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O governador do Estado do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), permanece internado para tratar uma gastroenterite no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, na zona sul. A infecção é considerada comum em pacientes que se submetem a quimioterapia, de acordo com informações do corpo médico divulgadas nesta segunda-feira, 16, pelo governo estadual. Pezão está licenciado do cargo desde 28 de março para fazer tratamento contra um câncer no sistema linfático.

O quadro clínico do governador é estável, informa o boletim. Pezão foi internado no fim da tarde de sábado, 14, quando apresentava febre. Ele vem sendo tratado com antibiótico, está no quarto e não tem previsão de alta. No comunicado do governo estadual, o oncologista Daniel Tabak, que assiste o governador, afirma que a alteração é comum em pacientes que fazem tratamento quimioterápico.

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"É um tipo de alteração muito comum nessa fase de pós-quimioterapia. O tratamento é muito tóxico, as defesas caem e deixam pacientes vulneráveis a infecções intestinais, pulmonares e cutâneas. O caso dele é menos grave que os demais. Ele vai ficar no hospital até que se recupere por completo dessa infecção", disse o médico.

Pezão esteve internado pela última vez entre 28 de abril e 3 de maio para tratar de uma infecção cutânea no acesso do cateter em que recebe a quimioterapia. Ele foi diagnosticado em março com um linfoma não-Hodgkin, câncer que afeta o sistema de defesa do organismo. No último dia 10, ele estendeu o período de licença médica até 30 de julho. Neste período, a administração do Estado será conduzida pelo vice-governador Francisco Dornelles (PP).

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, cedeu à pressão do PMDB e decidiu na noite de segunda-feira, 9, ampliar seu período de licença médica até 30 de julho. Na semana passada, o presidente da Assembleia Legislativa e do PMDB no Rio, Jorge Picciani, manifestou-se publicamente pelo afastamento de Pezão por mais tempo e cobrou mais liberdade de ação para o vice-governador Francisco Dornelles (PP).

"Estamos com dois governadores e sem nenhum governador. Quem tem dois não tem nenhum", afirmou Picciani. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), também defendeu que Pezão desse autonomia a Dornelles na administração do Estado.

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A decisão de Pezão foi comunicada na noite de segunda a Picciani, depois de uma conversa com o vice. Em nota divulgada à imprensa, Pezão afirma que fez uma reflexão sobre as declarações de Picciani e reconhece que Dornelles necessita de mais liberdade à frente do governo.

"Tomei conhecimento da sua manifestação pública relacionada ao exercício do cargo de governador do nosso Estado do Rio de Janeiro, a qual, tenho certeza, foi motivada pela mais absoluta preocupação com o interesse público. Ela me proporcionou a possibilidade de consultar os meus médicos e familiares e fazer uma reflexão mais profunda sobre essa questão, levando em consideração os meus esforços para o restabelecimento da minha saúde e o melhor interesse da população", afirmou Pezão em nota.

No texto enviado à Picciani, o governador afirma que Dornelles é "pessoa do mais alto gabarito e merecedor da minha total confiança, necessita de maior liberdade para exercer a tarefa de governar o Rio de Janeiro em um momento de grave crise no Brasil e no nosso Estado".

Pezão está em licença médica desde 28 de março para tratamento contra um câncer no sistema linfático. O governador já passou por dois ciclos de quimioterapia e ainda se submeterá a uma terceira etapa do tratamento.

O governador licenciado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), lamentou "profundamente" a decisão da Câmara de aprovar a admissibilidade do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Ele classificou de "atraso à democracia" o prosseguimento do processo.

Pezão está afastado do cargo para tratar de um linfoma. "Não cabe a mim contestar o resultado da votação na Câmara, mas posso dizer que lamento profundamente a decisão, que representa um atraso à democracia do nosso País. Sempre me posicionei publicamente contrário ao impeachment da presidenta Dilma, que considero uma pessoa digna e honrada. Não acredito que seja esse o mecanismo mais adequado para ajudar o Brasil a vencer a crise e avançar como uma nação melhor. A presidenta Dilma foi eleita pelo voto democrático e isso deve ser respeitado", diz a íntegra da nota.

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Já o governador em exercício, Francisco Dornelles (PP), disse esperar que o País encontre "clima de união" para enfrentar a crise. "A admissibilidade do processo de impeachment foi realizada dentro dos parâmetros previstos pela Constituição e sua aprovação pela Câmara tem de ser, agora, ratificada pelo Senado. Acredito que o Brasil atravessará uma fase difícil venha o Senado confirmar ou não a decisão da Câmara. O importante é que o País encontre um clima de união para vencer os graves problemas que vive", disse.

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que teve alta na quinta-feira, 31 de março, depois de 19 dias de internação, voltou ao Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, zona sul, na tarde desta terça-feira, 5. Pezão está em tratamento contra um câncer no sistema linfático e descansava desde sexta-feira, 1º de abril, em sua cidade natal, Piraí, no interior do Estado, mas teve que voltar ao Rio. Ainda não há informações se o governador ficará no hospital ou se será atendido e liberado.

Segundo o jornal O Dia, o governador teve uma inflamação na altura da clavícula, onde foi colocado um cateter para facilitar a aplicação das drogas quimioterápicas. O governador foi submetido a três dias de quimioterapia, entre 25 e 27 e março. O tratamento complementar foi feito com corticoides, via oral, nos dias 28 e 29. Por causa da alta na taxa de glicose, Pezão ficou mais dois dias internato além do esperado. O governador tirou licença de 30 dias do governo do Estado. Em seu lugar, está o vice, Francisco Dornelles.

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O governador do Estado do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), 60 anos, começará nesta sexta-feira, 25, a quimioterapia para tratar o linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer ósseo diagnosticado nesta quinta-feira, 24, pela equipe do hospital Pró-Cardíaco, onde está internado desde o dia 12. O governador anunciou que pretende tirar uma licença de cerca de 30 dias para se dedicar ao início do tratamento. No período da licença, assumirá o vice-governador, Francisco Dornelles (PP), de 81 anos.

O médico Daniel Tabak, oncologista que atenderá o governador, afirmou que o tratamento deverá levar aproximadamente seis meses. Serão de seis a oito ciclos de 21 dias cada: três dias consecutivos de quimioterapia e 18 dias de descanso. Segundo Tabak, o câncer detectado é do tipo agressivo, mas com grandes chances de cura do paciente.

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"Foram momentos muito difíceis, mas graças a Deus os médicos descobriram (o tipo de doença). Vou encarar com muita determinação e firmeza. Deus dá para a gente o fardo que a gente pode carregar. Espero sair mais forte", declarou o governador durante entrevista coletiva, ao lado da mulher, Maria Lúcia, de Tabak e de seu médico particular, o cardiologista Cláudio Domenico.

Segundo Tabak, o linfoma se manifestou principalmente na oitava e nona vértebras torácicas, que apresentaram um tipo de "erosão". Foi a biópsia do pedaço de osso de uma dessas vértebras que apontou a existência do câncer, classificado como linfoma não-Hodgkin anaplásico de grandes células tipo T-Alk positivo. Tabak informou que 70% dos pacientes com esse tipo de câncer submetidos a tratamento ficam curados. "Mas os números podem ser até melhores", afirmou o oncologista.

Nesta quinta-feira Pezão será submetido a uma cirurgia simples, com anestesia local, para a instalação de um catéter que facilitará a chegada dos medicamentos a veias profundas. O cateter será instalado sob a pele da clavícula.

O cardiologista Cláudio Domênico, médico do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), internado há nove dias no hospital Pró-Cardíaco, espera para quarta-feira, 23, o resultado da biópsia que apontará a causa da lesão na coluna constatada por exames neste sábado, 19. Domênico afirmou que, com o diagnóstico, será decidido o tipo de tratamento a que Pezão, de 60 anos, será submetido. Também será definido se Pezão terá de pedir uma licença para cuidar da saúde ou se poderá continuar trabalhando.

O governador tem despachado no hospital com secretários como Leonardo Espíndola, da Casa Civil, e Júlio Bueno, da Fazenda. Em caso de licença, assumiria o vice-governador, Francisco Dornelles, de 81 anos. Pouco antes da internação de Pezão, Dornelles também foi hospitalizado para realização de exames de rotina e já está de volta ao trabalho. "O governador está trabalhando como se estivesse no palácio", disse Dornelles na tarde desta segunda-feira, 21. Dornelles esteve com Pezão no domingo, 20, durante uma hora.

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Domênico tem trabalhado com uma equipe de especialistas, já que há várias possíveis causas para a lesão na oitava vértebra descoberta no fim de semana. Entre as hipóteses estão infecção por bactéria ou fungo, tuberculose óssea, algum tipo de tumor, doença hematológica ou na medula. Depois de receber medicação intravenosa durante vários dias, o governador passou a tomar remédios por via oral. Na manhã desta segunda-feira, Pezão comemorou o fato de não ter febre há dois dias. O governador tem tido dores na coluna, mas as articulações não estão comprometidas e não há quadro de anemia, segundo o médico.

"Qualquer coisa antes do resultado (da biópsia) será especulação", afirmou Domênico. Questionado sobre uma possível licença de Pezão para tratamento, o cardiologista afirmou que, sem o diagnóstico, não há como antecipar qualquer decisão. "Há pessoas que fazem tratamentos prolongados, que convivem com vários tipos de doenças, e trabalham normalmente", afirmou o médico.

O presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani (PMDB), disse que a administração estadual segue normalmente. O deputado tem conversado com frequência com Pezão por telefone e despachado com o governador por Whatsapp. Segundo Picciani, o governador pediu prioridade no encaminhamento de dois projetos. O primeiro é a lei que autoriza o governo estadual a contratar um empréstimo no BNDES no valor de R$ 900 milhões. O recurso é necessário ao término das obras da linha 4 do metrô. De acordo com Picciani, o governo deve dar entrada no projeto de lei ainda nesta segunda e entrará em discussão na próxima semana. A outra prioridade é a aprovação do projeto de lei que cria a Agência Metropolitana de Saneamento, uma exigência do Banco Mundial para a liberação de recursos e pré-requisito para a concessão dos serviços por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs).

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), está internado desde a tarde de sábado, 12, no hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo (zona sul do Rio) em função de um quadro infeccioso. Ele buscou atendimento porque estava com febre alta, e os exames diagnosticaram sinusite.

Segundo nota divulgada pelo governo do Estado, Pezão ainda tem febre e passará por nova bateria de exames. O governador está no quarto e seu quadro clínico é estável, segundo a assessoria. Ainda não há previsão de alta.

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No domingo, 13, durante o protesto realizado em Copacabana (zona sul), líderes do grupo Revoltados Online anunciaram que Pezão havia buscado atendimento em um hospital particular e não em uma unidade pública de saúde, e o público vaiou o governador.

A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) reagiram, na manhã deste sábado (30), à nota do governo do Estado que contestou, na noite desta sexta-feira (29), decisão do juiz da 9ª Vara de Fazenda Pública da Capital, Bruno Vinícius das Rós Bodart, de arrestar R$ 265,6 milhões de contas do Estado para pagamento de servidores do Judiciário. O governo disse que o juiz "possui interesse direto no desfecho da causa, ao ser beneficiário financeiro dos efeitos de sua decisão" e acusou o Judiciário de retirar indevidamente recursos de fundos estaduais, como do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e de Recursos Hídricos.

Em nota divulgada neste sábado, a Amaerj atacou o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). "Ao usar de violência, inaceitável, contra toda a magistratura fluminense, o sr. governador do Estado quer desviar o foco do principal: o fato de ter faltado com a verdade, data venia, ao informar à imprensa que não possuía recursos em conta para o repasse do duodécimo constitucional, quando os tinha. Verba essa que não lhe pertence e sim, ao Poder Judiciário", diz a Amaerj.

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A associação considerou "arbitrária a postura do governo do Estado do Rio de Janeiro, que quer sacrificar o direito do servidor público à justa e tempestiva remuneração, em prol da utilização do dinheiro público para subsidiar empresas privadas, em operações, no mínimo, controversas, quiçá divorciadas do legítimo interesse público". A nota foi assinada pelo presidente da Amaerj, Rossidélio Lopes da Fonte.

A AMB também manifestou "veemente repúdio" à nota do governo do Rio, "por consistir em ataque pessoal e inadmissível a juiz de Direito no exercício de suas funções". "Pretende o governador, de maneira intolerável, acobertar a falta de argumentos jurídicos e políticos que justifiquem a sua falsa declaração à imprensa no sentido de que não havia dinheiro em caixa para efetuar o repasse dos duodécimos, como imposto pelo artigo 168 da Constituição", diz a nota assinada pelo presidente da AMB, João Ricardo Costa.

O governo do Estado sustentou que decisões de interesse da magistratura local devem ser tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e não pelo Judiciário estadual. A Procuradoria Geral do Estado vai recorrer contra a decisão do juiz da 9ª Vara de Fazenda. "A decisão causa perplexidade aos mais básicos princípios democráticos de harmonia entre os Poderes, representando um ato de arbitrariedade contra os cidadãos fluminenses", disse a nota do governo do Estado.

Desde dezembro passado, quando o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) recorreu ao Supremo para garantir o pagamento dos servidores no último dia útil do mês trabalhado, o Judiciário e o Executivo do Rio estão em guerra, não apenas judicial, mas política. Na noite de sexta-feira, o TJRJ divulgou nota em que considera a retenção de recursos do Judiciário pelo governo uma "afronta à autonomia dos Poderes".

Pezão diz que o Estado, em grave crise econômica por causa da queda dos royalties do petróleo, não tem recursos para pagar servidores ativos, aposentados e pensionistas antes do sétimo dia último do mês seguinte ao trabalhado.

A crise financeira do Estado do Rio, que paralisou emergências hospitalares nas últimas semanas, atinge mais setores da administração do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Na educação, que acumula R$ 285 milhões em dívidas, os professores ameaçam não iniciar o ano letivo se salários e 13º não estiverem em dia. Na saúde, além dos hospitais, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estão afetadas. Na segurança pública, a comida dos presos perdeu qualidade e o Programa Disque Denúncia corre o riscos de parar.

"Sem o pagamento de salários, o ano não começa", alertou Marta Moraes, coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino. Segundo ela, as escolas da rede estadual tiveram um fim de ano "caótico". "Faltou de material pedagógico à comida. Com limpeza irregular, as escolas ficaram sujas. Terminamos o ano em total caos", afirmou.

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A merenda começou a faltar no fim de novembro. Saíram do cardápio arroz, feijão, proteína e salada. A refeição das crianças foi biscoito, bolo e refresco, itens mais baratos. Com o atraso salarial de empregados terceirizados, a limpeza ficou restrita a três dias na semana. Os professores se queixam ainda do parcelamento do 13º e da mudança no cronograma de pagamento dos salários, que pode ser depositado até o sétimo dia útil. "Na prática, vamos receber no dia 10, 12, quando as contas vencem no dia 2. Quem vai arcar com os juros?", perguntou a sindicalista.

A Secretaria de Educação informou que, por causa da "baixa arrecadação do Estado" teve que "trabalhar com recursos mais limitados, o que gerou a necessidade de realizar um replanejamento financeiro, com o objetivo de garantir os serviços educacionais".

A comida gera queixas dos agentes Departamento Geral de Ações Sócio-Educativas (Degase), responsável por adolescentes infratores. Na Escola João Luiz Alves, zona norte, agentes improvisam talheres com a tampa de quentinhas fornecidas para a alimentação dos servidores.

A refeição não é mais feita na cozinha da unidade por causa do atraso no pagamento de fornecedores (a dívida total chega a R$ 11,6 milhões com duas empresas de alimentação). "Todos estão recebendo comida fria, muitas vezes com odor já desagradável. Ninguém sabe quando foi feita. Não tem variedade. Quase todo dia é carne moída", disse o presidente do sindicato da categoria, João Luiz Rodrigues.

De acordo com levantamento dos débitos do Estado, feito pelo deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) no Sistema de Informações Gerenciais da Secretaria de Estado de Fazenda, o governo deve R$ 11,6 milhões aos fornecedoras de alimentação ao Degase. Comida inadequada é "sempre foco de tensão", afirma Rodrigues. "O risco de rebelião aumenta. O verão é o período mais tenso por causa do calor e da superlotação, que nessa época do ano chega ao triplo do ideal." O Degase informou que foram liberados cerca de R$ 10 milhões para a alimentação dos internos.

O problema já afeta a alimentação dos presos adultos. O Estado não pagou R$ 88,7 milhões para os fornecedores de refeições em presídios. Assim, o cardápio do ex-banqueiro André Esteves, que esteve preso em Bangu 8 este mês, variou pouco. Ele os demais presos comiam ou salsicha ou moela.

No caso das UPAs, que atuam em casos de complexidade intermediária, os problemas são diários. Na que funciona no bairro Colubandê, em São Gonçalo (cidade na região metropolitana), os vigilantes estão em greve desde domingo por falta de salário. A Polícia Militar deslocou uma patrulha para ficar 24 horas no local. Mais quatro UPAs na região metropolitana (Bangu, Santa Cruz, Itaboraí e Duque de Caxias) estão com restrições no atendimento pediátrico.

Só procedimentos de baixa complexidade têm sido realizados na UPA. Com hérnia umbilical, a professora Dulceléa Martins, de 49 anos, penou para ser atendida. Ela esteve no Hospital Alberto Torres (São Gonçalo), onde foi orientada a ir à UPA. Mas os médicos a devolveram ao hospital, com a alegação de que hérnia é problema complexo. "Só quero ser atendida, mas cada um empurra a responsabilidade para o outro", criticou. A Secretaria Estadual de Saúde informou que o hospital e as UPAs funcionam normalmente.

Na Secretaria de Segurança, onde a dívida do governo com fornecedores já chega a R$ 231 milhões, a crise afeta programas como o Disque-Denúncia. Segundo o coordenador Zeca Borges, o governo deixou de repassar R$ 1,2 milhão ao projeto este ano. O atendimento ao cidadão, realizado 24 horas, deixará de funcionar na madrugada, aos domingos e feriados, possivelmente a partir de janeiro. "Já estava negociando contratos e agora vamos simplesmente deixar de fazê-lo. Assim como o monitoramento do programa Minha Casa, Minha Vida, um caso grave em termos de criminalidade. Também vamos abandonar."

Na área da assistência social, há R$ 24.8 milhões de dívidas em projetos de alimentação saudável e R$ 10,7 milhões em programas de proteção a crianças e adolescentes. Por nota, a Secretaria de Assistência Social respondeu que trabalha com a Fazenda "para realizar o pagamento o mais breve possível" e que nenhum serviços foi interrompido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou nesta segunda-feira, 28, que os governadores querem que a cobrança aos planos de saúde por usuários que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) seja feita pelos Estados e municípios. O pedido foi feito em reunião no período da tarde com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.

Atualmente, a cobrança é feita pelo governo federal. Gastos de pacientes que são clientes de planos de saúde, mas são atendidos no SUS, são passíveis de ressarcimento com pagamento dos planos ao governo. "Com essa crise, as pessoas estão com dificuldade de pagar seus planos de saúde e cada vez mais se socorrem na rede pública. Isso está sobrecarregando muito", disse.

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De acordo o governador, entre 30% e 35% dos pacientes atendidos pelo SUS no Rio de Janeiro são clientes de planos de saúde. "Nós podermos fazer essa cobrança dos planos de saúde, que hoje é feita pelo governo federal, mas não é feita fortemente, é uma nova fonte de receitas", afirmou.

Ele reclamou que a tabela do SUS está defasada e ressaltou que Barbosa não se comprometeu da reajustar os valores. "Ele vai ver primeiro a questão dos planos de saúde serem cobrados pelos governos estaduais e municipais."

Dívida

Na reunião no Ministério da Fazenda, Pezão disse ainda que os governadores tiveram a garantia de que o governo vai regulamentar nos primeiros 15 dias de janeiro a mudança dos indexadores das dívidas dos Estados e municípios.

Apesar de não trazer detalhes sobre a regulamentação, ele disse que vai aliviar as contas dos entes federativos. "Isso abre capacidade de endividamento dos Estados. É uma decisão que ajuda muito", afirmou.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), cobrou nesta segunda-feira (28) que o governo federal publique os novos indexadores que serão utilizados no cálculo da dívida dos Estados e dos municípios como medida para aliviar a crise enfrentada por todas as unidades da Federação. Ele também cobra uma revisão dos valores repassados pela União para a área de saúde.

Doze governadores reúnem-se na tarde desta segunda em Brasília para discutir pontos de consenso e elaborar uma lista de reivindicações para apresentar ao Palácio do Planalto. Até o final da manhã, apenas pouco mais metade dos confirmados havia chegado - os governadores do Maranhão, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Tocantins, além de Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), anfitrião do encontro.

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De acordo com a assessoria de imprensa do Governo do Distrito Federal, todos os governadores foram convidados.

A revisão dos indexadores da dívida dos Estados já foi aprovada pelo Congresso no início do ano, mas ainda é preciso que os novos parâmetros sejam publicados no Diário Oficial para que entrem em vigor em fevereiro do próximo ano.

"Estava para ser publicado ainda neste ano os novos indexadores da dívida, que já era uma lei aprovada no Congresso Nacional e que onera muito o comprometimento de todos os Estados que têm suas dívidas reajustadas por IGP-DI + 9% e tem Estados que é IGP-DI + 11%. Isso ajuda os Estados a passarem por este momento difícil, se realmente for regulamentado agora", afirmou Pezão, segundo quem o novo índice a ser utilizado é a Selic ou o IPCA. "Isso tudo são fórmulas, discussões que a gente teve ao longo de 2015, que a gente precisa ver materializadas em 2016", disse o peemedebista antes da reunião.

Pezão disse entender que o governo da presidente Dilma Rousseff também enfrenta problemas financeiros, mas afirmou que é preciso que se tome alguma medida. "A gente sabe dos problemas que ela tem também. Mas, se saírem os novos indexadores da dívida dos Estados, já abre capacidade para os Estados ao menos financiarem suas dívidas. É uma discussão que o País vai ter que fazer", afirmou.

Enfrentando uma grave crise na área da saúde, o governador do Rio de Janeiro cobrou também a revisão da tabela do SUS. "Temos uma tabela do SUS muito defasada. É cruel com os Estados e prefeituras porque, numa crise econômica, é a hora que Estados e municípios mais precisam de recursos porque as pessoas deixam de ter a possibilidade de pagar seus planos de saúde e vêm para a rede pública", afirmou Pezão.

O governador do PMDB diz que seu Estado foi o recordista em perda de receitas em 2015. Ele estima que fechará o ano com queda de R$ 13 bilhões neste ano. Um dos fatores preponderantes para isso foi a queda do preço do barril do petróleo.

Pezão disse que, antes mesmo de assumir o ministério da Fazenda, Nelson Barbosa mandou técnicos do Tesouro Nacional ao Rio de Janeiro para analisar as contas do governo. É possível que Barbosa apareça na reunião para ouvir as reivindicações e levá-las à presidente Dilma nesta tarde. "O que o Estado está enfrentando não é trivial na questão dos preços das commodities. Não é só o Estado do Rio, mas um Estado que tem sua economia com uma dependência forte do petróleo, a gente sofre mais", afirmou.

Depois do empréstimo de verbas da União e da prefeitura da capital, o governo do Estado do Rio conseguiu ontem amenizar o caos na rede de saúde. Com o dinheiro extra, hospitais em situação crítica, como o Alberto Schweitzer e o Getúlio Vargas, conseguiram melhorar o atendimento. Mas doentes menos graves ainda são orientados a procurar outras instituições.

A Secretaria de Saúde informou que os centros médicos "estão funcionando normalmente", mas que os "pacientes de baixa complexidade" foram orientados a procurar Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou de atenção básica. "Todos os pacientes serão atendidos considerando sua classificação de risco, dos mais graves para os menos graves", diz o texto.

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A melhoria nos hospitais aconteceu depois de o governo Luiz Fernando Pezão (PMDB) ter recebido, emergencialmente, R$ 25 milhões dos R$ 100 milhões que deverão ser emprestados pela prefeitura e R$ 45 milhões dos R$ 135 milhões prometidos pelo Ministério da Saúde. Também está previsto o aporte de R$ 152 milhões de receitas de ICMS. A estimativa do governo é de que R$ 15 milhões do imposto estejam disponíveis dia 30 e outros R$ 75 milhões, no dia 10.

Os empréstimos foram a solução momentânea para uma crise que deixou profissionais da saúde sem receber, esvaziou estoques de medicamentos e insumos, cercou emergências importantes das zonas norte e oeste com tapumes e provocou revolta na população. Um exemplo do descaso aconteceu na terça: Cíntia de Souza deu à luz na calçada do Hospital Estadual da Mãe, na Baixada Fluminense.

Ontem, o Albert Schweitzer, em Realengo, zona oeste, que teve a emergência fechada, voltou a atender pacientes e funcionava sem filas. A unidade recebeu R$ 20 milhões da Prefeitura do Rio para o pagamento de funcionários e compra de insumos.

O secretário municipal de Governo, Pedro Paulo Carvalho, disse que a precariedade dos hospitais estaduais provocou nos últimos dias sobrecarga na rede de saúde do município. "No Hospital Municipal Lourenço Jorge (Barra da Tijuca, zona oeste), a procura aumentou cerca de 85%, por causa da paralisação de duas emergências estaduais na zona oeste. No Hospital Municipal Miguel Couto (Gávea, zona sul), tínhamos uma média de 5 mil atendimentos por dia. Com a crise, chegamos a 8 mil, cerca de 40% a mais", disse.

Já o governo do Estado do Rio informou que já foi intimado e recorrerá da liminar que determinou o repasse em 24 horas do mínimo obrigatório de 12% de sua receita líquida do ano para a Saúde. O montante é estimado em R$ 636,1 milhões. Há outras três decisões cobrando repasse de recursos ao Judiciário e pagamento dos salários na OS que administra o Hospital Albert Schweitzer. O governo divulgou que ainda não foi notificado e alega não ter recursos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, determinou que o governo do Rio pague ao Tribunal de Justiça do Estado o duodécimo referente ao mês de dezembro. O repasse mensal do recurso é previsto em lei e serve para o custeio da Corte.

O pagamento deveria ter sido feito até o último dia 20. A decisão de Lewandowski tem caráter liminar (imediato) e estabelece que o governador Luiz Fernando Pezão preste informações sobre o ocorrido num prazo de 10 dias. O pedido foi feito pelo próprio Tribunal ao STF.

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"Ao que tudo indica, há plausibilidade nas alegações do impetrante quanto a uma omissão do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro de modo a comprometer a autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário daquele Estado-membro", argumentou o ministro.

O TJ entrou com um mandado de segurança no Supremo nesta terça. O pedido destaca que a lei impõe claramente o repasse até o dia 20 de cada mês. "É sempre essencial lembrar que em tal obrigação estão incluídos os créditos orçamentários suplementares ou especiais", defende.

Em crise fiscal, o governo do Estado ficou sem dinheiro para pagar o décimo terceiro de funcionários públicos e para manter o pleno atendimento nas unidades de saúde. Segundo a Secretaria de Fazenda, o Estado arrecadou R$ 12 bilhões a menos do que o projetado por causa da crise econômica e da indústria petroleira, principal fonte de renda da região.

A disputa entre o Palácio do Planalto e o vice-presidente, Michel Temer, pela indicação do líder do PMDB na Câmara passou a envolver a busca por governadores que possam influenciar integrantes da bancada. O pano de fundo dessa disputa é o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff na Câmara.

Do lado do Palácio do Planalto, estão escalados o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), para ajudar na restituição do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) ao comando do PMDB da Câmara. Pezão jantou com Dilma anteontem no Palácio do Planalto. O jantar também contou com a presença do ministro Ricardo Berzoini (Secretaria Geral) e do ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

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Os governadores do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori (PMDB), e do Espírito Santo, Paulo Hartung(PMDB), tiveram recentes encontros com Temer. Com eles, o vice tem tratado do apoio ao novo líder, Leonardo Quintão (MG). Temer nega que tenha tratado da questão do comando do PMDB da Câmara.

Além de Sartori e Hartung, o governador de Rondônia, Confúcio Moura, também entrou no jogo. Ele teria pedido ao deputado Lindomar Garçon (PMDB-RO) para manter Quintão. Garçon nega ter qualquer influência do governador em sua decisão e diz que apenas apoiou a mudança na liderança em razão de o prazo previsto para a permanência de Picciani expirar no início do próximo ano.

Ameaçado de perder o cargo, com a possibilidade do surgimento de uma nova lista para indicação da liderança, Quintão diz que seu grupo, que conta com o apoio de Michel Temer, também vai reagir na mesma moeda. "O Rio de Janeiro está querendo tomar o PMDB. O governador não poderia agir dessa maneira. Estamos acionando os governadores para fazer uma contraofensiva. É porrada aqui e porrada lá. Essa briga nacionalizou", afirmou o novo líder. "Vamos analisar o quadro. O governador do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori, está mais próximo da gente e tem condições de trazer um. No Espírito Santo temos lá um segundo suplente. Vamos trabalhar nisso." Quintão afirma que a lista dos 35 deputados que o conduziram à liderança deve chegar a 38 nos próximos dias.

O receio do Palácio do Planalto com a indicação de Quintão ocorre porque o mineiro chegou ao comando da bancada com o apoio do grupo de deputados que defende o impeachment de Dilma. Picciani, contemplado na última reforma ministerial com a indicação dos ministros da Saúde e Ciência e Tecnologia, atuava numa linha próxima ao governo e contra o afastamento da petista.

Conforme apurou o Estado, a articulação para recolocar Picciani no comando da bancada iniciou-se na quarta-feira, mesmo dia em que foi deposto, com o apoio de 35 dos 66 deputados da bancada. Pouco depois de dar declarações à imprensa, condenando a manobra dos peemedebistas pró-impeachment, Picciani, a caminho do gabinete, recebeu uma série de ligações do prefeito Eduardo Paes em busca de informações.

Na linha de ação traçada pelo PMDB fluminense, o secretário de Esporte e Juventude, Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, foi exonerado por Pezão do cargo. Com a iniciativa, Marco Antônio retomou o mandato de deputado federal para reforçar o grupo de Picciani.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), criticou o colega de partido e presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e disse que "fica difícil" mantê-lo no cargo. Cunha tem lançado mão de manobras para evitar o andamento dos trabalhos do Conselho de Ética que analisa um processo disciplinar contra ele.

"Ele fica colocando os interesses dele acima dos interesses do País. Um chefe de poder, e é um poder tão importante... estamos precisando discutir uma pauta de governabilidade, que não seja pautas bomba e nós estamos discutindo essas questões... Isso não soma", disse Pezão. Questionado se o presidente da Câmara tem condições de se manter no cargo, o governador disse que "fica ruim". "Acho um desserviço ao País não estarmos com uma pauta proativa."

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Ele minimizou o fato de a bancada peemedebista estar rachada na Câmara sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff e disse ver maioria do partido a favor da "governabilidade".

"Quando que o PMDB não foi rachado? O PMDB está sempre rachado. Às vezes em três, quatro frentes (...) Acho que tem muito mais gente favorável à governabilidade do que ao impeachment. Não estou dentro do parlamento, mas vejo de conversa entre os governadores e prefeitos, muita gente apostando na governabilidade."

Pezão foi um dos críticos à destituição do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) da liderança do partido na Câmara. A medida contou com apoio de Cunha e aval do vice-presidente Michel Temer. Picciani é visto como aliado da presidente Dilma Rousseff e contrário ao processo de impeachment.

"Acho muito ruim ter uma medida dessa contra um líder que se dedicou à governabilidade, à chapa da Dilma e do Michel, uma pessoa que esteve nos momentos mais difíceis ao lado do governo", disse Pezão. Ele classificou a operação como uma "medida de força, desnecessária" dentro do partido.

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ameaçou propor o aumento de impostos para lidar com a crise financeira do Estado, caso as empresas não honrem o pagamento de tributos. Com a receita em queda, o Estado adiou pagamentos a fornecedores para pagar pessoal. Pezão não deu garantias de que os pagamentos de terceirizados com vencimento hoje serão depositados.

"A gente está colocando em dia (os pagamentos). Tenho quase certeza que a gente vai pagar o que nos comprometemos, mas é um momento muito difícil da economia", disse. "Não sei (se os pagamentos serão feitos). O banco está abrindo agora", afirmou Pezão logo após participar de um seminário sobre concessões e parcerias público-privadas na Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (AEERJ).

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Pezão reclamou que, apesar dos esforços do governo em aprovar leis que facilitem o financiamento e recolhimento de impostos, há muita inadimplência. "Não quero trabalhar com ameaça. Esperei até o último momento para aumentar impostos, mas se a gente não tiver resposta a essas políticas que adotamos para receber impostos (...), se eles não recolherem sou obrigado a mandar aumento de impostos para a Assembleia Legislativa", disse.

O governador lembrou que o governo federal suspendeu pagamentos na última semana, destacando que a crise é nacional. "O Estado do Rio não é uma ilha que vive sem arrecadação", disse. A gestão de Pezão administra hoje um déficit de R$ 13,5 bilhões.

Em palestra no seminário, Pezão destacou que o Estado do Rio estuda 12 projetos de parcerias público-privadas (PPPs), entre as quais a concessão do tratamento de água e esgoto da Baixada Fluminense, São Gonçalo e em comunidades do Rio. Ele pediu o engajamento do governo federal como avalista de projetos por meio de fundos garantidores de crédito. "Estamos usando muita criatividade para atravessar esse período (de crise). Não basta ficar do outro lado do balcão chorando", afirmou a empresários.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse nesta terça-feira (22), que as bancadas do partido na Câmara e no Senado indicarão nomes para o novo ministério da presidente Dilma Rousseff, que pretende anunciar uma reforma administrativa nos próximos dias. Na segunda-feira (21), o vice-presidente Michel Temer e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL), todos do PMDB, se negaram a fazer indicações para o primeiro escalão.

Pezão disse que a recusa dos principais líderes do partido não significou mais um passo para o rompimento do PMDB com o governo. "Não entendi assim. As bancadas é que vão fazer as indicações. O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, está ouvindo a bancada. Se a presidenta pedir indicação, haverá indicação", afirmou Pezão, que se reuniu com Dilma, em Brasília, na tarde de segunda-feira, 21.

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"Se o PMDB achar que não deve indicar, tem que ajudar a governar, dar tranquilidade à presidenta Dilma de indicar quem ela quiser. Mas tenho certeza de que as bancadas na Câmara e no Senado vão indicar membros para os ministérios. A presidenta falou ontem para mim que queria que o PMDB participasse do governo. Ela vai diminuir o número de ministérios, fazer unificação de órgãos, juntar algumas pastas. Ela pediu muito que o PMDB ajudasse a participar dessa fase. Não estou no Congresso, mas minha visão é que o PMDB deva participar, porque quem ajudou a eleger tem que ajudar a governar, se ela pedir", insistiu Pezão, um dos governadores mais próximos da presidente.

O governador repetiu a tese de que o PMDB tem responsabilidade em garantir apoio ao governo. "Nós temos o vice-presidente, fomos para a rua, tomamos uma decisão em convenção nacional de apoiar essa chapa do Michel e da Dilma. O PMDB nunca fugiu da sua responsabilidade, desde (os ex-presidentes) Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, de dar sua participação. Ainda mais em um momento difícil como esse. As idas que tenho feito a Brasília são para ajudar na governabilidade", afirmou Pezão em entrevista, depois de entregar apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida, ao lado do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

Defesa

Na solenidade de entrega das chaves, Pezão fez uma defesa veemente da presidente Dilma. "É um momento difícil do Brasil, mas a gente está trilhando o caminho para superar. É muito fácil criticar, apontar erros. Mas as pessoas só erram quando fazem. Se a presidenta gastou muito dinheiro com o Minha Casa Minha Vida, graças a Deus ela olhou para essas pessoas. Agradeço à presidenta Dilma por hoje estarmos entregando casas e fazendo a maior obra de saneamento da Baixada Fluminense", disse o governador, que renovou a promessa de campanha, feita ao lado de Dilma, de resolver o problema de falta de água na região até o fim de 2018. "Quero agradecer muito à presidenta Dilma, nada como ter um lar seguro. Isso aqui não é casa para pobre, é dignidade, é cidadania. Vejam se antes de entrar o (ex-presidente) Lula tinha casa para pobre", discursou Pezão.

O deputado federal Marcelo Matos (PDT) também saiu em defesa da presidente. "Quem quer tirar a presidenta Dilma, quem quer impeachment são os ricos. Os pobres sabem do compromisso da presidenta Dilma com eles, temos que defender a presidenta", disse Matos em discurso, pedindo aplausos de pé para Dilma. A plateia, formada por famílias que receberiam as chaves dos apartamentos aplaudiu, mas se dividiu na hora de ficar de pé.

Na porta do condomínio, moradores de um conjunto habitacional vizinho, que não pertence ao programa federal de habitação, cobrou que o asfalto - colocado na manhã de ontem, antes da solenidade - se estendesse além da área do Minha Casa Minha Vida e reclamou de falta de atenção do poder público. O prefeito Sandro Matos (PDT), vaiado e aplaudido, disse que o asfaltamento é feito com recursos federais, mas não faz parte do programa Minha Casa Minha Vida e que vai além dos limites do condomínio inaugurado nesta terça-feira.

A reforma administrativa foi o tema central da reunião da presidente Dilma Rousseff com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), no início da tarde desta segunda-feira, 21, no Palácio do Planalto. Um dos governadores mais próximos de Dilma, Pezão foi chamado pela presidente na noite de domingo, 20, e embarcou nesta manhã para Brasília. A presidente quis ouvir a opinião do aliado para o plano de reforma que pretende apresentar nos próximos dias e também conta com o fato de Pezão ter boa interlocução com os diferentes líderes do PMDB.

Esta é a terceira vez que o governador vai a Brasília em uma semana. Na segunda-feira passada, 14, ele esteve na reunião da presidente com 19 governadores e, dois dias depois, reuniu-se com outros sete chefes dos Executivos estaduais para articular a mobilização no Congresso pela aprovação da nova CPMF e o aumento da alíquota de 0,2%, proposto pelo governo, para 0,38%, com divisão entre os entes federativos. Na quarta-feira, 16, Pezão também teve audiência com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com quem discutiu o rombo da previdência do Estado.

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O governador do Rio tem insistido na necessidade de uma reforma previdenciária para aliviar os caixas estaduais. Na quarta-feira, o governador também foi ao Congresso, onde viu de perto a resistência à aprovação da CPMF. "A CPMF tem muita resistência da população, de todos. Mas a gente não pode deixar de conversar e o canal correto é o Congresso", disse Pezão na sexta-feira, 18.

Segundo Pezão, uma das propostas em discussão é que, no caso de aprovação da CPMF com alíquota de 0,38%, Estados e municípios, que ficariam com 0,18%, possam optar entre usar os recursos em saúde ou previdência. A União usará exclusivamente no pagamento de aposentadorias e pensões, como está previsto na proposta divulgada pelo governo na semana passada.

O governador disse que o governo deveria ter encaminhado uma reforma nas regras da previdência ao Congresso antes da recriação da CPMF. "Eu mandaria antes uma reforma da previdência pública, não tem como os Estados arcarem com o custo como está. Precisamos de uma lei federal", afirmou. "A conta não fecha, temos que achar uma solução. Se não for CPMF, que se crie outro recurso."

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse nesta terça-feira, 15, que os chefes dos Executivos estaduais terão que "sentir" a disposição do Congresso antes de enviar uma proposta de aumento da alíquota da CPMF de 0,2% para 0,38%, como foi discutido na reunião com a presidente Dilma Rousseff realizada na noite de segunda-feira, 14. Se a nova CPMF for aprovada com 0,20%, os recursos serão destinados apenas à União. O aumento de 0,18% garantiria repasses para Estados e municípios.

Segundo Pezão, além do aumento da alíquota, os Estados e municípios terão que chegar a um acordo sobre a distribuição dos recursos obtidos com o 0,18% extra. "Estamos reunindo os governadores para a gente trabalhar dentro do Congresso. Não sei como vai ser o critério de distribuição. Vamos ter que sentir o Congresso", afirmou.

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Questionado por que o governo não propôs a volta da CPMF com alíquota de 0,38%, contemplando Estados e municípios, Pezão disse que a intenção do Planalto foi "ter o empenho dos governadores" para aprovação da nova CPMF e das demais propostas no Congresso.

Aliado da presidente Dilma, Pezão defendeu apoio às propostas do governo para enfrentar a crise econômica e criticou setores da oposição que se mobilizam contra o pacote. "Quero ver quando a oposição chegar ao governo, como vai fazer. É uma hora de sacrifício de todo mundo", afirmou.

Também os servidores públicos, disse Pezão, deverão dar uma cota de sacrifício. "Os empregados da iniciativa privada estão perdendo emprego", disse o governador, em referência indireta à estabilidade dos funcionários públicos. A proposta do governo federal adia o reajuste dos servidores federais de janeiro para agosto do ano que vem, o que já provocou reação negativa da categoria.

O secretário estadual de Fazenda, Júlio Bueno, criticou o lançamento do pacote do governo federal e a criação da CPMF com alíquota de 0,2% sem divisão com Estados e municípios. "É um equívoco não contemplar (Estados e municípios). Tenho um diagnóstico diferente do que é feito pelo governo federal. A crise não é do governo, é do Estado brasileiro. As medidas devem ser discutidas em conjunto pelos governadores e a presidente da República. Com o conjunto dos governadores, as medidas passam no Congresso", disse.

Bueno diz que os Estados sozinhos não podem fazer mudanças fundamentais, como alteração da idade mínima para aposentadoria, fim da paridade entre ativos e inativos e desvinculação do reajuste das aposentadorias ao do salário mínimo, propostas defendidas pelo secretário.

Segundo Pezão, na reunião de segunda-feira, a presidente Dilma e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, acenaram com uma possível liberação de empréstimos pedidos por Estados e municípios. Em agosto, foram suspensas as análises dos pedidos de financiamento internacional feitos por governadores e prefeitos. O Tesouro é quem dá garantia nos empréstimos pedidos a organismos internacionais como Bando Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento. "Foi uma boa notícia, há muitos financiamento represados", disse Pezão.

Pezão já levou à presidente Dilma e ao ministro Levy proposta de renegociação das dívidas dos Estados, mas a ideia foi rejeitada. "Eles não aceitam nem começar a conversar, dizem que impacta o superávit. Renegociar a dívida dos Estados seria uma grande saída, mas eles acham muito difícil ter essa discussão", lamentou. Uma das propostas é a de redução do pagamento da dívida dos Estados de 13% para 9% da Receita Líquida Real (RLR), já descartada por Dilma e Levy.

O governador voltou a dizer que o déficit previdenciário é um problema sério do Rio de Janeiro e de todos os Estados. Embora ainda não tenha calculado o impacto de receber parte da CPMF, no caso de ser aprovada alíquota de 0,38%, Pezão disse que "melhoraria um pouquinho" o rombo da previdência estadual. "Nessa fase difícil, qualquer pingo é um tsunami", afirmou. "Temos que encontrar uma solução, senão no futuro outros Estados estarão como o Rio Grande do Sul", alertou Pezão. O Rio Grande do Sul teve as contas bloqueadas pelo Tesouro Nacional, por falta de pagamento da dívida com a União. Além disso, o governo gaúcho parcelou o salário dos servidores do Executivo, o que gerou greve de várias categorias.

Déficit em 2016

Segundo o diretor-presidente do Rioprevidência, Gustavo de Oliveira Barbosa, em 2016, o Estado pagará R$ 17 bilhões a 263 mil aposentados e pensionistas e a receita esperada da previdência é de R$ 11,5 bilhões, o que indica um déficit de R$ 5,5 bilhões. A queda na arrecadação de royalties é um dos fatores do rombo previdenciário.

Na semana passada, o governador enviou à Assembleia Legislativa projeto que altera regras para concessão de pensões por morte, nos moldes do que foi feito pelo governo federal. A proposta reduz o pagamento futuro a viúvas jovens e casadas há pouco tempo. Se o projeto for aprovado, haverá uma redução inicial de R$ 19 milhões no primeiro ano de vigor das novas regras, calcula Barbosa. Auditorias nos benefícios e cruzamentos com as previdências de municípios fluminenses suspenderam pagamentos irregulares e permitiram economia de R$ 650 milhões em dois anos e meio.

Depois de se reunir com os presidentes da Assembleia Legislativa e dos tribunais de Justiça e de Contas do Estado e com o chefe do Ministério Público Estadual, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) desistiu da hipótese de mandar para o Legislativo orçamento deficitário para 2016, como fez a presidente Dilma Rousseff (PT) no âmbito federal.

Pezão foi alertado de que enviar previsão de gastos maior que de receita iria ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O governador, no entanto, repetiu que, por enquanto, as contas de 2016 ainda não fecham e terá que buscar recursos por meio de venda de imóveis, empréstimos e cobranças da dívida ativa do Estado.

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Segundo Pezão, o orçamento total a ser enviado à Assembleia Legislativa no dia 30 de setembro vai prever despesas de R$ 62 bilhões. Por enquanto a receita corrente líquida prevista é de R$ 53 bilhões - a princípio haveria um déficit de R$ 9 bilhões, portanto.

Pezão ressaltou, no entanto, que esses números ainda não estão fechados e serão revistos até o último dia do mês. Na quarta-feira, 2, Pezão havia estimado o déficit em R$ 11 bilhões.

"Não vou apresentar orçamento (de 2016) negativo, mas tenho que apresentar receitas novas, que virão da venda de ativos, de empréstimos, de recursos que estamos buscando. Vamos mandar um orçamento equilibrado, que pretendo fechar em zero a zero (receitas iguais a despesas)", afirmou o governador após a reunião.

Segundo Pezão, uma das maiores preocupações do orçamento estadual é a Previdência. Em 2105 serão pagos R$ 15 bilhões em aposentadorias e pensões. No ano que vem esse valor deve chegar a R$ 16 bilhões ou R$ 17 bilhões. O governador diz que será preciso buscar recursos em outras fontes além do fundo previdenciário.

"Tem um rombo de R$ 11 bilhões da Previdência. Esse é um problema geral no País", afirmou Pezão.

Para fechar as contas de 2015, o governo do Estado ainda procura receitas que devem somar R$ 2,5 bilhões, valor atual do déficit estadual.

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