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Cesar Cielo voltou a repetir o terceiro lugar no pódio em sua segunda prova no Troféu Maria Lenk, que está sendo realizado no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio. O nadador do Pinheiros-SP, que voltou a treinar em fevereiro após ficar quase um ano afastado das piscinas, não se importou de ter ficado de fora do lugar mais alto do pódio, mas lamentou a sua marca de 23s22, acima do que ele tinha estipulado como meta.

"Tinha mirado um pouquinho mais baixo que isso. Minha meta era 23s0 e não fugiu muito. No finalzinho pesou demais, talvez se eu tivesse antecipado uma respiração pudesse ter nadado um pouco melhor", avaliou o nadador, logo após a prova.

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Cesar Cielo voltou a afirmar que seu foco é a prova deste sábado, que pode colocá-lo no Mundial de Esportes Aquáticos, em agosto, na cidade de Budapeste, na Hungria. "Não treinei nada de borboleta este ano e sabia que a prova de 50 metros neste estilo não ia valer como classificação para o Mundial. É um nado que eu estou sem ritmo, então vou tentar melhor para o futuro e focar nos 50 metros livre amanhã (sábado)".

O nadador tem uma meta bem definida. "Vou ficar mais esperto amanhã (sábado) que é muito parecido (com a prova desta sexta-feira). Vou focar bem nessa parte de apneia para ter esse fim de prova final. Eu acredito que meus 50 livre vão ser minha melhor prova na competição, então vou tentar nadar pra 21s7, 21s8", pontuou.

Alcançar o tempo é um dos seus principais objetivos. "Até agora só bati na trave e não consegui as metas", lamentou Cesar Cielo. "No geral não foi ruim nenhuma das provas. Eu tenho que ter consciência de que, apesar de eu ser um competidor, que não é com três meses de treino que eu iria voltar com a forma de tricampeão mundial. Preciso dar tempo para o meu corpo, pegar ritmo", declarou.

Vencedor dos 50 metros borboleta, Nicholas Santos, da Unisanta-SP, bateu o recorde sul-americano com a marca de 22s61 e se disse realizado. "Eu busquei esse tempo, foi até melhor do que eu esperava", comentou. "Agora vou atrás do recorde mundial".

As finais do terceiro dia do Troféu Maria Lenk, nesta quinta-feira (4), no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio, tiveram dois recordes sul-americanos femininos, com Jhennifer Conceição e Joanna Maranhão, e sete atletas entre os cinco melhores do mundo nesta temporada: Jhennifer, Etiene Medeiros, Guilherme Guido, Gabriel Santos, João Gomes Júnior, Felipe Lima e Leonardo de Deus.

O recorde sul-americano dos 50 metros peito (30s81), de Tatiane Sakemi e que já durava desde 2009, foi derrubado por Jhennifer Conceição, do Pinheiros-SP, que fez 30s63. O tempo é o quinto do ranking mundial da prova em 2017. "Essa era uma marca que eu queria há muito tempo. Minha melhor marca antes era 31s08 e depois o 31s04 das eliminatórias de hoje (quinta-feira) de manhã. Eu trabalhei muito para baixar dos 31s e estou muito orgulhosa de tudo o que eu fiz até agora", disse a nadadora.

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Joanna Maranhão, da Unisanta-SP, foi o segundo recorde continental da noite. Ela nadou os 200 metros borboleta em 2min09s22 e superou a própria marca feita em 2015 de 2min09s38. "Incrível e é uma competição acumulativa, com muita prova, mas eu tenho um condicionamento muito bom. Sou a primeira a chegar e a última a sair porque eu estou fazendo muita ativação antes de cair n´água e muita recuperação depois. Estou com 31 anos. O carro não é zero, então tem que tomar mais cuidado do que antes. E amanhã (sexta-feira) é a prova mais dura, os 400 metros medley. Vou fazer uma recuperação muito grande de manhã pra conseguir nadar tranquila", explicou.

Entre os homens, João Gomes Júnior, do Pinheiros, bateu o recorde de campeonato com a marca de 26s83 nos 50 metros peito. O tempo anterior era de Felipe França, de 26s87 em 2012. A marca de João é a segunda do mundo - só perde para os 26s48 do britânico Adam Peaty.

"Já venho há um tempo querendo entrar na casa destes 26s, mas hoje (quinta-feira) saio feliz desta competição. Creio que sendo convocado para o Mundial, eu vou nadar essa prova lá. Hoje acertei o máximo de coisas que eu podia acertar, mas tem uns detalhes ainda para corrigir e creio que vai melhorar. O ano passado eu fiquei poucos centésimos da medalha mundial e olímpica e isso é o que está me motivando", disse João Gomes Júnior.

Leonardo de Deus, agora nadando pela Unisanta, vibrou muito por ter finalmente conseguido baixar seu tempo da casa dos 1min55s nos 200 metros borboleta. O tempo de 1min54s91 o coloca como quarto no ranking mundial do ano.

"Eu estou muito feliz porque fazia muito tempo em que estava buscando esse tempo de 1min54s. Estou vivendo um ano muito mágico, com muitas coisas boas. Estou muito mais perto dos meus pais, vou casar, mudei de clube. Foram cinco meses de mudanças, mas mudanças muito produtivas na minha carreira. Agora com duas Olimpíadas. Vim de uma Olimpíada frustrante. Esse tempo ficaria entre o quinto e sexto para a final. O objetivo principal era classificar para o Mundial", afirmou Leo.

Nas provas do estilo costas, tanto Etiene Medeiros quanto Guilherme Guido, os vencedores nos dois gêneros, estão bem no ranking mundial. Etiene marcou 27s62, tempo que é o quinto melhor tempo da lista da Federação Internacional de Natação (Fina). Guilherme Guido, com 24s72, é o quarto.

Guilherme Guido disse que está usando a prova de 50 metros para treinar a passagem mais rápida nos 100 metros costas, pois não está visando os 50 metros costas. Seu objetivo a partir de agora são provas olímpicas. "Eu acho que quando você passa por uma coisa difícil, tem que bolar a melhor estratégia. Então abri mão dos 100 metros livre. Não me sinto nos meus 100%, mas é uma oportunidade única e tenho que me superar. Tenho que tentar me recuperar pra chegar sábado bem", explicou.

