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Maria Carolina Santiago fez ainda mais história na Paralimpíada de Tóquio. Depois de encerrar um jejum de 17 anos sem medalhas de ouro para as nadadoras do Brasil, a atleta pernambucana se tornou a única mulher brasileira a conquistar três ouros em uma única edição dos Jogos ao vencer a prova dos 100 metros peito classe S12 (deficiência visual moderada). E não foi só: o Brasil também levou uma prata com Cecília Araújo nos 50m livre da classe S8 (atletas com um membro amputado ou dificuldade de movimento na parte inferior do corpo).

Maria Carolina dominou a prova desde o começo, largando na frente, virando em primeiro e segurando a vantagem no final. O tempo da brasileira foi de 1min14s89, novo recorde paralímpico. A prata foi da russa Daria Lukianenko, que terminou em 1min17s55 e o bronze para a ucraniana Yarina Malto, com o tempo de 1min20s31. Outra brasileira presente na prova, Lucilene Caetano ficou no quinto lugar (1min30s25).

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"Foi realmente foi uma prova muito bem nadada, muito bem executada. Eu não estava nervosa, eu queria estar ali, estava pensando que seria minha última caída na água em Tóquio. Os 100m peito são minha prova favorita, e é tão difícil acertar ela. Eu acertei com meu técnico, passei como ele falou para passar, voltei como ele falou para voltar, e quando vi que éramos campeões foi uma alegria grande", comentou Maria Carolina, em entrevista ao canal SporTV.

Já Cecília fez uma boa prova, se mantendo na segunda colocação praticamente do começo ao fim. A atleta potiguar de 22 anos marcou o tempo de 30s83, enquanto a medalhista de ouro, a russa Viktoria Ishchiulova, que completou a prova em 29s91, e a de bronze, a italiana Xenia Palazzo, fechou em 31s17.

Maria Carolina já havia conquistado outras quatro medalhas: ouro nos 50m livre S12/S13, ouro nos 100m livre S12, prata no revezamento 4x100m 49 pontos (a soma das classes do quarteto tem que dar 49) e bronze nos 100m costas S12. O detalhe é que, mesmo com 36 anos, esta foi a primeira vez que a nadadora competiu nos Jogos Paralímpicos.

A natação brasileira está tendo uma excelente Paralimpíada: além dos três ouros de Maria Carolina, Wendell Belarmino, Gabriel Bandeira e Gabriel Araújo levaram um ouro cada; mais cinco pratas e nove bronzes foram conquistados nas piscinas.

TALISSON GLOCK LEVA BRONZE - Já Talisson Glock conquistou sua primeira medalha individual em Tóquio ao chegar em terceiro por apenas dez centésimos na final dos 100m livre da classe S6 (atletas com dois membros amputados ou problema motor em um lado do corpo)

Na prova, o chinês Hongguang Jia dominou a primeira metade da piscina, virando na primeira posição. Contudo, na parte final, não conseguiu manter o ritmo e foi ultrapassado pelo italiano Antonio Fantin (1min03s71), novo recordista mundial, pelo colombiano Nelson Crispim Corzo (1min04s82) e, por fim, por Talisson, na batida de mão (1min05s45).

Foi a segunda medalha de bronze de Talisson em Tóquio - a anterior também foi de bronze, no revezamento 4x50m livre misto 14 pontos (ou seja, a soma das classes dos atletas tem que dar 14), ao lado de Daniel Dias, Joana Neves e Patrícia Pereira. Glock ainda compete em Tóquio na prova dos 400m livre da classe S6, que terá a primeira bateria na noite desta quarta, às 21h.

Natural de Joinville (SC), Talisson tem 26 anos e perdeu a perna e o braço esquerdos ao ser atropelado por um trem. Ele começou no esporte paralímpico em 2010, com 15 anos e já conquistou medalha de ouro em Mundiais e Parapan-americanos. No Rio-2016, conseguiu medalha de bronze nos 200m medley S6.

Em uma de suas redes sociais, Yeltsin Jacques aparece em uma foto segurando o violão. Como legenda, ele escolhe um trecho da música "Tente Outra Vez", de Raul Seixas: "Tente, e não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida!". Em Tóquio, na disputa da sua segunda Paralimpíada, o corredor de provas de fundo e meio-fundo não deu por perdido nenhuma possível vitória, como sugere a canção.

Todas as finais em que disputou, Yeltsin cruzou a linha de chegada como campeão paralímpico. A primeira na prova dos 5000m T11 (para deficientes visuais), realizada no último sábado (28) e depois na disputa de 1.500m pela mesma classe três dias depois. A segunda vitória teve um sabor especial. O ouro do atleta, o seu segundo em Jogos Paralímpicos, foi o centésimo da história do Brasil em Paralimpíadas.

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"Hoje de manhã o Bira (guia) falou isso (que poderia ser a centésima medalha de ouro da história). Isso deu uma motivação a mais. Queria essa conquista por dois motivos. Para subir o Brasil no quadro de medalhas e construir essa história. Tenho que agradecer minha esposa por aguentar nós, minha família por estar sempre apoiando. Só tenho que agradecer mesmo", comemorou o atleta.

Natural de Campo Grande, o sul-mato-grossense Yeltsin Jacques nasceu com baixa visão. Seus pais, que o batizaram em homenagem ao ex-presidente russo Boris Yeltsin, descobriram a deficiência do filho aos seis meses de idade. Foi ainda na infância que ele teve o primeiro contato com os esportes, começando com a natação aos dois anos, e partindo para o judô, aos 12.

Veio de um colega que ele conheceu nos tatames o convite que mudaria a sua trajetória nos esportes. Aos 16 anos, ele aceitou ser o guia em uma corrida que o amigo, cego, queria disputar.

Depois disso, Yeltsin se curvou ao atletismo e não parou de correr, mesmo sobre pistas de terra, distante das profissionais que ele está acostumado hoje. Quatro anos depois, já estava representando o Brasil em Guadalajara, no México, nos Jogos Parapan-Americanos de 2011.

