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O Papa Francisco é o primeiro jesuíta eleito para ser chefe da Igreja Católica.  A congregação religiosa Companhia de Jesus, da qual o pontífice é integrante, foi fundada por Santo Inácio de Loyola por volta de 1530.

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De acordo com Enrique Sanz, professor de teologia e integrante da Companhia de Jesus, o fato do Papa Francisco fazer parte da congregação denota habilidade para liderar e tomar decisões. Outra marca dos jesuítas é ter contato com os mais pobres, o que pode favorecer a popularidade do Santo Padre. Conheça mais detalhes sobre a Companhia de Jesus na reportagem da AFP.

As acusações contra o Papa Francisco por sua conduta durante a ditadura argentina (1976-1983) são "caluniosas e difamatórias", indicou nesta sexta-feira o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

"A matriz anticlerical dessas campanhas são conhecidas", afirmou o porta-voz papal, ao referir-se às acusações contra o Jorge Bergoglio por suposto envolvimento na detenção de dois missionários jesuítas torturados pela ditadura em 1976.

"A campanha contra Bergoglio é conhecida, se refere a fatos de há muito tempo e foi promovida por uma publicação que, em várias ocasiões, é caluniosa e difamatória. A origem da esquerda anticlerical é notória", acrescentou Lombardi falando à imprensa.

"Ele fez muito para proteger as pessoas durante a ditadura militar", prosseguiu o porta-voz, que recordou que quando Bergoglio se converteu em arcebispo de Buenos Aires, "pediu perdão pela Igreja não ter feito o suficiente durante a ditadura".

A controvérsia sobre a atitude da Igreja durante os anos de chumbo da ditadura voltou à tona após a eleição Bergoglio, que compareceu como testemunha m vários processos - sem que jamais a justiça demonstrasse qualquer envolvimento - e sempre negou ter colaborado com a repressão.

O arcebispo de Buenos Aires foi citado em três ocasiões, apenas como testemunha, para declarar em julgamentos relacionados com esse período.

Em uma ocasião, pelo desaparecimento de um padre francês, e em outra pelo roubo de filhos dos desaparecidos.

Os críticos de Bergoglio também afirmam que ele teve relação com a detenção de dois missionários jesuítas, Orlando Yorio e Francisco Jalics, presos em 23 de março de 1976 e liberados cinco meses depois. Eles foram torturados na Escola de Mecânica da Armada (ESMA). Na época, o prelado argentino comandava a ordem dos jesuítas.

"Fiz o que pude, com a idade e as poucas relações que tinha, para interceder a favor das pessoas sequestradas", afirmou Jorge Bergoglio em um livro de entrevistas.

Lombardi enfatizou que o militante pelos direitos humanos e Prêmio Nobel da Paz de 1980, Adolfo Pérez Esquivel, assegurou que o novo pontífice "não tem vínculo algum que o relacione com a ditadura".

Mais cedo, o cardeal australiano George Pell, eleitor no conclave, classificou de mentira as acusações de cumplicidade do Papa com a ditadura argentina.

Para o arcebispo de Sydney, membro do colégio cardinalício, "as histórias foram desmentidas há anos".

"O diretor da Anistia Internacional daquela época disse que as acusações são completamente falsas. Eram difamação e mentiras", declarou Pell à rádio ABC.

Ao ser questionado se o Papa Francisco deveria falar sobre o tema, disse que não, "de maneira nenhuma".

A repressão desses anos deixou mais de 10.000 de desaparecidos, segundo cifras oficiais, e mais de 30.000, segundo a organização não-governamental Mães da Praça de Maio.

O Papa Francisco pediu à Igreja Católica que não se ceda ao pessimismo, em um encontro nesta sexta-feira no Vaticano com todo os cardeais, aos quais convidou a buscar "novos métodos" para levar os Evangelhos a "todos os extremos da Terra".

"Não nos deixemos ceder ao pessimismo nem à amargura que o diabo nos oferece a cada dia", declarou o novo pontífice latino-americano na Sala Clementina, ao ler um discurso emotivo e repleto de agradecimentos, durante o qual também introduziu reflexões pessoais.

Francisco convidou os "príncipes da Igreja, a buscar novos métodos de evangelização para levar a verdade cristã (...) a todos os extremos da Terra".