Recordista mundial e olímpico dos 50 metros livre e também dono da melhor marca do mundo dos 100 metros livre, Cesar Cielo viveu a maior decepção da carreira ao não conseguir vaga na Olimpíada do Rio-2016, quando fracassou no Troféu Maria Lenk. Um ano depois daquele fiasco, o campeão olímpico dos 50 metros livre em Pequim-2008 e dono de seis medalhas de ouro em Mundiais de Esportes Aquáticos retorna ao mesmo Maria Lenk, o Campeonato Brasileiro, que começa nesta terça-feira no Rio, para iniciar a almejada "redenção".

Para isso, Cesar Cielo adotou a estratégia de não se cobrar tanto e não carregar nas próprias costas o peso que o consagrado currículo naturalmente já lhe impõe no que diz respeito à conquista de resultados expressivos. No Maria Lenk, o seu objetivo será, primordialmente, nadar mais rápido que os adversários para conquistar índice para o Mundial de Natação, que ocorre de 14 a 30 de julho, em Budapeste, na Hungria.

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Embora esta seja a última seletiva para garantir vaga na competição, o astro parece agora estar administrando melhor a pressão e chega ao maior evento da natação nacional mais confiante e crente de que vem fazendo o que precisa para ser o "melhor Cielo possível" na água.

"Voltei para dar o melhor de mim. Estou treinando muito bem, como não fazia há três ou quatro anos. Estou em uma fase de me redescobrir na piscina. Quero ir para o Mundial, mas não me pressiono tanto para isso. Na verdade, aqui no Pinheiros quero nadar bem, mas também quero servir como um mentor, com minha experiência. Quero ajudar e ser útil nesse processo rumo aos Jogos Olímpicos de 2020, mesmo se eu não estiver lá", projetou Cesar Cielo.

Em março, ele participou do Torneio Regional da 1.ª Região, organizado pela Federação Aquática Paulista, no Pinheiros, clube que voltou a defender em fevereiro - depois de ter se consagrado como nadador do tradicional clube paulistano, passou duas temporadas como atleta do Flamengo, uma pelo Clube de Campo de Piracicaba e em 2015 e 2016 defendeu o Minas Tênis Clube.

Em março, porém, Cesar Cielo não fez a sua verdadeira volta às competições oficiais porque usou o evento de menor porte apenas para "quebrar o gelo" e para avisar que "está de volta", como ele próprio definiu após vencer os 50 metros livre do torneio regional realizado na mesma piscina do clube onde, em 2009, o nadador fez história e estabeleceu o recorde mundial da distância (20s91).

Agora, no Maria Lenk, o nadador fixou como objetivo dar o máximo para não correr o risco de amargar mais uma decepção, como a do ano passado. E, se não render o que espera, mira assegurar, no mínimo, o seguinte: "Quero bater na borda e saber que eu deixei o que sei fazer (de melhor), uma coisa que não tenho feito nos últimos anos".

EMPOLGAÇÃO - Ao retornar ao Pinheiros, Cesar Cielo também retomou a velha parceria vitoriosa com o técnico Alberto Pinto da Silva, mais conhecido como Albertinho, com quem ele obteve os seus maiores feitos da sua carreira. Hoje principal treinador da equipe de natação do clube paulistano, Albertinho não esconde a empolgação ao comentar essa volta de Cielo às piscinas novamente como seu comandado. "Há muito tempo eu não via o Cesão tão feliz quanto eu vejo ele todo dia. Tudo isso projeta um resultado (positivo), como ele já teve antes dessa fase negativa", disse.

Seis medalhistas paralímpicos de diferentes classes e graus de deficiência caíram juntos na piscina do Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, na manhã deste sábado (22), na final dos 100 metros livre no Open de Atletismo e Natação. Apesar de ter sido o último a bater na borda, Daniel Dias foi o nadador que obteve o melhor resultado na prova multiclasse, com o tempo 1min10s75 na categoria S5.

"Não é quem bate primeiro que necessariamente será o campeão, todos os nadadores competem contra eles mesmos. Em um esporte individual como a natação, a disputa assim fica mais individual ainda. Gostei dessa final e achei importante adotarmos esse sistema", afirmou o maior medalhista da natação masculina paralímpica.

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Para ele, o modelo é um atrativo a mais para o público. "Quem está assistindo acaba vendo vários nadadores com deficiências e classes diferentes. E essa em particular, com seis medalhistas dos Jogos do Rio, foi muito boa. É legal nadar em uma prova com atletas vitoriosos", completou.

A segunda posição ficou com Phelipe Rodrigues (S10), com o tempo 52s81, seguido por André Brasil (S10), que cravou 53s23. Todos haviam garantido na véspera as vagas para o Mundial da Cidade do México, em setembro. Neste sábado, a delegação brasileira que vai à principal competição do ano ganhou o reforço de Felipe Caltran. Com o tempo 1min00s80, o atleta atingiu o índice A (1min01s01) nos 100 metros borboleta, da classe S14.

O Open é a primeira competição de Daniel Dias desde que brilhou nos Jogos Paralímpicos do Rio, no ano passado. E o recordista mundial está usando a disputa em São Paulo para avaliar as mudanças implementadas por sua comissão técnica para este ciclo. "Vou sentar com o biomecânico e com o treinador para a gente avaliar se eu consegui colocar em prática ou se faltou alguma coisa", explica.

Mas ele se diz satisfeito por ter alcançado o primeiro objetivo traçado para a temporada. "Estou feliz com o índice. O objetivo era garantir a vaga para o Mundial para fazer um trabalho tranquilo. Fui até um pouco melhor do que tinha ido no Rio, agora é continuar esse trabalho que estamos evoluindo de uma maneira positiva para que a gente possa chegar forte no Mundial."

De volta às piscinas em sua primeira competição desde que disputou os Jogos Paralímpicos do Rio, no ano passado, Daniel Dias garantiu nessa sexta-feira (21), no dia inicial do Open de Natação e Atletismo, em São Paulo, uma vaga para o quinto Mundial Paralímpico de sua carreira.

Maior medalhista da natação masculina paralímpica, o brasileiro obteve com grande folga o índice para a competição que será realizada em setembro, no México, ao cravar a marca de 1min10s83 na prova dos 100 metros livre da classe S5. O tempo foi quase sete segundos abaixo do que ele precisava, que era de 1min17s31.