Das provas no México às pistas de Tóquio são 10 anos. Nessa década, Yeltsin Jacques tornou-se bicampeão Parapan-americano na prova de 1500m, foi campeão em 2015, em Toronto, na prova dos 5000m pela mesma competição, e chegou a subir ao pódio duas vezes em Lyon, no Mundial da França de 2013. Em 2019, no Parapan de Lima, no Peru, Yeltsin viu o ouro escapar na prova dos 5000m depois que o guia, Rafael Santeramo passou mal durante a prova. A dupla acabou ficando com o bronze.

No ciclo olímpico que se iniciou depois do Rio de Janeiro, Yeltsin cresceu de rendimento. Correu de forma a se tornar o líder do ranking mundial da maratona nos anos de 2018 e 2019, quando foi campeão da prova em Sevilha, na Espanha. Confiante, ele não descarta colocar na agenda correr mais 42 quilômetros nas ruas de Tóquio maratona. Mesmo depois de dois ouros, ele quer escrever mais um capítulo de glória na sua passagem pelo Japão.

Jardênia Félix ainda não pode beber ou dirigir de forma legal no Brasil, mas já tem medalha na Paralimpíada de Tóquio: a adolescente de 17 anos conquistou o bronze na prova dos 400 metros rasos da classe T20 (atletas com deficiência intelectual).

A brasileira fez o melhor tempo da ainda curta carreira na final para subir ao pódio: 57s43, e ficou com o bronze debaixo de muita chuva. O ouro foi para a americana Breanna Clark, que marcou novo recorde mundial com 55s18, e a prata para a ucraniana Yuliia Shuliar, com 56s18.

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Jardênia já competiu no Mundial da Juventude na Suíça, em 2019, onde foi medalhista em duas modalidades: prata nos 400m e ouro no salto em distância. No mesmo ano, na Austrália, no INAS Global Games, conquistou duas medalhas de bronze nos 100m e nos 200m. Atualmente, a brasileira ocupa atualmente a 3ª posição no ranking mundial da sua categoria.

A atleta competia no atletismo convencional até 2017, quando migrou para o paralímpico após seu técnico identificar sinais de deficiência intelectual. Natural de Natal, capital do Rio Grande do Norte, Jardênia se mudou para São Paulo no começo de 2020 com uma prima para treinar no Centro Paralímpico de Excelência, na zona sul da cidade paulista, mas voltou para a capital potiguar com o início da pandemia de coronavírus. Ainda assim, segue como aluna da rede estadual de São Paulo, tendo aulas remotas, e prosseguiu com os treinos.

Quando entrar na água para disputar a eliminatória dos 50 metros livres da classe S5 (atletas com braços ou pernas amputados ou não funcionais), às 22h34 desta terça-feira, pelo horário de Brasília, Daniel Dias estará em sua última prova paralímpica. Ele anunciou desde janeiro que os Jogos Paralímpicos de Tóquio marcam a despedida de sua brilhante carreira.

Aos 33 anos, com 27 medalhas paralímpicas, sendo 14 de ouro, sete de prata e seis de bronze, o nadador é o maior medalhista brasileiro em Paralimpíadas, além de ter conquistado dezenas de medalhas em Campeonatos Mundiais e Jogos Parapan-Americanos.

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Em Tóquio, Daniel aumentou a coleção de medalhas com mais três bronzes: nos 100m livre S5, nos 200m livre S5 e no revezamento 4x50m livre misto 20 pontos, que junta atletas de classes diferentes, mas cuja soma numérica tem que ser 20. Além disso, disputou as finais e acabou sem medalha em mais duas provas: foi sexto no 50m peito da classe S5 e quinto nos 50m costas S5.

No último ciclo olímpico, a natação passou por uma reclassificação e atletas que antes eram da S6 acabaram "caindo" para a S5. Dessa forma, Daniel teve que entrar em disputas contra competidores com deficiências menos severas, que dominaram as provas com grande vantagem para quem já era da S5.

Em Tóquio, Daniel demonstrou algumas vezes que isso o fez duvidar se conseguiria mais conquistas. Após alcançar segunda medalha de bronze em Tóquio, Dias disse ao SporTV ter tirado um peso das costas com a conquista da primeira. "As coisas estão fluindo", alegrou-se.

Com a carreira prestes a ser encerrada, Daniel pode ter certeza de que inspirou muitos outros a se tornarem nadadores. Ele mesmo começou no esporte dessa maneira: com má-formação congênita nos membros superiores e na perna direita, começou a competir em 2006, inspirado em Clodoaldo Silva, e bateu todos os recordes possíveis.

"Sou muito grato pela natação. Jamais imaginei chegar aonde cheguei. Se eu fosse escrever, lá quando eu comecei, há 16 anos, tudo que eu conquistei, eu jamais iria conseguir escrever isso. Não seria tão perfeito como foi", afirmou, ao anunciar a aposentadoria, em janeiro.

Fora das piscinas, Daniel deve se dedicar mais ao Instituto Daniel Dias, criado em 2014 para fomentar o esporte paralímpico brasileiro, e também à atuação nos bastidores do esporte - ele é membro da Assembleia Geral do Comitê Paralímpico Brasileiro e na Comissão Nacional de Atletas.

O brasileiro Yeltsin Jacques dominou os 1.500m da classe T11 (cegos), bateu o recorde mundial e conquistou a centésima medalha de ouro da história do País em Jogos Paralímpicos. Em Tóquio, ele fechou a prova com o tempo de 3min57s60. A melhor marca até então era do queniano Samwel Kimani, alcançada nos Jogos de Londres-2012 com o tempo de 3min58s37.

A medalha de prata ficou com o japonês Shinya Wada, bem atrás do brasileiro, com o tempo de 4min05s27. O bronze foi para Fedor Rudarov do Comitê Paralímpico Russo (4min05s55). Yeltsin conquistou sua segunda medalha dourada em Tóquio. Ele já havia vencido os 5.000m T11.

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"Hoje de manhã o Bira (guia) falou isso (que poderia ser a centésima medalha de ouro da história). Isso deu uma motivação a mais. Queria essa conquista por dois motivos. Para subir o brasil no quadro de medalhas e construir essa história. Tenho que agradecer minha esposa por aguentar nós, minha família por estar sempre apoiando. Só tenho que agradecer mesmo", comemorou Yeltsin.

Depois de conquistar duas medalhas de ouro nesta segunda-feira, com Claudiney Batista e Elizabeth Gomes, e alcançar 99 honrarias douradas, a expectativa é que a centésima seria atingida neste sétimo dia de competição da Paralimpíada de Tóquio. Mas, por um centésimo, ela não saiu na manhã desta segunda-feira. Nos 100m rasos categoria T63 (lesões nas pernas), Vinícius Rodrigues levou a prata depois de terminar a prova com o tempo de 12s05, um centésimo atrás do russo Anton Prokhorov, que correu 12s04, e levou o ouro.

A PRIMEIRA MEDALHA - Foram necessários 16 anos e quatro edições de Paralimpíada para o País conquistar o seu primeiro ouro paralímpico desde a estreia brasileira nos jogos, em 1972, em Heidelberg, Alemanha. A primeira vez que o Brasil subiu no lugar mais alto do pódio foi em 1984, nos Jogos disputados em Nova York, nos Estados Unidos, e em Stoke Mendeville, na Inglaterra.

Como não há registro dos horários das provas, o Comitê Paralímpico Brasileiro informou que não é possível dizer quem é o brasileiro dono do primeiro ouro. Foram sete medalhas douradas conquistadas por cinco atletas na ocasião: Márcia Malsar (200m rasos), Amintas Piedade (arremesso de peso e lançamento de dardo), Luiz Cláudio Pereira (arremesso de peso e lançamento de dardo), Miracema Ferraz (arremesso de peso) e Maria Jussara Mattos (4x50m medley).

Márcia Malsar foi escolhida para carregar a tocha olímpica na cerimônia de abertura da Paralimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. Na ocasião, por conta da forte chuva que caía durante a cerimônia, ela escorregou enquanto caminhava com a tocha. Imediatamente ela se reergueu e continuou o percurso arrancando aplausos do público. O momento foi visto como um símbolo de superação.

MAIORES MEDALHISTAS - Os Jogos de Nova York/Stoke Mandeville também inauguraram, com Luiz Claudio Pereira, uma categoria de atletas que ajudou o Brasil a alcançar essa marca histórica mais rápida: os multimedalhistas.

Com dois ouros nos jogos de 1984, Pereira conquistaria mais quatro na carreira. Ainda pelo atletismo, se destacam Odair Santos, que ganhou cinco ouros em quatro jogos, entre 2004 e 2016; Terezinha Guilhermina, três ouros; e Ádria Santos, lendária velocista que foi campeão paralímpica quatro vezes em seis participações.

O atleta que mais venceu ouros no Brasil foi Daniel Dias, que conquistou 14 ao todo. O brasileiro, que também é o maior medalhista paralímpico do País, com 27, é seguido de André Brasil (7 ouros) e Clodoaldo Silva (6 ouros). Pelo judô, Antônio Tenório também conquistou quatro medalhas douradas na carreira, e a modalidade Futebol de 5 contribuiu para essa somatória subindo no lugar mais alto do pódio quatro vezes.

Foi apenas no chamado "photo finish" que foi decidida a prova de 100m da classe T63 (para atletas amputados acima do joelho que usam prótese ou que tem dificuldade motoras em uma das pernas) na Paralimpíada de Tóquio, nesta segunda-feira. E o brasileiro Vinícius Rodrigues ficou com a medalha de prata por apenas um centésimo de segundo. O ouro foi para o russo Anton Prokhorov.

Vinícius fez uma prova como é costumeira para ele: depois de uma largada ruim, arrancou na metade final da prova e fez o tempo de 12s05. Prokhorov, que largou melhor mas viu o brasileiro se aproximar, quebrou o recorde paralímpico com a marca de 12s04s. O bronze ficou o alemão Leon Schaeffer, que completou a prova em 12s22.

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O brasileiro precisou amputar a perna em 2015, quando tinha 19 anos, por conta de um acidente de moto. Então, se mudou para São Paulo para fazer a recuperação e começou então a praticar esportes paralímpicos, tendo praticado também o vôlei sentado, além do atletismo.

Desde então, a carreira de Vinícius cresceu e o brasileiro se tornou campeão parapan-americano, campeão mundial e, agora, vice-campeão paralímpico. Mas o velocista já se prepara para os próximos Jogos. Ao fim da prova, disse que pretende disputar ao menos mais três edições da Paralimpíada.

A catarinense Bruna Alexandre conquistou a prata, a primeira medalha do Brasil na disputa individual do tênis de mesa na Paralimpíada de Tóquio (Japão), após ser superada na final pela chinesa naturaliza australiana Qian Yang por 3 sets a 1, na classe  V10 (atletas andantes), na manhã desta segunda-feira (30).  É a segunda medalha da brasileira em Paralimpíadas - na estreia na Rio 2016 Bruna faturou bronze.

No primeiro set, Bruna chegou a abrir cinco pontos de vantagem, chegando a ter um set point a seu favor. A australiana, no entanto, reagiu com boas respostas a saques da brasileira. O primeiro set terminou em 13 a 11 para Yang, após um erro de ataque cometido por Bruna.

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Bruna voltou para o segundo set abrindo quatro pontos de vantagem, chagando a 4 a 0, diante da adversária. A australiana então quebrou dois serviços da brasileira, diminuindo a vantagem, mas não adiantou: a catarinense fechou a parcial por 11 a 6, igualando o placar em 1 a 1.

O terceiro set começou com a brasileira novamente abrindo vantagem: chegou a marcar 4 a 1 mas Qian Yang reagiu e empatou em 4 a 4. O set continuou disputado com empates em 5 e em 6 pontos, mas a partir daí a australiana passou a pontuar direto, até o set em 11 a 7, voltando a liderar o placar em  2 sets a 1.  

