Tópicos | Moreira Franco

O presidente da República, Michel Temer, rebateu nesta terça-feira, 31, acusação de que recebeu R$ 2 milhões de propina do Grupo Bertin, em 2010, escamoteada como forma de doação declarada à Justiça Eleitoral, na sua primeira campanha a vice-presidente, na chapa da ex-presidente Dilma Rousseff.

A acusação veio do delator e corretor Lúcio Bolonha Funaro, que confessou operar propinas para o PMDB, em depoimento mais cedo na 10ª Vara Federal, em Brasília. Segundo ele, Temer recebeu valores pagos por uma empresa do ramo de energia controlada pelo Bertin, que produz proteína de origem animal.

##RECOMENDA##

Funaro também disse que parte da propina foi para o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso e também é réu na ação penal derivada da Operação Sépsis, e ao ministro Moreira Franco, secretário-geral da Presidência. O delator afirmou que Moreira foi "tesoureiro da propina" de Temer. A ação penal apura desvios na Caixa Econômica Federal, que administra o fundo de investimento do FI FGTS.

"Se não me engano, Eduardo Cunha ficou com R$ 1 milhão. R$ 2 milhões foram destinados ao presidente Michel Temer", afirmou Funaro. Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República afirmou que Temer "contesta de forma categórica qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos, ainda mais partindo de um delator que já mentiu outras vezes à Justiça".

A Presidência também comentou as doações do PMDB recebidas naquele ano e afirmou que as contribuições não têm relação com a financiamentos do FI FGTS. "Em 2010, o PMDB recebeu 1,5 milhão de reais em três parcelas de 500 mil reais como doação oficial à campanha, declarados na prestação de contas do Diretório Nacional do partido entregue ao TSE. Os valores não têm relação com financiamento do FI FGTS", diz a nota.

Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria Geral da Presidência ainda não respondeu.

O corretor Lúcio Bolonha Funaro afirmou ao juiz Vallisnney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, em Brasília, que o presidente Michel Temer, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, e o ex-deputado Eduardo Cunha teriam recebido parte da propina paga por uma empresa de energia do grupo Bertin, que atua no setor de proteína animal.

O interrogatório de Funaro é no âmbito a ação penal derivada da operação Sépsis, que investiga a atuação de integrantes do grupo político do PMDB da Câmara na vice-presidência de Fundos e Loteria da Caixa. Além do corretor e de Cunha são réus no processo o ex-deputado Henrique Eduardo Alves, o ex-vice-presidente da Caixa Fabio Cleto e o ex-sócio de Cleto, Alexandre Margotto.

##RECOMENDA##

Segundo Funaro, Temer teria recebido de forma indireta por meio de uma doação oficial ao PMDB na campanha de 2010. Na disputa, o peemedebista era o candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff.

"Se não me engano, Eduardo Cunha ficou com R$ 1 milhão; R$ 2 milhões foram destinados ao presidente Michel Temer", afirmou Funaro. Sobre Moreira Franco, o delator afirmou ter certeza que ele recebeu parte desse dinheiro proveniente do Bertin.

Ainda de acordo com o delator, em 2010, Moreira Franco teria deixado o cargo que ocupava na Caixa para exercer a função de "tesoureiro de propina" para Temer.

Vampeta

Além dos repasses para Temer, Funaro citou vários pagamentos efetuados ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Segundo o delator, desde 2003, quando começou sua relação com Cunha, ele comprou carros e pagou a compra de um apartamento para o ex-deputado. O imóvel teria sido adquirido do ex-jogador do Corinthians, Vampeta. "Paguei com cheque de uma empresa minha", afirmou Funaro.

O jornal O Estado de S. Paulo procurou a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto (Secom), mas ainda não houve resposta oficial sobre as acusações de Funaro contra o presidente Temer e o ministro Moreira Franco.

O ministro da Secretaria-geral da Presidência da República, Moreira Franco, afirmou, por meio de sua assessoria, que seu advogado não teve acesso a investigação e desqualificou o depoimento em que o corretor Lúcio Funaro diz que o ministro era um dos que sabiam do esquema na Caixa Econômica Federal operado pelo ex-vice-presidente de Fundos e Loterias do órgão Fabio Cleto. "Repudio a suspeita. Toda afirmativa proveniente de delatores assumidamente criminosos não merece credibilidade", disse o ministro, em nota.

Em audiência na Justiça Federal em Brasília nesta sexta-feira, 27, Funaro foi perguntado pela Procuradoria da República sobre quem dentro do PMDB tinha conhecimento do esquema de Cleto: "Geddel (Vieira Lima) com certeza, Lúcio (Vieira Lima) com certeza, Henrique (Eduardo Alves), Michel Temer, Moreira Franco, Washington Reis", elencou Funaro. Funaro não deu mais detalhes à menção que fez ao nome de Temer e do ministro Moreira Franco.

##RECOMENDA##

Com apenas 12 votos a menos em relação à votação anterior, o presidente Michel Temer (PMDB) conseguiu, ontem, mais uma vitória política no Congresso, ao rejeitar por 251 a 233 votos o segundo pedido feito pelo Supremo Tribunal Federal para investigá-lo. Quanto aos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), que também constavam no processo arquivado, o STF deve definir em que momento o Judiciário poderá analisar a denúncia contra eles.

Em tese, a denúncia poderia retomar o andamento no Judiciário assim que os dois deixassem os cargos de ministro, seguindo o mesmo entendimento aplicado para o presidente da República, segundo o qual o processo ficará suspenso enquanto Temer estiver no mandato. Mas, no Supremo, interlocutores do relator do caso, ministro Edson Fachin, afirmam que ele ainda não formulou uma posição sobre o tema, pois aguardava a decisão da Câmara.

Na primeira denúncia contra Temer, na qual o presidente foi acusado por corrupção, também rejeitada pela Câmara, Fachin suspendeu o processo contra o presidente e fatiou a denúncia. Na ocasião, ele enviou para a primeira instância da Justiça a acusação contra o ex-assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures, que não tem direito ao foro privilegiado.