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Astro paralímpico mundialmente consagrado, Daniel Dias optou por não competir mais em 2016 após participar da Paralimpíada do Rio, assim como ficou descansando até o final do ano passado, antes de retornar aos treinos apenas em janeiro. O planejamento foi estabelecido visando o ciclo olímpico para os Jogos de Tóquio, em 2020.

Além de Daniel Dias, outros quatro nadadores do Brasil conquistaram índice nesta sexta-feira para o Mundial Paralímpico de setembro. Um deles foi André Brasil, que também assegurou vaga para a sua quinta participação na competição. Ele obteve classificação para a prova dos 100 metros livre classe S10 ao cronometrar 53s60 nesta disputa do Open, sendo que o índice exigido era de 54s03.

Phelipe Rodrigues, por sua vez, foi outro a garantir vaga no Mundial nesta mesma prova. E obteve o feito ostentando um tempo melhor do que o de André Brasil ao terminar os 100 metros livre em 52s58. Assim, ele se credenciou para disputar pela quarta vez em sua carreira esta importante competição da natação paralímpica.

Patrícia Santos e Cecília Araújo, por sua vez, foram as outras duas competidoras que obtiveram índices nesta sexta-feira para o Mundial em solo mexicano, que marcará a primeira participação das duas em uma edição do evento.

Com paralisia cerebral, Cecília, de apenas 19 anos, obteve a classificação para a prova dos 100 metros livre classe S8. Ela terminou a disputa desta sexta com o tempo de 1min09s10, marca apenas seis décimos mais rápida do que o estipulada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.

Já Patrícia obteve com folga a sua vaga no Mundial ao nadar a prova dos 100 metros livre classe S4 em 1min40s33, mais de três segundos abaixo do que precisava.

As disputas de natação do Open serão retomadas às 9 horas deste sábado, sendo as que as provas agendadas para a manhã são as chamadas Superfinais, multiclasses que definirão os nadadores mais rápidos da competição. Estas provas, porém, não serão decididas pelo melhor tempo, mas sim pelo índice técnico.

O Open de Atletismo e Natação começa nesta sexta-feira (21), no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, e terá até domingo (23) 316 atletas em ação - 181 na pista e no campo e 135 na piscina. Entre eles, 34 brasileiros que foram ao pódio nos Jogos do Rio. A disputa marca a volta de Daniel Dias, o maior medalhista da natação masculina paralímpica, às competições.

O principal objetivo do nadador nos próximos dias é garantir o índice para o Mundial na Cidade do México, em setembro. Além dos revezamentos, ele está inscrito em três provas individuais na classe S5: 50 metros costas, 50m livre e 100m livre. A redução no programa é uma das mudanças estabelecidas em seu planejamento para o ciclo até Tóquio, em 2020.

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"Estamos aprimorando cada nado, um ciclo tem quatro anos e a gente pode fazer uma excelente preparação. Esse ano vamos focar no crawl e no costas", afirma o atleta. E o técnico Marcos Rojo explica que os outros estilos serão incorporados gradativamente. "No último ano vamos nos preparar para todas as provas para mais uma Paralimpíada", acrescenta.

Desde janeiro, a técnica de cada nado tem sido adaptada com a orientação de seu biomecânico. Na disputa mais veloz, Daniel Dias vai aumentar a frequência da braçada e encurtar a pernada. A mudança será testada pela primeira vez, e o resultado ainda é incerto. A expectativa, por outro lado, é grande e a meta a longo prazo, ambiciosa.

"Ainda estou pensando bastante para nadar. Quando eu não precisar pensar mais na técnica, vai começar a fluir e vou fazer um bom tempo. Espero quebrar a marca mundial nos 50 metros livre (32s05) ou nos 100 metros livre (1min08s39). O objetivo também é sair com medalha em todas as provas que nadar no Mundial", diz.

Daniel estabeleceu os recordes nos Jogos de Londres, em 2012, e quer superar novamente os seus limites. Reinventar-se depois de três Paralimpíadas tem sido sua motivação. "Tem um momento em que você pensa se tem mais a evoluir e vem alguém que te mostra muitas coisas novas. Descobri que ainda dá para evoluir muito mais."

O Open também dará a chance de o astro paralímpico acompanhar de perto o desenvolvimento de alguns de seus pupilos. Quatro atletas do Instituto Daniel Dias, localizado em Bragança Paulista, entrarão nas piscinas do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro a partir desta sexta-feira. O principal expoente é Andrey Pereira Garbe, especialista nos 100 metros costas. A relação do atleta de 20 anos com o ídolo é antiga e quase fraternal. "Ele me dá muitos conselhos dentro e fora da piscina", conta.

O atleta teve meningite aos quatro meses e uma trombose causou a amputação de sua perna direita. A prótese de fibra que Andrey usa atualmente foi doada por Daniel. "Pensaria em ter um joelho desse depois que comprasse minha casa e meu carro. É muito caro." Na infância, usava prótese mais curta e andava torto. "Era muito sapeca, o pé quebrava e eu enrolava com arame", relembra. E promete retribuir o apoio com resultados na piscina.

Se confirmada no próximo mês, a rescisão do contrato de patrocínio dos Correios com a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) pode inviabilizar a realização de competições importantes no País, deixar atletas sem premiações e provocar a demissão de treinadores. Quase metade do orçamento da confederação vem dos Correios e vários pagamentos programados na previsão orçamentária de 2017 da entidade deverão ser feitos exclusivamente com verba do patrocínio da estatal. As outras fontes de renda da confederação são insuficientes para cobrir os gastos.

No início deste mês, os Correios chegaram a anunciar a rescisão do contrato de patrocínio à CBDA após a prisão de dirigentes, entre eles o ex-presidente Coaracy Nunes, acusados de desviarem cerca de R$ 40 milhões. Depois de apelo feito por Gustavo Licks, interventor nomeado pela Justiça para comandar interinamente a confederação, a estatal anunciou a manutenção do patrocínio somente até maio - a continuidade do contrato ainda depende de um novo plano de gestão e transparência da entidade, que será apresentado pela CBDA no próximo mês.

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Por meio da Lei de Acesso à Informação, o jornal O Estado de S.Paulo obteve cópia do contrato assinado em 31 de janeiro entre CBDA e Correios. O acordo prevê o repasse de R$ 11,4 milhões por dois anos, com pagamentos mensais no valor de R$ 475 mil, totalizando R$ 5,7 milhões por ano. As outras receitas da CBDA para 2017 são R$ 3,6 milhões da Lei Agnelo Piva e R$ 2,5 milhões da venda dos direitos de transmissão de TV de competições.

Uma das cláusulas do acordo com os Correios prevê a suspensão dos pagamentos em caso de "aplicação de qualquer parcela do crédito para outros fins que não os previstos no contrato". O acordo, inclusive, pode ser rescindido "pelo envolvimento ou participação da patrocinada (CBDA) em atos que tragam prejuízo à imagem institucional da patrocinadora (Correios)". Outro tópico estipula possíveis punições à CBDA. Entre as penalidades está a devolução do dinheiro recebido e a declaração de falta de idoneidade da confederação para licitar ou contratar com a Administração Pública. Na prática, a CBDA ficaria impedida de receber recursos públicos.

Diante da ameaça de rescisão do contrato com os Correios, coube ao COB (Comitê Olímpico do Brasil) garantir o repasse de verbas para a realização de competições já marcadas, como o Troféu Maria Lenk, além da presença dos atletas brasileiros no Mundial de Budapeste, na Hungria, e no Sul-Americano Juvenil de Cali, na Colômbia.

Outras competições, no entanto, correm grandes riscos, e preocupam a atual administração da CBDA. "Risco sempre existe, mas estamos trabalhando para manter o calendário", comentou ao jornal O Estado de S.Paulo o novo coordenador geral de esportes da confederação, o ex-atleta Ricardo Prado - medalha prata nos 400 metros medley nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984.

O Campeonato Brasileiro de Natação Torneio Open, previsto para ser disputado no fim da temporada, tem um custo previsto R$ 100 mil, bancados exclusivamente com verba dos Correios. O Troféu Brasil Masculino de Polo Aquático vive situação idêntica. Programado para junho, no Rio e em São Paulo, o campeonato custará R$ 62 mil e todo o dinheiro viria da cota da empresa estatal. O mesmo vale para várias etapas do Campeonato Brasileiro de Maratonas Aquáticas.

Entre janeiro e dezembro, estão previstos R$ 200 mil com despesas com comissão técnica bancadas pelos Correios. No mesmo período, outros R$ 200 mil da estatal serão destinados para o pagamento de premiações aos atletas. Entre despesas com funcionários, vale-refeição, vale-transporte, plano de saúde, prestadores de serviços autônomos e contratos com pessoas jurídicas, serão outros R$ 950 mil pagos pelos Correios até dezembro.

Maior nadador da história e atleta mais vencedor dos Jogos Olímpicos, Michael Phelps não descarta um novo retorno às piscinas. Aos 31 anos e aposentado desde a Olimpíada do Rio, no ano passado, o norte-americano tem dedicado seu tempo à família, mas admitiu que se sentir-se tentado, poderá competir novamente.

Phelps condicionou a possibilidade de retorno ao Mundial de Esportes Aquáticos, que será disputado em agosto na cidade de Budapeste, na Hungria. "O teste verdadeiro será: se eu acabar indo para o Mundial neste verão (europeu), vai me dar vontade de novo?", comentou em entrevista à agência The Associated Press.

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O ex-nadador lembrou do que aconteceu no Mundial de 2013, em Barcelona. Na ocasião, ele estava afastado desde o fim da Olimpíada de Londres, no ano anterior, mas abandonou a aposentadoria ao sentir novamente o desejo de estar nas piscinas enquanto acompanhava a competição no território catalão. "Eu lembro de pensar: 'Isto é uma piada, como esses caras conseguem nadar tão devagar?'", lembrou Phelps. "Agora, vamos ver se vou sentir esta vontade de novo", projetou.

Dono de incríveis 28 medalhas olímpicas, sendo 23 de ouro, Phelps é o maior fenômeno da história da natação. Na despedida da carreira, nos Jogos do Rio, faturou nada menos do que cinco ouros, além de uma medalha de prata. Agora, no entanto, prefere destinar seu tempo ao filho Boomer, que completará um ano nas próximas semanas.

"Ele começou a ficar de pé sozinho de vez em quando. Ele está se movimentando o tempo todo e amando isso. É muito divertido de assistir. Todo dia, acontece algo diferente, algo especial. É uma alegria para mim ver de perto, é espantoso. Ainda olho para a Nicole (esposa) às vezes e penso 'este é o meu filho, nosso filho'", comentou Phelps.

É justamente esta proximidade da família, após tantos anos destinados quase exclusivamente a treinos, que faz com que o norte-americano queira distância das piscinas. Ao menos momentaneamente.

"Estou tendo tantas experiências incríveis com a minha família... Não me vejo voltando. Não tenho desejo neste momento de fazer isso. Estou no segundo capítulo da minha vida. Tenho muito mais para alcançar, estou percebendo isso mais e mais. Esta é uma oportunidade muito legal para mim, de fazer coisas que eu não podia quando estava nadando", avaliou.

Foragido da Operação Águas Claras, o secretário-geral de natação e executivo da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Ricardo de Moura, se entregou na noite desta sexta-feira, no Rio. Contra ele, havia um mandado de prisão preventiva expedido pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA, que não teriam sido devidamente aplicados nos esportes aquáticos. O presidente Coaracy Nunes e outros dois dirigentes da entidade, Ricardo Cabral (coordenadoria técnica de polo aquático) e Sergio Ribeiro Lins de Alvarenga (diretor financeiro), estão custodiados na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu - mesmo presídio onde está o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, capturado na Operação Lava Jato.

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Entre as fraudes investigadas pela Águas Claras, estão licitações para aquisição de equipamentos de natação no valor aproximado de R$ 1,5 milhão. Há indícios de que a empresa vencedora seja apenas de fachada, pois em seu endereço na capital paulista funciona uma Pet Shop.

Também é alvo da Águas Claras a contratação, com suspeitas de irregularidade, de agência de turismo que venderia passagens aéreas e hospedagens para os atletas com preços superfaturados. Essas contratações irregulares eram realizadas com verbas federais obtidas por meio de convênios com o Ministério do Esporte.