Na parcial seguinte, Qian Yang abiru 7 a 3 de vantagem. A brasileira reequilibrou o jogo, aproveitando os erros da adversária, e conseguiu empatar em 7 ia 7. Yang pediu tempo para esfriar o jogo. No retorno, reassumiu o controle da partida, fechando o set em 11 a 9, e garantindo o ouro com vitória por 3 sets a 1.

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Em uma prova com duas brasileiras irmãs gêmeas, Beatriz Carneiro conquistou a medalha de bronze na natação da Paralimpíada. Na disputa dos 100m peito classe SB14 (atletas com deficiência intelectual em provas de nado peito), Beatriz superou a irmã Débora por apenas dois centésimos e levou a medalha.

As duas chegaram praticamente juntas ao final da prova. Beatriz terminou com o tempo de 1min17s61, enquanto Débora fechou com 1min17s63.O ouro acabou com a espanhola Michelle Alonso Morales (1min12s02, novo recorde mundial), e a britânica Louise Fiddes (1min15s93) ficou com a prata.

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Agora, cada uma das irmãs tem uma medalha de bronze, já que Débora fez parte da equipe brasileira que disputou o revezamento 4x100m livre da classe s14 (atletas com deficiência intelectual), ao lado de Gabriel Bandeira, Felipe Vila Real e Ana Karolina de Oliveira.

Mais atletas brasileiros disputaram finais, mas sem medalha. Na final masculina dos 100m peito da classe SB14, o brasileiro João Pedro Brutus ficou em sétimo (1min07s84). Maiara Barreto chegou na 4ª colocação dos 50m costas classe S3 (atletas com braços ou pernas amputados ou que não conseguem usar as pernas), com Edenia Garcia terminando em 8ª. O ouro foi para a italiana Arjola Trimi, com a britânica Ellie Challis e a russa Lulia Shishova completando o pódio com prata e bronze.

Alana Maldonado se tornou a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha de ouro no judô em Paralimpíadas, na categoria B1/B2 até 70kg. A brasileira superou a georgiana Ina Kaldani na decisão por ter aplicado um waza-ari ainda no começo da luta, que terminou sem outras pontuações.

O judô paralímpico é disputado por atletas com deficiência visual. Eles são divididos em três classificações: B1 (totalmente cegos), B2 (veem vultos) e B3 (veem imagens sem nitidez). Os atletas são posicionados pelos juízes já segurando o kimono do adversário no tatame.

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Alana demonstrou grande emoção em entrevista ao SporTV após a conquista. "Não caiu a ficha ainda. Eu queria fazer história, conquistar o primeiro ouro paralímpico, assim como fiz no Mundial. Primeiro no Rio, em casa, depois campeã paralímpica na terra do judô, realizando meu sonho. Não tenho palavras para explicar", disse a judoca.

Na estreia, Alana venceu a italiana Matilde Laurie com um ippon aplicado em apenas sete segundos de combate e avançou para a semifinal. Em seguida, cerca de uma hora mais tarde, triunfou também com facilidade sobre Raziye Ulucam, da Turquia, com ippon em um minuto e meio de luta. Na sequência, veio a luta e a vitória sobre Ina Kaldani.

Alana era considerada uma das esperanças de medalha do Brasil. Ela já havia sido a primeira judoca paralímpica brasileira campeã mundial, ao conquistar o título em 2018, e prata na Rio-2016. Alana treina no Palmeiras e conquistou a primeira medalha de ouro paralímpica da história do clube.

SEM MEDALHA

Pela primeira vez em sete Paralimpíadas, Antônio Tenório acabou sem medalha. Ouro em Atlanta, Sydney, Atenas e Pequim, prata no Rio e bronze em Londres, o brasileiro foi derrotado pelo uzbeque Sharif Khalilov. Na luta, Tenório conseguiu um waza-ari no começo, e o adversário empatou faltando apenas três segundos para que a luta acabasse. No golden score, Khalilov conseguiu um ippon.

Em outra disputa, Arthur Cavalcante sofreu ippon e foi derrotado pelo ucraniano Oleksandr Nazarenko na disputa pelo bronze da categoria até 90kg B1.

A brasileira Maria Carolina Santiago jamais irá esquecer da madrugada e manhã deste domingo (29) nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Ela quebrou o recorde na prova dos 50m livre s12/s13 (atletas com deficiência visual moderada ou leve) duas vezes, na bateria eliminatória e na final, e conquistou a medalha de ouro.

Na eliminatória, Maria Carolina marcou 26s87, quebrando o recorde paralímpico anterior. Na prova final, conseguiu se superar e marcar 26s82, novo recorde da classe s12 o que foi importante, porque a russa Anna Krivshina ficou poucos centésimos depois e quebrou o recorde paralímpico da classe s13. O bronze ficou com a italiana Carlota Gilli.

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Não foi a primeira medalha de Maria Carolina em Tóquio: a nadadora já havia trazido um bronze na prova dos 100m livre peito da classe s12. Ela ainda disputará a prova dos 100m livres, também exclusiva da s12, com a primeira bateria acontecendo na noite desta segunda, às 21h14.

A medalha de Maria Carolina encerra um jejum de 17 anos sem medalhas de mulheres brasileiras na natação paralímpica. Aos 36 anos, a recifense Maria Carolina já era campeã mundial nas provas dos 50m livre e 100m livres; agora, campeã paralímpica dos 50m, vai em busca do ouro nos 100m.

Assim como na Rio-2016, Lúcia Araújo foi a primeira medalhista brasileira no judô na Paralimpíada de Tóquio-2020. Prata há cinco anos (e também em Londres), a judoca paulista conquistou o bronze no Japão ao derrotar a russa Natalia Ovchinnikova, pela categoria até 57 kg categoria B3, por ippon.

A vitória de Lúcia veio em uma luta bastante equilibrada e de pouco espaço, com ambas se defendendo e trabalhando as pegadas. Depois de um shido, bastou 30 segundos para Lúcia emendar dois waza-ari e assegurar a medalha por ippon, imobilizando a adversária na sequência.

