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Estudar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser cansativo e desgastante física, mental e emocionalmente para a grande parte dos estudantes. Esse fator piora quando a aprovação pode demorar mais tempo que o desejado para alguns alunos, seja pela concorrência do curso, número de vagas, a escola, condições financeiras, fatores emocionais, entre outras diversas variáveis envolvidas. Nesse processo, é possível que os estudantes que levam muitos anos em busca de uma vaga no ensino superior percam o estímulo para continuar tentando diante de tantas tentativas frustradas. Mas há solução. 

Até passar

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Danielle Priscilla de Oliveira é estudante de medicina por sentir, desde cedo, como os pacientes depositavam a esperança de sua melhora nos médicos e também pelo desejo de ter uma carreira com uma expectativa de retorno financeiro razoável. Nascida no interior de Pernambuco, a jovem levou cinco anos para ser aprovada e conta que parte do motivo foi o fato de estudar e morar em cidades diferentes por três anos. 

“O cursinho que fazia antes não tinha o tipo de estudo que batia com a minha aprendizagem. Depois me mudei, conheci outros profissionais e nos dois últimos anos tudo começou a fluir melhor”, contou Danielle. Fatores emocionais também tiveram algum peso com o passar do tempo mas, segundo ela, “quando você está junto de professores e amigos que te motivam e oferecem um método de ensino bom, fazem você acreditar que o momento certo vai chegar, tudo flui melhor”. 

Camila Twany tem 28 anos, levou quatro anos para ser aprovada no vestibular e se formou em medicina no ano de 2019. Ela também veio do interior de Pernambuco e conta que as defasagens de sua educação em relação ao ensino oferecido aos alunos do Recife foi um obstáculo. “Enquanto via o pessoal da capital dando um passo, eu precisava dar três ou quatro para tentar acompanhar”, disse a estudante. Apesar disso, o mais difícil para ela foi lidar com a ansiedade e com as expectativas da família a cada tentativa frustrada. 

Camila conta que os anos de 2009 e 2010 lhe trouxeram um grande crescimento em diversos aspectos, e que em 2011 algumas coisas mudaram tanto em sua rotina quanto em sua confiança. “Acreditei que a aprovação era possível. Criei um grupo de estudos e de motivação com outros dois amigos. Passei o estudo solitário para o estudo acompanhada. Isso me mantinha atualizando a matéria e me ajudava nos dias em que eu só queria poder dormir até um pouco mais tarde”, contou ela.

Foco e determinação

Carlos Massaiti Okubo é professor de física e coordenador do curso Poliedro, que prepara estudantes para vestibulares e Enem. De acordo ele, a desmotivação é um sentimento frequente entre alunos que estão há muito tempo em busca da aprovação e, como consequência, muitas vezes os alunos deixam de acreditar na própria capacidade.

Diante desse sentimento, o professor orienta os estudantes a não perderem as esperanças nem o foco. “O que eles devem fazer para combater isso é a superação. Todos têm o seu lugar ao sol, o que precisa é qualidade no estudo adequado. Não faltar às aulas, não achar que já sabe tudo de um assunto.  É como ver um filme duas vezes: têm muitas coisas de uma cena que não vemos de primeira, mas percebemos na segunda” afirmou Carlos.

Ele também destaca a importância de avaliar se o método de estudo utilizado está sendo efetivo para o estudante. “Alguns alunos estudam 10, 12 horas mas não aprendem porque o método de estudo não foi eficiente”, afirma Carlos Massaiti. Outra dica é avaliar os resultados obtidos ano a ano para, assim, perceber como foi a evolução do estudante e em quais áreas é possível melhorar mais. “No que melhorou, continua. No que não, procura a coordenação pedagógica da escola ou cursinho para entender o que ele está fazendo e buscar uma melhora”, disse o coordenador do Poliedro. 

O professor também também faz um alerta para que os alunos evitem se comparar a outros estudantes da mesma idade que foram aprovados mais cedo, lembrando que a realidade que cada um teve na escola, por exemplo, pode fazer diferença no tempo que cada um leva para conseguir alcançar a nota necessária para ser aprovado.  

Para a pedagoga e socióloga Érica Mota, o processo da aprovação começa no momento em que, ainda criança, o aluno entra na escola pela primeira vez e continua durante toda a sua trajetória. Ela explica que para entender o motivo da demora de um aluno para alcançar a aprovação, é preciso fazer uma análise histórica do processo educacional do aluno, “uma vez que o Exame Nacional do Ensino Médio cobra conteúdos, competências e habilidades que a escola não deu com maestria, especialmente a escola pública”. 

Foto: Freepik 

É comum que estudantes percam o estímulo durante as diversas tentativas, mas professores recomendam que o foco não seja perdido

Érica orienta os estudantes que se sentem desestimulados a, diante de mais uma tentativa frustrada, buscarem passar pelo primeiro momento de choque e, em seguida, entender que não é o fim da linha e se reorganizar. “Para recuperar esse projeto que não deu certo, você vai focar no treino e na dedicação. A partir disso, você vai dizer ‘eu me dediquei e estou pronto para passar’, traçar um método de estudo, trabalhar sua inteligência emocional. Se você vai entrar em algo que você sabe que é difícil, um funil estreito, você tem que entrar confiante”, disse ela. 

André Luiz é professor de biologia e, para ele, o fator psicológico é o mais determinante para estudantes que já estão tentando ingressar no ensino superior há vários anos. Na visão do educador, a aflição causada pelos anos de tentativas é o que leva à repetição de resultados negativos pois, segundo ele, “provoca um desequilíbrio que gera perda de foco e de rendimento”. 

Questionado sobre o que os estudantes devem fazer para reverter a situação, o professor André afirma que o aluno deve “ter certeza de está estudando certo e precisa de acompanhamento psicológico pois tudo passa pela confiança no que tá estudando e equilíbrio psíquico”. 

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Ser médico é uma profissão que além do conhecimento exige amor, visto que o profissional é responsável por cuidar da saúde humana, de forma em que previne, faz diagnósticos, trata e cura doenças.

Muitos apaixonados pela medicina sonham com o dia em que vão ingressar na graduação. No entanto, passar no vestibular não é uma tarefa fácil, já que o processo da área é um dos mais concorridos do Brasil. Na primeira edição de 2019 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) foi a instituição com a maior nota de corte no curso de medicina, alcançando 901,50, seguida da Universidade de São Paulo (USP) com 858,44. Já a Universidade Federal do Acre (UFAC) atingiu 857,68, alcançando o terceiro lugar das mais concorridas na área. Completando o ranking das cinco notas mais altas, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) obteve 853,09 e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) 828,36.

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Para conseguir alcançar o sonho que nutriu dentro de si desde a infância, Marília Lima, que atualmente é médica residente em ginecologia e obstetrícia, dedicou horas de estudos em casa e em curso preparatório que incluíam até fins de semana. “De segunda a sexta eu estudava das 8h até por volta das 22h. Já nos finais de semana, eu reduzia o horário até às 18h”, explica.

Mesmo diante de uma rotina organizada e regrada, Marília, antes de ser aprovada pela Universidade de Pernambuco (UPE) em 2011, tentou o vestibular por três anos, sem obter sucesso. “Em vários momentos pensei desistir. Quando não passava, chorava bastante, mas depois tomava banho e voltava a estudar.”, declara sobre as frustrações que sofreu durante o período de tentativas.

Foto: Cortesia/Marília Lima

Ainda sobre a persistência, a médica ressalta que não se pode desistir do que se ama, visto que o tempo utilizado nas tentativas é pequeno se comparado a uma vida de ofício. “Esse tempo serviu de amadurecimento, porque na medicina, por exemplo, há casos de pacientes  em que o médico não consegue o tratamento necessário. Diante disto, ele vai desistir do paciente? Não, ele tem que fazer o melhor para ele”, fala.

Exemplo dentro de casa

Nascidas na cidade de Venturosa, município localizado no Agreste de Pernambuco, as irmãs Mylena Cavalcante, 27, e Myrla Cavalcante, 25, após concluirem o ensino médio, optaram por deixar a vida no interior do estado pelo sonho de cursar medicina em Recife. 

Myrla, estudante do terceiro período da graduação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),  acredita que o desejo de cursar medicina tenha surgido devido a influência da irmã, que desde o quarto ano do ensino fundamental, antiga terceira série, resolveu ser médica. “Quando eu estava no ensino médio, minha irmã já estava no Recife prestando vestibular para medicina. No entanto, eu só vim realmente optar pela área no terceiro ano.”, diz.

Em 2012, Myrla resolveu seguir os passos da irmã e se mudou para a capital do estado para que juntas estudassem para o vestibular, no qual após um ano de curso preparatório, Mylena conseguiu passar. Myrla, por sua vez, utilizou a irmã como exemplo e depois de cinco anos estudo foi aprovada no processo seletivo da UFPE.   “Foi uma das melhores sensações que eu posso mensurar que ultimamente senti. Foi algo incrível! É o sentimento que desejo a quem de fato quer muito algo”, fala a estudante.

 

Tendo passado por todo o processo de estudo que envolve pré-vestibular e graduação, Mylena, em 2018, se formou em medicina e atualmente exerce a função de médica em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), através do Programa Mais Médicos. “É muito gratificante ver que eu posso modificar a vida de alguém que passou por um sofrimento causado por uma doença, mesmo que seja só ouvindo a pessoa. É muito bom saber que a gente tem uma profissão que tem um enfoque social tão importante.”

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Félix (Mateus Solano), o grande vilão de Amor à Vida, vai realizar seu maior sonho nos próximos capítulos da trama. Pilar (Susana Vieira) ganha a disputa judicial contra César (Antonio Fagundes) nos tribunais e fica com 40% das ações do hospital San Magno. Então tem início uma votação do conselho para que um novo presidente seja escolhido.

Certo da vitória no divórcio litigioso de sua 'mamy poderosa' , Félix começa a fazer as contas para calcular suas chances de assumir a presidência do hospital. Usando de chantagem, o vilão consegue o cargo tão almejado e fica feliz da vida de voltar à insituição por cima, após ter saído de lá expulso.

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