A operação apura ainda a suposta apropriação por parte dos dirigentes da CBDA de premiação de US$ 50 mil que deveriam ter sido repassados a atletas. Além disso, estima-se que cerca de R$ 5 milhões, provenientes do Ministério do Esporte, deixaram de ser aplicados no polo aquático. Embora a CBDA tenha recebido esta verba federal para aplicação nos torneios nacionais e internacionais, seus dirigentes não autorizaram a ida da seleção júnior de polo aquático, campeã sul-americana e pan-americana, para o Mundial do Casaquistão, sob o argumento da falta de recursos financeiros.

Na esfera cível, o Ministério Público Federal já levou à Justiça duas ações de improbidade administrativa contra o presidente da confederação, Coaracy Gentil Monteiro Nunes Filho, outros dirigentes e empresários pelas fraudes em licitações para a aquisição de itens esportivos.

A Operação Águas Claras está sendo conduzida pela Polícia Federal e pelos procuradores da República do Núcleo de Combate à Corrupção em São Paulo Thaméa Danelon, José Roberto Pimenta Oliveira e Anamara Osório Silva, com a participação da Controladoria-Geral da União.

Poliana Okimoto, única medalhista dos esportes aquáticos do Brasil nos Jogos do Rio com o bronze na maratona, afirma que os atletas serão prejudicados com a prisão de três dirigentes da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) pela Polícia Federal nesta quinta-feira, na operação Águas Claras.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de incentivo ao esporte. As investigações apuram o destino de R$ 40 milhões que foram repassados pelo Ministério do Esporte.

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"Infelizmente, os atletas vão pagar pelos erros dos dirigentes", diz a medalhista. "No dia a dia, os atletas vão ficar inseguros, com medo do que vai acontecer. Somos os últimos a saber", reclama.

Poliana foi uma das signatárias de um pronunciamento oficial dos atletas sobre a crise na CBDA divulgado nesta sexta-feira. Um dia depois da prisão de Coaracy Nunes, presidente afastado, e de outros membros da entidade, 13 medalhistas olímpicos da natação brasileira pediram "eleições mais democráticas e legítimas com a maior brevidade possível".

"Nós fizemos um grupo de medalhistas olímpicos dos esportes aquáticos com a intenção de ajudar na evolução das modalidades. A gente achou necessário divulgar uma nota grupo", explica Poliana.

Fora dos Jogos Olímpicos do Rio, Cesar Cielo decidiu deixar o ostracismo em 2017 ao assinar vínculo de dois anos com o Esporte Clube Pinheiros e retomar a parceria com o treinador Alberto Pinto da Silva, o Albertinho. Desde então, vive uma nova experiência no esporte, colaborando para o desenvolvimento coletivo.

"Treinei muito tempo sozinho nos últimos anos, com grupo pequeno ou até mais velho. A gente não trocava tanta informação como eu troco com a molecada, é uma volta completamente diferente. Dessa vez, voltei para um grupo jovem e estou tentando ajudar mais eles do que eu mesmo. Sempre puxei mais para o lado egoísta nesse período que estava buscando meus títulos. Estou curtindo bastante, está sendo interessante. Vamos ver se vai dar resultado para eles e para mim também", afirma.

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E a disposição do campeão olímpico em 2008 na função de "mentor" de novos talentos foi recebida por Albertinho como uma surpresa positiva. O treinador ainda destacou o sorriso diário no rosto do atleta e a leveza com que tem encarado a rotina. "Ele estava há muito tempo treinando sozinho e muito focado só em resultado. Falei para ele a falta que faz um time, mas não sabia se estaria tão disposto no dia a dia a estar envolvido e me ajudar a formar esse grupo da nova geração. Isso foi outra surpresa. Ele interagiu com o grupo e, do começo do ano até aqui foi muito bom, além da minha expectativa", elogia.

Um dos seus colegas de treino é Luiz Gustavo, filho de Gustavo Borges. O nadador de 17 anos já até recebeu o apelido de "Linguiça Júnior" como retribuição pelas alcunhas colocadas pelo ex-nadador quando Cielo ainda era garoto e dividiam a piscina no Pinheiros. "O Gustavinho tem a mesma idade que eu tinha quando treinava com o Gustavo, é uma relação muito parecida", destaca. Mas a brincadeira tem data para acabar, já que o garoto está acertado para estudar em Michigan, nos Estados Unidos.

Ver a "molecada" obter bons resultados no Troféu Maria Lenk, de 2 a 6 de maio, está entre os objetivos pessoais de Cielo, assim como "bater na borda da piscina e mostrar que fez o que sabe". A competição é classificatória para o Mundial de Esportes Aquáticos de Budapeste, em julho. Para o recordista mundial nos 50 m (20s91) e nos 100 m livre (46s91), o mais importante será nadar melhor do que no ano passado. Em 2016, Cielo marcou 21s91 no cronômetro na prova mais rápida e deu adeus ao sonho olímpico.

"A gente tem uma tomada de tempo na semana que vem, pretendo já estar fazendo tempos mais próximos do que quero no Maria Lenk. Estou me sentindo melhor, estou treinando melhor, estou sentindo meu corpo melhor. No geral, está muito melhor. Até isso se transferir em um resultado melhor é uma coisa diferente. Minha expectativa é nadar perto dos tempos de 2014 (por volta de 21s6)", projeta.

Quem também está otimista é seu orientador. "Eu tenho convicção que as marcas vão cair, ele vai estar melhor do que estava no ano olímpico", disse Albertinho, que tem conduzido a retomada de Cielo e espera contar com a experiência e a sensibilidade do próprio atleta à medida que ele for se sentindo mais confiante.

A boa condição física foi determinante para que Cielo voltasse aos treinos com afinco. O primeiro indício de que não queria deixar as piscinas veio durante o Cesar Cielo Swim Clinic para jovens nadadores em Aracaju, em dezembro. No mês seguinte, passou a treinar sozinho no Centro Olímpico, no Ibirapuera, em São Paulo, em preparação para uma clínica na Argentina com o ex-nadador José Meolans. Após alguns testes e da resposta positiva de seu corpo, o atleta de Santa Bárbara do Oeste não teve mais dúvidas.

"O primeiro dia foi uma desgraça. Achei que estava treinando bem, mas os caras estão em forma, tomei um caldo até das meninas", brinca. "Não queria parar ainda, estava sentindo falta da piscina, sentindo falta do desafio diário. Estou muito satisfeito com a volta esse ano", completa.