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Lúcia estreou com vitória sobre a argentina Laura Gonzalez por ippon. Na luta seguinte, enfrentou a judoca uzbeque Parvina Samandarova, número 2 do mundo, que venceu com um waza-ari e imobilização aos 13 segundos de luta. Pouco depois, a brasileira voltou ao tatame para disputar o bronze e venceu.

Outro judoca brasileiro esteve em ação durante a noite, mas sem bons resultados: Harlley Arruda ficou de fora da disputa por medalhas na categoria até 81 kg após ser superado logo na estreia pelo britânico Daniel Powell, por ippon.

Na Paralimpíada, o judô é disputado por atletas com deficiência visual e dividido em três categorias, de acordo com o grau de deficiência. A B1 são para cegos totais, a B2 para percepção de vultos, e a B3 com definição de imagens. Como as três categorias disputam entre si em suas respectivas faixas de peso, a modalidade paralímpica inicia já na posição da pegada, chamada Kumikata. Assim, aqueles que têm menor grau de visão não saem prejudicados.

O arremesso de peso completou muito bem o dia do Brasil no atletismo nesta sexta-feira. Wallace Santos conquistou a medalha de ouro, com direito a recorde mundial da classe F55, para quem tem lesão na coluna e compete em cadeira de rodas (o F é de field, ou seja, uma disputa de campo e não de pista). Além dele, João Victor Teixeira ficou em terceiro no arremesso de peso classe F37 (atletas com paralisia cerebral, que conseguem andar) com o bronze.

Wallace Santos marcou 12,63 metros no quinto e último arremesso, quando quebrou o recorde. A prata ficou com Ruzhdi Ruzhdi (12,19 metros), da Bulgária, e o bronze foi para Lech Stoltman (12,13 metros), da Polônia. O segundo colocado era dono do recorde.

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João Victor Teixeira conquistou a medalha com um arremesso de 14,45 metros. Ouro para Albert Khinchagov, do Comitê Paralímpico Russo, com 15,78 metros, e prata para o tunisiano Ahmed Ben Moslah, com 14,50 metros. Na prova, Emanoel Victor, outro brasileiro na final, ficou em sétimo, uma marca também bastante expressiva.

Ao SporTV, assim que acabou a prova, João Victor celebrou ter feito a melhor marca da carreira, destacando que havia treinado pouco tempo antes da Paralimpíada por causa de uma lesão no joelho que o incomodava. Ainda assim, conseguiu um ótimo desempenho.

Wallace Santos atravessou momentos complicados antes de competir em Tóquio. A treinadora do brasileiro morreu vítima da covid-19 e Wallace teve momentos declarados de depressão. Foi barra para ele. Com novo treinador, conseguiu garantir a classificação e chegar bem a Tóquio, no trabalho que agora terminou consagrado com o pódio.

As primeiras medalhas do Brasil no terceiro dia da natação na Paralimpíada de Tóquio-2020 não demoraram a chegar. Na segunda prova do dia, a disputa dos 100 metros costas da classe s12 (deficiência visual moderada), Maria Carolina Santiago chegou em terceiro e conquistou o bronze, com o tempo de 1min09s18. Pouco depois, Gabriel Bandeira levou a prata nos 200 metros livre classe s14, para atletas com deficiência intelectual.

O ouro na prova de Maria Carolina ficou com a britânica Hannah Russell e a prata com a russa Daria Pikalova. As três que subiram ao pódio dominaram a prova, em um ritmo muito superior às demais competidoras, e chegaram com pouca diferença entre elas.

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Já na de Gabriel Bandeira, o ouro ficou com o experiente Reece Dunn, que quebrou o recorde mundial. O britânico largou muito bem e chegou a ter grande vantagem, viu Gabriel se aproximar no fim, mas conseguiu segurar a vantagem e vencer. O bronze ficou com o russo Viacheslav Emeliantsev.

Em entrevista ao SporTV após a prova, Maria Carolina valorizou a preparação e o papel da comissão técnica. "Estou muito feliz, essa medalha representa muito para mim. A preparação fio bem dura e eu consegui fazer meu melhor tempo. A atmosfera está diferente de qualquer outra prova que já fiz, infelizmente não tem arquibancada lotada. O técnico mandou passar bem forte e eu pensei 'só vou parar quando chegar'", contou a nadadora brasileira.

"Foi uma prova muito forte, tanto eu quanto o britânico nadamos abaixo do recorde mundial; Não imaginava (esse desempenho), acho que agora estava colocando tanta energia nos 100m borboleta que as outras provas vão andar junto", disse Gabriel ao SporTV após sair da piscina.

Maria Carolina ainda disputa mais duas provas na Paralimpíada: os 100 metros livre na classe s12 e os 50 metros livre na classe s13 (grau menor de deficiência visual). Gabriel também tem mais duas disputas, nos 100 metros peito e nos 200 metros medley, ambos na s14.

A natação brasileira fechou o segundo dia da Paralimpíada de Tóquio-2020 com mais um bronze. Depois de Daniel Dias conquistar uma medalha da mesma cor na prova de 100 metros livre na classe s5, a equipe brasileira, formada pelo próprio Dias, ao lado de Patricia Pereira, Talisson Glock e Joana Neves chegou em terceiro lugar no revezamento 4x50 metros livre 20 pontos.

A prova opõe nadadores de diferentes classificações, cuja soma tem que dar 20. Por exemplo, dentre os brasileiros, Daniel Dias e Joana Neves são da classe s5 (amputados ou com má-formação congênita nos membros superiores e inferiores), Patrícia Pereira é da classe s4 (paraplégicos ou hemiplégicos) e Talisson Glock é da classe s6 (amputados de um membro).

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A prova foi vencida pela China, que levou quatro atletas da classe s5, teve grande vantagem para o segundo colocado e ainda obliterou o recorde mundial em quase três segundos. A prata ficou com a Itália. O Brasil fez o tempo de 2min24s82, apenas sete centésimos abaixo da Ucrânia, em quarto lugar.

