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O Hamas anunciou a morte do responsável pelo norte de Gaza e membro do seu principal conselho militar, Ahmed al-Ghandour. Ele é o comandante de escalão mais alto conhecido por ter sido morto nos combates.

Al-Ghandour, que se acredita ter cerca de 56 anos, sobreviveu a pelo menos três atentados israelenses contra sua vida e esteve envolvido em um ataque transfronteiriço em 2006, no qual militantes palestinos capturaram um soldado israelense, de acordo com o Projeto Contra-Extremismo, grupo com sede em Washington.

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O Hamas disse que ele foi morto junto com três outros integrantes importantes do grupo, incluindo Ayman Siam, que Israel diz estar encarregado da unidade de lançamento de foguetes do Hamas. Os militares israelenses mencionaram ambos os homens em uma declaração de 16 de Novembro, dizendo que tinham como alvo um complexo subterrâneo onde os líderes do Hamas estavam escondidos.

Eles também afirmam ter matado milhares de militantes do Hamas, sem fornecer provas, incluindo vários comandantes de patente média identificados pelo nome.

O diplomata, historiador e poeta Alberto Vasconcelos da Costa e Silva morreu nesta madrugada, aos 92 anos, em casa. Eleito em 2000 para a Academia Brasileira de Letras (ABL), onde ocupava a cadeira número 9, presidiu a casa no biênio 2002-2003. Costa e Silva morreu de causas naturais, conforme a ABL.

Embaixador na Nigéria e no Benin no fim dos anos 70 e início dos 80, Costa e Silva era especialista em cultura e história da África. "Sua obra é fundamental para o desenvolvimento dos estudos e do ensino da história do continente africano", disse a ABL em nota.

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Escreveu mais de 40 livros, entre poesia, ensaio, história, infanto-juvenil, memória, antologia, versão e adaptação. "A enxada e a lança" (1992) e "A manilha e o libambo" (2002), ambas sobre a África, são suas obras mais conhecidas.

Costa e Silva também serviu como embaixador em Lisboa (1986-90); em Bogotá (1990-93) e em Assunção (1993-95).

Uma mulher morreu afogada na manhã deste domingo (26), na Praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, nas imediações do Edifício Acaiaca. De acordo com relatos de comerciantes da área, a vítima aparentava ter 45 anos, era catadora de latas e vivia em situação de rua na região.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para atender a ocorrência por volta das 7h. Ao localizar a mulher, o óbito foi confirmado pelo Samu que  também estava presente no local. 

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Ainda de acordo com testemunhas, a vítima ficou cerca de 20 minutos acenando, mas o resgate não chegou a tempo.

A cabo Vaneza Lobão, de 31 anos, foi morta na noite de sexta-feira, 24, na Rua Passo da Pátria, em Santa Cruz, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro conhecido pela atuação de milicianos. Segundo informações preliminares da Polícia Militar do Estado (PMERJ), a mulher foi vítima de uma emboscada na entrada de onde residia, quando estava dentro do carro. Os autores dos disparos teriam fugido após o crime.

A corporação emitiu uma nota de pesar, em que repudia "veementemente" o que chamou de uma "morte bárbara". Também postou pedidos em redes sociais por informações sobre o caso, com recompensa de até R$ 5 mil pelo Disque-Denúncia. A policial estava na corporação há 10 anos.

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Santa Cruz é um dos bairros do Rio com atuação de milicianos e histórico recente de conflitos. Em outubro, a morte de um líder de milícia local esteve entre os motivos apontados para ao menos 35 ataques com incêndios a ônibus e um trem. Em 2018, um confronto entre supostas integrantes de milícias e traficantes deixou feridos na zona oeste carioca.

Nas redes sociais, a nutricionista Andreza Lobão disse que sua irmã foi vítima de uma covardia. "O meu coração sangra", lamentou. "A sua lealdade com os seus jamais será esquecida", postou.

O Hospital da Restauração (HR) confirmou a segunda morte decorrente de um desabamento de teto em um supermercado, nessa sexta-feira (24), no bairro do Curado IV, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. A vítima foi um jovem de 23 anos, transferido à unidade de saúde em um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF) após o resgate. Pouco depois do paciente receber atendimento médico, o óbito foi constatado. O nome do rapaz não foi divulgado. 

As buscas por vítimas foram encerradas ainda na sexta-feira (24). Ao todo, duas pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas. A primeira morte foi a de uma funcionária, de 37 anos, identificada como Marta Maria Lima, que já deixou o local do incidente sem vida. 

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Das pessoas retiradas com vida, dois tiveram múltiplas fraturas, mas estavam conscientes. Neste sábado (25), um dia após o acidente, ainda não era possível confirmar o estado de saúde dos sobreviventes e se algum deles já havia recebido alta médica. 

O acidente 

O teto de um supermercado desabou, na manhã da sexta-feira (24), no bairro do Curado IV, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram ao local para resgatar cerca de 15 pessoas; destas, sete foram dadas como feridas inicialmente. 

Segundo o coronel do Corpo de Bombeiros, Robson Roberto, a parte superior frontal do supermercado, onde eram estocados materiais de limpeza, desabou. 

 

O diretor da empresa responsável pela produção da turnê da estrela pop Taylor Swift no Brasil se desculpou, nesta quinta-feira (23), pelos problemas na organização do show da cantora americana no Rio de Janeiro, onde uma fã morreu em plena onda de calor na cidade.

"Reconhecemos que poderíamos ter tomado algumas ações alternativas adicionais a todas as outras que fizemos, como por exemplo criar locais de sombra nas áreas externas [ao local do show]; alterar o horário dos shows inicialmente programados", disse Serafim Abreu, diretor-general da Time For Fun (T4F), em um vídeo publicado nas redes sociais da empresa.

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Abreu também lamentou não "enfatizar mais a permissão de ingressar com copos de água descartáveis", já que muitas pessoas se queixaram da proibição de entrar com garrafas d'água no estádio Nilton Santos, zona norte do Rio, onde o show foi realizado, apesar de a sensação térmica beirar os 60º C no primeiro dia da apresentação da cantora no Rio, na sexta-feira passada.

"De qualquer forma, quero aqui pedir desculpas a todos que não tiveram a melhor experiência possível", acrescentou.

A estudante Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, morreu na sexta-feira passada no começo do show. A Time For Fun explicou na ocasião que ela tinha sido "prontamente atendida" e que a equipe médica no estádio tinha optado "pela transferência ao Hospital Salgado Filho após quase uma hora de atendimento emergencial".

Segundo o jornal O Globo, um primeiro boletim da necropsia revelou que Ana Clara sofreu hemorragia pulmonar e três paradas cardíacas, porém mais exames ainda são necessários para determinar a causa da morte.

No dia seguinte à tragédia, a artista americana se disse "devastada".

O show previsto para o sábado foi adiado para a segunda-feira, 20 de novembro, e começou uma hora após o anunciado (20h30 ao invés de 19h30), uma alteração que já tinha sido adotada no show de domingo, 19.

"Sabemos que com as mudanças climáticas que estamos vivendo, esses episódios serão cada vez mais frequentes. Entendemos também que todo setor precisa repensar sua atuação diante dessa nova realidade", afirmou Abreu no vídeo.

Taylor Swift, uma das estrelas pop de maior projeção na atualidade, continua esta semana a etapa brasileira de sua turnê, "The Eras Tour", com shows na sexta, sábado e domingo em São Paulo.

A defesa do bolsonarista Cleriston Pereira da Cunha, de 45 anos, réu dos atos golpistas que morreu durante banho de sol no Complexo da Papuda, pediu nesta quarta-feira, 22, acesso às imagens das câmeras de segurança do pátio do presídio.

O advogado Bruno Azevedo de Sousa acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Corte requisita as filmagens à administração do presídio. A defesa também pede "informações detalhadas" sobre o caso.

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"Requer que se oficie, com urgência, à Direção do Centro de Detenção Provisória II, bem como, a VEP - Vara de execuções Penais, requisitando-se informações detalhadas sobre o fato, sendo disponibilizado as imagens das câmeras de segurança do pátio, no momento fatídico, no qual ocorreu entre 9:30 e 10:58 do dia 20/11/2023, sendo este último horário, a confirmação oficial do falecimento, bem como do relatório de atendimento detalhado no momento do ocorrido", diz um trecho do pedido.

O advogado também informa que vai anexar o atestado de óbito ao processo assim que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) ficar pronto. A certidão atual aponta que a causa da morte ainda está em apuração.

O ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações do 8 de janeiro, já pediu informações da administração do presídio, inclusive cópia do prontuário médico e relatório dos atendimentos recebidos por Cleriston na Papuda.

Mais cedo, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, lamentou a morte e afirmou que, "ao que tudo indica", Cleriston faleceu por causas naturais.

O Governo do Distrito Federal abriu uma investigação sobre o caso. A Secretaria de Administração Penitenciária informou que "está apurando as circunstâncias" da morte de Cleriston no âmbito administrativo. Informou também que registrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil. "As autoridades foram imediatamente comunicadas", disse a pasta.

Cleriston da Cunha foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participação na invasão ao Congresso Nacional. Em depoimento, ele negou envolvimento em atos de vandalismo. Também relatou problemas de saúde, como vasculite no coração, uma inflamação da parede dos vasos sanguíneos.

Ao pedir a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares, a defesa anexou um laudo médico ao processo. O documento pedia "agilidade na resolução" do caso e indicava risco de morte.

"Em função da gravidade do quadro clínico, risco de morte pela imunossupressão e infecções, solicitamos agilidade na resolução do processo legal do paciente, até pelo risco de nova infecção por covid, que pode agravar o estado clínico do paciente", diz o laudo.

A PGR havia enviado ao Supremo Tribunal Federal, no dia 1º de setembro, um parecer favorável à soltura de Cleriston.

A Defensoria Pública do Distrito Federal afirmou, em relatório produzido após visita ao Complexo da Papuda, em Brasília, na terça-feira, 21, que o atendimento médico a Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, que morreu durante um banho de sol dentro do presídio, chegou 40 minutos após ser acionado pelos agentes penitenciários. A informação da Defensoria foi obtida por meio de depoimento de outros presos.

Segundo a Defensoria, os presos disseram às duas defensoras públicas presentes na vistoria que o atendimento a Cleriston foi demorado, que não havia desfibrilador na Papuda, tampouco cilindro de oxigênio. O órgão ainda aponta que os responsáveis pelo presídio contestam a versão dos presos e informaram que o atendimento médico ao bolsonarista preso foi célere, com o acionamento imediato do Samu, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e atendimento do setor médico do local. O helicóptero dos Bombeiros chegou a ser acionado, mas não foi ao local por questões climáticas.

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O relatório da Defensoria informa que os presos "contaram que estavam reunidos no pátio, durante o banho de sol, quando Sr. Cleriston Pereira da Cunha começou a passar mal. Contaram, ainda, que a policial penal, que tomava conta deles, entrou em desespero por não saber como apoiar e passou a enviar mensagens, solicitando ajuda. Informaram que os próprios colegas de ala tentaram reanimá-lo, pois um deles é médico ************ e o outro é dentista ************ (destaque do próprio relatório), oportunidade em que o senhor Cleriston conseguiu, por duas vezes, respirar. Depois de, aproximadamente, vinte e cinco minutos, apareceu uma médica com estetoscópio e aparelho para medir pressão arterial, instrumentos inadequados para a urgência médica".

A vistoria ocorreu na manhã desta terça-feira no Centro de Detenção Provisória II (CDP II), no Complexo Penitenciário da Papuda.

Cleriston sofria de problemas de saúde e tinha um parecer da PGR favorável à sua soltura. Enquanto estava detido preventivamente na penitenciária, ele recebia remédios controlados para diabetes e hipertensão e era acompanhado por uma equipe médica.

Por conta da sua condição física, a defesa de Cleriston havia pedido ao ministro do STF Alexandre de Moraes para que ele fosse colocado em liberdade provisória. No dia 1º de setembro, a PGR deu parecer favorável ao pleito, mas ainda não havia um despacho do STF sobre a solicitação.

Segundo os relatos dos presos, Cleriston "estava tão fragilizado que, algumas vezes, era levado com ajuda dos colegas ao banho de sol, já que há uma regra no presídio que nenhum preso pode ficar sozinho na cela enquanto os outros vão ao banho de sol".

Médica alertou para risco de morte

No dia 11 de janeiro, a médica Tania Maria Liete Antunes de Oliveira, do Hospital Regional de Taguatinga, pediu "agilidade na resolução do processo legal" de Cleriston alegando que o detento corria risco de morte por imunossupressão e infecções, diante de seu quadro de saúde.

De acordo com ela, o preso era acompanhado há cerca oito meses por um quadro de "vasculite múltiplos vasos" e "miosite secundária à covid-19". Em 2022, ele ficou internado por 33 dias para tratar complicações do estado de saúde.

"Em função da gravidade do quadro clínico, risco de morte pela imunossupressão e infecções, solicitamos a agilidade na resolução do processo legal do paciente", escreveu.

Como era o atendimento médico na penitenciária?

De acordo com registros da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Cleriston recebeu oito atendimentos médicos entre janeiro e agosto. No dia 29 de maio, o detento chegou a ser levado ao Hospital Regional da Asa Norte. Os demais atendimentos ocorreram em consultórios da própria penitenciária.

Desde que foi preso, Cleriston recebeu medicamentos controlados para hipertensão e diabetes enviados pela defesa. Em fevereiro, ele chegou a recusar os remédios afirmando que não precisava mais da medicação. Em abril, o detento voltou a receber medicamentos.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira, 22, que a morte do bolsonarista Cleriston Pereira da Cunha, de 45 anos, réu pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro, aconteceu, "ao que tudo indica", por causas naturais.

Cleriston estava preso preventivamente por ordem do STF e sofreu um mal súbito durante banho de sol no Complexo da Papuda na manhã de segunda, 20.

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Sua defesa já havia pedido a substituição da prisão por medidas cautelares, como uso de tornozeleira, argumentando que ele estava com a saúde "debilitada" por sequelas da covid-19.

Barroso prestou solidariedade aos familiares, em nome do tribunal, e lembrou que o ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações e ações do 8 de janeiro, determinou a investigação do caso.

"Toda perda de vida humana, ainda mais quando se encontre sob custódia do Estado brasileiro, deve ser lamentada com sentimento sincero. O ministro Alexandre de Moraes já determinou a apuração das circunstâncias em que se deu a morte de um cidadão brasileiro nas dependências da Papuda, ao que tudo indica por causas naturais", afirmou o presidente do STF.

O ministro afirmou que a administração do sistema penitenciário não é responsabilidade do Poder Judiciário. "Registro que não é o Judiciário que administra o sistema penitenciário. Seja como for, manifesto, em nome do tribunal, solidariedade à família do cidadão brasileiro que faleceu no presídio da Papuda no dia 20 de novembro de 2023", seguiu.

Barroso lembrou que, no mês passado, o STF reconheceu violações sistemáticas de direitos das pessoas presas e determinou que os governos federal e estaduais apresentem planos para pôr fim aos abusos.

"As estatísticas revelam que morrem quatro pessoas por ia em presídios brasileiros, em geral por causas naturais, que todavia podem ser agravadas pelas condições carcerárias. Aliás, para enfrentar tais condições, o Supremo Tribunal Federal declarou o estado de coisas inconstitucional no sistema carcerário e a elaboração de plano para a melhoria das suas condições", concluiu o ministro.

Investigação

O Governo do Distrito Federal abriu uma investigação sobre o caso. A Secretaria de Administração Penitenciária informou que "está apurando as circunstâncias" da morte de Cleriston no âmbito administrativo. Informou também que registrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil. "As autoridades foram imediatamente comunicadas", informou a pasta.

Cleriston da Cunha foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participação na invasão ao Congresso Nacional. Em depoimento, ele negou envolvimento em atos de vandalismo. Também relatou problemas de saúde, como vasculite no coração, uma inflamação da parede dos vasos sanguíneos.

Ao pedir a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares, a defesa anexou um laudo médico ao processo. O documento pedia "agilidade na resolução" do caso e indicava risco de morte.

"Em função da gravidade do quadro clínico, risco de morte pela imunossupressão e infecções, solicitamos agilidade na resolução do processo legal do paciente, até pelo risco de nova infecção por covid, que pode agravar o estado clínico do paciente", diz o laudo.

A PGR havia enviado ao Supremo Tribunal Federal, no dia 1º de setembro, um parecer favorável à soltura de Cleriston.

Em seu último depoimento às autoridades, o homem preso pelos atos golpistas de 8 de janeiro que morreu na Penitenciária da Papuda alertou sobre seus problemas de saúde. Em 31 de julho, Cleriston Pereira da Cunha contou que tinha vasculite aguda que o fazia desmaiar e ter falta de ar no presídio.

A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal abriu investigação sobre a morte de Cleriston, de 45 anos, que sofreu um mal súbito durante banho de sol. Parlamentares da oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva enviaram ontem ofício ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes questionando a permanência de bolsonaristas presos preventivamente na Papuda.

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Enquanto estava detido, Cleriston era acompanhado por uma equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde da penitenciária. Em fevereiro, seu advogado, Bruno Azevedo de Souza, chegou a dizer que a prisão seria uma "sentença de morte" e pediu para que a Justiça concedesse liberdade provisória, o que foi negado naquele momento. A Procuradoria-Geral da República (PGR) deu em setembro parecer favorável à liberdade provisória.

No depoimento, Cleriston contou que começou a passar mal depois que foi detido pelos policiais no Congresso Nacional em 8 de janeiro. Segundo seu relato, sofreu um desmaio e acabou urinando nas roupas. Ele contou que chegou a ser encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Distrito Federal e só recebeu os seus remédios para vasculite na manhã do dia seguinte, pelas mãos da esposa.

Mais sete

O ofício desta terça-feira, 21, foi assinado por 66 parlamentares - 58 deputados federais e oito senadores. Segundo os congressistas, sete pessoas estão presas preventivamente com pareceres da Procuradoria-Geral da República (PGR) pela concessão de liberdade provisória.

"Questionamos Vossa Excelência acerca da manutenção das prisões preventivas dos réus citados, uma vez que a própria autoridade titular da ação penal, a qual representa o interesse do Estado na punição e repressão, já se manifestou pela liberdade provisória dos presos", diz o ofício. O Supremo foi procurado pelo Estadão, mas não se anifestou até as 20h30 de ontem.

O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) disse que Cleriston perdeu a vida por causa da "inércia do Judiciário" e afirmou que a demora do Supremo em conceder a liberdade ao preso pode configurar um crime de responsabilidade. "Nós, parlamentares federais, deputados e senadores, estamos pedindo com urgência que o ministro (Alexandre de Moraes) tome alguma atitude", disse.

O irmão de Cleriston, Cristiano Pereira da Cunha, vereador pelo PSD no município baiano de Feira da Mata, disse que a família está "indignada" pela morte do irmão e considerou que o STF agiu com um "descaso" ao não o beneficiar com a saída da Papuda apesar do parecer da PGR.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Empresário de 46 anos e membro de uma família de políticos do interior da Bahia, Cleriston Pereira da Cunha foi preso em janeiro após participar da invasão dos prédios dos Três Poderes. Nesta segunda-feira (20), ele morreu enquanto estava em um banho de sol, na Penitenciária da Papuda, em Brasília.

Conhecido pelos familiares e amigos próximos como "Clezão do Ramalhão", Cleriston estava na lista de detidos durante o 8 de Janeiro e levados à Papuda no dia seguinte. A prisão em flagrante mais tarde foi convertida para preventiva e desde então ele estava recolhido na unidade prisional em Brasília.

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Cleriston nasceu na Bahia, mas morava no Distrito Federal há duas décadas. No Estado natal, familiares dele têm carreiras políticas. O irmão, Cristiano Pereira da Cunha, mais conhecido como Cristiano do Ramalho, é vereador do município de Feira da Mata pelo PSD. O pai, Edson Cunha, foi vice-prefeito da cidade entre os anos de 1989 e 1992.

Ao Estadão, o vereador classificou o irmão como uma pessoa "pessoa extrovertida, amiga e brincalhona" e um "verdadeiro patriota". "Ele gostava de brincar com todo mundo. Essa perda não tem comparação, não tem como comparar a perda", afirmou Cristiano.

Na Justiça, Cleriston Pereira da Cunha respondia a uma ação penal por acusações de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. O caso tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Enquanto estava detido provisoriamente na Papuda, ele recebia remédios controlados para a diabete e hipertensão e era acompanhado por uma equipe médica. A defesa de Cleriston, havia pedido ao ministro Alexandre de Moraes para que ele fosse colocado em liberdade provisória. No dia 1º de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deu parecer favorável ao pleito, mas ainda não havia despacho do STF sobre a solicitação.

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiram à morte de Cleriston Pereira da Cunha, um dos presos por envolvimento com os ataques de 8 de Janeiro, com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro da Alexandre de Moraes. O detento tomava um banho de sol na Penitenciária da Papuda, em Brasília, nesta segunda (20), quando teve um mal súbito.

A defesa de Cleriston Pereira da Cunha, 46 anos, havia pedido ao ministro Alexandre de Moraes para que ele fosse colocado em liberdade provisória. No dia 1º de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deu parecer favorável ao pleito, mas ainda não havia despacho do STF sobre a solicitação. O homem respondia a uma ação penal por acusações de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

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O senador e ex-vice presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou o fato de Cleriston ainda estar preso até esta segunda-feira, mesmo com o parecer da PGR. Segundo o parlamentar, o falecimento do homem representa uma "burocracia que vem cerceando direitos dos presos". "É preciso uma investigação minuciosa para que esse fato gravíssimo seja esclarecido", afirmou Mourão.

O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, publicou nas redes sociais um documento enviado para a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. No texto, Sanderson questiona os motivos que levaram à morte do preso. "Alguém terá que ser responsabilizado", afirmou o parlamentar do PL.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que o seu gabinete está trabalhando em conjunto com a bancada de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a realização de uma "apuração dos fatos relacionados a essa infeliz notícia".

O deputado Coronel Meira (PL-PE) chamou Cleriston, acusado de tentativa de golpe de Estado, de "patriota" e publicou uma imagem em que afirma que o preso "pagou com a sua vida".

Outro parlamentar bolsonarista a se posicionar após a morte de Cleriston foi o deputado José Medeiros (PL-MT). O político afirmou que a morte do homem seria uma "nódoa" para o ministro do STF Alexandre de Moraes. "Esse senhor não era para estar preso", disse.

O ex-deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo-PR) também ressaltou o aval dado pela PGR à concessão da liberdade provisória para Cleriston. "Não há palavras para a injustiça absurda praticada pelo Supremo", disse.

Cleriston era acompanhado por equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde da Papuda desde que foi preso em janeiro durante a invasão dos Três Poderes. Ele recebia remédios controlados para diabetes e hipertensão.

Um dos presos no Congresso em meio aos atos golpistas de 8 de janeiro morreu nesta segunda-feira, 20, após ter um mal súbito durante banho de sol no Complexo da Papuda, em Brasília.

Cleriston Pereira da Cunha passou mal por volta das 10h no pátio do bloco de recolhimento do presídio, foi atendido por equipes do Samu e do Corpo de Bombeiros, com protocolo de reanimação cardiorrespiratória. Às 10h58 ele morreu.

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A morte de Cleriston foi comunicada à mulher e às duas filhas. A informação foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal pela juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do DF, no bojo da ação à qual Cleriston respondia por participação no 8 de janeiro.

De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do DF, Cleriston era acompanhado por equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde da Papuda desde sua detenção, em janeiro. Ele recebia remédios controlados para diabetes e hipertensão.

Cleriston respondia à ação penal por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado.

A defesa dele havia pedido ao ministro Alexandre de Moraes que ele fosse colocado em liberdade provisória. No dia 1º de setembro, a Procuradoria-Geral da República deu parecer favorável ao pleito, mas ainda não havia despacho sobre a solicitação.

Após o falecimento, o ministro Alexandre de Moraes requisitou à Papuda informações detalhadas sobre o caso, inclusive com cópia do prontuário e relatório médico dos atendimento recebidos por Cleriston durante sua custódia.

Um fã de Taylor Swift, que estava no Rio de Janeiro para assistir a um show da cantora, foi morto a facadas ao ser assaltado por dois homens na madrugada deste domingo, 9, na praia de Copacabana, na zona sul da capital. As autoridades prenderam um dos assaltantes. As informações são da Polícia Militar, da Polícia Civil do estado e dos familiares.

Primos da vítima, Gabriel Mongenot Santana Milhomem Santos, de 25 anos, contaram ao Estadão que ele era de Mato Grosso do Sul, mas cursava engenharia aeroespacial em Belo Horizonte, em Minas Gerais. O estudante viajou com amigos para assistir ao show da cantora no Rio.

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O segundo suspeito, autor das facadas, já foi identificado. Conforme a PM, ele foi preso na sexta-feira, 17, por furto e receptação, mas uma decisão judicial o liberou no mesmo dia. O homem também tem ficha criminal por homicídio, roubo, porte de arma de fogo e lesão corporal.

As Polícias Civil e Militar continuam procurando pelo segundo suspeito, que seria um morador de rua, segundo depoimento do homem detido. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso.

Luciano Mongenot disse que os pais do estudante estão "sem chão" com a notícia. Gabriel era filho único.

O estudante é a segunda vítima sul-mato-grossense a morrer no Rio de Janeiro durante a turnê The Eras Tour, de Taylor Swift, na cidade. Ana Clara Benevides, de 23 anos, veio a óbito após passar mal enquanto esperava pelo primeiro show da cantora na capital.

A artista adiou apresentação deste sábado, 18, poucas horas antes de subir no palco devido às extremas temperaturas. O show foi remarcado para segunda-feira, dia 20.

A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) anunciou hoje, por meio das redes sociais, sua intenção de denunciar à Procuradoria Federal dos Direitos dos Cidadãos do Ministério Público Federal (MPF) a empresa Time 4 Fun (T4F). Empresa que foi a responsável pela organização do show de Taylor Swift no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, onde uma fã perdeu a vida durante a apresentação desta sexta-feira (17).

"Água é direito. Vejo como criminosa a proibição que o público entrasse com água no show da cantora Taylor Swift no Rio ontem. A hidratação é essencial durante uma onda de calor como a que estamos enfrentando e não pode ser vista como fonte de lucro. Mas infelizmente a T4F não compartilha dessa visão", apontou a parlamentar na representação enviada ao órgão.

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Hilton também destacou em suas publicações relatos de aproximadamente 1 mil desmaios durante o show. Ela ressaltou que a equipe da própria artista teve que providenciar a distribuição de água aos fãs em um ambiente que registrou uma sensação térmica de 60°.

"A venda de água nessa situação, além de cruel, torna-se também um pesadelo logístico para seu fornecimento, impedindo que o público acesse o que há de mais básico com facilidade e colocando-o em situação de risco. A saúde das pessoas não é mercadoria. E as empresas que atentam contra ela precisam ser responsabilizadas", finalizou, lamentando a morte da estudante Ana Clara Benevides, de 23 anos.

Após a jovem sul-mato-grossense Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, falecer na fila para o show da cantora Taylor Swift, no Rio de Janeiro, o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) anunciou medidas sobre a disposição de água para consumo em shows e espetáculos. A determinação acontece por meio da Secretaria do Consumidor e é voltada a empresas organizadoras de eventos. 

O texto, que deve ter efeito imediato, cita a criação de “ilhas de hidratação” e a autorização para que o público possa levar garrafas d’água de uso pessoal. Ana Clara morreu de uma parada cardiorrespiratória, após ser exposta ao calor extremo. 

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“A partir de hoje, por determinação da Secretaria do Consumidor do Ministério da Justiça, será permitida a entrada de garrafas de água de uso pessoal, em material adequado, em espetáculos. E as empresas produtoras de espetáculos com alta exposição ao calor deverão disponibilizar água potável gratuita em 'ilhas de hidratação' de fácil acesso. A medida vale imediatamente”, informou Dino no X (antigo Twitter). 

O ministro afirmou também que a Secretaria contará com a colaboração dos estados e municípios para fazer a fiscalização dos locais de eventos. Na sexta-feira (17), quando ocorreu o incidente, a capital carioca chegou aos 59,3°C de sensação térmica. Após a morte da jovem, fãs tomaram as redes sociais com relatos de que a organização - a Tickets For Fun (T4F) - proibiu que o público entrasse na arena com água comprada em ambiente externo. No local, a garrafa de água de 350 ml custava entre R$ 10 e R$ 20. 

Mais cedo neste sábado (18), o chefe da Justiça havia se pronunciado sobre o caso de Ana, e disse que “é inaceitável que pessoas sofram, desmaiem e até morram por falta de acesso à água”. “Orientei o Secretário Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, Wadih Damous, a adotar as providências cabíveis quanto às denúncias de vedação ou ausência de disponibilidade de água [...]. O Código de Defesa do Consumidor exige que os serviços sejam seguros e adequados à saúde”, acrescentou. 

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Destaques da determinação

No primeiro trecho da medida, está determinado que deve-se "garantir o acesso gratuito de garrafas de uso pessoal, contendo água para consumo no evento, devendo disponibilizar bebedouros ou realizar distribuição de embalagens com água adequada para consumo, mediante a instalação de 'ilhas de hidratação' de fácil acesso a todos os presentes, em qualquer caso sem custos adicionais ao consumidor".

Também fica exposto que as organizadoras de eventos devem garantir que os pontos de venda de comidas e bebidas, assim como os de distribuição de água, estejam dispostos em regiões estratégicas do local de evento, considerando o alto fluxo de pessoas. O texto da Secretaria cita, ainda, que é obrigação da organização assegurar espaço físico e estrutura necessária para o socorro de pessoas em necessidade médica.

T4F se pronunciou

Em um aviso publicado no X, também neste sábado (18), poucos minutos após a mensagem de Dino, a Tickets For Fun se pronunciou sobre o segundo dia de shows de Taylor Swift. A organizadora alega ter reforçado o quadro de colaboradores de serviços em 200 pessoas, além de ter aumentado o número de postos médicos, ambulâncias e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) móveis para oito, cada um. 

No entanto, a T4F ressaltou que garrafas de água seguem proibidas. É permitido que fãs entrem para o show com copos d'água lacrados e alimentos industrializados lacrados, sem limitação de itens por pessoa. 

Lei Ana Benevides 

Nas redes sociais, desde a manhã deste sábado (18), fãs se mobilizam para que parlamentares e o Executivo criem a “Lei Ana Benevides”, determinando que produtoras disponibilizem água gratuitamente em shows de grandes artistas. A iniciativa já conta com mais de 180 mil assinaturas, em uma meta de colher 200 mil apoiadores. A deputada Ana Pimentel (PT-MG) aderiu à mobilização e informou, em suas redes, que protocolará o pedido na Câmara.

Passagem pelo Brasil

O show da sexta-feira (17) foi apenas o primeiro de seis espetáculos da cantora norteamericana Taylor Swift em solo brasileiro. A vocalista volta ao Engenhão neste sábado (18) para mais um show de 3h30; neste domingo (19), ela realiza a última apresentação no Rio de Janeiro, e então segue para a capital paulista, onde os fãs a aguardam para outros três shows, em 24, 25 e 26 de novembro. 

Para o segundo dia de apresentação na capital carioca, milhares de fãs enfrentam temperatura de 40°C e sensação térmica de 45°C.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), afirmou, na manhã deste sábado (18), que mudará as regras sobre o acesso à água em eventos. A medida foi divulgada após a morte de uma fã, que devido ao calor, passou mal no show da cantora norte-americana Taylor Swift, no Rio de Janeiro.

"A Secretaria do Consumidor do Ministério da Justiça vai adotar as medidas imediatas, com a edição de normas emergenciais e notificações, ainda hoje, acerca de acesso à água em shows e outros espetáculos públicos. E também vai adotar as medidas relativas às responsabilidades pelos danos já causados, em diálogo com os demais órgãos do Sistema Nacional do Consumidor", disse.

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O ministro também afirmou que investigará a For Fun (T4F), empresa responsável pela organização do evento. Além dela, outras organizações que promoveram shows durante a onda de calor e dificultaram o acesso à água também serão investigadas.

"Orientei o Secretário Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, Wadih Damous, a adotar as providências cabíveis - ainda hoje - quanto às denúncias de vedação ou ausência de disponibilidade de água para os consumidores que foram ou irão a shows durante essa imensa onda de calor que o Brasil atravessa", acrescentou.

A jovem de 23 anos, identificada como Ana Benevides, morreu durante a apresentação de Taylor Swift, realizada no estádio Nilton Santos. A fã estava assistindo à apresentação na grade próximo ao palco da artista, quando desmaiou e teve, em seguida, duas paradas cardiorrespiratórias. No momento da show, a temperatura ultrapassava os 40 graus.

Outros fãs que estavam no local publicaram nas redes sociais que os seguranças do evento proibiram a entrada de água na área do show.

Em nota, a Tickets For Fun (T4F), empresa responsável pela produção e organização do evento, declarou que a vítima foi “prontamente atendida pela equipe de brigadistas e paramédicos, sendo encaminhada ao posto médio do Estádio Nilton Santos para o protocolo de primeiros socorros”.

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Três meses após o assassinato de Maria Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, do Quilombo de Pitanga dos Palmares, na Bahia, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e a Terra de Direitos divulgaram, nesta sexta-feira (17), um estudo que mostra o crescimento da violência em comunidades tradicionais. Segundo a nova edição da pesquisa Racismo e Violência contra Quilombos no Brasil, a média anual de assassinatos praticamente dobrou nos últimos cinco anos, se comparado ao período de 2008 a 2017. 

A morte de Mãe Bernadete, em agosto, não está contabilizada no estudo. Em 2023, há um levantamento preliminar de sete mortes. A pesquisa mostra que, entre 2018 e 2022, houve 32 assassinatos em 11 estados. Ainda de acordo com o estudo, as principais causas desses ataques foram conflitos fundiários e violência de gênero.

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Ao menos 13 quilombolas foram mortos no contexto de luta e defesa do território.  As entidades pretendem entregar o estudo a autoridades do Executivo federal e estaduais e secretarias de Justiça dos estados, além do Poderes Legislativo e Judiciário a partir desta sexta-feira.

Na primeira edição da pesquisa (2008 a 2017), havia um mapeamento de 38 assassinatos ocorridos no período de dez anos (2008-2017). A média anual de assassinatos, que era de 3,8, passou a ser de 6,4 ao ano. Em 15 anos, 70 quilombolas foram assassinados.  

Racismo 

Segundo uma das pesquisadoras, a socióloga Givânia Maria da Silva, coordenadora do coletivo nacional de educação da Conaq, o levantamento foi feito em campo nas próprias comunidades. Ela identifica que os números vão além do que é noticiado pelos meios de comunicação e espelham uma estrutura racista da sociedade brasileira.

 A questão da terra no Brasil é fundamental na discussão, assinalam as entidades pesquisadoras. “Ao falar da política de terra, a gente vê o quanto essa questão é atravessada pelo racismo. No Brasil, a impressão que eu tenho é que falar de terra, tendo pessoas negras como proprietárias, parece que ainda é mais grave”, acentua. 

O coordenador da Terra de Direitos, Darci Frigo, sublinha que demonstrações de racismo estrutural e institucional formam o pano de fundo da violência. Ele acrescenta que a morosidade do processo de regularização fundiária proporciona que a violência se amplie. Por isso, é necessário, explica, que a gestão pública atue tanto no combate à violência como nas ações de garantia de direitos. “Não ter política pública gera mais violência”, opina.  

Os estados do Maranhão (9), Bahia (4), Pernambuco (4) e Pará (4) têm os maiores números de casos. “Se a gente fosse atualizar, a Bahia estaria em primeiro lugar. A Mãe Bernadette morreu da mesma forma que o filho dela. O filho morreu reivindicando o território e ela buscando justiça pela morte do filho. É mais um direito silenciado a partir do assassinato”, afirmou. 

Comunidades como alvos

O filho de Mãe Bernadete, Jurandir Wellington Pacífico, de 43 anos, também entende que a falta da titulação da terra propiciou o assassinato da mãe dele. “As terras quilombolas são fontes de energia e também são alvos da grilagem e do tráfico”, disse o gestor cultural, que também é liderança do Pitanga dos Palmares. “Minha mãe era uma representante mundial da causa e que sempre lutou pelo empoderamento feminino”, acrescenta.

A socióloga Givânia Silva entende que a pesquisa pode trazer mais visibilidade às necessidades dos governos federal e estaduais de darem mais atenção à problemática, uma vez que houve perda de orçamento para segurança pública desde 2016.  

As entidades realizadoras do estudo explicam que, além de assassinatos, o estudo traz um levantamento de violações de direitos sofridos por comunidades quilombolas em que houve identificação de morte causada por crimes. 

 Segundo a pesquisa, em 10 das 26 comunidades em que foram registrados assassinatos não há processos abertos no Instituto Nacional de Reforma e Colonização Agrária (Incra), autarquia responsável pela regularização fundiária dos territórios quilombolas. Nessa situação, sete assassinatos (70%) foram motivados por conflitos fundiários. 

Entre os 11 quilombos que estão totalmente ou parcialmente titulados, os conflitos fundiários representaram 27% dos assassinatos. O estudo chama atenção para 1.805 processos abertos no Incra para regularização fundiária de territórios quilombolas, segundo a Fundação Palmares

Proteção dos defensores

As entidades recomendam que o Estado e municípios elaborem planos de titulação dos territórios quilombolas, com metas concretas anuais, orçamento adequado e estrutura administrativa para a titulação dos territórios quilombolas. O levantamento reitera a necessidade de proteção a defensores e defensoras de direitos humanos.

Nessa linha, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania reinstalou a Comissão Nacional do Enfrentamento à Violência no Campo. O grupo, em reunião nesta semana, reiterou a necessidade de consolidação da proteção coletiva de povos indígenas e quilombolas. 

A comissão pretende definir protocolo de investigação de crimes praticados “contra defensores de direitos humanos e a morosidade das ações voltadas à reforma agrária e demarcação de territórios tradicionais que acaba por escalar tensões e conflitos”.

Os membros do grupo devem ter encontros mensais para elaborar uma proposta de anteprojeto de lei sobre a Política Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, aos Comunicadores e aos Ambientalistas. O prazo para conclusão do trabalho é de seis meses.

A página do Incra (autarquia responsável pela titulação dos territórios quilombolas) aponta que a política de regularização fundiária de terras quilombolas é “de suma importância para a dignidade e garantia da continuidade desses grupos étnicos”. O endereço disponibiliza documentos como o acompanhamento de processos de regularização quilombola e a relação de processos de regularização de territórios quilombolas abertos.

Dor e luto

Filho da Mãe Bernadete, Jurandir Pacífico, mesmo em dias de dor e luto, busca honrar a memória de luta da mãe. No ano que vem, pretende inaugurar um instituto que leva o nome dela com o objetivo de manter todo o legado cultural e social da mãe. Além disso, quer ajudar comunidades com documentação. 

“O instituto terá a responsabilidade de desenvolver e executar o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação, que é fundamental para registro e titulação das terras quilombolas”, frisou. É assim também que ele quer fazer valer, na prática, o que repete diariamente em sua comunidade: “Mãe Bernadete, presente”.

 

Um bebê de três meses foi morto vítima de asfixia nessa quinta-feira (16), em Macaparana, município da Zona da Mata de Pernambuco. O autor do crime é o padrasto da criança, um homem de 20 anos, que foi preso em flagrante. Segundo informações da Polícia Civil, no relato, a mãe cita que o filho foi morto em um colchão. Ela teria sido ameaçada pelo companheiro e não chegou a presenciar o crime, porque estava trancada em outro cômodo da casa quando tudo aconteceu. 

“Nos relatos da mãe da criança, o autor, seu companheiro, teria a obrigado a ficar no quarto trancada e teria pego a criança e colocado em um colchão na cozinha. Momentos depois ela teria se deparado com seu filho já sem respiração”, informou a Civil. 

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O bebê chegou a ser socorrido até um hospital da cidade, mas não resistiu e morreu. O homem, que não teve o nome divulgado, foi preso em casa e levado até a Delegacia Seccional de Goiana, também na Zona da Mata. A polícia informou que ele foi autuado por homicídio consumado e ficou à disposição da Justiça para audiência de custódia.

Kaliane Rodrigues, mãe de Apollo Gabriel, de 2 anos, que morreu após ser esquecido por pelo menos seis horas dentro de uma van escolar na zona norte de São Paulo, afirmou que o menino chorou antes de ir e que foi colocado no banco de trás do veículo, em um lugar diferente do habitual, ao sair de casa.

"Ele estava tão bem hoje (terça-feira, 14). Mas, quando eu fui pôr ele na perua, ele chorou. Ele chorou. Não queria ir. E ela (auxiliar do motorista) sempre colocava ele na frente, hoje ela colocou ele no banco de trás e esqueceu do meu filho", disse Kaliane Rodrigues à TV Globo.

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O motorista Flávio Robson Benes, de 45 anos, e a esposa Luciana Coelho Graft, de 44, que o auxilia no transporte escolar, foram presos em flagrante, autuados por homicídio doloso, mas receberam liberdade provisória após audiência de custódia nesta quarta-feira (15). A defesa dos envolvidos não foi localizada pela reportagem.

"Sempre que eu chegava, meu filho estava lá. Hoje eu cheguei e meu filho não estava, e eu nunca mais vou ver ele. Eu nunca mais vou ver meu filho", disse a mãe do garoto.

De acordo com o boletim de ocorrência, a auxiliar de transporte disse à polícia que costuma conferir o embarque e o desembarque das crianças, mas que não passou bem, estava com enxaqueca, o que pode ter prejudicado a sua atenção no trabalho.

O menino deveria ter sido deixado no colégio de manhã com os outros alunos. Mas permaneceu na van sem que o motorista e a assistente percebessem. O veículo foi deixado em uma garagem até as 15h20. Ele foi levado para o Hospital Municipal Vereador José Storopolli, conhecido como PS Vermelhinho, na Vila Maria. O menino chegou sem vida.

O caso foi registrado no 73° DP (Jaçanã). A suspeita dos policiais é de que Apollo não tenha resistido às altas temperaturas registradas em São Paulo. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os termômetros registraram 37,7°C nesta terça. Os laudos do IML vão determinar a causa da morte.

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