Cesar Cielo, que está de olho nos velocistas dos Estados Unidos, evita fazer planos a longo prazo e diz que o cenário será preponderante na decisão de lutar por uma vaga nos Jogos Olímpicos de 2020. "Fechei com Albertinho dois anos para a gente melhorar ou chegar o mais perto possível dos meus melhores tempos. Conseguindo isso até dezembro de 2018, devo pensar em fechar o ciclo olímpico em Tóquio."

Conhecida por sua visão crítica em relação aos comandantes da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Joanna Maranhão foi uma das atletas que prestaram depoimento em investigação conduzida por Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU) sobre as suspeitas de fraudes na entidade.

"Fui umas das depoentes. Não sei se foi em 2015 ou 2016, mas falei tudo aquilo que sempre disse desde 2006", explicou a nadadora, que se diz aliviada depois de "11 anos gritando sozinha" contra possíveis irregularidades da entidade.

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Nesta quinta-feira, a operação Águas Claras resultou na detenção do presidente Coaracy Nunes, do diretor financeiro Sérgio Ribeiro Lins de Alvarenga e do coordenador de polo aquático Ricardo Cabral. O superintendente da CBDA, Ricardo de Moura, deve se apresentar nesta tarde à PF.

"Quebrar uma ditadura vai muito além. Tudo o que está aparecendo agora não é um choque para ninguém. Se alguém falar que está chocado com isso, vai estar mentindo. É uma coisa que todo mundo sabia. O crucial agora é focar na eleição, é a nossa chance de mudar. Se a chapa de Sérgio Silva e Marcelo Amin ganha, é mais do mesmo por mais quatro anos", afirmou Joanna.

A atleta, que apoia a oposição representada por Miguel Cagnoni, presidente da Federação Aquática Paulista, na eleição presidencial, teme a perpetuação dos discípulos de Coaracy Nunes nesse momento de reconstrução dos esportes aquáticos. Para a nadadora, essa é a "chance de mudança".

"A gente vai ter de recomeçar do zero, trazer uma reputação de novo para nossa confederação. O mais importante agora é que daqui a pouco mais de um mês vai ter uma eleição e a chapa da situação ainda está com a maioria dos votos. Não está na hora de uma mudança? Está todo mundo clamando por mudanças."

A preocupação da nadadora é com o futuro. "Nesse momento, o importante é o que vai ser feito daqui para frente. Qual vai ser o impacto de mudança para a gente? Essa é a pergunta que todo mundo precisa fazer. Uma reflexão interna. O que eu fiz para contribuir com isso, ainda que fosse com o meu silêncio?", questiona.

Após confirmar que realizou nesta quinta-feira a prisão preventiva de três pessoas e cumpriu dois mandados de condução coercitiva de outras duas como fruto da investigação de um esquema de desvio de recursos públicos repassados à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), a Polícia Federal confirmou que entre as fraudes descobertas dentro da entidade estão licitações para aquisição de equipamentos de natação no valor de R$ 1,5 milhão, pagos com recursos de um convênio com o Ministério do Esporte.

A operação Águas Claras, nome dado pela PF para a mesma, também resultou na detenção do presidente da CBDA, Coaracy Nunes, um dos três presos até agora. Foram expedidos quatro mandados de prisão preventiva, mas uma destas pessoas, Ricardo de Moura, superintendente da CBDA e braço-direito de Coaracy, está foragido. Ele deverá se apresentar nesta tarde à PF.

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Já no que diz respeito à gestão errada do dinheiro administrado pela CBDA estão, por exemplo, o calote à seleção brasileira masculina de polo aquático, que em 2015 não recebeu a premiação de US$ 50 mil pelo terceiro lugar conquistado na Liga Mundial de Belgrano, na Itália.

Entre as acusações contra a CBDA ainda incluiu a responsabilidade da entidade pela ausência da seleção brasileira masculina júnior no Mundial do Casaquistão, no ano passado, sob o argumento de falta de recursos. O convênio com o Ministério do Esporte, no entanto, incluía essa competição.

Todos os detidos nesta quinta-feira integravam a cúpula da CBDA. Além de Coaracy Nunes, foram presos também o diretor financeiro da entidade, Sérgio Ribeiro Lins de Alvarenga, e o coordenador de polo aquático, Ricardo Cabral.

As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA pelo Ministério do Esporte. Há indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte. Segundo o inquérito policial, os recursos eram mal geridos ou desviados para uso pessoal.

Os acusados poderão responder pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações, sendo que a PF também confirmou nesta quinta que foram cumpridos um total de 16 mandados de busca e apreensão no Rio e em São Paulo. Todas as medidas foram expedidas pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

O trabalho é fruto de parceria entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, com a participação da Controladoria-Geral da União, e iniciou-se após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo brasileiro.

Poucas horas depois de anunciar que cinco pessoas foram presas e outras quatro conduzidas coercitivamente para prestar depoimento em suas unidades em São Paulo na operação Águas Claras, que apura um esquema de desvio de recursos públicos repassados à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), a Polícia Federal fez uma correção nesta quinta-feira (6) ao informar, por meio de um novo comunicado, que na realidade foram três o número de detidos até esta manhã após os seus agentes saírem para cumprir quatro mandados de prisão preventiva. A PF ainda esclareceu que executou dois mandados de condução coercitiva.

Entre os presos nesta quinta-feira está o presidente da CBDA, Coaracy Nunes, sendo que o novo informe distribuído pela Superintendência Regional da PF em São Paulo ainda confirmou que foram cumpridos um total de 16 mandados de busca e apreensão no Rio e na capital, assim como uma das quatro pessoas com mandado de prisão preventiva contra ela se encontra foragida. O novo comunicado também não traz os nomes dos detidos, embora já se saiba que um deles é Coaracy Nunes.

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Todas as medidas foram expedidas pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. O trabalho é fruto de parceria entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, com a participação da Controladoria-Geral da União, e iniciou-se após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo brasileiro.

As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA. Há indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte, sem a devida aplicação - conforme previsto em lei e nos contratos assinados. Segundo o inquérito policial, ao invés dos valores recebidos serem aplicados corretamente (em incentivos aos esportes aquáticos e na viabilização de práticas esportivas aquáticas), os recursos eram mal geridos ou desviados para proveito pessoal dos investigados.