A medalha foi a 27ª de Daniel Dias em Paralimpíadas, a terceira de bronze em Tóquio. No primeiro dia, o nadador já havia conquistado o bronze na prova dos 50m livre da classe s5. Os outros três membros da equipe, Talisson, Joana e Patrícia fizeram parte da equipe que conquistou a medalha de prata na mesma prova na Paralimpíada do Rio-2016.

Desde que estreou em fevereiro do ano passado nas disputas paralímpicas, o nadador Gabriel Bandeira, de 21 anos, não volta para casa sem trazer medalhas. Em sua estreia nos Jogos Paralímpicos em Tóquio, o paulista de Indaiatuba, conhecido como Bill, já tem a certeza que a tradição de bons resultados vai se manter no Japão: ele faturou o seu primeiro ouro nos 100m borboleta com recorde paralímpico na classe S14 e deve vir mais. Gabriel está inscrito em mais quatro provas individuais: (200m livre, 100m costas, 100m peito e 200m medley) e ainda disputa o revezamento misto 4x100m livre.

"Foi uma prova que dei o meu melhor e deu tudo certo. Acabei ficando um período a mais em isolamento no Japão, mas estava me sentindo bem e fiquei muito feliz pela prova e por começar a competição com uma medalha de ouro", afirmou o atleta que deixou para trás o inglês Reece Dunn e o australiano Bem Hance.

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Embora já nadasse desde os 10 anos, o dono da primeira medalha de ouro do Brasil na Paralimpíada de Tóquio entrou no circuito de competições paralímpicas somente em 2020. Se tornar um atleta com deficiência aconteceu depois que Gabriel Bandeira realizou exames neurológicos que o diagnosticaram com uma deficiência intelectual, o tornando elegível para as disputas de natação paralímpica na classe S14.

Por não saber da deficiência, as primeiras braçadas de Gabriel na infância foram na natação convencional, na academia do Taquaral, em Indaiatuba, interior de São Paulo. A rápida evolução levou o garoto a treinar pela equipe de natação da cidade, sustentada pela Prefeitura do município.

Aos 15 anos, tornou-se o primeiro atleta de base de Indaiatuba a ser medalhista em Jogos Regionais e Jogos Abertos. Porém, "a cidade não tinha estrutura para o esporte de alto rendimento", afirma Dona Carmem, avó com quem Gabriel mora e foi criado. "Foi então que ele fez um teste e foi selecionado para nadar pelo Minas Tênis, em Belo Horizonte", conta.

Na capital mineira, onde nadou por três anos e dividiu a piscina com Bruno Fratus e Kaio Márcio, Gabriel chegou a ser medalhista de competições nacionais. Com o tempo, contudo, começou a apresentar dificuldades nos treinos para assimilar os exercícios que eram passados pelo treinador. "Foi quando ele começou a sentir os efeitos da deficiência. No troféu Maria Lenk, já dava pra notar que ele estava com dificuldade de memorização," lembra Dona Carmem.

Na infância, Gabriel já demonstrava dificuldade na alfabetização e chegou a repetir de ano por quatro vezes. Era inquieto e não conseguia ficar parado. Ele percebia que concentrar-se na aula e reter as informações na memória era uma tarefa mais difícil para ele do que para os colegas. Ainda em Indaiatuba, o treinador na época, Luiz Cândido, já cogitava a possibilidade de Gabriel ter deficiência intelectual. Mas quando sugeriu ao atleta realizar o exame pelo primeira vez, o convite não foi aceito.

Anos depois, o já ex-treinador continuou acompanhando o pupilo à distância. E percebeu que o tempo que ele atingia nas competições era o suficiente para ser um medalhista paralímpico. Foi a deixa para, mais uma vez, Cândido sugerir que Gabriel fizesse o exame de inteligência. O nadador, então com 19 anos, dessa vez aceitou. E, para a sua surpresa, descobriu que tinha deficiência intelectual por apresentar um QI (Quociente de Inteligência) abaixo de 75. "É importante que as pessoas saibam que o Gabriel não teve dificuldades na escola por conta de TDAH, mas sim por conta da sua deficiência intelectual", alerta Dona Carmen.

Ela lembra que, no começo, o neto se sentiu inseguro em relação aos amigos e com medo do que achariam por ele ser deficiente . "Mas todos foram incríveis e deram muito apoio", afirma Dona Carmem, que se aposentou da Caixa Econômica Federal, onde trabalhava há 30 anos, para ajudar a cuidar do neto.

ESTREIA EM COMPETIÇÕES PARALÍMPICAS - A mudança das competições convencionais para as provas disputadas por atletas com deficiência foi rápida. Depois de descobrir que era deficiente intelectual, Gabriel recebeu um convite para treinar no Praia Clube, de Uberlândia, onde conheceu o atual treinador Alexandre Garcia.

Representando o clube mineiro, o nadador estreou em provas paralímpicas de natação na etapa Regional Centro-Leste do Circuito Loterias Caixa, em Brasília, em fevereiro de 2020, pouco depois de fazer o teste. Gabriel se destacou na competição com seis medalhas de ouro (100m e 200m livre, 100m costas, 100m peito, 100m borboleta e 200m medley), quebrando quatro recordes brasileiros.

Empolgado com o rendimento do nadador, Alberto Martins, diretor-técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro, disse ao Estadão na época que Gabriel era atleta para trazer três medalhas paralímpicas para o Brasil. "Ele não é conhecido ainda, mas surpreendeu a todos na estreia em Brasília".

O ADIAMENTO DOS JOGOS - As expectativas para estar em Tóquio meses depois, tanto de Gabriel como de Martins, foram por água abaixo. A pandemia da covid-19 paralisou as competições e fez com que o Comitê Olímpico Internacional e o Comitê Paralímpico Internacional adiassem os jogos que organizam para 2021. O nadador ficou parado durante sete meses. Longe dos treinos, chegou a ganhar peso e até a ficar abalado emocionalmente, como lembra Dona Carmen.

