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A Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras responsável pela operação das usinas em Angra dos Reis (RJ), mantém suas operações normalmente após as fortes chuvas que caíram sobre a região da Costa Verde, no estado Rio de Janeiro. Segundo nota divulgada nesta tarde (3), não há comprometimento do plano de emergência externo, documento que fixa os procedimentos de evacuação em caso de necessidade.

Na hipótese de um acidente nuclear, todos os moradores em um raio de 5 km das usinas precisariam deixar suas casas. O plano de emergência externo prevê que eles sejam levados para abrigos situados a, pelo menos, 15 km de distância.

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Para a Eletronuclear, não há riscos. Segundo o órgão, as usinas Angra 1 e Angra 2 estão funcionando normalmente em sua plena capacidade e, mesmo que houvesse um acidente considerado improvável, o plano de emergência externo poderia ser implementado integralmente.

A preocupação em torno da viabilidade de se fazer uma eventual evacuação de moradores foi manifestada mais cedo pelo prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão. Pelas redes sociais, ele informou que solicitaria ao governo federal o desligamento temporário das usinas nucleares, uma vez que havia diversas obstruções na rodovia federal BR-101, em decorrência do temporal. "Estamos ilhados! Em caso de necessidade, não teremos como colocar em prática o plano de emergência", explicou.

Chuvas causam mortes

As chuvas que atingiram o estado do Rio de Janeiro desde a noite de sexta-feira (1º) deixaram ao menos 15 mortos. Os bombeiros ainda buscam desaparecidos. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de mais chuva até amanhã pela manhã (4).

Só em Angra dos Reis, já foram confirmados oito óbitos e outros seis foram registrados em Paraty. Ambas as cidades se situam na Costa Verde, região litorânea do sul do estado, onde foi sentido o maior  impacto das chuvas das últimas horas.

A BR-101, rodovia que dá acesso a esses municípios, foi bastante afetada. Segundo informou no início da tarde a Defesa Civil Nacional, há 23 pontos interditados devido a quedas de árvores e deslizamentos de terra. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) alerta que há muita instabilidade entre Mangaratiba (RJ) e Ubatuba (SP). "A orientação é de não acessar mais a rodovia, pois o trecho só chegará perto de ser normalizado dentro de alguns dias", alertou o órgão em suas redes sociais.

A Eletronuclear, no entanto, assegura que as obstruções verificadas na BR-101 estão fora das zonas de planejamento de emergência previstas no plano de emergência externo. Na nota divulgada, o órgão também diz que os abrigos preparados para receber moradores em um eventual acidente não sofreram impactos com o temporal. "A ação poderia ser realizada com total eficácia", acrescenta o texto.

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), órgão regulador e fiscalizador do setor nuclear brasileiro, também emitiu uma nota avaliando a questão. “Apesar da situação decorrente das condições meteorológicas na região de Angra dos Reis, até o presente momento não há comprometimento das vias de acesso do entorno da central que pudessem impactar na execução do plano de emergência”, diz o texto.

O prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão (MDB), pediu o desligamento das usinas nucleares instaladas no município enquanto as estradas da região estiverem interditadas em decorrência dos temporais."Já disse ao presidente da Eletronuclear que nós vamos pedir o desligamento das usinas nucleares", declarou o prefeito em vídeo postado em redes sociais.

Jordão informou já ter conversado sobre o assunto com a Procuradoria do Município e com o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio."Pedi ao ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, o desligamento das usinas nucleares de Angra. Com as estradas fechadas por causa das chuvas, estamos ilhados! Em caso de necessidade, não teremos como colocar em prática o plano de emergência enquanto as principais vias de acesso ao município estiverem interditadas.", publicou Jordão, no início deste domingo, 3.

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No sábado, 2, a Eletronuclear informou que as usinas nucleares Angra 1 e 2 operavam normalmente, com capacidade total, não tendo sido afetadas pelos temporais. Segundo a empresa, os pontos de interdição da Rodovia Rio-Santos estariam distantes da área de abrangência do Plano de Emergência Externo (PEE) da central nuclear. A companhia informou ainda que estava contribuindo com maquinário e pessoal para auxiliar na desobstrução das estradas.

As fortes chuvas dos últimos dias já deixaram pelo menos 16 mortos em diferentes regiões do Estado do Rio de Janeiro. Em Angra dos Reis, no litoral sul fluminense, foram confirmadas oito mortes, mas há relatos de mais sete moradores ainda desaparecidos. Em Paraty, também na Costa Verde, outras sete pessoas da mesma família morreram: uma mãe e seis filhos. Mais um homem morreu em Mesquita, na Baixada Fluminense.

A Polícia Rodoviária Federal alertou na manhã deste domingo, 3, que a Rodovia Rio-Santos, a BR-101, registrou nova queda de barreira provocada pelas chuvas e alertou que motoristas não trafeguem mais pela via até que a situação seja novamente controlada. A encosta é considerada instável em vários trechos, que estão sob risco de novos desabamentos. Uma queda de barreira destruiu o posto da PRF em Paraty.

"A orientação da PRF é de não acessar mais a rodovia para a segurança do usuário, o trecho só chegará perto de ser normalizado em alguns dias", alertou a Polícia Rodoviária Federal, em nota à imprensa. O trecho crítico se estende desde o município fluminense de Mangaratiba até Ubatuba, em São Paulo.

Chuvas deixam ao menos 16 mortos no Rio de Janeiro

A Rodovia Rio-Santos amanheceu neste domingo, 3, com diversos bloqueios provocados pelas chuvas, assim como a RJ-155 e a Estrada do Contorno. Na Rio-Santos, havia vários pontos de interdição parcial e total devido a deslizamentos e alagamentos. Antes do novo desabamento, o trânsito já estava totalmente impedido em pelo menos seis pontos, na altura dos municípios fluminenses de Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty e de Ubatuba, em São Paulo.

Um levantamento realizado pelo centro de pesquisas norte-americano World Resources Institute revelou que cerca de 2,6 bilhões de pessoas no mundo vivem em regiões que possuem pouca ou nenhuma reserva de água.

Aqui no Brasil o problema da seca se agravou este ano devido a falta de chuvas. Desde o início do segundo semestre de 2021, a Agência Nacional de Águas (ANA) declarou situação crítica de escassez hídrica em cinco regiões do país.

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O problema da falta de água afeta diretamente os reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras e a necessidade de colocar em operação as termoelétricas, que possuem um custo de operação mais elevado. Com isso, a conta de luz aumenta.

Para tentar combater este problema, o governo federal lançou um plano para incentivar a redução do consumo. Até dezembro quem reduzir o consumo em pelo menos 10%, em comparação com o mesmo período do ano passado, vai receber um bônus de R$0,50 para cada quilowatt-hora entre setembro e dezembro de 2021 em relação ao mesmo período de 2020. 

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também vem atuando para incentivar a redução do consumo. Desde o ano passado foi lançada a campanha “Energia elétrica, Se desperdiçar vai faltar”. O Diretor-Geral da Aneel, André Pepitone, diz que o objetivo é alertar os consumidores. 

“Contamos com o apoio de todos os brasileiros para que tomem cuidado no uso de energia, porque é um bem que está escasso e que está caro. Juntando ações para aumentar a oferta e para reduzir a demanda, nós vamos continuar tendo controle do sistema e ofertando energia com segurança para a população”.

Tijuca

Economizar energia há muito tempo já faz parte da rotina deste prédio que fica no bairro da Tijuca, zona norte do Rio. Em busca do consumo consciente o síndico Paulo Spitz colocou lâmpadas de led que consomem menos e instalou sensores de presença para luz ser acesa apenas quando alguém estiver no local. Além disso temporizadores controlam o horário para iluminar a fachada e o jardim. Depois das 22h as luzes apagam automaticamente. Spitz diz que o resultado foi uma economia de 50% na conta de luz.
 
Spitz conta que os moradores perceberam a diferença no bolso e entenderam que é fundamental evitar o desperdício. “É importantíssimo, porque acaba ferindo o bolso dos condôminos, né, dos moradores, e quem não quer pagar mais barato? E acaba influenciando na taxa condominial”.

Itaipu

A economia também é uma palavra-chave na maior hidrelétrica do Brasil que desenvolveu um programa para produzir mais energia utilizando menos água. Inaugurada em 1984, a Usina de Itaipu, no Paraná, é líder mundial em produção de energia limpa e renovável. Com 20 unidades geradoras, ela fornece cerca de 14% da energia consumida no Brasil.

O reservatório que armazena a água utilizada para movimentar as turbinas da usina ocupa uma área de 1.350 quilômetros quadrados e tem capacidade para guardar até 29 trilhões de litros de água. Atualmente de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ele está com 51,21% da sua capacidade.

Apesar do cenário adverso provocado pela falta de chuva, Itaipu conseguiu gerar este ano 50 milhões de Megawatt hora de energia, Uma produção que seria suficiente para iluminar todo o planeta durante 19 horas e o Brasil por um mês e sete dias. Isto foi possível devido ao trabalho de aumento de produtividade. 

Uma análise detalhada mostra o momento exato em que uma maior quantidade de água vai chegar nas turbinas da usina. Este estudo permite que os operadores liguem as turbinas apenas no momento em que elas vão produzir mais. O resultado  do trabalho científico foi a conquista do melhor índice de produtividade da história. “Neste cenário desafiador, o foco é produzir energia com a máxima eficiência, aproveitando cada metro cúbico de água que chega à usina. E os resultados mostram que Itaipu vem atingindo sucesso absoluto neste objetivo”, afirma o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general João Francisco Ferreira.

O Ministério da Saúde vai entregar usinas de oxigênio a sete municípios do Amazonas nos próximos dias. Os equipamentos foram doados pelo Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, e pela Fundação Itaú.

Cada usina tem capacidade para gerar 26 metros cúbicos de oxigênio medicinal por hora.

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O Amazonas enfrenta uma crise na saúde com o aumento no número de mortes pelo coronavírus por falta de oxigênio nos hospitais.

De acordo com o ministério, 10 municípios do Amazonas passaram a ter usinas de oxigênio para tentar frear a falta de equipamentos.

A meta da pasta é instalar 64 usinas em todo o Estado. O Hospital Getúlio Vargas, um dos que mais sofrem com a falta de oxigênio para tratamento de pacientes de covid-19, vai receber uma das usinas disponíveis.

Na tarde desta quinta-feira, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, presta depoimento à Polícia Federal. O inquérito foi aberto e autorizado pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), e investiga se o ministro da Saúde foi omisso em relação ao colapso na saúde de Manaus.

O Irã retomou nesta quinta-feira (7) o enriquecimento de urânio na usina subterrânea de Fordo, como havia anunciado na terça-feira, uma decisão que representa uma redução adicional dos compromissos assumidos pelo país no acordo de 2015 sobre seu programa nuclear.

"Nos primeiros minutos de quinta-feira a produção e coleta de urânio enriquecido começou nas instalações de Fordo", 180 km ao sul de Teerã, informa um comunicado da Organização Iraniana de Energia Atômica.

O texto indica que "todas as atividades foram realizadas sob o controle da Agência Internacional de Energia Atômica" (AIEA), a organização da ONU responsável pelo controle do programa nuclear iraniana.

O porta-voz da agência iraniana, Behruz Kamalvandi, afirmou que a produção de urânio enriquecido em Fordo estaria operacional a partir de meia-noite (17H30 de Brasília, quarta-feira).

A retomada da atividade, até agora congelada em virtude do acordo sobre o programa nuclear iraniano de 2015, que o governo dos Estados Unidos abandonou, foi anunciada na terça-feira pelo presidente Hassan Rohani.

Na segunda-feira chegou ao fim o prazo que o Irã havia estabelecido para que os países que ainda integram o acordo de 2015 (China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha) ajudassem Teerã a superar as consequências da retirada dos Estados Unidos do pacto em 2018.

A medida é a quarta fase do plano de redução dos compromissos iranianos na área nuclear, iniciado em maio como resposta à decisão de Washington de abandonar o texto.

Desta maneira, o Irã pretende pressionar as outras partes signatárias a ajudar o país a evitar as sanções econômicas americanas, que provocaram a recessão da economia iraniana.

Com o acordo assinado há quatro anos em Viena, Teerã aceitou reduzir drasticamente suas atividades nucleares, para assegurar apenas objetivos civis, em troca da retirada parcial das sanções econômicas que asfixiavam sua economia.

Nesta quinta-feira, o governo iraniano anunciou a retirada da credencial de uma inspetora da ONU após um incidente na semana passada, durante uma operação de controle na entrada do centro de enriquecimento de Natanz.

"A passagem da inspetora da AIEA durante o controle ativou um alarme, o que provocou a suspeita de que carregava um produto suspeito", afirmou a agência nuclear iraniana em um comunicado.

A entrada da inspetora nas instalações foi proibida. Ela deixou o Irã com destino a Viena, segundo a agência iraniana, que não informou a nacionalidade da pessoa nem a data de saída.

- Preocupações -

O acordo de 2015 proíbe que a República Islâmica enriqueça urânio em Fordo, uma usina subterrânea que permaneceu secreta durante anos.

Em Viena, uma fonte da AIEA afirmou à AFP que os inspetores estavam em Fordo e preparavam um relatório sobre a situação. Também informou que os 35 membros do conselho de ministros da agência devem se reunir nas próximas horas para abordar a situação no Irã.

O anúncio da retomada do enriquecimento de urânio provocou novas preocupações das outras partes do acordo de Viena.

Teerã afirma que deseja a manutenção do acordo e que está disposto a voltar a cumprir totalmente as condições do texto, mas pede às demais partes que cumpram seus compromissos, em particular permitindo a exportação de petróleo.

A Rússia afirmou que observa com preocupação o desenvolvimento da situação, enquanto França, Reino Unido, Alemanha e União Europeia (UE) pediram ao Irã que mudasse de ideia.

Em Pequim, o presidente francês Emmanuel Macron afirmou na quarta-feira que o Irã decidiu "sair da estrutura do acordo pela primeira vez de maneira explícita e não limitada".

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, declarou que anúncio do presidente Rohani "não é aceitável".

O governo dos Estados Unidos afirmou que retomar as atividades das centrífugas em Fordo é uma "chantagem nuclear" do Irã.

Washington mantém a política de "pressão máxima" sobre Teerã para tentar obter um novo acordo com "garantias melhores".

As principais associações do setor elétrico organizam um movimento de apelo ao Congresso para a retomada da votação da Medida Provisória 814, que destrava a privatização das distribuidoras da Eletrobrás. Pelo acordo proposto, nem a MP original nem o relatório apresentado pelo deputado Júlio Lopes (PP-RJ), cheio de emendas parlamentares, iriam à votação.

A ideia é que o texto a ser apreciado tenha só um artigo para resolver o problema do risco hidrológico (GSF, na sigla em inglês), que se arrasta desde 2015, travou o mercado de energia e gerou inadimplência de quase R$ 7 bilhões aos geradores. Segundo o presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase), Mario Menel, o plano tem apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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Mas ainda é preciso aval do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Menel já enviou ofício ao senador na tentativa de sensibilizá-lo sobre o tema. O Ministério de Minas e Energia (MME) não foi procurado pelas associações.

"Não vejo resistência a essa proposta porque não há impacto tarifário nesse artigo, pois as compensações seriam realizadas por meio de extensão do prazo de outorga dos geradores. O maior risco de não se resolver esse problema é que, com o aumento do preço da energia no mercado, essa inadimplência pode chegar a R$ 30 bilhões até o fim deste ano", diz Menel.

Na terça-feira, Maia e Oliveira avisaram ao presidente Michel Temer que não colocariam a MP em votação, pois ela traria aumento tarifário ao consumidor. A MP 814 caduca no dia 1º de junho e não há muita margem de manobra, pois quinta-feira é feriado. Isso significa que, para não perder validade, o texto precisaria ser votado na Câmara na terça-feira (29) e no Senado na quarta-feira (30).

Embora isso seja possível, não é usual, já que o Senado tem uma regra segundo a qual as MPs devem chegar à Casa com uma semana de antecedência. A MP está na pauta da Câmara da próxima semana, mas só porque ainda não perdeu a vigência. Já o Senado prevê votar várias MPs em bloco na terça, mas não há previsão para quarta.

Procurado, Maia não respondeu sobre a proposta. Oliveira manteve o que já falou no início da semana e disse que não votará nenhuma proposta que gere aumento no preço da energia.

A perda da validade da MP se tornou um problema para o governo, que trabalha para enviar novo projeto de lei com os artigos que estavam originalmente na proposta. A decisão fez com que as ações da Eletrobrás despencassem, pois a estatal aceitou assumir dívidas bilionárias das distribuidoras junto a fundos setoriais para facilitar a privatização. Sem a MP, esses rombos não têm mais garantia de cobertura legal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo./COLABORARAM IGOR GADELHA e RENAN TRUFFI

O consumo e a geração de energia elétrica no Brasil cresceram 2% em março na comparação com o mesmo período do ano passado. Os números constam de boletim preliminar da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgado na noite desta quinta-feira (5). O boletim comporta dados de medição coletados entre os dias 1º e 31 de março, com a prévia de geração e consumo de energia, além da posição dos consumidores livres e especiais.

Segundo o boletim, no mês de março, a elevação no consumo foi influenciada diretamente pelas maiores temperaturas registradas este ano. Com o aumento, foram consumidos 64.949 MW médios no Sistema Interligado Nacional (SIN).

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No que diz respeito à geração de energia, o mês de março alcançou 68.314 MW médios. Essa geração mostra que também houve aumento de 2% em relação ao mesmo período de 2017. O boletim destaca que a produção das usinas hidrelétricas aumentou 3,5% – o percentual também inclui a geração das pequenas centrais hidrelétricas.

Já a geração das usinas eólicas subiu 9,3%, enquanto que a das usinas nucleares e térmicas caiu 35,4% e 10,1%, respectivamente, no período. A explicação para a queda na geração térmica é a menor produção das usinas termelétricas a gás, que ficou em 14,1%.

Os setores cujo consumo cresceu, considerando autoprodutores, comercializadores varejistas, consumidores livres e especiais, foram: comércio (25,7%), serviços (11,0%) e manufaturados diversos (9,4%). O crescimento desses setores está vinculado à migração dos consumidores para o mercado livre”, informou a CCEE.