Apesar de se tratar de entidade privada, uma confederação desportiva recebe recursos públicos federais por meio de convênios com o Ministério do Esporte, de recursos provenientes da Lei de Incentivo ao Esporte, da Lei Agnelo Piva. No caso da CBDA, também recebe patrocínio dos Correios - que também é uma empresa pública. Assim, a entidade está submetida à Lei de Licitações e seus agentes são considerados funcionários públicos para efeitos penais, conforme o Código Penal (artigo 327).

Os investigados responderão, de acordo com suas participações, pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações, sem prejuízo de outros crimes eventualmente apurados no decorrer da instrução criminal.

A reportagem do Estado entrou em contato com a assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos e o advogado Marcelo Franklin, que defende a entidade, mas não obteve resposta.

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (6) a operação Águas Claras para apurar um esquema de desvio de recursos públicos repassados à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), envolvendo dirigentes do órgão e empresários. Em nota, a PF informou que cinco investigados foram presos e quatro foram conduzidos coercitivamente a unidades da PF em São Paulo e no Rio. Outros 16 mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Todas as medidas foram expedidas pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

O trabalho é fruto de parceria entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, com a participação da Controladoria-Geral da União, e iniciou-se após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo brasileiro.

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As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA. Há indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte, sem a devida aplicação - conforme previsto em lei e nos contratos assinados. Segundo o inquérito policial, ao invés dos valores recebidos serem aplicados corretamente (em incentivos aos esportes aquáticos e na viabilização de práticas esportivas aquáticas), os recursos eram mal geridos ou desviados para proveito pessoal dos investigados.

Apesar de se tratar de entidade privada, uma confederação desportiva recebe recursos públicos federais por meio de convênios com o Ministério do Esporte, de recursos provenientes da Lei de Incentivo ao Esporte, da Lei Agnelo Piva. No caso da CBDA, também recebe patrocínio dos Correios - que também é uma empresa pública. Assim, a entidade está submetida à Lei de Licitações e seus agentes são considerados funcionários públicos para efeitos penais, conforme o Código Penal (artigo 327).

Os investigados responderão, de acordo com suas participações, pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações, sem prejuízo de outros crimes eventualmente apurados no decorrer da instrução criminal.

De sexta-feira (31) a domingo (2), o Centro Esportivo Santos Dumont, em Boa Viagem, recebe a primeira etapa do Circuito Loterias Caixa de Atletismo e Natação 2017. A competição reúne os principais paratletas do Norte e Nordeste e, pelo terceiro ano consecutivo, será no Recife. O evento é aberto ao público.

Organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o circuito é considerado o mais importante evento paralímpico nacional e é composto por quatro fases regionais e três nacionais. As provas contarão com 299 atletas inscritos no atletismo e 172 na natação. Eles disputam vagas nas etapas nacionais, marcadas para junho, em São Paulo. 

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Entre os competidores, destacam-se os pernambucanos integrantes da seleção brasileira de paratletismo: Jenifer Martins e Jeohsah Bezerra. Ambos estiveram nas Paralimpíadas do Rio-2016. "Espero melhorar minha marca e conseguir a medalha de ouro para me classificar às próximas fases nacionais. Tudo vai depender dessa competição. Vou dar o meu melhor para garantir essa classificação", ressalta Jeohsah. 

Serviço

Etapa Regional - Circuito Norte/Nordeste Paralímpico Loterias Caixa de Atletismo e Natação

Provas: de 31 de março a 2 de abril

Horários: Sexta, às 14h. Sábado, das 8h às 18h. Domingo, das 8h às 12h.

Local: Centro Esportivo Santos Dumont (Rua Alm. Nelson Fernandes, S/N - Boa Viagem, Recife)

O grupo hacker Fancy Bear divulgou em sua página uma nova leva de supostos documentos retirados do sistema da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). Nos dados, chama a atenção o nome do nadador Michael Phelps, que teria feito uso da substância gabapentina. O remédio é utilizado para tratamento de epilepsia em humanos, mas seu uso é proibido para cavalos pela Federação Internacional de Esportes Equestres.

Maior medalhista da história dos Jogos Olímpicos, com 23 ouros, além de três pratas e dois bronzes, o norte-americano teria usado três doses do medicamento no dia 13 de abril de 2016, durante a disputa de uma das sete etapas do tradicional Arena Pro Swim, nos Estados Unidos. O atleta, já aposentado, nunca informou qualquer problema de epilepsia durante sua carreira e ainda não se posicionou sobre assunto.

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O primeiro grande ataque dos hackers russos ao sistema da Wada ocorreu em setembro do ano passado. Registros revelaram o consumo de substâncias que são proibidas pela entidade, mas liberadas desde que haja necessidade médica. A lista contava com nomes de destaque no esporte mundial como a ginasta Simone Biles e as tenistas Serena e Venus Williams.

Dona de quatro ouros na Olimpíada do Rio, Biles afirmou na época que usou as medicações para tratar do déficit de atenção e hiperatividade. "Eu tenho DDA (déficit de atenção e hiperatividade) e tomo medicamentos para isso desde criança. Por favor saibam, eu acredito no esporte limpo, sempre segui as regras e vou continuar, pois fair play é crítico para o esporte e muito importante para mim".

O grupo está divulgando as informações sob alegação que a Wada permite uma espécie de "doping regularizado" no esporte. Após a revelação dos primeiros casos, a entidade afirmou através do diretor-geral Olivier Niggli que "esses atos criminosos estão comprometendo muito o esforço da comunidade antidoping mundial para restabelecer a confiança na Rússia".

Aos 29 anos, Joanna Maranhão acredita que ainda tem muita lenha para queimar na natação. Nesta terça-feira (31), a nadadora que deixou o Pinheiros no fim do ano passado foi apresentada em seu novo clube, a Unisanta, de Santos, e surpreendeu ao revelar que pensa em se arriscar nas maratonas aquáticas.

"Estamos estudando a possibilidade de tentar alguma coisa em maratona aquática, aqui na Unisanta a Ana Marcela pode até me dá alguns toques de como é que faz (risos). Eu acho que vai ser uma experiência bacana. Eu já vivi muita coisa na natação e acho que viver essa experiência que pode ser que dê certo ou não, mas eu estou super aberta para tentar", afirmou.