E improvisando, acrescentou descontraidamente para a surpresa de alguns cardeais: "Somos idosos e com a idade vem a sabedoria de vida. Vamos doar esta sabedoria aos jovens como o bom vinho que fica melhor com o passar dos anos".

O Papa, vestido com uma simples batina branca e uma cruz de ferro, convidou, em um improviso, os cardeais a sentir-se com ele "em uma comunidade de amigos".

"Somos todos irmãos, e isto faz bem a todos", disse.

O Papa Francisco prestou homenagem ao antecessor Bento XVI, ao classificar sua renúncia ao pontificado como um "gesto corajoso e humilde".

"Dedico um pensamento repleto de afeto e profunda gratidão a Bento XVI, que foi um intérprete humilde e paciente de seu ministério, um patrimônio espiritual para todos", disse ainda.

As acusações de cumplicidade com a ditadura argentina (1976-1983) contra o arcebispo de Buenos Aires Jorge Bergoglio, que na quarta-feira foi eleito Papa Francisco, são uma "mentira", declarou nesta sexta-feira o cardeal australiano George Pell, eleitor no conclave.

A controvérsia sobre a atitude da Igreja durante os anos de chumbo da ditadura voltou à tona após a eleição Bergoglio, que compareceu como testemunha m vários processos sem que jamais a justiça demonstrasse qualquer envolvimento.

Para o arcebispo de Sydney, membro do colégio cardinalício, "as histórias foram desmentidas há anos".

"O diretor da Anistia Internacional daquela época disse que as acusações são completamente falsas. Eram difamação e mentiras", declarou Pell à rádio ABC.

Ao ser questionado se o Papa Francisco deveria falar sobre o tema, disse que não, "de maneira nenhuma".

Os críticos de Bergoglio afirmam que ele teve relação com a detenção de dois missionários jesuítas, Orlando Yorio e Francisco Jalics, presos em 23 de março de 1976 e liberados cinco meses depois. Eles foram torturados na Escola de Mecânica da Armada (ESMA). Na época, o prelado argentino comandava a ordem dos jesuítas.

"Fiz o que pude, com a idade e as poucas relações que tinha, para interceder a favor das pessoas sequestradas", afirmou Jorge Bergoglio em um livro de entrevistas.

A eleição do novo Papa Francisco quarta-feira à noite desencadeou uma avalanche de tweets "sobre o papado" no Twitter, que identificou "mais de sete milhões" de citações a uma taxa de "130.000 por minuto", anunciou nesta quinta-feira a rede social. "Durante todo o dia, mais de sete milhões de tweets sobre o papado foram identificados. Após o anúncio do (nome do) novo Papa pelo cardeal Jean-Louis Tauran, foram mais de 130 mil tweets por minuto", pode ser lido no blog (blog.twitter.com) da rede.

Na sequência, a conta oficial papal, @pontifex, fechada desde a renúncia de Bento XVI, foi reaberta. "Habemus Papam Franciscum", anunciou sobriamente em latim, literalmente, "Nós temos um papa, Francisco". Na tarde desta quinta-feira (14), o seu primeiro tweet foi retweetado mais de 80.000 vezes.

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Jorge Bergoglio, o papa Francisco, é lembrado como um menino travesso que corria incansável pelas escadas do centenário colégio da Misericórdia no bairro de Flores de Buenos Aires, onde começou a frequentar a escola e fez sua primeira comunhão, relata à AFP a irmã Martha Rabino, a cargo da instituição. "Era um diabo, um diabinho, muito travesso, como toda criança, que sabíamos que ia ser o Papa!", afirma entre risos e surpresa a irmã Martha, de 71 anos, que chorou emocionada quando ouviu que o novo padre da Igreja Católica era este homem "que compartilha com frequência o chá com leite com as irmãs do colégio". "Os santos são assim", afirma.

A religiosa surpreendeu na entrevista ao apontar que "foi catequista da presidente Cristina Kirchner como freira no Colégio da Misericórdia da cidade de La Plata (62 km ao sul), onde a presidente cursou sua escola primária e secundária". "Os dois têm uma personalidade muito forte e muito firme em suas convicções, mas fiquei muito contente quando li a carta enviada por Cristina. Ela anunciou que vai viajar para a coroação do Papa e certamente beijará seu anel, então terá que reconsiderar", disse sobre a fria relação entre Bergoglio e Cristina Kirchner.