O mercado livre, segmento de venda da energia, voltado para grandes consumidores, permite que o cliente escolha de quem comprar e negociar preço e duração do contrato. Dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), que representa empresas que atuam na compra e venda de energia nesse mercado, indicam que esse segmento cresceu 17% no ano passado.

Dentro do mercado regulado, a CCEE informa que o consumo subiu 1,2%. Esse valor leva em consideração a migração de consumidores para o mercado livre. Sem esse efeito na análise, o aumento alcançaria 3% no período.

Dentro da estratégia do governo de criar fatos positivos na economia, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco, usou há pouco sua conta no Twitter para chamar a atenção para o leilão de quatro usinas hidrelétricas: São Simão, Volta Grande, Miranda e Jaguara. Elas estavam com a Cemig, mas os contratos venceram e por isso serão novamente oferecidas ao mercado. O edital da licitação foi aprovado na última terça-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

"A Aneel aprovou o leilão p/concessão de quatro #hidrelétricas", escreveu o ministro, que é também responsável pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). "Avançamos com o #PPI p/ trazer recursos, melhorar serviços e gerar empregos!"

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O leilão das quatro usinas está marcado para o dia 22 de setembro. Juntas, elas deverão render no mínimo R$ 11,05 bilhões para o governo federal, correspondentes à taxa de outorga.

Desse conjunto, três usinas já estão na lista de empreendimentos a serem leiloados pelo governo federal. Falta incluir Jaguara. Essa providência deverá ser tomada no próximo dia 23, quando o conselho do PPI, presidido pelo presidente Michel Temer, pretende se reunir para aprovar a nova leva de concessões. Além de Jaguara, a expectativa é de que sejam incluídos também três lotes de aeroportos, um trecho de rodovia federal, 18 terminais portuários e a terceira rodada de campos de exploração de petróleo no pré-sal. Só este último tem preço mínimo previsto em R$ 4,4 bilhões.

De acordo com dados da secretaria do PPI, a carteira de projetos é composta por 89 empreendimentos. Desses, 48 já foram leiloados, e os investimentos atrelados a eles ultrapassam os R$ 23 bilhões. Esses empreendimentos geraram ao governo R$ 6 bilhões em taxas de outorga.

O vento forte que não para de soprar fez da pequena Icaraí de Amontada, na costa oeste do Ceará, uma ilha de usinas eólicas. Elas geram energia elétrica usando a força dos ventos. Ali, para qualquer lado que se olhe, modernas e gigantescas torres de quase 150 metros de altura - do tamanho de um prédio de 42 andares - destoam do cenário rústico da antiga vila de pescadores, com suas dunas, praias e lagoas. Reduto de atletas estrangeiros praticantes de kitesurf e windsurf, a comunidade, de 2,4 mil habitantes, entrou para a lista dos melhores ventos do Brasil e ajudou a elevar a participação da energia eólica para mais de 30% do consumo do Nordeste.

Os parques instalados na região de Amontada estão entre os mais eficientes do planeta. Enquanto no mundo, as usinas eólicas produzem, em média, 25% da capacidade anual, no Complexo de Icaraí esse porcentual é mais que o dobro. As 31 torres que compõem o parque produzem 56% da capacidade anual. Para ter ideia do que isso significa, nos Estados Unidos, esse indicador é de 32,1%; e na Alemanha, uma das maiores potências eólicas do mundo, de 18,5%. "O vento no Nordeste é muito diferenciado", afirma Luciano Freire, diretor de engenharia da Queiroz Galvão Energia, dona do complexo eólico de Icaraí.

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É por causa da qualidade desse vento - forte e constante - que o Nordeste despontou como uma das maiores fronteiras eólica do mundo. Hoje, os parques em operação na região são responsáveis pelo abastecimento de boa parte da população local de 56 milhões de pessoas.

Não é difícil entender a rápida expansão das eólicas no Brasil. Em 2008, com a crise internacional, o consumo mundial de energia despencou, paralisou uma série de projetos e deixou as fábricas ociosas. Em busca de demanda, elas desembarcaram no Brasil - onde o uso da energia crescia a taxas de dois dígitos - e derrubou o preço das eólicas, até então caras por aqui. A partir de 2009, com leilões dedicados à essa fonte de energia, os investimentos decolaram. De lá pra cá, o setor recebeu R$ 67 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).

Esse montante colocou o País na 10ª posição entre as nações com maior capacidade instalada do mundo. Foi um grande avanço. Até 2008, a potência do parque eólico brasileiro era de 27 megawatts (MW). No mês passado, alcançou a marca de 9,7 mil MW, volume suficiente para abastecer mais de 45 milhões de habitantes. No total, são 5.141 turbinas instaladas Brasil afora. Cerca de 82% delas estão no Nordeste.

Conta

Os moradores de Icaraí de Amontada ainda se fazem algumas perguntas. Questionam o impacto que as usinas podem causar à região no decorrer dos anos e não entendem por que continuam pagando uma conta de luz tão alta se os parques eólicos estão praticamente no seu quintal. "Deveríamos ter energia elétrica de graça", afirma Raimunda Alves dos Santos, que paga R$ 180 por mês de luz.

Entre os moradores, essa é uma reclamação recorrente. É difícil compreender por que uma energia produzida com o vento - que é de graça - pode ser tão cara. Se eles fizessem essa pergunta às empresas geradoras, teriam como resposta uma explicação complexa, que envolve toda a estrutura do setor. "O Brasil funciona como um sistema único, a precificação é nacional e não regional", diz a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum.

Em outras palavras, significa dizer que todos os custos do setor são divididos entre todos os consumidores do País. Para a eólica começar a fazer diferença na conta de luz dos nordestinos, é necessário que ela ganhe participação não só na região, mas em todo o País.

Com alguns raros projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) em desenvolvimento no Estado de Pernambuco e sem potencial para grandes hidrelétricas, a vocação do Nordeste tem se inclinado cada vez mais para a energia eólica. Segundo Elbia Gannoum, até 2020, a participação da energia do vento na matriz elétrica brasileira vai saltar dos atuais 6% para 20% da capacidade instalada. No Nordeste, essa participação será ainda maior, de 30%. Em termos de consumo, a fonte será capaz de atender cerca de 70% da carga da região em alguns momentos do dia.

