Tópicos | primário

A queda de despesas obrigatórias e um leve aumento nas receitas fizeram a equipe econômica melhorar levemente a previsão de déficit primário em 2020. A estimativa caiu para R$ 844,57 bilhões. O valor consta no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, entregue hoje (20) pelo Ministério da Economia ao Congresso Nacional.

O déficit primário representa o resultado negativo nas contas do governo, desconsiderando os juros da dívida pública. No relatório anterior, divulgado no fim de setembro, a pasta previa que o rombo nas contas públicas ficaria em R$ 861 bilhões.

##RECOMENDA##

Em relação às estimativas para a economia, o relatório manteve as projeções divulgadas há três dias. A previsão de queda para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) está em 4,5%. A estimativa está mais otimista que a das instituições financeiras, que preveem contração de 4,66% no PIB, segundo a última versão do boletim Focus, pesquisa semanal divulgada pelo Banco Central.

Segundo o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, a queda do PIB este ano não será “tão intensa” quanto esperado no início da crise.

O novo relatório leva em conta a alta da inflação causada pelos preços dos alimentos. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano, usado como índice oficial de inflação, subiu de 1,83% para 3,13% neste ano. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado para corrigir o salário mínimo, passou de 2,35% para 4,1%. Esses números também tinham sido divulgados na última terça-feira (17).

Alta da arrecadação

A melhora do resultado primário decorre, em parte, da melhora nas projeções de receita. A nova versão do relatório aponta alta de R$ 4,68 bilhões nas receitas líquidas da União. A principal causa é o aumento na arrecadação de Imposto de Renda, cuja projeção subiu R$ 10,16 bilhões em relação ao relatório anterior por causa do aumento na arrecadação de Imposto de Renda das empresas.

A recuperação do emprego formal fez a projeção com a arrecadação da Previdência Social saltar R$ 4,3 bilhões. O aumento das vendas decorrente da retomada da economia fez a projeção com a arrecadação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) ser elevada em R$ 2,1 bilhões na comparação com o relatório de setembro.

As receitas não administradas, recursos não relacionados a tributos, subirão R$ 2,4 bilhões em relação à previsão apresentada no fim de setembro. A alta está relacionada aos royalties do petróleo, cuja estimativa subiu R$ 642 milhões por causa da alta na produção, e às contribuições do salário-educação, que superaram R$ 374,6 milhões a estimativa para o quinto bimestre.

Queda nos gastos

Quanto aos gastos, o relatório prevê recuo de R$ 12,48 bilhões nas despesas obrigatórias e leve alta de R$ 727,5 milhões nas despesas discricionárias (não obrigatórias).

Entre os gastos obrigatórios, a maior queda corresponde ao Bolsa Família, que deverá encerrar 2020 executando R$ 9,4 bilhões a menos que o previsto no relatório de setembro. Isso ocorre porque a maior parte dos beneficiários do Bolsa Família foi incorporada ao auxílio emergencial, que está inscrito no orçamento de guerra e fora do orçamento original de 2020.

O relatório também reduziu em R$ 2,1 bilhões a previsão de gastos com subsídios e subvenções. A reforma da Previdência aprovada no ano passado, começa a gerar economia para o governo. A previsão de gastos com benefícios previdenciários (aposentadorias, auxílios e pensões) caiu R$ 1,8 bilhão.

Folga no teto de gastos

O secretário Waldery Rodrigues afirmou que o relatório divulgado hoje aponta folga no teto de gastos de cerca de R$ 3,23 bilhões. Com a redução das despesas obrigatórias, a folga subiria para R$ 18,56 bilhões, mas uma série de acórdãos com o Tribunal de Contas da União obrigou o governo a deixar de custear alguns gastos por meio dos créditos extraordinários relacionados ao enfrentamento da pandemia de covid-19.

Segundo a legislação, os créditos extraordinários estão fora do teto de gastos. Como alguns programas, como o Bolsa Família, voltaram a ser executados com recursos próprios do orçamento de 2020, R$ 15,32 bilhões em despesas foram reincluídos no teto, reduzindo a folga para R$ 3,23 bilhões.

Em vigor desde 2017, o teto de gastos limita o aumento das despesas federais ao aumento da inflação do ano anterior. A medida vale por 20 anos.

As contas do setor público acumulam rombo de R$ 148,999 bilhões no acumulado em 12 meses até novembro. Esse é o chamado déficit primário - saldo das receitas e despesas do governo antes do pagamento de juros da dívida. O valor equivalente a 2,29% do Produto Interno Bruto (PIB), informa relatório divulgado pelo Banco Central nesta quinta-feira, 28. A Previdência é a principal responsável pelo resultado negativo e acumula rombo de R$ 179,630 bilhões.

O déficit primário do setor público consolidado considerado pelo governo é de R$ 163,1 bilhões para 2017. Para o próximo ano, a meta do governo é de déficit de R$ 161,3 bilhões para o setor público consolidado.

##RECOMENDA##

O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em novembro vem principalmente do chamado Governo Central - instância formada pelo governo federal, Previdência e Banco Central. Só esse grupo foi responsável por um rombo de R$ 160,523 bilhões (2,46% do PIB), sendo que apenas o INSS colabora com R$ 179,630 bilhões do déficit em 12 meses. O resultado negativo da Previdência consome todo o esforço fiscal de R$ 19,905 bilhões feito pelo restante do governo federal no período.

Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 11,117 bilhões (0,17% do PIB) em 12 meses até novembro. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 10,206 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 911 milhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 407 milhões no período.

As contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 78,261 bilhões no ano até novembro, informou na manhã desta quinta-feira, 28, o Banco Central (BC). A quantia representa 1,31% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, havia um déficit primário de R$ 155,791 bilhões (2,49% do PIB).

O resultado fiscal no acumulado de janeiro a novembro foi obtido com um déficit de R$ 96,274 bilhões do Governo Central (1,62% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de R$ 17,184 bilhões (0,29% do PIB). Enquanto os Estados registraram superávit de R$ 14,203 bilhões (0,24% do PIB), os municípios alcançaram um resultado positivo de R$ 2,981 bilhões (0,05% do PIB). As empresas estatais registraram um superávit de R$ 829 milhões no ano até outubro (0,01% do PIB).

##RECOMENDA##

Déficit nominal

O setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 30,038 bilhões no mês de novembro. Em outubro, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 30,494 bilhões e, em novembro de 2016, deficitário em R$ 80,428 bilhões.

Os governos regionais tiveram déficit nominal de R$ 4,746 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram déficit nominal de R$ 210 milhões.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o déficit nominal no ano até novembro foi de 7,49%, uma soma de R$ 445,768 bilhões.

Em 12 meses até o mês passado, o déficit nominal correspondeu a 8,45% do PIB, com saldo negativo de R$ 551,005 bilhões.

Gastos com juros

Em 12 meses, as despesas com juros recuaram de R$ 414,164 bilhões para R$ 402 bilhões até novembro (6,17% do PIB). A queda é influenciada pela redução da taxa Selic. No ano, o gasto com juros foi de R$ 338,378 bilhões até outubro para R$ 367,507 bilhões até novembro (6,7% do PIB).

A dois dias da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, a equipe econômica vai propor nesta sexta-feira, 15, ao Congresso Nacional uma meta fiscal que vai acomodar um déficit de até cerca de R$ 65 bilhões nas contas do governo federal em 2017. A meta sinalizará o quarto ano consecutivo de fechamento das finanças do governo no vermelho, agravando a tendência de alta da dívida do setor público nos próximos anos e a crise fiscal do País.

O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem, que será encaminhado aos senadores e deputados, prevê uma meta zero de superávit primário, mas deve estabelecer um limite de cerca de R$ 65 bilhões para abatimento da meta fiscal. Esse instrumento permite que a meta de superávit primário (a economia para o pagamento dos juros da dívida), mesmo não sendo alcançada, seja considerada cumprida até esse valor, abatidas receitas esperadas que não se concretizarem e despesas feitas com investimentos prioritários do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

##RECOMENDA##

Ao longo das discussões de quinta-feira com a presidente, o governo decidiu elevar o volume de abatimentos para abrir mais espaço para investimentos - uma prioridade do governo que, já que são considerados fundamentais para estimular a economia e o emprego.

O volume inicialmente discutido pela Junta Orçamentária - integrada pelos ministros Nelson Barbosa (Fazenda), Jaques Vagner (Casa Civil) e Valdir Simão (Planejamento) - era de um abatimento em torno de R$ 50 bilhões.

Quanto maior o abatimento permitido, maior a margem do governo para acomodar eventuais problemas de frustração de receita. O cenário de queda da arrecadação continua a surpreender negativamente diante da paralisação da economia com o impeachment.

Sem teto

Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o governo desistiu de incluir no projeto da LDO a fixação de um teto em valores nominais para gastos.

A proposta chegou a ser discutida pela equipe técnica do Ministério da Fazenda. O governo preferiu esperar as negociações no Congresso do projeto já enviado que cria um teto para o crescimento das despesas e um Regime Especial de Contingenciamento (REC). Com o processo de impeachment, as propostas nem chegaram a ser debatidas. O REC dá mais flexibilidade ao governo para administrar os efeitos da recessão e, na prática, funciona com uma regra de abatimento ampliada.

O montante de descontos, que o governo vai prever na LDO de 2017 corresponde a cerca de metade do abatimento de R$ 120 bilhões previsto pela equipe econômica para 2016 no projeto que altera a meta deste ano e que foi enviado em março ao Congresso. Esse projeto prevê um déficit primário potencial de R$ 96 bilhões este ano. Mas especialistas avaliam que o resultado pode ser ainda pior.

Fontes informaram que o abatimento de 2017 será formado por R$ 40 bilhões de frustração de receitas e R$ 25 bilhões em gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No ano passado, o governo central registrou déficit primário de R$ 115 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando