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A proteção dos lagos da Floresta Amazônica é mais importante do que se imaginava na luta contra as mudanças climáticas. Apesar de relativamente pequenos, esses corpos d’água estocam um volume desproporcionalmente alto de carbono. Assim, impedem que grande quantidade de gás do efeito estufa vá para a atmosfera, o que agravaria o problema. O estudo, assinado por pesquisadores brasileiros da Universidade Federal Fluminense (UFF), foi publicado na Nature Comunications em julho.

As plantas absorvem dióxido de carbono (CO2) e liberam oxigênio (O2). Quando morrem, o CO2 absorvido é degradado e retorna como gás à atmosfera. Impedir esse retorno é uma das estratégias para combater as mudanças climáticas, já que o CO2 é um dos principais gases que se acumulam na camada de ar. Esses gases impedem a liberação do calor da Terra e, dessa forma, criam o efeito estufa, fenômeno que provoca o aumento da temperatura média do planeta.

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Os cientistas já sabiam que os lagos são importantes sumidouros de CO2, porque recebem grandes quantidades de material orgânico da vegetação em seu entorno. No novo estudo, os brasileiros conseguiram demonstrar que os lagos amazônicos, dada a riqueza da floresta ao seu redor, concentram um volume ainda maior em relação àqueles localizados em outros biomas. Pesquisas anteriores tinham subestimado a quantidade de CO2 estocada nos lagos amazônicos.

Para tentar determinar a importância da preservação desses lagos na prevenção ao aquecimento global, a equipe do professor Humberto Marotta, da UFF, fez diversas expedições às planícies de inundação de rios da Amazônia, abrangendo uma grande variedade de regiões da floresta. Os cientistas coletaram amostras de sedimento do fundo de 13 lagos. Também compararam os resultados com uma revisão global de dados de vários outros estudos semelhantes feitos em diferentes biomas.

As análises revelaram que os lagos da Amazônia apresentam algumas das taxas de acumulação de CO2 mais elevadas do planeta. Elas são de 113,5 gramas por metro quadrado ao ano, volume até dez vezes maior do que os de lagos localizados em outros biomas.

Desmatamento

O estudo demonstrou também que a taxa de acumulação do CO2 é 2,3 vezes maior nas áreas de mata preservada em relação a regiões desmatadas. Ou seja, embora os lagos sejam essenciais para a absorção de CO2, não basta preservar o ecossistema isoladamente. É preciso proteger também a floresta em seu entorno, fornecedora da matéria orgânica.

"O trabalho mostra que, se destruirmos as florestas do entorno, reduzimos a capacidade desses lagos de guardarem matéria orgânica, de serem os guardiões contra o aquecimento global", afirmou o pesquisador Humberto Marotta, da UFF, principal autor do estudo.

O grupo de Marotta tenta agora determinar o número de lagos na região amazônica e sua extensão. O objetivo é medir, de forma mais acurada, o impacto desses ecossistemas no combate às mudanças climáticas. Segundo o professor, as estimativas estão muito subestimadas. Muitos são encobertos pela vegetação, o que impede sua detecção.

Outra questão é determinar qual a capacidade dos rios de acumular sedimentos orgânicos e, consequentemente, CO2. Os especialistas sabem que o acúmulo costuma ser maior em águas mais tranquilas, como a dos lagos. Não há estimativas para os rios amazônicos. "Como os rios têm correnteza, eles não são propícios à acumulação de carbono", afirma Marotta. "Mas como a Amazônia tem muitos rios, seria interessante saber se existem estoques significativos."

A pesquisa é fruto da tese de doutorado de Leonardo Amora-Nogueira e foi apoiada pela Federação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Também contou com parcerias internacionais com a Universidade de Souther Cross, na Austrália; Instituto Birmingham de Pesquisas da Floresta, no Reino Unido; e Universidade de Lisboa, em Portugal.

O desabamento de um prédio em construção na cidade nigeriana Lagos causou ao menos três mortes nesta segunda-feira (1º) e há outras pessoas sob os escombros.

Um correspondente da AFP disse que uma escavadeira levanta placas de concreto em busca das pessoas presas no edifício de 21 andares no distrito Ikoyi na capital comercial nigeriana.

Equipes de resgate disseram que "muitos" trabalhadores ficaram presos dentro do prédio, mas ainda não podem confirmar o número de pessoas presas ou mortas.

Dezenas de pessoas cercaram o edifício após o desabamento e muitos gritaram pela lentidão nos trabalhos de resgate.

O comissário da polícia de Lagos, Hakeem Olusegun Odumosu, disse que três corpos sem vida foram resgatados, assim como três pessoas.

"Foram resgatados três corpos e as operações continuam", disse à imprensa.

Acrescentou que ainda é muito cedo para saber quais são as causas do desabamento.

"Muitos trabalhadores estão presos entre os escombros", disse Femi Oke-Osanyintolu, diretor-geral da agência estatal de assuntos de emergência.

Apesar de um forte aumento de casos de coronavírus na Nigéria, o país mais populoso da África, a maioria dos 20 milhões de habitantes de Lagos, sua capital econômica, se declararam "aliviados" de poder voltar ao trabalho após cinco semanas de confinamento rígido.

No bairro de negócios de Victoria Island, as pessoas foram até os bancos para sacar dinheiro e retomar suas atividades econômicas. Todos os comércios voltaram a abrir e os estacionamentos estavam cheios, constataram jornalistas da AFP.

"Acabamos de passar um mês de fome e dor. Agora posso voltar a ganhar dinheiro e alimentar minha família" comentou Ganiyu Ayinla, ao convidar os passageiros para subir em seu "Danfo", como são chamados os micro-ônibus amarelos de Lagos.

Policiais foram mobilizados em toda a cidade para tentar sensibilizar a multidão sobre os gestos de proteção e as regras contra o vírus adotadas pelo Estado de Lagos.

"Autorizamos somente passageiros com máscaras" explicou um policial à AFP. "A capacidade dos ônibus não deve exceder 60%, e podem circular apenas os motoristas que podem distribuir água, sabão ou álcool em gel", explica.

Mas a tarefa é imensa nesta megalópole e as forças de segurança não serão grandes o suficiente para fazer cumprir os princípios de distanciamento de pelo menos 1,5 metro imposto pelas autoridades.

Muitos se preocupam com este desconfinamento na maioria dos estados da Nigéria, mas diante da pressão social - em um país de 200 milhões de pessoas, onde 80 milhões vivem abaixo do limite da extrema pobreza - o governo federal decidiu facilitar as medidas, e impor um toque de recolher das 19h00 às 6h00 da manhã.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou os governos da África Subsaariana contra a tentação do desconfinamento, encorajada pelo fato de que grande parte de suas populações dependem do setor informal para sobreviver.

A arte do pequeno Kareem Waris, de 11 anos, está ganhando a atenção de diversas pessoas no mundo. O morador da cidade de Lagos, na costa sudoeste da Nigéria, impressiona com desenhos hiper-realistas de pessoas que são disponiblizados para apreciação no Instagram.

De acordo com o canal de televisão CGTN Africa, o menino estuda na Academia de Arte Ayowole, e toda a criação dos desenhos é feita em uma varanda. O espaço onde Kareem estuda, segundo a emissora, é precário. Apelidado de Waspa, o nigeriano usa apenas lápis, papel e algumas estruturas para compor os desenhos.

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O que aconteceu com toda a água que outrora preenchia lagos e oceanos em Marte? Boa parte, sugeriram pesquisadores nesta quarta-feira (20), pode estar presa em rochas.

Estudos anteriores concluíram que a água foi varrida para o espaço por potentes ventos solares quando o campo magnético do planeta entrou em colapso, enquanto uma parte foi capturada no gelo sob a superfície.Mas essa teoria não explicava toda a água que estava faltando no planeta.  Para tentar rastrear o resto, uma equipe internacional de pesquisadores colocou o modelo científico à prova.

"Os resultados revelaram que as rochas de basalto em Marte podem conter aproximadamente 25% mais de água do que as da Terra e, como resultado, estas puxaram a água da superfície marciana para o seu interior", destacou uma declaração da Universidade de Oxford, cujos cientistas participaram do estudo, publicado na revista Nature.

Como na Terra, a desagregação química e as reações hidrotermais podem mudar minerais em rochas, de secos a permeáveis à água, disse à AFP o coautor do estudo Jon Wade, de Oxford. Mas as rochas marcianas fazem isso muito melhor que as da Terra, devido a uma composição diferente. Essas rochas teriam reagido com a água superficial de Marte, bloqueando parte dela em sua estrutura mineral, disse Wade em um e-mail.

"Não é mais líquida, mas fisicamente ligada ao mineral", afirmou, o que significa que a única maneira de liberar a água seria derretendo a rocha. Em uma Terra recém-nascida, as rochas permeáveis formadas de uma maneira semelhante teriam flutuado na superfície super-quente do planeta até derreteram, liberando água de volta à superfície, como fizeram.

Mas em Marte, nem todas as rochas teriam derretido, e parte da água teria permanecido presa nas rochas que afundavam direto para o manto. "Marte estava condenada pela sua geoquímica!", disse Wade. A água líquida é um pré-requisito para a vida como a conhecemos. E apesar do vizinho da Terra estar seco e empoeirado hoje, acredita-se que já foi um planeta molhado.

Em 2015, a Nasa disse que quase metade do hemisfério norte de Marte já havia sido um oceano, atingindo profundidades superiores a 1,6 quilômetro. Mais tarde naquele ano, um estudo anunciou a descoberta de "água" remanescente no planeta, na forma de fluxos de salmoura.

Em sua casa de paredes em tons pastéis no bairro de Campos, coração de Lagos, Yewande Oyediran é uma das últimas pessoas a preservar a cultura brasileira trazida por ex-escravos há mais de um século.

Afundada em uma grande poltrona, a octogenário evoca seu bisavô, João Esan da Rocha, natural do estado de Osun, no sudoeste da Nigéria, capturado em 1850 e levado para a América do Sul como um escravo, tendo sido libertado anos mais tarde.

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Foi assim que o "frejon" (conhecido como feijão de coco no Brasil), um prato feito a partir de grãos de feijão e leite de coco, degustado principalmente durante a Semana Santa, se tornou um prato muito popular em sua família e nas casas de muitos outros da etnia yoruba, no sul da Nigéria.

"Eu não espero a Sexta-feira Santa para comer frejon, eu cozinho e como ao longo de todo o ano", afirma.

Mas esta cultura está se perdendo. Poucas pessoas ainda falam o português em Lagos, e os edifícios da época, que ainda guardam o requinte das fachadas sob a pintura descascada, estão em ruínas.

Uma casa de 1895, nas cores rosa e bege e com janelas ornadas com grades de ferro forjado, ainda está de pé, bem como a catedral católica, não muito longe. Mas a mesquita de Shitta, construída em 1892 no mesmo bairro e inspirada nas igrejas coloridas da Bahia, foi destruída.

Apenas o carnaval anual de Lagos, muito colorido, e alguns nomes de família, tais como Cardoso, Almeida, da Costa, da Silva ou Gonçalves, existem para lembrar os laços históricos entre a Nigéria e o Brasil.

40 casas ainda de pé

Também é possível constatar alguma influência afro-brasileira nas construções da cidade costeira de Badagry, cerca de sessenta quilômetros de Lagos, de onde partiram milhares de escravos nigerianos para Salvador.

A partir de 1850, os escravos libertos, convertidos ao catolicismo em sua maioria, começaram a voltar para a Nigéria, trazendo com eles novas crenças e novas influências culturais e arquitetônicas.

Entre os ex-escravos, muitos tornaram-se políticos e empresários ricos, que queriam mostrar seu novo status social. Desta forma, construíram edifícios impressionantes.

O avô da sra. Oyediran foi o primeiro milionário da Nigéria, segundo a lenda.

Lagos passou por uma verdadeira metamorfose ao longo das décadas para se tornar a cidade mais populosa da África, com cerca de 20 milhões de habitantes, e seu patrimônio arquitetônico tem sido negligenciado.

As "fracas" tentativas de preservação da herança afro-brasileira têm "sido dificultadas pela falta de recursos e corrupção", afirma um funcionário do ministério do Turismo, que pediu anonimato.

"Os filhos dos proprietários destes edifícios não ajudam. Muitos deles não têm ideia do valor histórico dos edifícios em que vivem", acrescentou.

Guia turístico, Abiola Kosoko lamenta que a maioria dos edifícios antigos afro-brasileiros foram demolidos para dar lugar a grandes edifícios sem charme, mas mais rentáveis.

"Há algumas décadas, contávamos com cerca de 900 destes edifícios na ilha de Lagos, (nos subúrbios de) Epe, Badagry e Ikorodu. Menos de 40 ainda estão de pé hoje", disse ele.

"Mesmo o carnaval, que atraía muitos turistas estrangeiros, perdeu o seu esplendor", especialmente por causa das gangues locais, que semeiam a confusão, lamenta Dayo Medeiros, cujos ancestrais foram escravos no Brasil.

Uma das casas de estilo afro-brasileiro desabou recentemente no subúrbio de Lagos, explica Kosoko, que é bisneto de um antigo rei de Lagos e que escreveu um livro sobre a história da cidade.

"Ninguém tentou preservá-lo. Eles deixaram a construção de um andar, uma jóia arquitetônica, desintegrar-se", lamenta.

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A cidade de Lagos na Nigéria presenciou nesta quinta-feira (11), a queda de um prédio que matou pelo menos 7 pessoas. O corpo de bombeiros disse que resgatou sete pessoas dos escombros.

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O governo da maior cidade da Nigéria já havia afirmado que os prédios do local representavam perigo por serem muito velhos e sem manutenção. Cerca de 20 pessoas viviam no edifício da metrópole africana, de 15 milhões de habitantes.

Tragédias do tipo são comuns no país já que as construções nem sempre respeitam as normas de segurança.

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