Nos próximos três anos, diz Elbia, o volume de investimentos em novos parques será de R$ 40,8 bilhões. Ela destaca que cada megawatt de eólica instalado cria 15 postos de trabalho em toda cadeia produtiva, desde o canteiro de obras até a fabricação de pás, aerogeradores e torres. Seguindo o cálculo da Abeeólica e considerando que entre 2017 e 2019 estão previstos mais 6,8 mil MW de potência, o setor pode gerar 102 mil postos de trabalho.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu, do Ministério Público Federal (MPF), dossiês que informam sobre o impacto da construção de barragens nos rios Xingu e Tapajós, no Pará, para as populações indígenas da região. Procuradores da República que atuam em Altamira e Santarém, no oeste do Estado, entregaram os documentos para a relatora especial da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, durante reunião que tratou das irregularidades nas obras das usinas hidrelétricas das bacias de dois dos principais afluentes do rio Amazonas.

A reunião ocorreu no dia 15 de março, em Altamira, com a presença dos procuradores da República Thais Santi, que fiscaliza Belo Monte, e Camões Boaventura, que fiscaliza as usinas no Tapajós. Segundo o MPF, as irregularidades detectadas em Belo Monte, já em fase de pré-operação, dão um panorama do que pode ocorrer na usina São Luiz do Tapajós, começando pelo descumprimento sistemático da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas.

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Com suas obras quase concluídas no Xingu, o consórcio responsável pela usina de Belo Monte é alvo de 25 ações que apontam ilegalidades no projeto. Na bacia do Tapajós são até agora quatro usinas em construção no rio Teles Pires e cerca de 40 projetadas, com 19 processos judiciais mostrando problemas, informa o Ministério Público Federal.

A maior usina prevista para o Tapajós é a São Luiz do Tapajós. Se construída, indicam estudos apontados pelo MPF, a hidrelétrica vai provocar a remoção compulsória de três aldeias dos índios Munduruku, conduta vedada pela Constituição Federal.

A relatora da ONU disse aos procuradores da República que constatou, ao longo de sua missão no Brasil, que, embora um poder coloque a responsabilidade sobre o outro, há um padrão de articulação dos três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, para a violação sistemática dos direitos indígenas e para viabilizar um projeto político e econômico considerado ideal por esses poderes. “Não há espaço para qualquer diversidade de projetos”, disse.

A procuradora Thais Santi enumerou os inúmeros impactos, muitos irreversíveis, provocados pela desobediência recorrente das licenças ambientais pela Norte Energia, responsável pela obra de Belo Monte, com anuência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão licenciador. “Os impactos não foram mitigados por irresponsabilidade do Estado, sendo que as medidas de mitigação eram condição para assegurar a integridade dos povos indígenas e a manutenção dos seus modos de vida”, disse Santi.

De acordo com Thais Santi, “no Xingu, vivem muitas etnias de contato recente e que já passavam por um violento processo de segregação social. As medidas de mitigação seriam a única forma de garantir que estes povos indígenas sobrevivessem aos impactos da usina, no entanto elas não foram adequadamente implementadas e agravaram o processo de desagregação”.

A procuradora da República destacou, ainda, que no coração do trecho de vazão reduzida, epicentro dos impactos da usina de Belo Monte, antes mesmo de estar demonstrado que a hidrelétrica permitirá a reprodução da vida no local está sendo licenciado um dos maiores projetos de mineração do Brasil, que recebeu licença prévia do Estado do Pará sem a realização de estudos sobre os povos indígenas da região e sem análise sinérgica de sobreposição de impactos com Belo Monte. Essa realidade demonstra que os impactos de Belo Monte são potencializados, na medida em está aberto o caminho para a exploração dos recursos naturais da região em escala industrial, sem o devido controle ambiental.

O procurador da República Camões Boaventura enfatizou elementos que o projeto da usina São Luiz do Tapajós têm em comum com a de Belo Monte. “Alguns impactos sociais já são identificados, como desgaste dos indígenas com a intensa participação em reuniões e a insegurança sobre o futuro, que causa grande angústia aos povos afetados”, disse.

A relatora Victoria Tauli-Corpuz disse que considera Belo Monte um caso emblemático, “pois tudo que poderia dar errado, deu errado”. Ela constatou na região de Altamira a situação de um etnocídio praticamente consumado pela usina. E se declarou temerosa de que, em São Luiz do Tapajós, ocorra um processo pior, de genocídio, diante da negativa dos índios Munduruku em assistirem passivos à destruição de seu modo de vida.

Para a relatora, a situação é perigosa, porque o governo brasileiro já se mostrou disposto a lançar mão de forças militares e instrumentos autoritários. “O governo brasileiro está empurrando os indígenas ao seu limite com este projeto hidrelétrico e querendo fazer com que eles desapareçam”, lamentou. (Veja, abaixo, vídeo produzido pelo MPF sobre Belo Monte).

Com informações da Assessoria do MPF.

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Um número recorde de usinas deve continuar moendo cana-de-açúcar durante a entressafra, de acordo com Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica). A estimativa é que cerca de 45 usinas do Centro-Sul do País, maior região produtora, deverão prosseguir com a moagem. "Se o clima permitir, essas usinas deverão se manter em operação entre janeiro e fevereiro", disse Pádua. Muitas dessas unidades precisam continuar operando para gerar caixa.

Tradicionalmente, as usinas sucroalcooleiras processam a cana de abril a dezembro. A próxima safra, a 2016/17, deverá ter seu início antecipado para março. A expectativa é de que a produção de cana na região Centro-Sul atinja 650 milhões de toneladas. Mas, desse total, cerca de 40 milhões de toneladas deixarão de ser colhidas. Esse volume de cana "em pé", contudo, não deverá ser aproveitado na próxima safra.

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O maior volume de cana abandonado nos canaviais foi em 2009, quando cerca de 60 milhões de toneladas deixaram de ser colhidas, lembrou Pádua.

O clima chuvoso tem ajudado a atual safra de cana no Centro-Sul, mas como boa parte dos canaviais não está sendo renovada, a produtividade da matéria-prima tem caído, de acordo com a Unica. A cada ano, as usinas têm de renovar cerca de 20% de sua área, mas, com a crise pela qual as usinas passam, essa manutenção tem sido deixada de lado.

Nordeste - Já a região Nordeste deverá registrar uma quebra de cerca de 10 milhões de toneladas. A colheita nessa região está prevista em cerca de 50 milhões de toneladas. Pernambuco e Alagoas são os maiores Estados produtores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério de Minas e Energia (MME) formalizou em portaria no Diário Oficial da União (DOU) o adiamento do leilão de 29 usinas hidrelétricas do dia 6 de novembro para 25 de novembro. Esta é a terceira mudança na data da licitação. Inicialmente, o leilão seria realizado em setembro, mas a data foi alterada pela primeira vez para 30 de outubro.

A decisão pelo novo adiamento foi anunciada nesta terça-feira (27), pelo MME e se deu, segundo o governo, para que o Congresso Nacional possa aprovar a Medida Provisória 688, que trata da repactuação do chamado risco hidrológico das geradoras de energia, antes da realização do certame. Mesmo com o adiamento, o MME afirma esperar que a assinatura dos contratos decorrentes do leilão ocorra ainda em 2015.

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As taxas de outorga dessas 29 usinas somam R$ 17 bilhões e o governo pretendia arrecadar R$ 11 bilhões à vista este ano e os R$ 6 bilhões restantes no primeiro semestre de 2016. O adiamento, no entanto, levou o Ministério do Planejamento a desconsiderar a entrada de receitas do leilão no resultado fiscal de 2015.

Bancos públicos e privados negociam uma operação sindicalizada para financiar as outorgas - no valor total de R$ 17 bilhões - das usinas hidrelétricas antigas que irão a leilão em 6 de novembro. O assunto foi tema de reunião este mês na sede do Ministério da Fazenda em São Paulo. O governo tomou a iniciativa diante da mudança em relação às licitações do projeto de novas hidrelétricas, que têm financiamento a custo subsidiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Participaram do encontro representantes dos bancos BTG, Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil, Votorantim, Caixa e Credit Suisse, além de integrantes do Ministério de Minas e Energia, do Ministério do Planejamento e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que o BNDES deve participar do sindicato, mas sem uso da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), referência dos empréstimos do banco de fomento, com custo abaixo dos de mercado. Todos os bancos irão operar com juros de mercado.

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Embora a exposição dos bancos ao setor financeiro já esteja elevada, os bancos estão conversando entre si para viabilizar o financiamento do leilão das hidrelétricas. "O atrativo do negócio é a certeza de recebíveis ao longo de 30 anos", disse uma fonte que participou da reunião.

Uma outra reunião sobre o mesmo assunto na sede do Ministério da Fazenda em Brasília contou com a participação de representantes de bancos de investimento estrangeiros, afirmou uma fonte de outro banco consultado pela reportagem.

O fato de que 30% do volume da energia das usinas poderá ser comercializado no mercado livre é avaliado como uma vantagem, pois os preços são mais altos nesse segmento. Além disso, os 70% que terão de ser comprados obrigatoriamente pelas distribuidoras representam uma garantia de receitas fixas.

Outro aspecto considerado positivo pelos bancos é que essa energia está livre do risco hidrológico, problema que gerou uma guerra de liminares no setor elétrico e que, de acordo com a Aneel, deve atingir quase R$ 13 bilhões neste ano.

O sindicato funcionaria de forma semelhante ao que foi formado no ano passado, que emprestou R$ 21,2 bilhões às distribuidoras de energia. A garantia do financiamento foi a inclusão de uma parcela do pagamento no reajuste das conta de luz nos próximos cinco anos.

Os prováveis clientes dos bancos são os interessados nas usinas da Cesp, Ilha Solteira e Jupiá, cuja outorga soma R$ 13 bilhões. Os bancos já estão sendo consultados sobre a disponibilidade de recursos por algumas empresas, que pensam inclusive em se reunir e montar Sociedades de Propósito Específico (SPEs) para adquirir os empreendimentos. Entre os candidatos a arrematar as duas usinas estão Brooksfield e CPFL, disse a fonte.

O grupo chinês China Three Gorges (CTG), dono da maior hidrelétrica do mundo, Três Gargantas, também está interessado nas usinas da Cesp. Porém, a empresa conta com financiamento de organismos chineses para disputar a licitação.

De acordo com a fonte, embora haja empresas interessadas nas outras usinas do leilão, elas devem ficar com os atuais concessionários. Celg, Copel, Celesc e Cemig, que já possuem expertise na administração dos empreendimentos.

Por meio de nota, o Ministério de Minas e Energia informou que tem atuado de forma integrada com o Ministério da Fazenda para viabilizar o leilão, mas negou que as discussões envolvam o financiamento das outorgas e a formação de um sindicato entre os bancos.

"O papel desempenhado pelo MME tem sido o de capitanear o contato com os empreendedores e empresas interessadas em participar do certame e o de informar os demais interessados, inclusive do setor financeiro, sobre as características do leilão, mas não envolve soluções de financiamento do mesmo", informou o ministério.

A Aneel negou ter participado de reuniões sobre a formação do sindicato. O Ministério da Fazenda não respondeu até a publicação da reportagem.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, garantiu nesta quinta-feira (1º), que o leilão de usinas cujas concessões já venceram ocorrerá no dia 6 de novembro. Apesar das dificuldades do mercado na obtenção de crédito para o pagamento das outorgas por essas 29 usinas, no valor de R$ 17 bilhões, o ministro afirmou que o certame só será adiado em caso de impedimento jurídico.

"Temos conversado com investidores privados nacionais e estrangeiros e temos um grande nível de expectativas para o leilão. São hidrelétricas que já funcionam bem e estão no centro da carga", avaliou. "O leilão está mantido, a não ser que haja impedimento jurídico, mas não acredito que teremos qualquer problema. Tudo que estamos fazendo é com amplo diálogo com o Tribunal de Contas da União (TCU)", completou, citando o órgão de controle que ainda avalia o edital do certame.