Nesta paróquia do colégio da Misericórdia, a apenas duas quadras de sua casa natal, toda a família Bergoglio assistia à missa todos os domingos, e foi ali onde aos 9 anos Jorge fez sua primeira comunhão e onde muitos anos depois, já como sacerdote, celebrava uma missa em cada acontecimento importante da congregação, com a qual mantém um contato permanente. "Era uma família que vinha todos os domingos à missa. A mãe era muito cristã e piedosa, ele herdou muito dela", opina Martha.

Mas nessa casa religiosa viveram outras mulheres que marcaram sua infância e sua espiritualidade, como a irmã Rosa, sua primeira professora com quem teve contato até a morte desta, em 2012, aos 101 aos, e a irmã Dolores, que o ensinava o catecismo e por quem chorou em uma noite de oração contínua quando faleceu, há dois anos.

"Ele gostava de perguntar à irmã Rosa como era quando criança e a irmã, que era velhinha, mas muito lúcida, respondia 'você era um diabo, melhorou um pouco?', e ele caía na gargalhada", relata Martha.

Segundo a religiosa, a irmã Dolores Tortolo "foi outra das freiras que ele amou profundamente".

"Foi sua catequista quando ele tinha 8 anos, e ele nunca a esqueceu, a visitou até sua morte e, quando faleceu, passou a noite inteira em oração, negou-se a comer. Ele agradecia continuamente por esta catequese ensinada por Dolores", afirmou.

Bergoglio também é lembrado dando saltos nas escadas enquanto memorizava em voz alta a tabuada, histórias de sua infância que ele gostava de ouvir.

"A irmã Rosa contava a ele que se lembrava de quando ele aprendeu a tabuada na escada e então ia pulando os degraus de dois em dois e repetindo: dois, quatro seis, você era incansável'", afirma Martha, que ainda fala do "cardeal" e se corrige para dizer "o Papa".

Bergoglio mantém laços afetivos inquebráveis com Flores, seu bairro natal, onde viveu por toda a sua infância e onde teve a revelação de sua vocação religiosa na Basílica de São José de Flores, na qual celebrava uma missa a cada início de Semana Santa.

"Quando apresentou sua renúncia como cardeal ao completar 75 anos, Bento XVI não a aceitou, foi um visionário ao não aceitá-la. Bergoglio pensava em vir a Flores, me disse 'passarei meus últimos dias aqui'; mas Bento não deixou, possivelmente foi uma inspiração do Espírito Santo", afirma.

Na hora de defini-lo, Martha descreve Bergoglio como "um homem discreto, sereno, de grande espiritualidade, muito firme, mas acessível e simples, que sempre chegava no ônibus 132 e se negava a pegar um táxi", mesmo que estivesse doente.

O papa Francisco celebrou na tarde desta quinta-feira sua primeira missa na Capela Sistina com os 114 cardeais eleitores que o converteram no primeiro pontífice latino-americano.

Vestido com os paramentos dourados e com a mitra, o Papa entrou na capela do Vaticano acompanhado dos cardeais, que utilizavam o barrete vermelho.

Trata-se da primeira missa do novo Papa desde sua eleição, na noite de quarta-feira, e antes da grande cerimônia de entronização prevista para 19 de março, dia de São José.

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De acordo com especialistas em Vaticano, o Papa Francisco, eleito após Conclave de dois dias na última quarta-feira (13), prefere uma vida discreta. O próprio pontífice comentou que costuma fazer suas refeições e andar de ônibus. A escolha do nome, Francisco, também pode indicar humildade e desapego, segundo os especialistas, em referência a Francisco de Assis, que abdicou de tudo para se dedicar aos pobres.

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Confira mais detalhes sobre o perfil do Papa Francisco na reportagem da AFP.

 

"Por que Francisco?", questionaram muitos fiéis logo após a eleição do novo Papa argentino, que se associou assim a São Francisco de Assis, o padroeiro dos humildes. "Acredito que, antes de tudo, é a Francisco de Assis que devemos associar este nome, a esta ideia que (o papa) está ligado aos pobres e aos humildes", explicou à AFP o vaticanista Bruno Bartoloni.

Jorge Bergoglio teria explicado desta forma sua escolha, revelou o arcebispo de Nova York Timothy Dolan: "O Papa disse que escolheu seu nome em homenagem a Francisco de Assis. Todos nós sabemos que o santo de Assis se ocupou dos pobres e dos humildes. Esse será o seu trabalho". "Ele precisou escolher este nome para (combater) a pobreza, ele sempre foi um grande admirador de São Francisco de Assis", confirmou o padre Guillermo Marco, seu colaborador mais próximo na arquidiocese de Buenos Aires.

"Ele usa o metrô, gosta de viajar com as pessoas, e raramente utiliza um carro com motorista", contou para ressaltar sua vida modesta. "Enquanto cardeal, ele continuou a viver a vida normal de um padre. É um homem irrepreensível". Apesar de sua carreira meteórica, este senhor de 76 anos permaneceu "muito humilde" e "manteve um perfil discreto", segundo o padre Marco. Desta forma, dispensou ocupar a suntuosa residência dos arcebispos de Buenos Aires.

Um estilo de vida que se encaixa perfeitamente na linha de São Francisco de Assis (1182-1226), filho de uma família de comerciantes ricos da Úmbria (centro da Itália), mas que decidiu de um dia para o outro "casar-se com a Senhora Pobreza", dedicar-se à pregação e ganhar seu pão com o trabalho manual ou esmolas. No nascimento do futuro santo, sua mãe, que era francesa (provençal), o batizou com o nome de Giovanni (João). Mas, de volta à França, onde fez negócios muito bons e em homenagem ao seu país, seu pai lhe deu o nome de Francesco (Francisco = francês), nome pelo qual ficou conhecido mundialmente.

Um modelo perfeito para Jorge Bergoglio. Este santo, que é um dos santos católicos mais populares, é provavelmente o que é melhor recebido entre os não-católicos ou não-cristãos. Jesuíta como o novo Papa, o porta-voz do Vaticano comemorou a escolha do nome Francisco, "grande testemunha do Evangelho". "Ele não escolheu o nome de Inácio (como Inácio de Loyola fundador da ordem dos jesuítas), ele quer nos dizer assim que estamos a serviço da Igreja", comentou o padre Federico Lombardi.

No entanto, além da filiação óbvia com São Francisco de Assis, alguns observadores notam que o nome também pode ser entendido como uma referência a São Francisco Xavier, cofundador da Companhia de Jesus com Inácio de Loyola e um grande missionário.

Este santo espanhol, nascido em 1506 perto de Pamplona, em Navarra, e morto em 1552 na ilha de Sancian, no Cantão chinês, conquistou importantes vitórias missionárias na Índia e no Extremo Oriente, que lhe valeram o título de "Apóstolo da Índia. "Um exemplo glorioso para o novo Papa. Ele não deve esquecer que é o primeiro jesuíta a assumir o trono de São Pedro.

São Francisco Xavier é o padroeiro de todas as missões católicas (por decisão do Papa Pio XI em 1927), de Mongólia e do turismo. Quanto a São Francisco de Assis, santo dos pobres, ele também é o santo padroeiro da Europa e, em 1979, o Papa João Paulo II o proclamou padroeiro daqueles que estão preocupados com a ecologia. Luta contra a pobreza, evangelização, ecologia, viagem... quase um esboço de programa para o pontificado do novo Papa.

O novo Papa Francisco tem opiniões bem marcadas a respeito de assuntos polêmicos e, por exemplo, se opôs às leis de casamento entre pessoas do mesmo sexo e ao reconhecimento da identidade dos travestis e transexuais aprovados na Argentina.

A seguir, as posições do novo pontífice:

CASAMENTO GAY: foi um tenaz opositor à lei do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo aprovada em julho de 2010 na Argentina com apoio do governo e que foi a primeira do tipo na América Latina.

"Não sejamos ingênuos: não se trata de uma simples luta política; é a pretensão destrutiva ao plano de Deus", disse Bergoglio pouco antes da sanção da lei.

O padre Nicolás Alessio (53 anos) foi expulso do Tribunal Interdiocesano de Córdoba (norte) por apoiar o casamento gay.

IDENTIDADE DE GÊNERO: também foi contrário à lei de identidade de gênero aprovada em maio de 2012 e que autoriza travestis e transexuais a registrar seus dados com o sexo escolhido.

EUTANÁSIA: contrário à eutanásia. Chegou a declarar que "na Argentina se aplica a pena de morte" no caso do aborto e a "eutanásia acobertada" em idosos enfermos.

PRESERVATIVOS: contrário, assim como a Igreja, incluindo como forma de prevenção à Aids.

BATISMO: em 2012 pediu a padres de 11 dioceses de Buenos Aires que batizassem todos os bebês, incluindo os nascidos de uma relação extraconjugal.

ESCÂNDALOS DE PEDOFILIA: três padres católicos foram condenados desde 2002 na Argentina por abuso sexual de menores com penas de entre oito e 24 anos de prisão, enquanto dois bispos renunciaram por envolvimento em escândalos sexuais.

Em todos os casos, a Igreja evitou fazer comentários e disse que acataria as decisões da justiça.

PAPEL NA DITADURA: Bergoglio recebe críticas por supostamente não ter protegido dois padres jesuítas que foram sequestrados em 1976, durante o último regime militar (1976/83), e depois liberados.

MEIO AMBIENTE: aqueles que o conhecem dizem que é um defensor do meio ambiente.

REFORMAS NA IGREJA: para o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, "não se vislumbra que (Bergoglio) possa promover mudanças estruturais a respeito da posição tradicional da Igreja sobre o uso do preservativo, a anticoncepção hormonal de emergência, a eliminação do celibato".

O mesmo para "o papel das mulheres na Igreja, o tratamento às pessoas divorciadas ou aos homossexuais, a liberação do aborto".

GLOBALIZAÇÃO E POLITICA: o novo Papa aceita a globalização, mas advertiu que "tem seus perigos". "Não podemos renegar da cultura de nossos povos. Este é o grande perigo" que a globalização traz consigo, destacou Bergoglio.

Defendeu ainda o trabalho dos laicos na política e definiu "a política como a tarefa do bem comum, ao contrário das ideologias, que sempre engendram violência".

COMUNISMO E LIBERALISMO: o Papa Francisco expôs suas críticas tanto ao comunismo como ao liberalismo e destacou que, "assim como comunismo caiu por suas contradições internas, este liberalismo também vai cair por suas contradições internas" e advertiu que "não devemos nos resignar a aceitar passivamente a tirania do econômico. A tarefa não deve reduzir-se a que as contas fechem para tranquilizar os mercados". Também defendeu um trabalho maior sobre a sociedade.

A China, que não tem relações diplomáticas com o Vaticano, felicitou nesta quinta-feira o Papa Francisco por sua eleição e destacou que espera da Santa Sé uma "atitude flexível e pragmática" para melhorar as relações.

"Felicitamos o cardeal Bergoglio por sua eleição como novo Papa", declarou a porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying.

"Esperamos que, sob a direção do novo Papa, o Vaticano adote uma atitude flexível e pragmática para criar as condições de uma melhoria nas relações entre a China e o Vaticano", disse Hua.

"O governo chinês é sincero em sua vontade de normalizar as relações", completou.

Ao mesmo tempo, no entanto, a porta-voz chinesa reiterou as exigências tradicionais de Pequim, incluindo a ruptura de relações diplomáticas do Vaticano com Taiwan e a não interferência da Santa Sé nos "assuntos internos da China, inclusive sob o pretexto da religião".

A China não aceita que o Vaticano controle a ordenação dos bispos, o que constitui uma fonte regular de conflitos.

Os católicos chineses - 5,7 milhões segundo as estatísticas oficiais, 12 milhões de acordo com fontes independentes - estão divididos entre uma igreja oficial, a Associação Patriótica, subordinada ao poder comunista, e uma igreja "subterrânea" que obedece ao Vaticano.

Em 2007, Bento XVI enviou uma carta histórica aos católicos chineses na qual pedia ao governo da China a liberdade de culto dos católicos e o reconhecimento de que pertencem à Igreja.

Em troca, Bento XVI se comprometia a que a Igreja respeitaria a autonomia das decisões políticas do regime chinês.

As relações entre o Vaticano e a China ficaram tensas novamente em 2010, quando a Associação Patriótica ordenou vários bispos sem o consentimento do Papa.

A instituição Al-Azhar, principal autoridade do islã sunita, espera que com o novo Papa, Francisco, as relações com o Vaticano sejam melhores que durante o pontificado de Bento XVI.

