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Lou Reed, o lendário músico de rock morto em 2013, falou muito pouco sobre o ano após sua saída do Velvet Underground para viver com seus pais. Mas ele estava escrevendo poemas, que em breve serão publicados como um livro, anunciou nesta sexta-feira (2) o Arquivo Lou Reed.

O anúncio da edição do primeiro livro do artista, "Do Angels Need Haircuts?", ("Os anjos precisam de cortes de cabelo?"), uma compilação de poemas escritos entre 1970 e 1971, foi feito no dia em que Reed teria comemorado seu aniversário de 76 anos.

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O livro, que sairá à venda em abril, oferece "uma janela sobre um capítulo pouco conhecido da vida de uma das vozes mais intransigentes da cultura popular americana", indicou a editora.

O texto estará acompanhado de uma gravação de Reed recitando seus poemas na igreja de São Marcos do East Village de Nova York.

The Velvet Underground, que lançou seu primeiro disco em 1967, produzido por Andy Warhol, comoveu a cena musical mundial com uma nova sensibilidade artística e com temas como as drogas e os desvios sexuais, até então impensáveis.

Reed abandonou o Velvet Underground pouco antes do lançamento do quarto álbum de estúdio do grupo, "Loaded", em 1970. As tensões tinham ido aumentando entre ele e o baixista Doug Yule, que o substituiu como vocalista.

Reed, que então já era famoso na cena underground mas tinha ganhado pouco dinheiro, voltou em 1970 à casa da sua família em Long Island e trabalhou como datilógrafo na empresa de contabilidade de seu pai.

Em 1972, começou uma bem-sucedida carreira solo, gravando em Londres com o apoio de outra estrela do rock, David Bowie.

Reed morreu de doença hepática em 2013, quando tinha 71 anos.

"Precursor do punk rock", "pedra fundamental" de uma geração, inspiração para inúmeros músicos herdeiros de seu "rock urbano": a influência que Lou Reed, morto no último domingo, teve no rock das últimas décadas foi muito importante.

"Para mim, Lou Reed faz parte do rol das quatro ou cinco maiores figuras da história do rock. Mas ele não é apenas um herdeiro de Elvis Presley. Ele rebateu todas as cartas, fez uma redistribuição de poderes e abriu novas possibilidades", disse à AFP o músico francês Rodolphe Burger, ex-vocalista do grupo Kat Onoma e autor da homenagem "This Is a Velvet Underground Song That I'd Like To Sing", álbum gravado em 2011.

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Figura mítica do rock, o ex-líder do Velvet Underground e autor de "Walk on the wild side" e "Perfect Day", falecido aos 71 anos, inspirou o trabalho de diversas gerações de músicos, de David Bowie ao Metallica, e tornou-se uma referência incontornável do mundo musical.

"Foi um mestre", disse David Bowie em sua página no Facebook, enquanto Morrissey, ex-vocalista do grupo inglês The Smiths, ressaltou que "sua música sobreviveu ao tempo".

Muito vasta, sua influência se exerceu inicialmente nos músicos de sua geração, a começar por David Bowie, um fã do Velvet Underground que, após a separação do grupo, produziu em 1972 o álbum "Transformer", de Reed, que conta com a célebre faixa "Walk on the Wild Side".

"Hey, Lou, você sempre andará pelo lado selvagem. Sempre um dia perfeito", disse o escritor Salman Rushdie em sua conta no Twitter.

Para o jornalista musical francês Olivier Cachin, Lou Reed, cantor "venenoso", é "a pedra fundamental" de toda uma geração que explodiu em meados dos anos 1970. Toda a geração punk se inspirou nele".

"Ele foi o precursor do punk rock, que não era apenas um estilo musical, mas a chegada ao poder, no rock, de pessoas que eram marginalizadas", avalia o jornalista e escritor Michka Assayas, autor de diversos livros sobre o rock. Para ele, Lou Reed "criou um novo gênero musical praticamente sozinho", "urbano" e "revelador de um lado escondido da sociedade".

"Compositor fenomenal"

Mais amplamente, Lou Reed "influenciou direta ou indiretamente o rock um pouco decadente dos anos 1970, seja por David Bowie, Roxy Music, Brian Eno; seguidos do punk, o pós-punk, a new wave e até o retorno do rock nos anos 2000", afirma Jean-Daniel Beauvallet, um dos editores-chefe da revista especializada francesa "Les Inrockuptibles".

Entre as razões deste legado considerável, muitos citam o fato de que com letras soturnas, evocando drogas pesadas, sexualidade, marginalidade ou a dificuldade de viver, Lou Reed e o Velvet Undergound - surgidos no auge do movimento hippie do "flower power" - terem levado o rock à "maioridade" com seu primeiro álbum, lançado em 1967.

"Foi ele que empurrou de verdade o rock de seu lado adolescente e despreocupado para alguma coisa de mais profunda", insiste Olivier Cachin. "Ele obrigou o rock a tornar-se um adulto", endossa Jean-Daniel Beauvallet.

Outra particularidade: com textos poéticos, Lou Reed, "grande compositor" na opinião de seu amigo, o escritor e editor Bernard Comment, contribuiu para dar uma dimensão literária ao rock.

"No fim das contas ele inventou uma espécie hibridação no rock que não existia antes dele, quer dizer, mesclando formas da canção popular com temas visitados pela literatura de vanguarda, experimental, provocadora", explica Michka Assayas.

O presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, o cardeal Gianfranco Ravasi, fez uma homenagem inesperada nesta segunda-feira (28) em sua conta no Twitter ao fundador do Velvet Underground, Lou Reed, que morreu no domingo aos 71 anos.

O cardeal italiano, um dos primeiros na Cúria e do Colégio de Cardeais a adotar as redes sociais, tuitou o refrão de "Shuch a perfect day", uma das mais conhecidas canções do cantor americano: "Oh, it's such a perfect day/ I'm glad I spend it with you/Oh, such a perfect day/ You just keep me hanging on".

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Em um segundo tuíte, ele explicou a escolha: "Não se iludam. Tudo o que o homem semear, também colherá". Essa passagem da Epístola aos Gálatas "foi citada por Lou Reed em Perfect Day", afirma o prelado. Ravasi, escolhido pelo Papa Bento XVI para ser o seu "ministro" da Cultura e mantido por seu sucessor Francisco, tem uma vasta cultura eclética e nunca escondeu que ama o rock.

O cardeal italiano mantém desde 2011 o "Pátio dos Gentios", um fórum para o diálogo com os não católicos e agnósticos que se reúne em diferentes cidades do mundo. Ele também foi responsável por organizar um pavilhão da Santa Sé na Bienal de Veneza deste ano.

É um dos membros da Cúria mais populares e apreciados entre os intelectuais. Nas redes sociais, vários meios de comunicação repercutiram a história, considerando que nunca um cardeal, mesmo entre os mais abertos, foi tão longe e que isso deveria "chocar" o Vaticano, num momento em que a liberdade de tom do Papa Francisco já perturba uma série de prelados.

O consagrado cantor e compositor americano Lou Reed, um dos ícones do rock, líder da mítica banda The Velvet Underground, nos anos 1960, morreu aos 71 anos, informaram a imprensa e seu agente este domingo (27). A morte de Reed, intérprete de Walk on the wild side e Perfect day, que tinha sido submetido a um transplante de fígado meses atrás, foi anunciada pela revista especializada Rolling Stone e confirmada por seu agente ao jornal britânico The Guardian.

Procurados pela AFP, nem seu agente, nem seu selo fonográfico puderam ser contatados. Uma das personalidades mais emblemáticas da cultura pop, Lou Reed foi o fundador da banda The Velvet Underground, no final dos anos 1960, e em seguida conduziu uma brilhante carreira solo. O músico era casado desde 2008 com a também artista Laurie Anderson, sua companheira de muitos anos.

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O cantor nasceu em 1942 no Brooklyn (sudeste de Nova York), onde morava até hoje, e era uma das lendas vivas da cidade, ao lado do cineasta Woody Allen e da cantora Patti Smith, entre outros. Poeta urbano e guitarrista, Lou Reed demonstrou como poucos a dureza, a tristeza e o romantismo da vida nas grandes cidades, dando espaço em suas canções até para os marginalizados, como os homossexuais e os drogados.

Produzido em 1967 pelo celebrado artista plástico Andy Warhol, The Velvet Underground & Nico, o primeiro álbum da banda que formou junto com John Cale e no qual cantou, a princípio, com a modelo e musa Nico, é considerado uma das obras-primas do rock. O álbum inclui canções como I'm Waiting for the Man (sobre um jovem que espera a chegada do traficante), Sunday Morning (que evoca a desolação da manhã após os excessos da noite anterior) e Heroin, hino à droga cuja dependência levaria muitos de sua geração.

Após a separação da banda, no começo dos anos 1970, Lou Reed começou uma carreira solo e em 1972 lançou seu disco mais famoso, Transformer, no qual se destaca a faixa Walk On the Wild Side, um convite a viver a uma vida de excessos e que celebra os travestis e os homossexuais.  Satellite of Love e Perfect day são outras duas grandes canções deste álbum, regravadas por muitas bandas, sendo que a última integrou a trilha sonora do filme 'cult' Trainspotting (1996), do diretor escocês Danny Boyle.

A Transformer se seguiram outras obras muito conhecidas como Berlin (1973) e Coney Island Baby (1976). Nos últimos anos, Lou Reed estava dedicado a vários projetos ecléticos, como uma colaboração com a banda Metallica e um livro de poesias inspirado em O Corvo, do escritor americano Edgar Allan Poe.

Lou Reed sofreu graves problemas de saúde nos últimos tempos, que o levaram a fazer um transplante de fígado em maio passado em uma clínica de Cleveland (Ohio, norte dos Estados Unidos). Reed "estava morrendo", teria dito na ocasião Laurie Anderson, ao comentar a operação, admitindo não saber se seu marido conseguiria se recuperar completamente.

O ícone do rock Lou Reed está se recuperando depois de um transplante de fígado feito nos Estados Unidos, de acordo com uma entrevista de sua esposa publicada neste sábado, 1, pelo jornal britânico Times of London. Laurie Anderson disse que Reed estava morrendo antes da operação, feita em uma clínica em Cleveland, Ohio. Ela afirmou ainda que Reed, de 71 anos, ainda não está totalmente recuperado, mas "já está trabalhando". "Estou muito feliz. É uma nova vida para ele."

Anderson, que também é música e artista performática, elogiou a estrutura do hospital de Cleveland, um dos principais centros de transplante dos EUA, e disse que os hospitais do cidade natal do casal, Nova York, eram "inadequados".

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Lou Reed é um dos fundadores do influente grupo de rock dos anos 1960 The Velvet Underground e também teve uma bem-sucedida carreira solo. As informações são da Associated Press.

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