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Após participar da abertura do seminário que comemora os 15 anos da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), o ministro disse que só haverá um novo adiamento da liquidação de contas do setor elétrico referente a julho e agosto no âmbito da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) se houver necessidade. Ao todo, 70 liminares obtidas por agentes de geração continuam travando os pagamentos do setor.

"Essas liminares ainda são parte de um processo de transição do antigo modelo de gestão do risco hidrológico das hidrelétricas para o novo modelo, cuja Medida Provisória 688 está em tramitação no Congresso Nacional. Um modelo será substituído pelo outro", argumentou. "Desde o começo do ano, só houve dois adiamentos da liquidação, e isso só ocorrerá novamente no limite da necessidade", afirmou.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, informou nesta quinta-feira (24) que o governo irá adiar o leilão das usinas cujos contratos não foram renovados do dia 30 de outubro para o dia 6 de novembro. Segundo ele, uma portaria do Ministério, já assinada, será publicada na sexta-feira (25) com uma nova divisão de lotes para 29 hidrelétricas que irão a leilão.

"O leilão depende da aprovação do Tribunal de Contas da União e o TCU apresentou algumas sugestões que deveríamos ajustar. O TCU entende que deveríamos desmembrar alguns blocos de usinas que estão juntas porque o tribunal entendeu que isso tornaria o leilão mais disputado", explicou o ministro ao chegar para o 15º Encontro dos Associados da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine).

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De acordo com Braga, não haverá mudança nos preços das outorgas do leilão. No total, o governo espera arrecadar R$ 17 bilhões com o certame, sendo R$ 11 bilhões este ano e R$ 6 bilhões no primeiro semestre de 2016. "A mudança de data não traz nenhum prejuízo para o setor elétrico e nem para a macroeconomia", enfatizou.

Um levantamento feito pela União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica) mostra que a maior demanda por etanol pode reduzir os custos do governo com importação da gasolina. O estudo reforça a importância do biocombustível na matriz energética brasileira.

O volume de etanol hidratado comercializado no País antes das alterações na tributação da gasolina era de 1,25 bilhão de litros por mês. Atualmente, está em cerca de 1,5 bilhão de litros, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

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Esse aumento de quase 250 milhões de litros mensais no consumo interno de hidratado representa uma redução de 130 milhões de litros na demanda por gasolina pura (gasolina A, sem anidro), diz Elizabeth Farina, presidente da Única.

Além disso, a elevação do nível de mistura de etanol anidro na gasolina de 25% para 27% também permitiu uma economia adicional de cerca de 70 milhões de litros mensais de gasolina pura.

De acordo com o departamento econômico da Unica, entre 2011 e 2014, as importações brasileiras de gasolina totalizaram 11,02 bilhões de litros, gerando um prejuízo total estimado em torno de R$ 3 bilhões à Petrobras (decorrente da venda de gasolina no mercado doméstico a um preço inferior aquele pago no mercado internacional). Essas importações geraram déficit de US$ 8,37 bilhões na balança comercial do País neste período, segundo a entidade.

Somente em 2014, a balança comercial de gasolina A foi negativa em US$ 1,35 bilhão (mais de R$ 3 bilhões). Esse montante é equivalente a 35% de todo o déficit comercial brasileiro no ano, avaliado em US$ 4 bilhões.

O impacto negativo persiste em 2015. Nos primeiros quatro meses deste ano, as importações de gasolina já somaram 1,43 bilhão de litros (alta de 66% sobre 2014), a um custo de R$ 611,94 milhões ao País. No comparativo entre importação e exportação, o resultado fica negativo em US$ 606 milhões entre janeiro e abril de 2015 - o equivalente à perda de quase R$ 2 bilhões diante da desvalorização cambial.

Vale lembrar que em 2009, a participação do etanol hidratado era de mais de 30% no consumo de combustível e agora, mesmo com o recente aumento, a participação é de 22%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo vai leiloar 30 usinas que não renovaram suas concessões nos termos da polêmica Medida Provisória 579/2012. As hidrelétricas pertenciam à Cesp, Cemig, Copel, Celg e Celesc, que não aceitaram as condições impostas pela União para prorrogar os contratos. Segundo o Ministério de Minas e Energia, não haverá cobrança de outorga para nenhuma delas.

A licitação deve sair em setembro e será feita a exemplo do que ocorre nos leilões de transmissão: o governo fixa uma receita que funciona como teto e vence a empresa que oferecer o maior deságio sobre esse valor. Essa receita considera apenas o suficiente para cobrir o custo de operação e manutenção dos empreendimentos.

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Toda a energia das usinas será distribuída em cotas para as distribuidoras de energia, que atendem ao consumidor final. Portanto, não será possível vender contratos para empresas que atuam no mercado livre nem liquidar excedentes no mercado de curto prazo. O prazo de concessão será de 30 anos.

As hidrelétricas ficam nos Estados de Goiás, do Paraná, de São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais e serão agrupadas em seis lotes. As usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que pertenciam à Cesp, integram o Lote F, o maior em termos de geração de energia. Ilha Solteira tem 3,444 mil MW de potência, e Jupiá, 1,551 mil MW. Quem vencer o lote terá 5 mil MW. Se não houver interessados para as duas usinas no dia do leilão, o governo vai separá-las em dois sublotes diferentes.

A usina de Três Marias, com 396 MW, é a única integrante do Lote E. A hidrelétrica pertencia à Cemig. Com 303,5 MW de potência, o Lote D terá 17 usinas: Ervália, Coronel Domiciano, Sinceridade, Neblina, Gafanhoto, Marmelos, Joasal, Paciência, Piau, Dona Rita, Tronqueiras, Martins, Salto Grande, Cajuru, Peti, Camargos e Itutinga. A maioria delas também pertencia à Cemig.

O Lote A terá as usinas de São Domingos e Rochedo, que ficam em Goiás e somam 16 MW. Elas pertenciam à Celg. Com 299,7 MW, o Lote B terá três usinas que pertenciam à Copel, no Paraná - Governador Pedro Viriato Parigot de Souza e Mourão I - e em São Paulo - Paranapanema. Com 63,402 MW, o Lote C terá cinco usinas de Santa Catarina: Palmeiras, Garcia, Bracinho, Cedros e Salto (Salto Weissbach). Todas pertenciam à Celesc.