A expectativa é que o ministro despache sobre a nova decisão da Câmara em breve. Na época da rejeição da primeira denúncia, a decisão que formalizou a suspensão do processo ocorreu uma semana após a decisão da Câmara. Os advogados de Padilha e de Moreira Franco avaliaram que o STF ainda deverá analisar a situação por conta das características da denúncia, na qual os ministros são acusados junto com Temer pelo crime de organização criminosa.

Daniel Gerber, que defende Padilha, por exemplo, disse que, como a Câmara não autorizou o prosseguimento da denúncia, o ministro fica blindado, mas, em tese, somente enquanto mantiver o status de ministro e, assim que deixar o cargo, o Supremo poderá analisar a denúncia.

"Acredito que em relação a todos os demais réus, a denúncia vai correr. Se para os demais, vai normalmente correr, caso os dois percam o status de ministros, acredito que contra eles o processo também se iniciaria, independente de eventual suspensão ser mantida contra o presidente", disse, ressalvando que a decisão caberá ao STF.

Já o advogado de Moreira Franco, Antônio Pitombo, afirmou que, embora o ministro possa ser processado após deixar o cargo, o STF não poderá fatiar a acusação em razão de uma estreita conexão entre os fatos imputados a ambos na denúncia.

"A acusação é de organização criminosa. Não pode dar andamento a fato em relação a 'A' e deixar suspenso em relação a 'B'. Se processa um, está pré-indicando a posição em relação a outro. Qualquer juízo será antecipatório quanto ao próprio mérito [pertinência da acusação]", avalia o advogado. Na prática, se o STF adotar tal entendimento, os ministros só poderão ser processados junto com Temer, portanto, quando o presidente deixar o mandato.

REAÇÃO DE JARBAS – O deputado Silvio Costa (Avante), fazendo o jogo da oposição pela obstrução da sessão de julgamento da denúncia contra o presidente Temer, oferecida pelo Supremo, tentou evitar que o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) registrasse sua presença em plenário. Mas, decidido a votar a favor da denúncia e, portanto, contra Temer, Jarbas driblou Costa sob a proteção do deputado governista Augusto Coutinho (SD), este de posição contrária ao parlamentar pemedebista, ou seja, voto pelo arquivamento da matéria. Bem ao seu estilo, Jarbas adentrou ao plenário sem dá bolas para os apelos de Silvio, que ficou falando para as paredes.

Pressionando para ficar – O senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente licenciado do PSDB, está apelando para permanecer no comando do partido até dezembro, quando os tucanos vão eleger uma chapa para a Executiva Nacional e o novo presidente. O pedido do senador mineiro foi feito ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), em conversa entre os dois líderes. Jereissati é o presidente interino do partido e tem pressionado o colega a abandonar o posto no PSDB. No encontro, Aécio se recusou a renunciar, o que gerou uma crise dentro da executiva nacional em função da imagem extremamente desgastada de Aécio.

Guararapes na privatização – O Governo federal incluiu mais 13 aeroportos no programa de desestatização, que deverão ser concedidos à iniciativa privada, mas deixou de fora o aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Na lista para futura concessão estão agora os aeroportos do Recife (PE), Vitória (ES), Aracaju (SE), Maceió (AL), Macaé (RJ), Juazeiro do Norte (CE); Campina Grande e Bayeux, na Paraíba; e Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, Alta Floresta e Barra do Garças, todos em Mato Grosso. “Os aeroportos poderão ser concedidos individualmente ou em blocos, conforme decisão que será subsidiada pelos estudos de modelagem da desestatização”, de acordo com o decreto presidencial.

TV frustra estudante – Mais de três meses após a promessa de uma casa nova para a pernambucana Rivânia da Silva, de apenas 8 anos, feita durante o Hora do Faro, da Record, a família ainda não recebeu os prêmios conquistados em episódio veiculado no dia 9 de julho, quando bateu recorde de audiência no Recife ao cravar 23 pontos. Além do imóvel, o apresentador disse que ela receberia móveis, eletrodomésticos, utensílios para casa, computador, brinquedos e outros itens pessoais e para a casa - o fornecimento, segundo a emissora, é feito através de parceiros. A garota de Várzea do Una, no município de São José da Coroa Grande, a 117km do Recife, comoveu o país após uma fotografia na qual aparece agarrada com força a uma bolsa com livros em meio a fortes enchentes em Pernambuco, em junho: ela escolheu salvar o material escolar em detrimento de roupas ou brinquedos.

Ministro joga a toalha - Após meses de atrito interno entre PSB e dissidentes, o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, entregou, ontem, ao PSB, a carta de desfiliação, sob alegação de “incompatibilidade ideológica, política e programática”. Além do ministro, outros quatro dissidentes – Fábio Garcia (MT), Tereza Cristina (MS), Danilo Forte (CE) e Adilton Sachetti (MT) – deixaram a legenda na última terça-feira. Com isso, a reunião, na ´próxima sexta-feira, que os expulsaria, foi cancelada. No acordo, a legenda se comprometeu a não pedir os mandatos dos parlamentares, porém não pode se comprometer com os possíveis pedidos dos suplentes. Apesar de a dissidência ser mais ampla, nenhum outro parlamentar está na mira do Conselho de Ética ou anunciou que deixaria a sigla, embora alguns deles estejam negociando migração para outros partidos. O DEM e o PMDB devem ser o destino de alguns dissidentes.

CURTAS

EM SERRA – O município de Serra Talhada sedia, hoje, o IV Encontro de Ativação Regional das Praças CEUs 2017 – os Centros de Artes e Esportes Unificados. O evento, promovido pela Secretaria de Infraestrutura Cultural do Ministério da Cultura, com organização da Prefeitura Municipal, será realizado das 9h às 18h, na Praça do CEU das Artes, na Caxixola. Foram convidados para o evento representantes das 85 praças CEUs dos estados nordestinos. O encontro de ativação tem como objetivo apoiar as equipes técnicas de prefeituras, gestores e comunidades na condução da mobilização social, ocupação, gestão e da infraestrutura das Praças CEUs.

MULTA – O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) aplicou uma multa ao prefeito de Paulista, no Grande Recife, por descumprir uma medida cautelar que determinava a suspensão da obra de uma marina, na Praia de Maria Farinha. De acordo com a decisão do TCE, divulgada nesta quarta-feira (25), o gestor municipal, Júnior Matuto, deverá pagar R$ 35 mil.

Perguntar não ofende: Por que o Planalto negou a obstrução no coração do presidente Temer, notícia antecipada por um repórter do jornal O Globo?

O clima é de certeza de vitória entre deputados da base aliada, a Câmara tem sessão de plenário hoje para votar a denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).

Os deputados que formam a bancada oposicionista reconhecem que será difícil impor uma derrota ao presidente, muitos já estão jogando a toalha e ainda e contam com a estratégia de não marcar presença em plenário para tentar adiar a votação. Agora cabe à Câmara, em sessão marcada para começar às 9h, autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a decidir sobre eventual abertura de processo, mas cá entre a gente vamos combinar que isso não vai dar em nada. O presidente temer comprou quase todo o Congresso, pagou caro pelos deputados e seus votos e a sociedade brasileira mais uma vez fica com o prejuízo. Até quando o país vai ser comandado por uma quadrilha que tem eu seu presidente o maior bandido da nação ou um dos maiores.

Vai ganhar 

Um dos principais aliados de Temer, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) , que é considerado um dos maiores canalhas do congresso Nacional  diz estar confiante na vitória, inclusive com ampliação do placar registrado na primeira denúncia.

Defesa de bandidos

Marun este deputado citado acima lembre-se todos era defensor número um e foi da linha de frente do hoje ex-deputado preso Eduardo Cunha. Como confiar em um senhor desses que defende a todo instante a institucionalização do crime de corrupção no Brasil.

Outro mala 

Responsável por elaborar planilhas com mapeamentos de votos, o vice-líder do governo na Câmara Beto Mansur (PRB-SP) estima que o governo vai ter uma votação expressiva chegando a quase 270 votos contra a denúncia. Pra variar Mansur e está enrolado até o pescoço com denúncias na lava-jato.

Estratégia da oposição

Na avaliação do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), um dos poucos e sérios parlamentares do Brasil é muito difícil que a oposição consiga alcançar os 342 votos pela autorização da denúncia. 

Já morrendo

O líder do  PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP),  acha que há uma tendência de que o governo ganhe essa votação.  Mas mesmo sabendo da derrota ainda assim, a oposição fará uma tentativa de reduzir o número de votos da base aliada para gerar um impacto em pautas futuras do Palácio do Planalto, como a reforma da Previdência.

Obstrução

Na linha de frente da guerra os deputados de oposição anunciaram que não vão marcar presença em plenário enquanto o governo não atingir o quórum de 342 deputados registrados. Somente com esse número será possível colocar a denúncia em votação. Aos brasileiros resta apenas assistir mais uma palhaçada do Congresso Nacional e seguir com temer e a quadrilha tomando conta do país.

E a conta?

Pra variar quem paga somos todos os brasileiros.

Confronto 

Ontem em meu programa de rádio os deputados Joel da Harpa do Podemos e Isaltino nascimentos do PSB, tiverem um confronto de palavras em alto tom (quase brigaram), por conta dos números da violência em Pernambuco.

 

Advogado de defesa do ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Antonio Pitombo foi na linha das defesas do presidente Michel Temer e do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e disse nesta terça-feira, 10, que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) se deu por perseguição política. Os três foram denunciados pelo Ministério Público por organização criminosa.

Pitombo afirmou que a PGR recorreu a método "persecutório" generalizado contra a classe política. "Vergonha, vergonha, vergonha", declarou, em discurso durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Segundo ele, historicamente a imputação por organização criminosa vem sendo usada por políticos para perseguir seus inimigo. "Nenhum de nós consegue entender porque a PGR teve tanta pressa", afirmou.

##RECOMENDA##

O advogado defendeu que a Câmara não pode ficar apenas na briga entre os partidos e precisa reagir. Para ele, é inaceitável que a denúncia seja apresentada como uma estratégia persecutória. Na avaliação dele, a rejeição da denúncia representará uma "posição", um recado da Casa para o acusador público de que é preciso cumprir a lei e só acusar pessoas quando a Polícia Federal tiver investigado o crime e quando houver provas concretas.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o arquivamento de uma denúncia contra o ministro Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, em um caso conhecido como 'farra das passagens' aéreas.

O arquivamento foi solicitado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, alegando prescrição (quando não é mais possível a punição pela denúncia). A denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal pelo crime de peculato e foi encaminhada ao STF após a posse de Moreira Franco como ministro no início do ano.

##RECOMENDA##

Como a pena máxima para o crime de peculato é de 12 anos, a prescrição ocorreria em 16 anos após o ato supostamente criminoso, mas esse prazo cai pela metade (8), porque Moreira Franco tem mais de 70 anos. E o prazo já se esgotou, considerando que os fatos trazidos na denúncia se referem aos anos de 2007 e 2008.

Segundo a denúncia, Moreira Franco teria utilizado indevidamente, entre 2007 e 2008, no exercício do mandato de Deputado Federal, sua cota de passagens aéreas disponibilizadas pela Câmara dos Deputados para o exercício da atividade parlamentar, desviando-a em favor de terceiros sem qualquer vínculo com a atividade pública.

Moreira Franco havia afirmado em defesa própria em resposta à acusação, além da prescrição, que não havia indícios de autoria do investigado, ausência de dolo específico, e a ausência de proibições da Câmara sobre o tema. Ele não se manifestou sobre o pedido de arquivamento feito pela Procuradoria-Geral da República.

O caso da farra das passagens continua sendo apurado fora do STF em relação a outros denunciados que não têm prerrogativa de foro na Suprema Corte.

O advogado do ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Antonio Pitombo, disse na tarde desta quarta-feira, 4, que a defesa vai contestar o comportamento e a moralidade do antigo procurador-geral da República Rodrigo Janot. "É importante o controle da Casa sobre o que foi feito na PGR. A defesa põe em dúvida a legalidade do comportamento do PGR, a moralidade desse comportamento, desde a investigação", declarou.