As suspensões, contudo, não atrapalharam o ânimo do brasileiro. Os treinos voltaram e, com a ajuda do treinador Alexandre, fisioterapeutas e nutricionista, ele voltou a entrar em ritmo de competição.

Em maio deste ano, 13 kg mais magro do que em 2020, Gabriel caiu pela primeira vez em águas internacionais na carreira para disputar o Campeonato Europeu da Ilha da Madeira, em Portugal. O brasileiro, mais uma vez, foi soberano nas piscinas e terminou a competição vencendo todas as seis provas que disputou - 100m livres, 200m Medley, 100m peito, 100m costas e 200m livres - e quebrando seis recordes das Américas.

Os resultados em Portugal garantiram a Gabriel um lugar em Tóquio, onde um de seus ídolos, o também nadador Caleb Dressel, foi dominante na competição olímpica com a conquista de cinco ouros. Com mais cinco provas para disputar nos Jogos Paralímpicos, Gabriel terá a chance de ultrapassar o norte-americano e levar para casa seis medalhas douradas. A primeira ele já conseguiu.

A UNINASSAU em parceria com a Uni.esporte realizará no Parque Santos Dumont em Boa Viagem o Recife Paralímpico que vai reunir crianças dos 8 aos 12 anos de idade para que elas tenham experiências com os esportes disputados nas Paralimpíadas de Tóquio que iniciou nesta semana. O evento acontece nesta quinta-feira (26), de 8h às 12h.

O projeto não se resume apenas em permitir que crianças com deficiência de escolas públicas e projetos sociais convidados tenham essa experiência, mas também engloba quem não tem nenhuma limitação aparente. A ideia é ajudar na inclusão. As modalidades presentes no evento são o Goallball, judô, bocha, futebol 5 e o vôlei sentado.

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A temática do esporte sempre produz valiosas contribuições para o convívio social, ainda mais quando estamos em pleno ciclo olímpico. Mais do que as histórias de superação dos inúmeros atletas durante os jogos, propiciar vivências seguras a partir de exemplos que inspiram, sobretudo crianças é, sem dúvidas, um excelente caminho na construção de jovens cidadãos cientes de seus direitos e deveres. É a partir dessas diretrizes que o Recife Paralímpico Uninassau proporcionará experiências de modalidades paralímpicas para crianças com deficiência e crianças sem deficiência aparente, afim de promover inclusão e conhecimento sobre a deficiência na prática esportiva”, afirmou Marco Nunes, diretor da Uni.esportes.

Daniel Dias começou a sua última Paralimpíada com medalha. Na primeira final que disputou em Tóquio, o atleta de 33 anos, maior medalhista paralímpico brasileiro, conquistou um bronze nos 200 metros livres da classe S5 (para atletas amputados ou com má formação congênita nos braços) e chegou à 25.ª conquista. O ouro foi do italiano Francesco Bocciardo e a prata para o espanhol Antoni Beltrán.

A prova teve grande dominância de Beltrán, que venceu por boa vantagem e quebrou o recorde paralímpico com o tempo de 2min26s76. Da mesma forma, Beltrán teve grande diferença para os demais competidores, com a marca de 2min35s20. Daniel Dias conseguiu reduzir a vantagem para os dois primeiros no fim e marcou o tempo de 2min38s61.

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Daniel Dias ainda tem mais quatro chances de buscar aumentar a coleção de medalhas em Tóquio: compete nos 50 metros borboleta, nos 50 metros costas e nos 50 metros livre. Por fim, ainda pode disputar o revezamento 4x50 metros livre.

O nadador brasileiro compete desde a Paralimpíada de Pequim-2008 e tem uma coleção invejável: são 14 ouros, sete pratas e agora quatro bronzes. Em Mundiais, Daniel Dias tem 40 pódios, sendo 31 ouros, sete pratas e dois bronzes. Em Parapan-Americanos, são 33 medalhas de ouro em 33 provas.

Pouco antes da competição no Japão, Daniel Dias passou por um processo de reclassificação funcional e os seus adversários ficaram mais fortes - ele foi colocado em uma classe com menor deficiência do que antes. Apesar da dificuldade, ele já conseguiu a primeira medalha e vai em busca de mais.

O paulista Gabriel Bandeira e o mineiro Gabriel Geraldo Araújo, também conhecido como Gabrielzinho, conquistaram as duas primeiras medalhas para a natação brasileira na Paralimpíada de Tóquio (Japão). Bandeira levou o ouro com o tempo de 54s76, alcançando o novo recorde paralímpico na prova de 100 metros borboleta da classe S14 (deficientes intelectuais).  

Já a prata veio na prova dos 100m costas da classe S2 (deficiência físico-motora). Gabrielzinho fez o tempo de 2min2s47. As competições de natação serão disputadas no Centro Aquático de Tóquio.

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Nos 100m borboleta, atrás de Gabriel Bandeira, de 21 anos, ficou o britânico Reece Dunn, que levou medalha de prata, tendo obtido a marca de 55s12. Ele é o atual recordista mundial. Na sequência tivemos o australiano Benjamin Hance, com o tempo de 56s90.

Já na classe S14, à frente de Gabriel Geraldo Araújo, de 19 anos, ficou apenas o chileno Alberto Abarza, que se tornou campeão paralímpico após atingir 2min00s40. Já o bronze quem levou foi Vladimir Danilenko, do Comitê Olímpico Russo, com a marca de 2min02s74.

A Paralimpíada de Tóquio-2020 terá atletas representando um total de 162 países, um número maior do que no Rio de Janeiro, quando 159 nações estiveram presentes. O número não é o recorde dos Jogos, marca que ainda pertence aos Jogos de Londres em 2012, que contou atletas de 164 países.

Apesar da pandemia, cinco nações estarão presentes na Paralimpíada pela primeira vez: Butão, Granada, Maldivas, Paraguai e São Vicente & Granadinas. Butão e Maldivas tem dois competidores no atletismo cada; tanto Granada quanto Paraguai tem um representante no atletismo e outro nas piscinas, e São Vicente & Granadinas terá um nadador em Tóquio.

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"Ter 162 nações competindo em Tóquio me faz ter muito orgulho. Os últimos 18 meses foram muito desafiadores para todo mundo ligado ao movimento paralímpico. O maior crédito deve ser dado aos Comitê Nacionais pela preparação de seus atletas. Foi um desafio épico e exaustivo para todos os envolvidos, incluindo a equipe de gerenciamento do IPC, mas que apresentou excelentes resultados", afirmou Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês).

"É sempre especial ver um país fazer sua primeira aparição nos Jogos Paralímpicos e, com todos os desafios criados pela pandemia, ver esses Comitês como parte da Cerimônia de Abertura em 24 de agosto será um momento especial e emocionante para todos", completou Parsons, que é brasileiro.

Por diversos motivos, 21 países não estarão presentes em Tóquio. Comores, Djibuti, Seychelles e Sudão estão suspensos pelo Comitê Paralímpico Internacional. Andorra, Antigua & Barbuda, Liechtsenstein e San Marino não têm atletas.

Outros ficaram de fora por razões alheias ao esporte: Kiribati, Samoa, Tonga e Vanuatu não conseguiram por conta da viagem durante a pandemia. Os governos locais de Brunei, Coreia do Norte, Turcomenistão e Timor Leste optaram por não mandarem atletas. Macau e Suriname não vão por decisão da comissão de atletas. E, por questões políticas locais, Afeganistão, Myanmar e Trinidad & Tobago estão fora.

Depois do sucesso da Olimpíada de Tóquio, chegou a vez da Paralimpíada brilhar. Os Jogos especiais para atletas com deficiência começam nesta terça-feira (24). A cerimônia de abertura está marcada para as 8h da manhã (horário de Brasília), com expectativas altas para o Time Brasil e em meio à preocupações crescentes sobre a pandemia de Covid-19 no país-sede. No mesmo dia, começam as disputas esportivas do evento, que irá até o dia 5 de setembro. Lembrando que o fuso horário é de 12 horas. Haverá disputas na madrugada, no começo da manhã e no no início da noite no Brasil.

A cerimônia de abertura, assim como a da Olimpíada, deve ser reduzida, com as delegações tendo certo limite para o número de pessoas que irão desfilar. Os porta-bandeiras do Brasil serão Petrúcio Ferreira (atletismo) e Evelyn Oliveira (bocha), ambos medalhistas de ouro na Rio-2016. No mesmo dia, já começam algumas modalidades nas quais o Brasil tem expectativa de medalha, como a natação e o goalball, no período da noite do horário de Brasília.

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A maior parte das competições da Paralimpíada também deve acontecer de madrugada, com disputas de medalhas à noite e de manhã no horário do Brasil (período entre as 19h da noite até por volta do meio dia do dia seguinte). A transmissão será do SporTV e da Rede Globo. O Estadão vai informar seus leitores com as principais conquistas, resumos de cada dia e atualizando o quadro de medalhas.

DELEGAÇÃO - No total, o Brasil terá 260 atletas competindo nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, incluindo atletas sem deficiência como guias, calheiros, goleiros e timoneiro. Serão 164 homens e 96 mulheres, formando a maior delegação em uma disputa fora do País - na Rio-2016, 286 atletas brasileiros estiveram presentes. A delegação pode chagar a quase 500 pessoas em Tóquio.

Nos Jogos do Rio, o Brasil ficou em oitavo lugar no quadro de medalhas, com 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes. O Comitê Paralímpico Brasileiro espera que o time se mantenha entre os dez primeiros colocados - feito alcançado nas últimas três edições da Paralimpíada - e nutre certa expectativa pela chegada do centésimo ouro paralímpico, sendo que o Brasil já conquistou 87.

Serão atletas de 22 Estados Brasileiros e do Distrito Federal em disputas de 20 modalidades. O Brasil só não possui representantes no basquete em cadeira de rodas e no rúgbi em cadeira de rodas. A modalidade com o maior número de competidores será o atletismo, com 65 representantes e 19 atletas-guia.

Oportunidades de medalha não vão faltar. Um deles vem com Daniel Dias, da natação classe C5 (má-formação congênita), que já conquistou 14 ouros, sete pratas e três bronzes em Paralimpíadas; Beth Gomes, no atletismo classe F52 (cadeira de rodas), campeã e recordista mundial no lançamento de peso; e a seleção de futebol de 5 (cegos), que conquistou o ouro nas quatro vezes que o esporte esteve nos Jogos. Confira outros atletas que tem chance de medalhas.

A premiação por medalha para os atletas brasileiros já está definida: quem conquistar o ouro num esporte individual receberá R$ 160 mil. A prata pagará R$ 64 mil e o bronze, R$ 32 mil. Em modalidades coletivas, os valores serão pela metade: medalhistas de ouro receberão R$ 80 mil; de prata, R$ 32 mil; de bronze, R$ 16 mil.

Os Jogos de Tóquio também marcam a estreia de duas modalidades, o parabadminton e parataekwondo. Ambas começam na segunda metade das disputas.

CORONAVÍRUS - A preocupação com o coronavírus continua presente e talvez até mais forte do que na Olimpíada. Apenas neste domingo, 30 casos positivos ligados aos Jogos Paralímpicos foram confirmados, chegando a um total de 131. Dois membros da delegação brasileira estão entre os infectados, mas o CPB não revelou os nomes deles ou as funções.

Tóquio ainda está em estado de emergência por causa da Covid-19. No domingo, foram anunciados 4.392 novos casos, após quatro dias consecutivos com mais de 5 mil casos diários. O Comitê Organizador pensa em aumentar a frequência dos testes PCRs e impor mais restrições, como forma de evitar novas transmissões. Ainda assim, o governo de Tóquio pensa em permitir a presença de crianças das escolas da cidade nas arenas de disputa. O público adulto está vetado.

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