O governo vai exigir experiência dos interessados. Todos deverão comprovar a titularidade de pelo menos uma usina hidrelétrica com reservatório por, no mínimo, cinco anos. A portaria também cobra que os novos concessionários façam esforços para manter os empregos e os trabalhadores que já atuam nas usinas.

Esse será o segundo leilão de usinas antigas, cujas concessões não foram renovadas porque os empreendedores recusaram os termos da MP 579. Em março do ano passado, o governo leiloou a usina de Três Irmãos, que pertencia à Cesp. A licitação teve apenas um interessado, que arrematou a usina sem deságio: o Consórcio Novo Oriente, uma sociedade formada por Furnas e pelo Fundo Constantinopla.

Em agosto do ano passado, a participação do Fundo Constantinopla foi vendida para a Triunfo, após suspeitas sobre seu principal acionista, o empresário Pedro Paulo Leoni Ramos. Ex-ministro do governo Collor (1990-1992), Leoni Ramos foi citado em relatórios da Polícia Federal na operação Lava Jato. Ele seria sócio do doleiro Alberto Youssef no laboratório Labogen.

O Tribunal de Contas da União (TCU) terminou fiscalização em duas usinas de biodiesel adquiridas pela Petrobras Biocombustível (PBio) - uma em Marialva (PR) e outra em Passo Fundo (RS), plantas que ficaram conhecidas como "mini-Pasadenas" em referência à polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Durante a apuração, seis falhas foram encontradas nas operações. O voto do relator, ministro José Jorge, foi aprovado pela Corte. Pelo voto de José Jorge, o sobrepreço na compra de Marialva/PR seria de R$ 63 milhões (130%). Já a planta de Passo Fundo, o relator considerou que a despeito de falhas na operação, não foi encontrado indícios de dano ao erário.

O voto do relator também listou as falhas. A auditoria encontrou inexistência de documentos que comprovem a realização de pesquisa prévia pela PBio para obter "parceria mais vantajosa a estatal"; compra de participação da planta de Marialva não obedeceu integralmente normativos para aquisição de ativos; associação para a compra de Marialva foi feita em desacordo com relatórios e colocou a estatal em risco.

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Na compra de Passo Fundo, a auditoria também encontrou problemas: a estatal se colocou em risco quando se associou com a BSBios Sul, para compra de usina em Passo Fundo; compra de usina de passo fundo não obedeceu normativos; e celebração de transações com concessões desproporcionais entre as partes.

Essas operações ocorreram à época em que o ex-ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) fazia parte da presidência da Petrobras Biocombustível, quando a empresa realizou operações que hoje estão sob auditoria pelo Tribunal de Contas da União. Rossetto comandou a subsidiária da Petrobras de 2009 a 2014 - período em que foram adquiridas as duas usinas de biodiesel.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a empresa Energia Sustentável do Brasil (ESBR), trabalham para desenvolver, até fevereiro do ano que vem, um robô subaquático para aprimorar a operação dos painéis das comportas de manutenção das usinas hidrelétricas (stoplogs). Iniciado em outubro do ano passado, o projeto do robô para operação de stoplogs alagados (Rosa) deve reduzir prejuízos com paradas nas turbinas, diminuindo o tempo que elas ficam desligadas.

A pesquisa foi apresentada nessa sexta-feira (18) na universidade, quando também foi formalizada a parceria entre a empresa e o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe-UFRJ, por intermédio do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). "O que estamos fazendo é instrumentalizar todo um sistema hoje puramente mecânico, transformando-o em computacional. Estamos acrescentando informações úteis ao operador, com elementos usados em robôs, como sistema operacional, comunicação, sonar", conta o coordenador do projeto, o professor do Coppe, Ramon Costa.

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O projeto foi financiado pela empresa ESBR, responsável pela operação e construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, onde grande quantidade de partículas deixa a água turva e se acumula, dificultando a movimentação dos stoplogs depois do serviço de manutenção. O robô, então, fornecerá informações para que o operador possa trabalhar com mais subsídios, substituindo os mergulhadores que atualmente são chamados para conferir a situação do stoplog quando a turbina está parada e a destravá-lo, quando necessário.

A nova tecnologia deve reduzir em um dia o tempo que a turbina fica parada."Para cada turbina, são dois mergulhos. É um processo demorado e muito custoso", diz Ramon. Segundo o pesquisador, o custo de uma hora com a máquina parada passa de R$ 10 mil, somando cerca de R$ 250 mil em um dia.

Uma equipe de sete pesquisadores está oficialmente inscrita no projeto pelo Coppe-UFRJ, e mais três cientistas da universidade trabalham como colaboradores. O primeiro teste completo do Rosa deve ser realizado em setembro, e a previsão do coordenador do projeto é que toda a tecnologia necessária para concluí-lo deve estar pronta até o fim deste ano.

Apesar da queda na produção industrial nacional no mês de março, de 0,5% ante fevereiro, a região de Pernambuco mostrou bom desempenho no período. O Estado foi destaque com alta de 2,8% no volume produzido no período, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Esse desempenho é justificado pela safra da cana-de-açúcar", disse o técnico Rodrigo Lobo, da Coordenação de Indústria do instituto. Segundo ele, a safra de cana tem impulsionado as atividades de produção de alimentos (especialmente cachaça) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustível (que inclui álcool e etanol).

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Além de Pernambuco, o Amazonas também foi destaque de alta em março, disse Lobo. O estado registrou crescimento na produção de 1,7% ante fevereiro. "Esse resultado ainda é em função dos televisores, que têm impactado positivamente a produção industrial local", disse Lobo. Segundo ele, o principal polo é a zona franca de Manaus, mas também se beneficiam as indústrias que produzem insumos para os eletroeletrônicos, desde encapamento de fios até outros produtos mais complexos.

Só no Amazonas, a indústria de equipamentos de informática, produtos eletroeletrônicos e ópticos teve alta de 29,1% em março deste ano na comparação com março de 2013. De acordo com o técnico, isso ajuda a explicar o bom desempenho da produção na região.

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