, com a aprovação do recurso ao plenário do Senado.

##RECOMENDA##

Para a instituição, o texto que passou pela comissão, em vez de garantir um aumento da arrecadação do governo, poderia incentivar a lavagem de dinheiro e a sonegação fiscal no País. Há críticas também sobre as penas brandas previstas no projeto para quem, por exemplo, explorar ilegalmente a atividade.

Às vésperas do recesso parlamentar, o texto passou pela comissão especial com o apoio de senadores da base, como o PT e o PMDB, e da oposição, como o PSDB. Conta ainda com o aval do titular do Turismo, o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e até mesmo de ministros com assento no Palácio do Planalto.

Até agora, a presidente Dilma Rousseff não se posicionou publicamente sobre a iniciativa, que poderá reforçar em pelo menos R$ 15 bilhões os cofres do governo em impostos.

O projeto de Ciro Nogueira de 2014 tramita no Senado em caráter terminativo, o que, pelas regras regimentais, permitiria a ele ser remetido da comissão especial para a Câmara exceto se houver recurso para levá-lo ao plenário.

Sem poder detalhar quem apoiou o recurso, a Mesa Diretora informou que já foram apresentados quatro recursos - hoje é o último dia de prazo regimental para a interposição deles.

Cada um dos recursos precisa ter o apoio de, pelo menos, nove dos 81 senadores. Se não houver a retirada do apoio mínimo até a meia noite desta quinta-feira (11), o que é a tendência diante de um Senado esvaziado após o carnaval, o recurso é considerado válido e seguirá para o plenário da Casa.

A Mesa Diretora informou que, se isso ocorrer, abre-se prazo de cinco dias úteis a partir da segunda-feira (15) para a apresentação de emendas ao parecer aprovado pela comissão, de autoria do senador Blairo Maggi (PMDB-MT). O projeto poderá voltar para a comissão especial ou até mesmo tramitar pelas comissões permanentes da Casa.

O projeto que regulamenta jogos de azar, como cassinos, jogo do bicho e bingos, vai tramitar de forma mais lenta no Congresso Nacional. Após ser aprovada em caráter terminativo em comissão especial do Senado, a proposta, que deveria seguir diretamente para a Câmara dos Deputados, terá de passar antes pelo plenário do Senado.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que é contrário ao projeto, conseguiu reunir nesta quinta-feira, 4, as assinaturas necessárias para que a matéria passe pelo crivo do plenário. Dessa forma, a regulamentação dos jogos de azar terá de ser aprovada pela maioria simples dos senadores antes de seguir para apreciação na Câmara.

##RECOMENDA##

O principal argumento favorável à proposta é a receita que a regulamentação dos jogos de azar pode trazer aos cofres públicos, estimada em R$ 15 bilhões anuais. O projeto foi aprovado na comissão da Agenda Brasil. Capitaneada pelo presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), a comissão avalia uma coletânea de propostas com o objetivo de promover o desenvolvimento nacional.

Nem todos concordam com os benefícios do projeto. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que é parte da comissão, demonstrou seu posicionamento contrário, mas foi voto vencido. Ele afirmou não ter certeza da garantia de taxação e do pagamento de impostos por parte das casas de jogos, além de defender que esse tipo de atividade concentra renda e incentiva outras práticas ilícitas, como comércio de drogas e prostituição.

Assim como Cristovam e Randolfe, outros senadores dentro do bloco de apoio ao governo também são contrários à proposta. Por essa razão, independentemente do recurso apresentado por Randolfe, já havia um acordo informal para trazer a matéria para discussão em plenário. Para o relator da comissão, Blairo Maggi (PMDB-PR), o debate amplo, com a participação de toda a Casa, trará mais credibilidade ao projeto.

Policiais militares alvos da Operação Caça-Níquel apreendiam máquinas de jogos de azar para abrirem seus próprios estabelecimentos clandestinos, informou a Polícia Civil durante coletiva realizada nesta quarta-feira (30).  Durante a operação, deflagrada na terça-feira (29), foram cumpridos 10 mandados de prisão contra PMs– outros dois estão foragidos.