Ao entregar a defesa por escrito de Moreira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Pitombo disse ter absoluta convicção da inocência de Moreira e que caberá à Câmara julgar algo muito mais sério, que é julgar uma acusação sem provas.

##RECOMENDA##

O advogado disse que a acusação de organização criminosa é leviana, "para atingir a imagem ministro", um conjunto de inquéritos "juntados" e sem provas. "O ministro pediu para ser ouvido e jamais foi dada essa oportunidade", reclamou o advogado.

Pitombo defendeu ainda que a CCJ analise a denúncia em conjunto, sem fatiamento da votação.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento de uma denúncia feita contra o ministro Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, em um caso conhecido como 'farra das passagens' aéreas, alegando prescrição (quando não é mais possível a punição pela denúncia). A denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal pelo crime de peculato e foi encaminhada ao STF após a posse de Moreira Franco como ministro. O relator do caso é o ministro Luiz Fux.

A assessoria de imprensa de Moreira Franco informou que o ministro não irá se manifestar sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

##RECOMENDA##

Raquel Dodge relata que Moreira Franco foi denunciado por ter utilizado indevidamente, entre 2007 e 2008, no exercício do mandato de Deputado Federal, sua cota de passagens aéreas disponibilizadas pela Câmara dos Deputados para o exercício da atividade parlamentar, desviando-a em favor de terceiros sem qualquer vínculo com a atividade pública. Mas apontou que já não seria mais possível punir o denunciado devido à extinção da punibilidade (prescrição).

Como a pena máxima para peculato é de 12 anos, a prescrição ocorreria em 16 anos, mas o fato de Moreira Franco ter 70 anos diminui o prazo pela metade (8 anos), período de tempo que já foi excedido considerando que os fatos eram de 2007 e 2008.

"Desta forma, a Procuradoria-Geral da República requer o reconhecimento da extinção da punibilidade do denunciado, em razão da incidência da prescrição, com o consequente arquivamento dos autos", concluiu Raquel Dodge em sua manifestação.

Moreira Franco havia afirmado em defesa própria em resposta à acusação, além da prescrição, que não havia indícios de autoria do investigado, ausência de dolo específico e a ausência de proibições da Câmara sobre o tema.

O plenário da Câmara aprovou nesta terça-feira, 26, a medida provisória que dá status de ministério à Secretaria-Geral da Presidência da República, e na prática, garante o direito ao chamado foro privilegiado a Moreira Franco. Deputados ainda vão analisar destaques ao texto da MP.

O ministro é um dos alvos da segunda denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer pela Procuradoria-Geral da República. Temer, Moreira e Eliseu Padilha (Casa Civil) são acusados de formação de quadrilha. De acordo com a PGR, o grupo seria integrado também pelo ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures, em prisão domiciliar, e pelos ex-ministros Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima, ambos presos.

##RECOMENDA##

O governo tenta desde o início do ano garantir o foro especial a Moreira. Uma primeira MP foi editada pelo governo em fevereiro, mas perdeu a validade em maio, e o Planalto teve de reeditá-la.

A prerrogativa de foro garante que os processos que tramitam contra Moreira sejam analisados pelo Supremo Tribunal Federal e não por um juiz da primeira instância, como Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em Curitiba.

Deputados da oposição criticaram a medida. "Moreira Franco precisa ser preso. Se ele perder o foro, ele vai preso amanhã", disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP)

Além de ministros, o presidente da República, deputados, senadores e integrantes do Judiciário também têm direito ao foro diferenciado.

Além de dar status de ministro a Moreira, a MP também faz outras alterações na estrutura da administrativa do Executivo, como garantir a criação do Ministério dos Direitos Humanos. O governo nega que a medida tenha sido editada para dar foro a Moreira.

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu dois processos contra o ministro da Secretaria Geral, Moreira Franco, em decorrência de acusações que constam da denúncia apresentada pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada.

Nos inquéritos do chamado "quadrilhão do PMDB", Moreira é acusado por suposta atuação em favor dos grupos Odebrecht e Bertin (frigorífico), quando ocupava a vice-presidência da Caixa Econômica Federal (CEF). A segunda acusação é por possível conflito de interesses, já que o filho de Moreira Franco, Pedro, trabalhava como executivo da Odebrecht, quando seu pai era executivo da Caixa. Nos dois casos, a comissão pedirá explicações ao ministro, que viajou hoje para Nova York, integrando a comitiva do presidente Michel Temer - que, segundo a PGR, também integra o "quadrilhão".

##RECOMENDA##

Também na reunião desta segunda-feira, a Comissão decidiu aplicar uma "advertência ética" ao secretário de Imprensa da Presidência, Márcio de Freitas Gomes. Enquanto ainda estava na assessoria da Vice-Presidência, Freitas, teria recebido recursos da Fundação Ulysses Guimarães, instituição ligada ao PMDB. A punição não tem nenhum efeito prático.

As informações foram dadas pelo presidente da Comissão de Ética, Mauro Menezes, após reunião do colegiado, que examinou ainda outras sete questões.

No caso do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, decidiu que vai pedir esclarecimentos, porque seu nome apareceu "de forma periférica" no processo contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima, por obstrução de Justiça. Não foi aberto nenhum procedimento contra Padilha.

Petrobras

Na reunião, a comissão decidiu ainda revogar a punição aplicada ao diretor de Governança e Conformidade da Petrobras, João Elek, por falta de provas. No mês passado, o colegiado havia aplicado a ele uma advertência ética por ter violado a lei de conflito de interesses.

A punição por desvio ético foi dada porque Elek contratou, sem licitação, pelo valor de R$ 25 milhões, no final de 2015, a empresa Deloitte para realizar auditoria e consultoria empresarial para a Petrobras. Nesse mesmo período, a contratação de sua filha naquela empresa já estava em estágio avançado. Elek foi afastado temporariamente do cargo, pela petrolífera.

O presidente da comissão explicou que "houve pedido de reconsideração" porque Elek justificou que "não tinha conhecimento" que a sua filha estava participando do processo de seleção naquela empresa que estava sendo contratada pela Petrobras, e que só foi saber do fato "meses depois". A comissão, então, por quatro votos a dois, e "inexistência de provas" decidiu rever a punição.

Sem citar valores e prazos, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, afirmou que o governo federal vai manter o apoio às ações de segurança no estado do Rio de Janeiro.

"Tenho convicção, certeza que não faltará o apoio necessário do presidente (Michel) Temer para que a operação no Rio de Janeiro se dê exatamente como precisamos. O presidente tem noção da gravidade do problema da segurança pública que afeta a todos. Para que possamos resolver o problema global, não adianta só ajudar financeiramente o governo do estado, o que está se fazendo, para que ele retome suas atividades naturais. Precisamos recuperar a capacidade de gerar emprego e renda e a segurança não é uma questão pontual. A orientação dada pelo presidente é que essa política seja pelo tempo necessário para viver com segurança", disse.

##RECOMENDA##

Dentro da estratégia do governo de criar fatos positivos na economia, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco, usou há pouco sua conta no Twitter para chamar a atenção para o leilão de quatro usinas hidrelétricas: São Simão, Volta Grande, Miranda e Jaguara. Elas estavam com a Cemig, mas os contratos venceram e por isso serão novamente oferecidas ao mercado. O edital da licitação foi aprovado na última terça-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

"A Aneel aprovou o leilão p/concessão de quatro #hidrelétricas", escreveu o ministro, que é também responsável pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). "Avançamos com o #PPI p/ trazer recursos, melhorar serviços e gerar empregos!"

##RECOMENDA##

O leilão das quatro usinas está marcado para o dia 22 de setembro. Juntas, elas deverão render no mínimo R$ 11,05 bilhões para o governo federal, correspondentes à taxa de outorga.

Desse conjunto, três usinas já estão na lista de empreendimentos a serem leiloados pelo governo federal. Falta incluir Jaguara. Essa providência deverá ser tomada no próximo dia 23, quando o conselho do PPI, presidido pelo presidente Michel Temer, pretende se reunir para aprovar a nova leva de concessões. Além de Jaguara, a expectativa é de que sejam incluídos também três lotes de aeroportos, um trecho de rodovia federal, 18 terminais portuários e a terceira rodada de campos de exploração de petróleo no pré-sal. Só este último tem preço mínimo previsto em R$ 4,4 bilhões.

De acordo com dados da secretaria do PPI, a carteira de projetos é composta por 89 empreendimentos. Desses, 48 já foram leiloados, e os investimentos atrelados a eles ultrapassam os R$ 23 bilhões. Esses empreendimentos geraram ao governo R$ 6 bilhões em taxas de outorga.

Desde que passou a enfrentar a crise política que veio com a divulgação de áudios gravados pelo empresário Joesley Batista, da JBS, o presidente Michel Temer (PMDB) conta com importantes aliados em sua defesa. Se no plenário da Câmara a maioria dos deputados a favor do arquivamento da denúncia justificou o voto pela estabilidade política e econômica, nas redes sociais três ministros do chamado "núcleo duro" do presidente fazem ofensiva parecida. No Twitter, Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Henrique Meirelles (Fazenda), alguns dos mais próximos de Temer, ignoram a crise política-judicial enfrentada por Temer e exaltam medidas do governo em suas postagens.

Ativo na rede social desde 2009, mas com apenas 14 mil seguidores, Moreira Franco não tem economizado elogios às recentes medidas governistas. As palavras "investimentos", "governo", "Brasil" e "trabalhista" foram as mais usadas pelo ministro, segundo levantamento da plataforma Foller.me. Também em alta em suas postagens estão os termos "modernização", "empregos", "economia", "Temer" e "recuperação".

##RECOMENDA##

As hashtags mais usadas por Moreira Franco seguem temática parecida - #investbr, #reformadaprevidência, #economia, #crescimento, #travessiasocial e #governoreformista foram campeãs na rede social do ministro, ao lado da hashtag em autorreferência, #moreira, segundo a plataforma Foller.me.

Desde o dia 18 de maio, um dia após a gravação de Joesley ter sido divulgada, Moreira Franco fez 99 postagens na rede social - entre elas, 16 vídeos. Assim como Padilha, Moreira fez uma gravação em defesa do presidente logo após a divulgação do áudio do empresário, reforçando a estratégia de que "O Brasil não pode parar", frase usada por ambos.

Já o ministro da Casa Civil, embora tenha postado mais que Moreira Franco - foram 121 mensagens, considerando retweets, desde o dia 18 de maio -, os elogios ao governo são mais discretos que os de Moreira, embora evidentes. As palavras mais usadas por Padilha foram "presidente", "governo" e "Brasil". Boa parte de suas postagens são compartilhamentos de tweets das contas do Planalto, do próprio presidente ou de algum ministério. Padilha também está na rede social desde 2009 e tem pouco mais de 16 mil seguidores, mas usa pouca ou nenhuma hashtag nos seus comentários.

Fora da rede social à época que a delação de Joesley veio a público, Meirelles é o ministro mais bem sucedido no Twitter: conquistou 23 mil seguidores desde sua primeira postagem, no dia 7 de junho. O número pode não ser tão expressivo para uma conta verificada, mas o ministro da Fazenda tem se empenhado na rede. Fez 121 postagens desde que a conta foi criada, com postagens quase todos os dias.

Sem citar diretamente o presidente, porém, Meirelles foca o discurso na equipe econômica. Apontado como potencial nome ao Planalto - não apenas em uma eventual eleição indireta, em caso de saída de Temer, mas também para disputar as eleições em 2018 -, Meirelles assumiu um discurso otimista para seus seguidores. As palavras mais usadas foram "recuperação", "crescimento" e "Brasil". Outros termos de preferência de Meirelles na rede foram "retomada", "empresas" e "economia".

Já na primeira postagem, explicou o motivo para ter entrado na rede: "Pretendo usar este espaço para debater os rumos do Brasil", escreveu. Seu comentário acabou virando piada entre os internautas, e o ministro foi questionado por seguidores sobre o período em que fez parte do conselho da J&F, controladora da JBS.

As investigações contra o presidente quase nunca foram pauta dos ministros. A exceção foi no dia após a divulgação do áudio de Joesley. Moreira Franco falou em "delação e um empresário" e Padilha disse que "delação traz fatos que devem ser investigados, mas não se tem ninguém condenado". No último dia 2, quando a Câmara votava o arquivamento da acusação por corrupção passiva contra o presidente, nenhum dos ministros falou a respeito na rede social.

Com a prisão do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, chamado de "mensageiro" pelo empresário Joesley Batista, da JBS, o Palácio do Planalto agora se preocupa com possíveis investidas do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). Investigados na Operação Lava Jato, eles são os auxiliares mais próximos do presidente Michel Temer.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pode agora tentar acelerar as apurações contra os dois peemedebistas, na avaliação de assessores do Planalto. Com isso, a prisão de Geddel na Operação Cui Bono, um amigo pessoal de Temer há mais de 30 anos, reacendeu a preocupação com a crise política, uma vez que a semana havia começado em um clima mais "tranquilo", nas palavras de um aliado.

##RECOMENDA##

Com as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira passada, de devolver as funções parlamentares de Aécio Neves (PSDB-MG) ao Senado e soltar o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o Planalto avaliava que poderia se concentrar nas articulações com a base para ter voto suficiente na Câmara para barrar a denúncia por corrupção passiva apresentada por Janot contra Temer. São necessários 342 votos para dar prosseguimento da acusação.

Agora o governo quer evitar que o caso Geddel contamine as negociações na Câmara. Embora aliados tentem minimizar o impacto da prisão, sob a alegação de que não tem relação com o caso JBS, foi com base nos depoimentos de Joesley e também do operador Lúcio Funaro que a prisão preventiva foi decretada. Em entrevista a Época, o empresário afirmou que Geddel era o "mensageiro" de Temer para tratar de interesses do Grupo J&F e o responsável por averiguar se Funaro e o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ambos presos na Lava Jato, não fariam delação.

Oficialmente, o governo não comentou a prisão de Geddel e lembrou de sua saída em novembro passado, quando foi acusado pelo então ministro da Cultura Marcelo Calero de pressioná-lo a produzir um parecer técnico para viabilizar um empreendimento imobiliário em Salvador em área tombada.

Interlocutores do Planalto, no entanto, já diziam que a prisão do ex-ministro seria um baque para o presidente. Logo depois de tomar conhecimento da prisão de Geddel, auxiliares de Temer não conseguiam disfarçar o desânimo com mais uma notícia negativa para o governo.

Normalidade. Antes da prisão de Geddel em Salvador, Temer anunciara que vai à reunião do G-20, em Hamburgo (Alemanha), na sexta-feira, para mostrar que o "País não pode parar" - o evento é considerado fundamental pelo governo na agenda da retomada da confiança.

Já no Congresso, o líder do governo, André Moura (PSC-SE), disse que o caso Geddel não terá influência na análise da denúncia. "Espero que não tenha nenhum impacto porque o motivo que gerou a prisão não tem nenhum tipo de conexão com a denúncia. Nossos parlamentares têm transmitido a certeza da rejeição da denúncia", afirmou. Ele, porém, admite que é preciso trabalhar para que a prisão não contamine o ambiente na Câmara.

Já o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), evitou comentar o caso. "Acho que a prisão deve ser o último recurso, mas não conheço o processo, então prefiro não comentar", disse o senador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, divulgou nota neste sábado (17), rebatendo as acusações do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F. Em entrevista à Revista Época, o executivo afirmou que Moreira faria parte de uma "organização criminosa".

"É surpreendente a ousadia e a desenvoltura em mentir do contraventor Joesley Batista. Estive com ele uma única vez, em um grupo de brasileiros, numa viagem de trabalho em Pequim, ocasião em que me foi apresentado. E nunca mais nos encontramos. Seu juízo a meu respeito é o de quem quer prestar serviço e para tal, aparenta um relacionamento que nunca existiu", diz a nota de Moreira Franco, na íntegra.

##RECOMENDA##

Temer

Na entrevista, Joesley Batista afirma que o presidente Michel Temer é "chefe de organização criminosa" e que "quem não está preso está hoje no Planalto", citando diretamente Moreira Franco e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Mais cedo, o presidente Temer disse por meio de nota que irá processar o empresário.

Lula e PT

Joesley destacou também que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT "institucionalizaram a corrupção no Brasil". Em uma entrevista que durou mais de quatro horas e rendeu reportagem de 12 páginas à revista, o empresário contou detalhadamente quem, como e quando se institucionalizou a corrupção do País. "Foi do governo do PT para frente. O Lula e o PT institucionalizaram a corrupção", disse Batista ao ser perguntado pela revista quando o processo começou, ressaltando, contudo, que "o modelo do PT foi reproduzido por outros partidos".

De acordo com o dono da JBS, "o que houve no Brasil foi a proliferação de organizações criminosas". Segundo Batista, houve criação de núcleos, com divisão de tarefas entre os integrantes, em Estados, ministérios, fundos de pensão, bancos, BNDES.

Defesa de Lula

O advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, comentou as acusações de Joesley Batista contra o petista. Em comunicado à imprensa, Martins afirmou que Batista "foi incapaz de apontar qualquer ilegalidade cometida, conversada ou do conhecimento do ex-presidente".

"A entrevista de Joesley Batista tem que ser entendida no contexto de um empresário que negocia o mais generoso acordo de delação premiada da história. Mesmo nesse contexto, Batista foi incapaz de apontar qualquer ilegalidade cometida, conversada ou do conhecimento do ex-presidente Lula. Considerações genéricas e sem provas de delatores não podem ser consideradas como dignas de crédito e não têm qualquer valor jurídico", afirmou.

Questionado sobre os motivos pelos quais não gravou conversas comprometedoras com o ex-presidente também, Joesley Batista afirmou que nunca tratou, diretamente, de propina com Lula. "Nunca tive conversa não republicana com o Lula. Zero. Eu tinha com o Guido. Conheci o Lula no final de 2013", explicou ao fazer referência ao ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A Rede Sustentabilidade apresentou hoje (1º) ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação direta de Inconstitucionalidade contra a Medida Provisória (MP) 782/17, que concede status de ministério à Secretaria-Geral da Presidência da República, entre outros pontos. A pasta é comandada pelo ministro Moreira Franco.

Outra medida teor semelhante, a MP 768, foi enviada ao Congresso em fevereiro. O texto deve perder a validade esta semana sem ter sido aprovado pelos parlamentares. Com isso, o Palácio do Planalto editou ontem (31) uma nova MP que estabelece a organização básica dos ministérios e demais órgãos da Presidência. A matéria cria também o Ministério dos Direitos Humanos e acrescenta o título “Segurança Pública” ao Ministério da Justiça, entre outras mudanças.

##RECOMENDA##

No documento protocolado no Supremo, o partido destaca que a MP anterior foi questionada “tendo em vista as acusações que pesam contra o ministro escolhido pelo presidente da República para ocupar o cargo” em questão. O texto diz ainda que a medida foi reeditada para “burlar” a norma constitucional e assegurar o “status de ministro para o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, de maneira a evitar que o mesmo perdesse a prerrogativa de foro para seus processos criminais”.

O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) afirmou que uma medida provisória deve ser usada para interesse público, e não para uma finalidade privada. Para Molon, a reedição viola o Artigo 62 da Constituição Federal, que veda a reedição de medidas provisórias na mesma sessão legislativa se a medida anterior não tiver sido apreciada ou tiver sido rejeitada. “Evidentemente, que a reedição se deveu à não apreciação pelo transcurso do prazo e isso viola frontalmente a Constituição."

Procurada pela Agência Brasil, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto informou que o governo vai aguardar a manifestação do STF.

Em entrevista ontem após participar do Fórum de Investimentos Brasil 2017, em São Paulo, o ministro Moreira Franco disse que nunca pensou em ocupar o cargo para garantir foro privilegiado. “Do ponto de vista pessoal, eu jamais pensei em ser ministro para ter foro privilegiado. Eu fui governador, deputado federal, o que me permite dizer que esse problema não me atinge”, afirmou.

O vice-líder do PMDB na Câmara, deputado Carlos Marun (MS), rebateu as críticas da oposição e disse que a MP pôde ser reenviada ao Congresso porque sofreu alterações em relação à medida anterior. Ele argumentou ainda que a Secretaria-Geral é um órgão importante no organograma da Presidência e, por isso, deve ser comandada por um ministro. "É isso que nos levou a esta atitude. Devido aos serviços que presta, a Secretaria de Governo deve ser exercida por alguém que tenha status ministerial”, defendeu.

PEC do fim do foro privilegiado

Ontem, o Senado aprovou em segundo turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 10/11), que extingue o foro especial por prerrogativa de função para autoridades federais, o chamado foro privilegiado. Com a aprovação da proposta, cerca de 54 mil autoridades do país poderão passar a ser julgadas na primeira instância caso cometam crime inafiançável ou tenham prisão decretada em flagrante delito.

A proposta foi encaminhada para a Câmara, onde primeiro será avaliada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Molon pediu para ser o relator da proposta na Câmara e defendeu que a PEC seja aprovada com “celeridade” para evitar o uso de cargos públicos para proteção de aliados. “O fim do foro privilegiado é uma medida necessária e urgente para o país”, disse.

O assunto também está sob análise do STF, que deve retomar hoje o julgamento do processo que prevê restrição ao foro privilegiado para autoridade.

Em palestra realizada em Brasília sobre a indústria de óleo e gás, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, alvo de investigações da Operação Lava Jato, fez duras críticas aos governos do PT e às mudanças realizadas nos últimos anos na indústria do petróleo.

Moreira, que é apontado por delatores de ter intermediado repasses milionários para campanhas do PMDB, disse que o setor sofreu forte instabilidade na última década, por causa de erros de políticas e intervenções realizadas pelo governo. "Nunca se fez tanta estripulia quanto se fez nos últimos anos", criticou.

##RECOMENDA##

Batizado na lista de recebimento de propinas da Odebrecht como "Angorá", Moreira Franco fez uma palestra na manhã de quarta-feira, 26, no evento "Panorama Atual e futuro da indústria de óleo e gás no Brasil", em Brasília. O ministro nega as irregularidades apontadas pelos delatores.

Moreira Franco deixou o evento logo após a sua apresentação e saiu pelo prédio lateral do evento sem falar com a imprensa. A agenda original do encontro contava com a abertura pelo presidente Michel Temer, além da presença dos ministros Henrique Meireles (Fazenda), Marcos Pereira (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Sarney Filho (Meio Ambiente), e dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira. Nenhum deles, porém, compareceu ao evento.

Em sua apresentação, Moreira Franco ressaltou a preocupação do governo com a agenda de reformas no Congresso, como a Previdência. "A não aprovação transformará o País num Estado do Rio de Janeiro", disse. "A gravidade da questão previdenciária é de tal monta, que não haverá recursos para que o governo possa cumprir com suas obrigações, como ocorre no Rio, Minas Gerais e Rio Grande do Sul."

Moreira Franco, que foi ministro no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, destacou os resultados de leilões de concessões e os números mais recentes da economia para sinalizar que, apesar da lentidão, a situação do País começa a dar sinais de recuperação. Neste ano, estão previstos quatro leilões do setor de óleo e gás. "Temos que percorrer esse caminho. A expectativa é de que vamos percorrer de maneira adequada. A lentidão do processo de retomada na economia não é novidade."

O ministro disse que o esforço pela aprovação das reformas estruturais do País ocorre "em um momento de nossa história em que o parlamento nunca foi tão desmoralizado como estamos vendo agora". Moreira destacou, no entanto, que o governo tem conseguido fazer um grande número de aprovações nos últimos 11 meses do Governo Temer, por causa, segundo ele, da proximidade do presidente com o Congresso.

"A recessão está acabada, já ultrapassamos a cabeceira da ponte e temos que fazer a travessia", comentou Moreira Franco. "Temos que ter a inteligência de formular uma estratégia de crescimento que seja sustentável", completou.

A abertura de inquéritos com base nas delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht colocou oito ministros do governo Michel Temer - entre eles Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) - sob investigação. Segundo as denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) feitas ao Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros receberam R$ 53,5 milhões da maior empreiteira do País.

As acusações contra os ministros envolvem os crimes de falsidade ideológica, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Segundo os delatores, os pagamentos estão ligados de caixa 2 de campanhas eleitorais a repasses de propinas relacionadas a obras, contratos ou projetos de interesse da Odebrecht.

##RECOMENDA##

Nos inquéritos autorizados pelo ministro Edson Fachin, Padilha e Moreira são suspeitos de cobrar propina para irrigar campanhas eleitorais do PMDB, segundo delações do ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, e mais cinco executivos. Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "há fortes elementos que indicam a prática de crimes graves", por causa da "solicitação por Eliseu Padilha e Moreira Franco de recursos ilícitos em nome do PMDB e do presidente Michel Temer".

A cobrança de propinas envolveu, de acordo com as delações, os processos de concessão de aeroportos, quando Moreira era ministro da extinta Secretaria de Aviação Civil, no governo Dilma Rousseff. Ele teria mantido uma cláusula para aumentar as chances da Odebrecht na disputa. Em troca, teria recebido R$ 4 milhões para a campanha de 2014.

Primeiro escalão

O ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), é suspeito de ter recebido R$ 20 milhões entre 2008 e 2014, a pretexto da obtenção de vantagens pela sua condição de prefeito de São Paulo e, depois, de ministro das Cidades. Segundo a PGR, há "vários episódios informados pelos colaboradores e como se deram os pagamentos". O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), é suspeito de ter recebido um total de R$ 600 mil divididos em diversos pagamentos, para beneficiar temas de interesse da Odebrecht dentro do Congresso, entre 2010 e 2012.

O inquérito do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), vai apurar fraude "ao caráter competitivo de processo licitatório associado à construção do Rodoanel Sul", obra do governo do Estado de São Paulo. Segundo a PGR, os colaboradores narram a ocorrência de "solicitação de vantagem indevida, a pretexto de doação eleitoral, efetuada pelo então chefe da Casa Civil do governo de São Paulo." Teriam sido repassados R$ 500 mil.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), é alvo de investigação, sob suspeita de ter recebido R$ 12 milhões para campanha ao governo do Mato Grosso, em 2006. Segundo a Odebrecht, a empresa detinha créditos por causa de obras públicas realizadas no Estado, que não eram honrados por conta da incapacidade financeira estadual.

O ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho (PMDB), será investigado por suspeita de ter recebido R$1,5 milhão da empreiteira para sua campanha ao governo do Pará, em 2014. Marcos Pereira (PRB), ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, teria recebido para seu partido R$ 7 milhões. O repasse seria parte de um pagamento de R$ 24 milhões solicitado pelo então ministro da Fazenda Guido Mantega para comprar apoio à chapa de Dilma Rousseff-Michel Temer, em 2014.

O pedido de abertura de inquérito contra o ministro da Cultura, Roberto Freire (PPS), foi devolvido à PGR.

Um inquérito sobre o escândalo que ficou conhecido como "farra das passagens" na Câmara dos Deputados chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) e terá como relator o ministro Luiz Fux. O ministro Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, é um dos 11 alvos, junto com mais pessoas que exerciam mandatos na Câmara dos Deputados entre 2007 e 2009. Já havia uma denúncia apresentada contra eles em outra instância pelo crime de peculato (desvio de dinheiro público), mas, no dia 8, o juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal do DF, encaminhou o caso ao Supremo, depois de Moreira Franco ter virado ministro e, consequentemente, ter passado a contar com a prerrogativa de foro na Suprema Corte.

A acusação contra Moreira e outros ex-deputados faz parte do pacote de 52 denúncias contra 443 ex-parlamentares apresentadas em novembro do ano passado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região pelo procurador Regional da República Elton Ghersel. Considerando os casos de todos os parlamentares, as investigações apontaram que teriam sido gastos um total de R$ 25 milhões em passagens aéreas para amigos e familiares de políticos entre 2007 e 2009. Em todas as 52 acusações, o Ministério Público Federal pede que os denunciados devolvam o valor das passagens corrigidos pela inflação até hoje. A pena para o crime de peculato é de dois a doze anos em regime fechado, mais multa.

##RECOMENDA##

A Procuradoria-Geral da República deve se manifestar sobre se endossa a denúncia apresentada em outra instância contra o peemedebista ou se considera necessário aprofundar a investigação. Caso entenda não haver elementos suficientes, Janot pode ainda arquivar a denúncia.

Procurada, a assessoria de imprensa de Moreira Franco disse, por meio de nota, nesta terça-feira, 28, que "esse é um caso superado". "A própria Câmara dos Deputados concluiu que não houve irregularidade nos atos", argumentou.

Há uma semana, por meio de uma petição, a PGR pediu que o STF examine "as condutas dos investigados que detêm foro privilegiado", citando o nome de 212 deputados ou ex-deputados que hoje ocupam outros cargos com foro no tribunal, como membros do Tribunal de Contas da União e ministros de Estado.

Histórico

Em 2009, a revelação de que deputados e senadores usavam recursos do Congresso para pagar passagens para amigos e familiares viajarem no Brasil e no exterior ficou conhecida como 'Farra das Passagens'.

Responsável por apresentar as denúncias, que atingem um número de políticos que, se ainda estivessem exercendo os mandatos equivaleriam a 86% da Câmara, o procurador Regional da República Elton Ghersel explicou que a investigação identificou um total de 112 mil passagens emitidas por meio das cotas parlamentares entre 2007 e 2009, quando o presidente da Câmara era o petista Arlindo Chinaglia (SP).

"Durante vários anos nós do MPF tentamos que a Câmara informasse quais teriam sido emitidas para uso oficial ou não, e estes ofícios nunca foram respondidos. A ideia era direcionar os questionamentos aos parlamentares, mas isso não foi possível", afirmou o procurador, lembrando que foram identificados casos de gastos de pouco mais de R$ 500 até o caso de um ex-deputado que teria gasto cerca de R$ 100 mil de sua cota.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando