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O inverno se aproxima e com a estação chegam às possibilidades de chuvas fortes em Pernambuco. Devido ao histórico de enchentes em vários municípios, a população pernambucana fica em alerta há qualquer indício de chuva. Mas para evitar pânico desnecessário, é preciso entender como funcionam as previsões do tempo.
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No Estado, o monitoramento é feito pela Agência Pernambucana de Águas e Climas (APAC). Da “sala de situação”, localizada no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, as equipes da Gerencia de Monitoramento e Fiscalização e da Gerencia de Meteorologia e Mudanças Climáticas acompanham a movimentação das nuvens e a aproximação de eventos naturais através de monitores.
Todo o trabalho é baseado em modelos de previsão do tempo de várias localidades e imagens de satélite. “Para diminuir o risco de erros fazemos a checagem com base nessas duas informações e conseguimos prever o que vai acontecer em Pernambuco”, afirmou o meteorologista Thiago do Vale. A Agência faz duas previsões por dia, o que possibilita 90% de acerto. “Nós analisamos hoje o que vai acontecer num período de 48 horas”.
A APAC também utiliza Plataformas de Coleta de Dados (PCDs), que são estações automáticas que coletam, armazenam e transmitem dados meteorológicos. Em Pernambuco existem 30 equipamentos de rios e 40 de reservatórios. “Através de relatórios essas plataformas nos ajudam a monitorar o nível dos rios e prever enchentes”, explicou o analista de recursos hídricos, Rony Melo.
Baseados nessas informações, e em caso de risco de grandes alagamentos, a APAC entra em contato diretamente com a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe). Os dois órgãos trabalham de forma integrada e possuem um manual em que a Codecipe sabe quais medidas tomar, dependendo do nível de aviso dado pela Agência. “Nós não damos alerta. Esse procedimento é feito pela Codecipe. A APAC apenas informa qual o nível de risco”, afirmou Melo.
A medição da chuva é calculada em milímetros, conforme a convenção da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Quando a APAC avisa que vai chover 30 milímetros, por exemplo, corresponde a 30 litros de água por metro quadrado. “Quando chove essa quantidade durante todo o dia não é preocupante. O problema é se cair toda essa água num período de 3 horas.”, alerta Patrice Oliveira, gerente de meteorologia da APAC.
Dificuldades – A APAC possui um trabalho fundamental para todo o Estado. A partir das informações repassadas pela Agência, é possível evitar tragédias. Mas devido a falta de cuidado de algumas pessoas, o órgão acaba sofrendo com o vandalismo.
Os 70 PCDs estão espalhados por municípios como Caruaru, Toritama, Limoeiro, Paudalho e São Lourenço da Mata. Alguns dos equipamentos são instalados em imóveis, já outros ficam localizados em pontos de qualquer proteção. Por conta disso, muitos deles são danificados por moradores das áreas.
As plataformas são caras, custam R$ 50 mil cada. Como a APAC não possui equipes descentralizadas, os profissionais precisam sair do Recife para realizar os consertos e reparos. “Nisso perdemos dois dias só na ida e volta dos municípios e fora isso ficamos sem a informação daqueles reservatórios”, lamenta Rony Melo.
Outro problema enfrentado pela Agência é o fato de, por questões globais, Pernambuco está localizado numa região tropical, difícil de se fazer previsão do tempo. “Aqui temos muito energia e a localidade recebe grande influência da radiação solar. Nesse caso temos que trabalhar com um sistema mais dinâmico e preciso”.