Ao todo, foram apreendidas 66 máquinas de caça-níquel em 10 estabelecimentos clandestinos e um galpão administrado por soldados. Os detidos vão responder por associação criminosa, extorsão, concussão, corrupção passiva e ativa e exploração de jogos de azar.

##RECOMENDA##

A organização criminosa era responsável por extorquir dinheiro de proprietários de casas clandestinas em troca de não apreenderem as máquinas ou fecharem os estabelecimentos. Aqueles donos que se recusavam a pagar a propina tinham os equipamentos roubados.

O soldado Jamerson José dos Santos, líder da organização, apreendia as máquinas dos concorrentes e as utilizava para abrir seu próprio comércio. Segundo o delegado Derivaldo Falcão, responsável pelas investigações, Jamerson faturava cerca de R$ 1 mil por dia em cada casa que comandava. “Ele ainda recebia em torno de R$ 200 por semana de cada proprietário das casas de jogos. Tinha gente que fazia o pagamento da propina já há nove anos”, detalha o delegado.  

Além de Jamerson, foram detidos: cabo Luciano Teófilo da Silva (12º batalhão), soldado Antônio Carlos Santos Silva Júnior (1º batalhão), cabo Misael das Neves (12º batalhão), cabo João Eudes de Freitas (Radiopatrulha), soldado Ednaldo Fernando da Silveira Rocha Junior (Diretoria de Saúde), cabo Miguel Pereira Barros Neto (19º batalhão), soldado Lino Ricardo Pereira Camelo (19º batalhão), soldado Higo Eduardo Cunha Correira (19º batalhão). Um mandado de prisão foi cumprido contra o soldado Luiz Fernando Cassiano dos Santos, do 6º Batalhão, que já está preso pelo crime de homicídio.

A única pessoa não policial presa na operação foi Katia Cristina Morais da Silva, responsável por apontar à quadrilha quais estabelecimentos extorquir. Outras duas pessoas que não são policiais estão foragidas.

A Operação Caça-Níqel ocorreu no Recife nos bairros do Ibura, Jordão, Ipsep, Pina e Afogados, além dos municípios de Jaboatão dos Guararapes e Olinda, na Região Metropolitana (RMR). Os PMs detidos foram encaminhados ao Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed).

Os jogos de azar lideraram a lista de impactos sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho. O item avançou 30,80%, em função do reajuste nos valores das apostas, vigentes a partir de 18 de maio. Com isso, os jogos de azar adicionaram sozinhos 0,12 ponto porcentual à inflação do mês passado, que avançou 0,79% informou nesta quarta-feira, 8, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ao todo, jogos de azar, passagens aéreas e taxa de água e esgoto exerceram os três principais impactos no mês e responderam, sozinhos, por cerca de um terço do IPCA de junho. A contribuição total dos três itens foi de 0,29 ponto porcentual.

##RECOMENDA##

Apenas no acumulado de maio e junho, os jogos de azar subiram 47,50%. O resultado do mês passado ainda contribuiu para que o grupo Despesas Pessoais acelerasse de 0,74% em maio para alta de 1,63% em junho. Também influenciou a elevação de 0,66% no item empregado doméstico, "tendo em vista a importância desta despesa no orçamento das famílias", destacou o IBGE.

O segundo maior impacto veio das passagens aéreas, que ficaram 29,19% mais caras no mês passado, com impacto de 0,10 ponto porcentual no IPCA. Ainda assim, o item acumula queda de 32,71% no semestre.

Devido às passagens, o grupo Transportes, acelerou a 0,70% no IPCA de junho. O resultado foi influenciado ainda pelos serviços de conserto de automóvel (1,70%), compra de automóveis usados (0,78%) e tarifas de ônibus urbano (0,40%). Nas tarifas, o resultado é reflexo de parte do reajuste de 12,50% em vigor desde 16 de maio na região metropolitana de Belém (6,72%).

O terceiro maior impacto no IPCA de junho veio da taxa de água e esgoto, que subiu 4,95% e respondeu por 0,07 ponto porcentual da taxa do mês passado. O resultado reflete reajustes em São Paulo (12,07%), Salvador (7,26%), Belo Horizonte (6,46%), Curitiba (4,93%), Rio de Janeiro (3,50%) e Recife (1,03%).