"Esperamos melhores relações com o Vaticano depois da eleição do novo Papa pelo bem de toda a humanidade", declarou à AFP Mahmud Azab, assessor do grande imã de Al-Azhar, Ahmad al Tayeb, para o diálogo religioso.

"Quando surgir um novo rumo, voltaremos ao diálogo com o Vaticano que foi suspenso no início de 2011", afirmou, antes de felicitar "todos os católicos do mundo".

Em 2006, Bento XVI provocou uma ruptura com o mundo muçulmano ao citar um imperador bizantino que descreveu o profeta Maomé como um propagador através da violência de ideias "ruins e desumanas".

O diálogo foi retomado em 2009, antes de ser interrompido quando o Papa fez um pedido por proteção às minorias cristãs depois de um atentado suicida contra uma igreja de Alexandria, no Egito, durante a noite de 31 de dezembro.

A Al-Azhar decidiu suspender as reuniões com o Vaticano por considerar que as declarações de Bento XVI sobre os cristãos do Oriente eram "ataques repetidos contra o islã".

A Igreja ortodoxa russa saudou nesta quinta-feira a eleição do novo Papa Francisco, o primeiro na história procedente do continente americano.

"A Igreja russa saúda a decisão do conclave de cardeais da Igreja de Roma e, assim como no passado, espera que as relações entre as igrejas ortodoxa e católica se desenvolvam de maneira positiva", afirmou o porta-voz da igreja ortodoxa, Alexander Volkov.

O presidente russo, Vladimir Putin, também felicitou o novo Papa.

"Estou convencido de que a cooperação construtiva entre a Rússia e o Vaticano continuará acontecendo com êxito, baseada nos valores cristãos que nos unem", destacou em um telegrama enviado ao novo Papa.

"Desejo, sua Santidade, saúde e felicidade, que sua atividade para promover a paz, o diálogo entre as civilizações e as religiões apresentem frutos", completou.

O argentino Jorge Mario Bergoglio, primeiro jesuíta a chegar ao trono de Pedro, foi eleito na quarta-feira para suceder Bento XVI. O arcebispo de Buenos Aires escolheu o nome de Francisco, algo também inédito na história do papado.

O Papa Francisco rezou na manhã desta quinta-feira na basílica de Santa Maria Maior, uma das quatro grandes de Roma, um dia depois de sua eleição como o primeiro pontífice latino-americano e primeiro jesuíta da história.

O até ontem cardeal argentino Jorge Bergoglio entrou às 8H00 (4H00 de Brasília) em um automóvel sem a placa oficial do Papa, "CV1", por uma porta lateral da maior basílica romana dedicada ao culto mariano.

O Papa, de 76 anos, rezou na Capela Paulina da basílica fechada ao público e depositou um ramo de flores diante da imagem da virgem.

Ao fim da oração, saudou um grupo de seminaristas e freiras um por um, contou à AFP Giuseppe, um dos presentes.

Menos de meia hora depois, o Papa, que estava acompanhado pelo prefeito da Casa Pontifícia e secretário privado de seu antecessor Bento XVI, Georg Gänswein, deixou o local por outra porta da basílica, que permaneceu fechada ao público.

Dezenas de pessoas, incluindo jornalistas e estudantes, se reuniram diante do templo para acompanhar a primeira saída do novo líder dos 1,2 bilhão de católicos do mundo.

Francisco passou a primeira noite na Casa Santa Marta, o local onde estavam hospedados os 115 cardeais que participaram no conclave de dois dias no qual foi eleito.

O Papa chegou à residência vaticana de ônibus com os demais cardeais, depois de ter recusado o carro oficial.

O primeiro Papa das Américas rezará no domingo o primeiro Angelus no Vaticano e será entronizado em uma missa na terça-feira, 19 de março, dia de São José, antes de iniciar os ritos da Semana Santa.

"Parece que os cardeais foram me buscar no fim do mundo", declarou o Papa Francisco, o argentino Jorge Mario Bergoglio, em suas primeiras palavras do balcão da Basílica de São Pedro.

O primeiro papa latino-americano e primeiro jesuíta a se tornar papa convocou as pessoas a rezarem por seu antecessor Bento XVI. Ele pediu que os fiéis "sigam um caminho de fraternidade, de amor" e de "evangelização" e pediu à multidão um minuto de silêncio: "Rezem por mim e deem-me a vossa bênção".

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