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Joanna é conhecida por ser a mais polivalente nadadora brasileira. Nada todas as provas de 200m para cima e não é raro que se inscreva também em disputas de provas de 100m, principalmente no nado borboleta.

Na Unisanta, ela se une às duas principais nadadoras de fundo do País, Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto, também contratadas da equipe. Ana Marcela treina em Santos, onde Joanna pretende passar uma ou duas semanas por mês - o resto do tempo treinará em Belo Horizonte, onde mora com o marido Luciano Corrêa, judoca do Minas Tênis Clube. Poliana treina em São Paulo.

A equipe treinada por Marcio Latuf apresentou outros três reforços nesta terça-feira: Leonardo de Deus, Thiago Simon (ambos não tiveram seus contratos renovados pelo Corinthians) e Carol Bilich (deixou o Minas Tênis Clube). A Unisanta também contratou Daiene Dias, que representou o Brasil no Rio-2016 nos 100m borboleta, mas ela está na França competindo e não participou do evento.

O clube, comandado por Marcelo Teixeira, ex-presidente do Santos, também manteve Nicholas Santos, Matheus Santana, Felipe Ribeiro, Alessandra Marchioro e Gabi Roncatto. Por outro lado, liberou o veterano Tales Cerdeira.

Os donos dos melhores resultados brasileiros na natação dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 são também aqueles que agora sofrem na pele as consequências do fracasso coletivo. Bruno Fratus, Thiago Pereira, Felipe França e Leonardo de Deus estão entre os nadadores que não tiveram contratos renovados pelos seus clubes na virada do ano. Desses, só Léo de Deus achou uma nova casa, a Unisanta, porque aceitou um corte salarial. Os demais convivem com o fantasma do desemprego.

A conjuntura econômica e o fracasso da natação brasileira no Rio-2016 fizeram o orçamento das três grandes equipes do País ser reduzido para o próximo ciclo olímpico. Com o cobertor mais curto, Pinheiros, Minas Tênis e Corinthians baixaram o teto salarial, atingindo os mais bem remunerados. Cesar Cielo, Thiago Pereira, Felipe Lima (todos do Minas), Leonardo de Deus, Thiago Simon, Felipe França (do Corinthians), Bruno Fratus, Henrique Rodrigues, João de Lucca e Joanna Maranhão (do Pinheiros) estão entre os que não tiveram contratos renovados.

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Joanna, Leonardo e Thiago Simon acertaram com a Unisanta, única equipe que ampliou investimentos no novo ciclo - também a única que ganhou medalha no Rio, com Poliana Okimoto, na maratona aquática. Henrique Rodrigues topou ganhar menos no Sesi-SP, que manteve Etiene Medeiros. Os demais estão desempregados e com mercado reduzidíssimo.

O Corinthians, por exemplo, pagava até R$ 20 mil a um nadador de ponta. Hoje, tem orçamento total na casa de R$ 25 mil por mês. Em nota, Oldano Carvalho, diretor de Esportes Aquáticos do clube, disse apenas que o Corinthians está "se reposicionando" e que não pretende deixar de formar atletas.

No Pinheiros, os cortes atingiram até Bruno Fratus, prata no Mundial de Kazan, na Rússia, em 2015. Ele reclama por não ter sido nem chamado para conversar. "Achei esquisito depois de 10 anos de clube e inúmeras conquistas, uma história toda dentro do clube, ser apenas avisado que não renovariam o meu contrato. Depois de 10 anos dando o sangue pelo clube, ser descartado deixa um gosto amargo", lamentou o nadador, sexto nos 50 metros livre no Rio.

Ele treina nos Estados Unidos e costuma voltar ao Brasil só para competir pelo Pinheiros. O clube não tem mais interesse neste tipo de relação. "Optamos por não renovar com alguns atletas, por vários motivos, sendo o principal deles o de concentrar os maiores investimentos no grupo que está treinando na sede do clube, em São Paulo e ajudando na formação das novas gerações", explicou Alberto Silva, o Albertinho, supervisor técnico do Pinheiros.

Por causa desta nova diretriz, João de Lucca também não teve seu contrato renovado, assim como Joanna Maranhão, agora casada com o judoca Luciano Corrêa, do Minas. Ela fechou com a Unisanta, mas treinará em Belo Horizonte.

A diretriz é a mesma no Minas Tênis Clube, pelo que explica Hélio Lipiani, novo diretor de natação. "O atleta tem que estar treinando com a gente. Não queremos mais atleta que venha para nadar na competição e ir embora", disse. Apesar de Thiago Pereira ter voltado ao Brasil de mala e cuia depois de longo período morando e treinando nos Estados Unidos, o medalhista olímpico sequer foi procurado para renovar contrato. Até Cesar Cielo, que ainda não decidiu se para ou se continua na natação de competição, foi embora sem que o Minas lamentasse.

O cenário para nomes como Thiago, Fratus, França e Felipe Lima é incerto. "Tenho tentado diálogo com alguns clubes, mas o cenário não está animador", admitiu Fratus.

Na Ilha do Retiro, a nadadora recordista de medalhas em mundiais e ouro nos jogos Pan-Americanos, Etiene Medeiros, está realizando o swim camp 'Nado Por tudo' para nadadores de todos os estados do Brasil. O evento conta com atividades na piscina e palestras com Etiene e treinadores como Fernando Vanzella, que esteve com ela durante os últimos torneios, entre outros profissionais com quem trabalhou.

A clínica teve início nessa quinta-feira e conta com atividades até o sábado. Os treinos e palestras abordam temas como biomecânica, passando pela psicologia, além de treinamento de força e também os tipos de nados. O espaço também tem por objetivo aproximar Etiene com os participantes.

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"A programação está bem extensa, teremos muito trabalho fora e dentro da água. Muitos vídeos que fizemos ao longo dos últimos quatro anos de treinamento, além do trabalho que fiz com a minha psicóloga de treinamento mental. Estarei 100% em contato com quem estiver lá no evento. Será algo bem familiar e próximo. Quero mostrar também um pouco da Etiene fora da água, de como eu sou, de como encaro as coisas. Além disso, quem estiver lá no camp também verá de perto minhas principais medalhas", contou.

Confira as atividades dessa sexta-feira e do sábado, quando se encerra o swim camp:


Reprodução/Nado Por Tudo

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