Com isso, o grupo Habitação subiu 0,86% em junho - um resultado ainda menor do que em maio (1,22%). Também pesaram no grupo despesas com artigos de limpeza (1,52%), condomínio (0,92%) e aluguel residencial (0,66%).

A Câmara dos Deputados vai discutir um projeto de lei apresentado há mais de 20 anos para descriminalizar jogos de azar como jogo do bicho e cassinos. A criação de uma comissão especial para discutir o assunto foi anunciada esta semana pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA).

O requerimento de criação da comissão foi apresentado em março pelo deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), que disse querer discutir "todos os jogos do Brasil" para regularizá-los e tirá-los do "submundo". O deputado disse ter desengavetado o projeto apresentado pelo então deputado Renato Vianna (PMDB-SC) em 1991 atendendo a pedidos de prefeitos e governadores que amargam queda de arrecadação. "Estamos perdendo muitos impostos. Quero encontrar uma forma de regularizar o jogo e gerar impostos", afirmou Marquezelli.

##RECOMENDA##

JOÃO PESSOA (PB) - Uma operação realizada na noite desta terça-feira (15) apreendeu máquinas de caça-níqueis em João Pessoa. Segundo a Polícia Militar, a descoberta do local se deu após uma denúncia anônima.

A Força Tática do 1º Batalhão da PM invadiu a casa, localizada no bairro Ernani Sátiro, na zona sudoeste da capital e encontrou 27 caça-níqueis, 30 chaves de gavetas de jogos e um caderno com a contabilidade dos apostadores. O material apreendido foi levado para a 8ª Delegacia Distrital, no Bairro das Indústrias, na zona sul.

##RECOMENDA##

Ninguém foi preso, segundo o capitão Clecitoni Albuquerque, que comandou a ação. “A residência era equipada com câmeras que monitoravam a chegada das pessoas no local. Isso contribuiu para que o dono, gerente e clientes fugissem com a nossa chegada”, explicou.

A Polícia Federal executou nessa quarta-feira (4), no Rio Grande do Norte, a Operação Forró, visando combater a prática do jogo do bicho e dos jogos caça-níqueis. As investigações mobilizaram cerca de 200 polícias federais e 50 militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE).

A ação resultou no cumprimento de 51 mandados de busca e apreensão, 22 de prisões temporárias e 15 de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a comparecer para prestar esclarecimentos) nos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. 

##RECOMENDA##

Segundo a Polícia Federal, entre os mandados, seis são direcionados para policiais militares e um para um policial civil, acusados de receberem propina para permitir a continuidade das ações criminosas, além de realizarem a segurança dos estabelecimentos. Arma, placas de computador e celulares estão entre os objetos apreendidos pela PF.

Em Recife, foram expedidos um mandado de prisão temporária para um técnico em informática, acusado de contrabando e participação em organização criminosa, e um mandado de condução coercitiva para um professor, que já compareceu à delegacia, sendo liberado em seguida. Em 2009, em Pernambuco, a Operação Game Over, semelhante à Operação Forró, já havia apreendido aproximadamente 4.380 máquinas caça níqueis e fechado 130 estabelecimentos.

A polícia apreendeu, nesta quinta-feira (2), 73 máquinas de caça-níqueis em dez casas de jogos clandestinas ,que foram fechadas, nos bairros da Imbiribeira e do Ipsep, na Zona Sul do Recife.  Quatro mulheres prestaram depoimento e em seguida foram liberadas.

De acordo com o delegado Carlos Couto, da delegacia do Ipsep, as investigações continuam. “Desde a última segunda (29) estávamos trabalhando nesta operação que vai continuar, até porque existem crimes de lavagem de dinheiro e corrupção de policiais”, afirma.



##RECOMENDA##

Aconteceu nesta quinta-feira (6) a retirada das 15 máquinas caça-níqueis de uma casa de jogos de azar, no bairro do Janga, em Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR). A polícia fechou a residência nesta última quarta-feira (5), segundo os agentes, ela já era alvo de investigações. Os equipamentos estavam presos em cadeados e fixados em estruturas de concreto.

