Nesse domingo (26), o apresentador global Luciano Huck fez a primeira “pergunta do milhão” na história do quadro “Quem quer ser um milionário?”. O professor carioca Rafael de Andrade Cunha, de 41 anos, foi o finalista do jogo, precisando responder a uma questão sobre a origem do nome “bluetooth”, tecnologia de conectividade criada nos anos 90.
Apesar de não ter acertado a resposta, o educador ainda levou R$ 500 mil para casa e entrou para os trends nas redes sociais brasileiras, que lotaram com internautas curiosos sobre a origem da nomenclatura. A opção “C” do jogo respondia à questão, que sinaliza o que inspirou o nome bluetooth: um rei.
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Embora a tecnologia sem fio tenha se tornado uma parte essencial da vida cotidiana, poucas pessoas deram atenção à inspiração por trás do icônico nome e logotipo do Bluetooth. A origem é no rei escandinavo Harald "Blåtand" Gormsson (Haroldo I da Dinamarca), um viking do século 10 que governou a Dinamarca e a Noruega de 958 a 985. Muitas realizações são creditadas a ele, mas a maior de todas é que ele uniu os dois países peninsulares sob seu governo.
Gormsson também era conhecido por seu dente morto, que tinha uma tonalidade que muitos acreditavam ser azulada ou acinzentada. Era tão proeminente que seu apelido era Blåtand, que se traduz literalmente do dinamarquês para "Bluetooth" (dente azul, do inglês). Mas o que isso poderia ter a ver com uma tecnologia sem fio que permite usar um fone de ouvido viva-voz enquanto dirige?
O “batismo”
Pouco mais de 1.000 anos depois, em 1996, a tecnologia de rádio de curto alcance estava em seus estágios iniciais - a Intel tinha um programa chamado Biz-RF, a empresa sueca de telecomunicações Ericsson tinha o MC-Link e a Nokia tinha RF de baixa potência. As três potências reconheceram rapidamente que a melhor maneira de impulsionar a tecnologia no setor e evitar a fragmentação seria criar um único padrão sem fio.
Em dezembro daquele ano, Jim Kardach, da Intel, que havia lido um livro sobre a história dos Vikings, sugeriu o nome Bluetooth como codinome até que o grupo de marketing pudesse apresentar um nome formal para a tecnologia.
"Quando questionado sobre o nome Bluetooth, expliquei que o Bluetooth foi emprestado do século 10, segundo rei da Dinamarca, o rei Harald Bluetooth, que ficou famoso por unir a Escandinávia assim como pretendíamos unir as indústrias de PC e celular com um curto alcance link sem fio", escreveu Kardach em uma coluna de 2008 para o EE Times.
Ele acrescentou que criou uma folha de PowerPoint com uma versão da pedra Rúnica onde Harald segurava um celular em uma das mãos e um caderno na outra.
O codinome Bluetooth foi inserido nos contratos como um espaço reservado até que um nome oficial fosse finalizado. Quando outros nomes que estavam sendo considerados não funcionaram, o Bluetooth permaneceu. O logotipo onipresente simboliza "uma runa (alfabeto único dos povos nórdicos) de ligação mesclando as runas Younger Futhark (Hagall) ᚼ) e (Bjarkan) (ᛒ), as iniciais de Harald", de acordo com o site da Bluetooth.