Cerca de R$ 300 reais em dinheiro foi apreendido assim como todos os aparelhos, encaminhados à uma unidade de polícia para aguardar a posição judicial. Quatro pessoas detidas, sendo eles, dois seguranças e dois funcionários responsáveis pela arrecadação do dinheiro. Todos prestaram depoimento e liberados em seguida, mas pagarão pena em liberdade por contravenção.

##RECOMENDA##

De acordo com a polícia, o dono da residência ainda não foi encontrado e deverá pagar pelos crimes de contrabando e descaminho porque os equipamentos são importados e não declarados na Recife Federal.

Cinco pontos de exploração de jogos de azar que funcionavam no município de Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR), foram fechados nesta quinta-feira (1°), a partir de informações do Disque-Denúncia. No local foram apreendidas 38 máquinas caça-níqueis.

De acordo com a polícia, os estabelecimentos funcionavam nos bairros de Jardim Paulista, Maranguape I e II. Dois destes pontos estavam instalados em boxes do Mercado Público de Paulista, o que chamou a atenção da polícia. 

##RECOMENDA##

Os agentes identificaram cinco pessoas como responsáveis pelos pontos de jogos de azar. Elas foram conduzidas para a delegacia onde irão responder a um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pela prática de jogos de azar. 

 

 

O cantor Wesley di Camargo, irmão dos cantores da dupla Zezé di Camargo e Luciano, foi detido na tarde desta segunda (3) em uma casa de jogos em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Ele estava no local jogando quando a polícia chegou, motivada por uma denúncia anônima. Outras nove pessoas também foram detidas na operação, que apreendeu cerca de R$ 25 mil, 34 máquinas caça-níqueis e 20 máquina de vídeo-poker.

A casa ilegal de jogos ocupava todo o quarto andar de um prédio. “Vim pela primeira vez. Daqui uns dias, se abrir de novo, eu venho de novo, porque eu estou jogando com o meu dinheiro mesmo”, afirmou o cantor Camargo, que faz dupla com Marcelinho de Lima. Ele foi ouvido e já foi liberado.

Policiais do Serviço de Inteligência do 13° Batalhão fecharam mais uma casa ilegal de jogos de azar, na noite dessa quinta-feira (9). O estabelecimento funcionava na rua Manuel de Carvalho, localizada no bairro dos Aflitos, na Zona Norte do Recife.

No local, os agentes apreenderam 39 máquinas caça-níqueis, sendo ainda detidos três funcionários. Os equipamentos foram levados para a Delegacia do Espinheiro, responsável pela investigação do caso.





Treze policiais, sendo dez militares e três civis, foram presos durante uma operação do Ministério Público na terça-feira por suspeita de envolvimento na exploração de jogos ilegais na região de Santos, São Vicente e Praia Grande, no litoral paulista.

De acordo com o MP, uma associação clandestina cadastrava os comerciantes que desejavam ter as máquinas caça-níqueis e cobrava pagamento quinzenal para a manutenção dos jogos nos estabelecimentos.

##RECOMENDA##

Os dez policiais militares presos eram contratados pela associação para garantir a segurança dos comércios onde havia exploração dos jogos. O grupo ainda subornava os três agentes civis, também detidos, para evitar que a polícia desdobrasse investigações sobre o jogo ilegal da região. Entre os policiais civis presos está o chefe dos investigadores do 1º Distrito Policial de São Vicente, Agostinho Pereira. O Ministério Público segue com a apuração para identificar mais envolvidos no esquema.

Foram apreendidos R$ 27,3 mil em dinheiro e R$ 3,7 mil em cheques, além de 81 máquinas caça-níqueis e outros equipamentos eletrônicos. O cumprimento dos mandados de prisão temporária foi realizado em conjunto com agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).

Através de denúncias de parentes dos apostadores, cerca de 29 máquinas caça-níqueis e R$ 1,8 mil reais foram apreendidos na manhã desta quinta-feira (2), em uma investida realizada em três casas de jogos situadas na Zona Norte de Recife. Os bairros visitados foram Vasco da Gama, Bomba do Hemetério e Nova Descoberta.

Segundo informações policiais, duas pessoas foram detidas, entre elas o dono da casa, cujo nome não foi divulgado, que prestaram depoimento e foram liberados logo em seguida.

##RECOMENDA##

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando