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Duas pessoas morreram, nesta quinta-feira (19), em protestos contra uma nova lei de cidadania na Índia, durante os quais a polícia prendeu centenas de manifestantes que desafiaram a proibição de concentrações nas vias públicas, imposta pelo governo em grande parte do país.

As mortes aconteceram em Mangalore (sul), em meio a confrontos com a polícia. Com isso, sobe para oito o número de pessoas que perderam a vida em incidentes relacionados às manifestações.

Os dois homens, de 23 e de 49 anos, foram mortos quando a polícia abriu fogo contra um grupo de cerca de 200 pessoas, relatou uma autoridade local. Outros manifestantes foram baleados e levados para hospitais próximos. Em alguns setores da cidade, foi decretado toque de recolher.

Hoje, milhares de indianos estavam nas ruas, em várias partes do país, desafiando a proibição de manifestações e os cortes no fornecimento de Internet, para mostrar sua oposição a uma nova lei que consideram inconstitucional e discriminatória em relação aos muçulmanos.

Muitas vezes marcadas por confrontos, as manifestações aconteceram, principalmente, em Nova Délhi e nos estados do nordeste do país, o segundo mais populoso do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes.

Em uma tentativa vã de coibir esses protestos, o governo proibiu as reuniões públicas de mais de quatro pessoas em várias cidades, resgatando um artigo de uma lei herdada do passado colonial britânico.

Liderado principalmente por líderes da comunidade muçulmana, que representa 14% da população, o movimento de protesto é um dos mais importantes que o primeiro-ministro Narendra Modi já teve de enfrentar desde que chegou ao poder em 2014.

Os manifestantes denunciam uma nova lei que facilita a concessão da nacionalidade indiana a refugiados do Afeganistão, Paquistão ou Bangladesh, desde que não sejam muçulmanos.

A nova lei não afeta os indianos muçulmanos, mas causou enorme indignação após cinco anos no governo dos nacionalistas hindus de Modi.

- Governo quase fascista -

Em Nova Délhi, a polícia forçou muitos manifestantes a entrarem em um ônibus e deixar o local do protesto. Os manifestantes entregaram rosas vermelhas aos agentes que os forçavam a se dispersar.

"Porque esta não é uma luta contra a polícia, mas contra o governo, um governo quase fascista", disse à AFP Shantanu, estudante que participou do protesto.

Na manhã desta quinta-feira, o governo ordenou que as companhias de telefonia móvel cortassem o serviço em vários pontos da capital indiana, uma decisão que não foi inédita.

A rede telefônica começou a ser restabelecida aos poucos no final da tarde, depois que as manifestações foram dissolvidas. Cerca de 20 estações de metrô em Nova Délhi permaneceram fechadas.

Também houve incidentes violentos em Uttar Pradesh (norte), a região mais populosa da Índia, com 200 milhões de habitantes e uma importante comunidade muçulmana. Centenas de manifestantes queimaram veículos e atiraram pedras na polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo, segundo fontes policiais.

Uma das manifestações mais importantes ocorreu na cidade de Malegaon, no oeste, onde 60.000 pessoas se reuniram pacificamente, disse a polícia.

Em vários pontos do nordeste, onde os protestos começaram na semana passada e seis pessoas morreram violentamente, mais de 20.000 pessoas também se reuniram, constataram jornalistas da AFP no local.

Em Bihar (norte), onde as concentrações foram proibidas em vários distritos, milhares de manifestantes bloquearam estradas e vias férreas.

Na capital econômica, Mumbai, outras milhares de pessoas se reuniram, levando nas mãos a imagem de Gandhi e distribuindo cópias da Constituição.

"Algo mudou. É a primeira vez em muito tempo que as pessoas de Mumbai saem de forma tão numerosa para manifestar sua oposição", declarou o consultor Karishma V.

Em Calcutá, calcula-se que mais de 40.000 pessoas tenham tomado as ruas.

A Anistia Internacional pediu às autoridades indianas que "cessem a repressão contra os manifestantes pacíficos que protestam contra uma lei discriminatória".

A ONG descreveu como "implacável" a reação das forças de ordem, que os cidadãos acusam de comportamento violento.

O escritório da alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, divulgou ontem relatório em que aponta um "alto número de violações dos direitos humanos" cometidas pela polícia durante os protestos que ocorrem no Chile desde 18 de outubro.

"Essas violações incluem o uso excessivo e desnecessário da força que causou mortes e ferimentos, tortura e maus-tratos, violência sexual e detenções arbitrárias", disse o documento de 30 páginas do Escritório de Direitos Humanos da ONU, cujos representantes ficaram no Chile durante três semanas em novembro.

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O relatório apontou que "existem razões bem fundamentadas para acreditar que, desde 18 de outubro, foi cometido um elevado número de violações de direitos humanos".

"Os carabineros falharam repetidamente em cumprir o dever de distinguir entre pessoas que se manifestaram pacificamente e manifestantes violentos", informou o documento. Uma das questões que mais chamou a atenção dos especialistas foi "o número alarmante de pessoas com lesões nos olhos ou no rosto", em razão do "uso desproporcional e, às vezes, desnecessário" de armas com balas de borracha.

Mea-culpa

Na quinta-feira, o diretor dos Carabineiros do Chile, general Mario Rozas, reconheceu a responsabilidade de integrantes da polícia nos abusos. Rozas prometeu sanções aos envolvidos e informou que há 856 investigações em andamento e algumas já identificaram agentes como responsáveis pela violência.

Os protestos que eclodiram há dois meses causaram a crise mais profunda desde o retorno da democracia, em 1990, com um saldo de 24 mortos e 3.449 feridos, segundo dados do Instituto Nacional de Direitos Humanos do Chile (INDH). "A maioria das pessoas que exerceu seu direito à reunião durante esse período o fez de forma pacífica, embora também tenham ocorrido numerosos ataques contra as forças de segurança e suas instalações, bem como saques e destruição de propriedades", disse o relatório.

Durante sua missão, a equipe documentou "113 casos específicos de tortura e maus-tratos e 24 casos de violência sexual contra mulheres, homens e meninos e meninas adolescentes, cometidos por membros da polícia e militares". A ONU disse que a equipe se reuniu com "mais de 300 membros da sociedade civil" e realizou "235 entrevistas com vítimas de violações dos direitos humanos", além de "60 entrevistas com oficiais de Carabineros do Chile".

O relatório não se limita a uma denúncia contra as forças de segurança, mas indica que as autoridades "tinham informações sobre a extensão dos feridos desde 22 de outubro". "A ação rápida de autoridades responsáveis poderia ter evitado que outras pessoas sofressem ferimentos graves", indicou o texto.

O escritório de Bachelet agora propõe a criação de um mecanismo de acompanhamento para avaliar a implementação das recomendações feitas pelo relatório dentro de três meses. "O monitoramento deve ter o objetivo de estabelecer medidas para evitar a repetição desses eventos tristes", disse Bachelet. O Ministério Público do Chile apresentou um outro relatório, em novembro, com um balanço das 2.670 investigações por violações aos direitos humanos.

Resposta

O governo chileno lamentou o "alto número" de denúncias de abuso policial apontado pelo relatório da ONU, mas afirmou que elas ocorreram em um "contexto" de violência que envolvia intensos protestos sociais. A secretária de Direitos Humanos, Lorena Recabarren, informou que era necessário "esclarecer declarações e conclusões que não estão adequadamente representadas no relatório, que contém informações erradas ou desatualizadas". (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente francês, Emmanuel Macron, terá uma semana difícil, em meio a greves em massa e a mobilizações sociais com cerca de 800 mil pessoas que completam seu quarto dia, neste domingo (8), e deixam o país semiparalisado, em protesto por uma polêmica reforma do sistema previdenciário.

Os franceses temem uma "segunda-feira negra", especialmente na região de Paris. A Companhia Ferroviária Nacional Francesa (SNCF) já alertou os usuários que o influxo para as estações será "muito perigoso" para a segurança dos viajantes, levando-se em consideração o serviço mínimo estabelecido antes da greve.

O mesmo tom alarmante foi usado pela RATP (operadora de transporte público de Paris), que pediu a "todos os viajantes que têm a possibilidade para adiarem seus deslocamentos", dada a "forte saturação da rede", com dez linhas de metrô fechadas.

Consultas em Matignon (residência do primeiro-ministro), encontro no Eliseu (sede da presidência), batalhas de comunicação: o governo está agindo para salvar sua reforma previdenciária.

Macron se encontrará neste domingo à noite com vários de seus ministros para tentar superar a crise, depois que os sindicatos decidiram "ampliar" a greve da empresa pública SNCF a partir desta segunda-feira (9).

O presidente e seu primeiro-ministro, Edouard Philippe, convidaram líderes e ministros do governo para um "almoço" no palácio presidencial amanhã.

Em entrevista publicada no Journal du Dimanche (JDD), o premiê alegou que, "Se não fizermos hoje uma reforma profunda, séria, progressiva, outro (governo) fará outra no futuro que será brutal, realmente brutal".

Em meio à tentativa de articulação do governo, os sindicatos também se mostram determinados. "Aguentaremos até que a reforma seja retirada", rebateu, em entrevista ao mesmo jornal, o secretário-geral da CGT, Philippe Martinez.

- Regimes especiais -

Amanhã à tarde, o responsável pelos assuntos de Previdência no governo Macron, Jean-Paul Delevoye, apresentará suas conclusões aos agentes sociais.

Na quarta-feira, Edouard Philippe detalhará o plano de mesclar os 42 regimes existentes.

A mobilização nas ruas é contra um "sistema universal" de aposentadoria, que planeja substituir os atuais 42 regimes de aposentadoria existentes.

O Executivo francês promete um dispositivo "mais justo", mas seus críticos temem uma maior "precariedade" para os aposentados.

O projeto de reforma da Previdência ainda não foi totalmente divulgado, embora vários de seus princípios tenham sido antecipados.

"Não quero que nossos netos nos digam: você conseguiu se aposentar com essa idade, mas, em troca, sacrificou minha aposentadoria", afirma o secretário-geral da CGT.

- Até o Natal? -

A mobilização e as greves podem durar vários dias. Alguns temem que os atos continuem até o Natal, gerando um dos piores conflitos na metade do mandato de Emmanuel Macron.

O presidente francês superou, relativamente, o desafio dos "coletes amarelos", que, desde novembro de 2018 e por 56 sábados consecutivos até agora, foram às ruas exigir igualdade e melhorias sociais e econômicas.

Os "coletes amarelos" - um movimento autônomo, sem lideranças claramente definidas - voltaram a marchar no sábado, também expressando solidariedade às manifestações convocadas pelos sindicatos.

A França enfrenta nesta sexta-feira (6) o segundo dia de greve em protesto contra a reforma do sistema da Previdência planejada pelo governo do presidente Emmanuel Macron, que na véspera levou mais de 800.000 pessoas às ruas em todo o país.

Na quinta-feira (5), primeiro dia da paralisação nacional, considerada um teste crucial para Macron e sua agenda reformista, foram registrados protestos em mais 70 cidades, assim como greves nos transportes públicos e escolas.

A sexta-feira promete um dia similar, com quase todas as viagens de trens de longa distância canceladas, a maioria das linhas de metrô de Paris fechadas e centenas de voos cancelados.

Yves Veyrier, líder do sindicato FO, advertiu que a greve pode prosseguir até segunda-feira se o governo não adotar as medidas adequadas.

Às 8H00 de sexta-feira, as autoridades registravam 340 quilômetros de engarrafamentos nos acessos à capital.

Assim como na véspera, a empresa nacional de trens SNCF suprimiu 90% das viagens de longa distância e 70% dos trajetos com trens regionais.

Os parisienses precisam de paciência para chegar ao trabalho. Nove das 16 linhas de metrô permanecem fechadas, cinco funcionam com a capacidade reduzida e apenas duas, completamente automatizadas, funcionam de maneira normal.

A Air France cancelou pelo segundo dia consecutivo 30% dos voos domésticos e 10% dos voos de média distância. O Eurostar, trem que cruza o Canal da Mancha, também deve ter viagens canceladas.

Os jornais de tiragem nacional não conseguiram publicar suas edições impressas e sete das oito refinarias do país estão em greve, o que aumenta o risco de falta de combustível se a mobilização continuar por mais dias.

A indignação popular foi motivada pela nova reforma da Previdência preparada pelo governo de Macron, uma promessa de campanha que tem como objetivo eliminar os 42 regimes especiais que existem atualmente e que concedem privilégios a determinadas categoria profissionais.

O governo pretende estabelecer um sistema único, por pontos, no qual todos os trabalhadores terão os mesmos direitos no momento de receber a aposentadoria.

Para o governo, este é um sistema mais justo e mais simples. Mas os sindicatos temem que o novo sistema adie a aposentadoria, atualmente aos 62 anos, e diminua o nível das pensões.

Macron, que estabeleceu como objetivo apresentar a reforma ao Parlamento no início de 2020, declarou na quinta-feira estar "determinado" a levar o projeto adiante.

O primeiro-ministro, Edouard Philippe, afirmou que vai apresentar as "grandes linhas" da reforma na próxima semana, pois até o momento não foi divulgado o conteúdo final da reforma.

Mas antes, na segunda-feira, a ministra da Solidariedade e Saúde, Agnès Buzyn, e o alto comissário para as pensões, Jean-Paul Delevoye, receberão os sindicatos para "negociar" vários pontos em uma reunião de último minuto anunciada nesta sexta-feira por Buzyn.

"Nós ouvimos a revolta dos franceses", disse, em referência aos protestos de quinta-feira, dando a entender que o Executivo pode fazer algumas concessões.

De acordo com uma pesquisa, 62% dos franceses apoiam a greve e 75% criticam a política econômica e social do governo Macron.

Protestos de todos os tipos e ondas de calor excepcionais, e também o Brexit ou o processo de impeachment contra Donald Trump fazem parte da longa lista de eventos que marcaram o mundo em 2019.

- Crises em série na América Latina -

Em janeiro, o opositor venezuelano Juan Guaidó se proclama presidente interino e exige a saída de Nicolás Maduro, cuja reeleição contesta em um país atolado em um colapso econômico e uma grave crise migratória. Guaidó é reconhecido por cerca de 50 países, incluindo os Estados Unidos. Apoiado pelo Exército, Maduro permanece em sua posição.

No Haiti, dezenas de pessoas morreram desde meados de setembro em protestos pela renúncia do presidente Jovenel Moïse motivados pela escassez de combustível.

Em outubro, o Equador fica paralisado quase duas semanas após o cancelamento dos subsídios aos combustíveis.

No Chile, o Parlamento decide, em meados de novembro, lançar um referendo para rever a Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), após um mês de manifestações violentas contra as desigualdades socioeconômicas que deixaram mais de vinte mortos e mais de 2.000 feridos.

A Bolívia cancela em 24 de novembro a polêmica reeleição do presidente Evo Morales, após quatro semanas de protestos, que causaram várias dezenas de mortes. Abandonado pela Polícia e pelo Exército, o primeiro presidente indígena do país renuncia em 10 de novembro, a pedido das Forças Armadas, e decide se asilar no México, denunciando um golpe de Estado.

Na Colômbia, o presidente de direita Iván Duque também enfrenta um protesto incomum desde 21 de novembro, marcado por três greves nacionais e manifestações em massa.

- Revoltas árabes, distúrbios no Irã -

Em 22 de fevereiro, começam na Argélia manifestações maciças contra a candidatura ao quinto mandato de Abdelaziz Buteflika, bastante enfraquecido desde que sofreu um acidente vascular cerebral em 2013. Em 2 de abril, o presidente renuncia sob a pressão das ruas e do Exército. No entanto, os argelinos continuam manifestando-se maciçamente, determinados a se livrar de todo o "sistema" estabelecido desde a independência em 1962.

Em 11 de abril, no Sudão, Omar Al Bashir, no poder há 30 anos, é derrubado pelo Exército após quatro meses de um movimento popular desencadeado pela triplicação do preço do pão. Em agosto, o país é dotado de um Conselho de Transição.

No Iraque, um protesto social contra a corrupção, o desemprego e o declínio dos serviços públicos começa em 1º de outubro, antes de degenerar em uma grave crise política. No início de dezembro, mais de 420 pessoas morreram nos protestos e milhares ficaram feridas, a maioria manifestantes.

No Líbano, o anúncio, em 17 de outubro, de um imposto - posteriormente suspenso - em chamadas feitas através do serviço de mensagens do WhatsApp provoca uma forte reação popular e a demissão do primeiro-ministro, Saad Hariri. Os manifestantes continuam a exigir a saída de toda a classe política, considerada corrupta e incapaz de acabar com a estagnação econômica.

O Irã é palco de vários dias de agitação em meados de novembro, após o aumento no preço da gasolina. As autoridades relatam cinco mortes, mas de acordo com a Anistia Internacional, foram mais de 200.

- Boeing em crise -

Em meados de março, as aeronaves 737 MAX, da fabricante americana Boeing, ficam paradas em solo após dois acidentes envolvendo a Lion Air e a Ethiopian Airlines, com um total de 346 mortos.

O sistema automático para impedir que o avião caia é questionado.

A crise já custou cerca de US $ 10 bilhões à fabricante, que enfrenta processos das vítimas e investigações das autoridades americanas.

- Impasse político na Espanha e crise separatista -

A Espanha chega ao final do ano exausta politicamente após duas eleições gerais em abril e novembro, ambas vencidas pelo Partido Socialista que, no entanto, não atinge a maioria para formar um governo. Foram quatro eleições em quatro anos.

Entre as duas eleições, em 14 de outubro, o Supremo Tribunal espanhol condena nove líderes da independência catalã a sentenças que podem chegar a 13 anos de prisão por tentativa de secessão em 2017.

Esse veredicto desencadeia uma reação violenta dos cidadãos na Catalunha que se traduz em protestos maciços que se estendem por vários dias e frequentemente terminam em duros confrontos entre manifestantes e policiais.

- A saga do Brexit -

A saída do Reino Unido da União Europeia, decidida pelos britânicos em um referendo em 2016, inicialmente previsto para 29 de março de 2019, é adiada três vezes. No mais tardar, será em 31 de janeiro de 2020.

Os britânicos não chegam a um acordo sobre as condições do divórcio. Os deputados rejeitam primeiro um acordo alcançado com a UE pela primeira-ministra Theresa May e depois um segundo texto negociado por seu sucessor, Boris Johnson, que consegue aprovar a realização de eleições antecipadas para 12 de dezembro.

- Notre Dame em chamas -

Em 15 de abril, o telhado e a estrutura da Catedral de Notre Dame, em Paris, são devastados por um incêndio. Os bombeiros conseguem salvar o edifício gótico.

Uma corrente humana extrai quase todos as obras e relíquias.

O incêndio em um dos monumentos mais visitados da Europa causa uma comoção mundial, resultando em 922 milhões de euros em promessas de doações para sua reconstrução, que levará anos.

- Imagem de um buraco negro -

Em abril, uma equipe internacional de cientistas revela a primeira imagem de um buraco negro. Trata-se de um círculo escuro no meio de um halo flamejante, no centro da galáxia M87, a cerca de 50 milhões de anos-luz de distância da Terra.

- Escalada entre EUA e Irã -

Em maio, Teerã começa a se dissociar do acordo internacional de 2015 sobre seu programa nuclear, em resposta à retirada dos EUA do pacto, em 2018, e à restauração de sanções.

A tensão entre Washington e Teerã aumenta após sabotagem e ataques de navios no Golfo, atribuídos ao Irã, que nega.

Em 14 de setembro, os rebeldes huthis iemenitas, apoiados por Teerã, reivindicam ataques à infraestrutura de petróleo na Arábia Saudita.

Em 7 de novembro, o Irã retoma as atividades de enriquecimento de urânio em sua planta subterrânea de Fordo (180 km ao sul de Teerã).

- Manifestações em Hong Kong -

Desde junho, Hong Kong sofreu a crise mais séria desde a sua devolução para a China, em 1997, com manifestações quase diárias cada vez mais violentas contra a crescente interferência de Pequim e por reformas democráticas.

Em 24 de novembro, os candidatos pró-democráticos obtêm uma vitória esmagadora nas eleições locais.

- Recordes de calor -

Julho de 2019 é o mês mais quente da história recente, com registros de altas temperatura na Europa e no Polo Norte.

Em agosto, a Islândia se despede de sua primeira geleira extinta, enquanto outras 400 estão ameaçadas.

Em agosto e setembro, incêndios são registrados em regiões inteiras da Amazônia devido ao desmatamento, o que causa fortes críticas à política do presidente Jair Bolsonaro.

A Austrália enfrenta incêndios sem precedentes em novembro.

A jovem ativista ambiental sueca Greta Thunberg faz milhões se juntarem à sua iniciativa "Sextas-feiras pelo futuro" (Friday for the Future), na qual jovens estudantes fazem greve nesse dia da semana para protestar contra as mudanças climáticas.

- "Os Estados Unidos em primeiro lugar" -

No início de agosto, os Estados Unidos abandonam o tratado sobre armas nucleares de alcance intermediário (INF), concluído durante a Guerra Fria com Moscou.

O presidente Donald Trump anuncia que está se retirando do norte da Síria, formaliza a saída do acordo de Paris sobre o clima e inicia uma guerra comercial com seus parceiros, em particular a União Europeia e a China, cuja economia desacelera consideravelmente.

- Impeachment -

A oposição democrata nos Estados Unidos inicia em 24 de setembro um procedimento para o impeachment de Donald Trump, suspeito de abuso de poder por pedir à Ucrânia que investigue o democrata Joe Biden, um possível oponente nas eleições presidenciais de 2020.

Em audiências públicas, testemunhas, incluindo vários diplomatas, apresentam numerosos elementos de acusação contra o presidente.

Em 5 de dezembro, a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, formaliza o pedido de redação das acusações para submeter Trump a um julgamento político, alegando que seu abuso de poder para seu próprio benefício político "não nos deixa outra opção a não ser agir".

Em um tuíte, a porta-voz de Trump, Stephanie Grisham, diz que "os democratas deveriam estar envergonhados" do processo de destituição contra um presidente que "não fez nada além de liderar nosso país".

"Esperamos um julgamento justo no Senado", concluiu a porta-voz. De fato, espera-se que maioria republicana no Senado barre o impeachment.

- Ofensiva turca na Síria -

Em 9 de outubro, a Turquia lança uma ofensiva contra a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG), um aliado dos ocidentais na luta antijihadista, mas descrita como "terrorista" por Ancara devido a seus vínculos com o Partido da Trabalhadores do Curdistão (PKK).

A operação, iniciada após Donald Trump anunciar a retirada das tropas americanas do norte da Síria, provoca protestos internacionais.

Ancara, que deseja estabelecer uma "zona segura" no norte da Síria para instalar dois milhões de refugiados sírios na Turquia, encerra sua ofensiva em 23 de outubro, após dois acordos negociados em separado com os Estados Unidos e a Rússia.

- Morte de Al-Bagdadi -

Em 27 de outubro, Donald Trump anuncia a morte do líder do grupo do Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al Baghdadi, durante uma operação militar dos EUA no noroeste da Síria.

Al-Baghdadi, considerado responsável por vários abusos e atrocidades no Iraque e na Síria e ataques sangrentos, detonou os explosivos que levava consigo e morreu no vilarejo onde estava escondido.

No final de março, as forças árabe-curdas, auxiliadas pelos Estados Unidos, se apoderam de Baghuz, a última fortaleza síria do EI, selando o fim do califado. Mas ainda existem células adormecidas em toda a Síria.

- Coletes amarelos na Champs Elysées -

Em 16 de março, Paris sofre uma nova explosão de violência, com lojas saqueadas e incendiadas na Avenida Champs Elysées, no quarto mês de mobilização dos "coletes amarelos" contra a política social e fiscal do governo.

O chefe de polícia de Paris é demitido. Onze pessoas morreram desde o início dos protestos, que se enfraqueceram ao longo dos meses, e milhares ficaram feridas.

As Nações Unidas expressam sua preocupação com os testemunhos de "uso excessivo da força" e exigem uma investigação.

- Gigantes da internet sob pressão -

Nos Estados Unidos e na Europa, os gigantes da Internet Google, Apple, Facebook e Amazon, criticados por abusos em torno da proteção de dados pessoais ou por suspeitas de monopólio (mercado de publicidade, pesquisa on-line, comércio eletrônico), são alvo de investigações, ameaças de desmantelamento e multas (US$ 5 bilhões para o Facebook nos Estados Unidos).

As gigantes da web enfrentam a mídia pela distribuição do conteúdo da imprensa que recuperam, capturando a maior parte da receita de publicidade on-line.

Na França, o Google e o Facebook se recusam a pagar à imprensa "direitos relacionados", um mecanismo autorizado de compartilhamento de receita através da transposição de uma diretriz europeia adotada no final de março.

Protestos em grande escala ocorreram em Hong Kong enquanto a polícia usava gás lacrimogêneo a fim de dispersar os manifestantes.

Uma grande multidão foi às ruas nesse domingo (30), a fim de dar as boas vindas à legislação americana que apoia os direitos humanos e a democracia em Hong Kong.

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Os manifestantes também fizeram uma marcha, exigindo que o governo de Hong Kong aceite suas reivindicações, que incluem a introdução de voto direto para a escolha do chefe do Executivo do território. Os organizadores disseram que 380 mil pessoas participaram da marcha.

À tarde, a polícia disparou gás lacrimogêneo contra os manifestantes, alegando que alguns deles atiraram tijolos.

A mídia de Hong Kong relatou que alguns dos manifestantes jogaram coquetéis Molotov e vandalizaram restaurantes que acreditavam ser a favor de Pequim.

Em meio à crescente frustação, um grupo pro-democracia pretende realizar grande manifestação no próximo domingo (8), em seguida a outra organizada pelo grupo, com a participação de cerca de 1 milhão de pessoas.

*Emissora pública de televisão do Japão

O parlamento iraquiano aceitou formalmente, neste domingo, a renúncia do primeiro-ministro Adil Abdul-Mahdi, que anunciou sua saída na sexta-feira em meio a protestos violentos contra denúncia de corrupção e escassez de serviços públicos, falta de emprego entre outras demandas sociais.

Mas o caminho para substituir Abdul-Mahdi foi obscurecido por questões legais consideradas um "buraco negro na constituição", que não indica claramente qual o próximo passo. O Parlamento aprovou a renúncia sem votação. E os legisladores agiram com base na orientação do Supremo Tribunal Federal, porque as leis existentes não fornecem procedimentos claros.

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A constituição exige que o maior bloco do parlamento nomeie um candidato para a presidência dentro de 15 dias. Então o primeiro ministro designado tem 30 dias para formar um governo. Autoridades e especialistas alertaram para uma potencial crise política porque uma coalizão está longe de ser possível no país, já que não há maioria clara no parlamento.

Enquanto isso, manifestações contrárias ao governo seguem na capital do país. Ao menos um manifestante foi morto a tiros neste domingo e os acessos à Bagdá estão fechados, impedindo a circulação para um importante porto de escoamento de commodities ao sul do Iraque.

Fonte: Associated Press.

Milhares de manifestantes pró-democracia voltaram às ruas de Hong Kong, neste domingo (1º), após um breve período de calma pouco habitual em quase seis meses de protestos contra o governo.

Esta nova jornada de mobilizações acontece uma semana depois das eleições locais, nas quais o movimento pró-democracia obteve uma esmagadora maioria. Apesar disso, nem o Executivo local, nem o governo chinês aceitaram fazer qualquer concessão.

A Polícia autorizou três concentrações para este domingo, por meio de uma "carta de não objeção", e pediu aos participantes que sejam pacíficos.

Uma das marchas seguiu para o consulado dos Estados Unidos, para agradecer pelo apoio de Washington à mobilização. Alguns manifestantes levaram uma bandeira dos Estados Unidos e cantaram o hino deste país.

"Gostaria de enviar uma mensagem para o governo: não terminamos e isso não acabou", disse um dos manifestantes, de 27 anos, que não quis ser identificado.

Ele também disse esperar que os três protestos aconteçam de forma pacífica.

"Me preocupa que a opinião pública mude, se a violência e os confrontos continuarem", afirmou.

À noite, os manifestantes vão-se reunir para lembrar Pequim e as autoridades chinesas de suas cinco reivindicações, entre elas a instauração de um verdadeiro sufrágio universal e uma investigação independente sobre a violência policial.

Logo cedo neste domingo, crianças e idosos participaram de uma manifestação pacífica, que transcorreu sem incidentes.

No sábado à noite, no bairro popular de Mong Kog, manifestantes bloquearam ruas, e a polícia usou gás lacrimogêneo. Esta foi a primeira vez desde as eleições de 24 de novembro.

Desde o início dos protestos em junho, foram lançadas mais de 12.000 granadas de gás lacrimogêneo, segundo a polícia.

Neste domingo, um vídeo postado on-line mostrava um manifestante, agredindo brutalmente um homem que tentava retirar uma barricada. A vítima tropeça e cai no chão, após ser atingida na cabeça com um objeto contundente.

Também neste domingo, o chefe da Polícia de Hong Kong, Chris Tang Ping-keung, relatou que este ataque aconteceu ontem à noite em Mong Kok. "Isso poderia tê-lo matado", afirmou Tang.

Segundo a Polícia, "até agora nenhuma pessoa foi detida", e "a vítima, ferida, apresenta um grave traumatismo craniano e foi hospitalizada".

Uma fonte policial confirmou que uma investigação está em curso.

A mobilização em Hong Kong começou em junho como uma rejeição a um projeto de lei destinado a autorizar as extradições para a China. O texto foi retirado de pauta, mas a medida veio tarde demais, segundo os manifestantes, que aumentaram sua pauta de reivindicações.

A chilena Ana Tijoux confessa sentir pavor diante de uma câmera. Mas a timidez de um dos rappers mais reconhecidos da América Latina se torna fúria quando ela canta "Cacerolazo", seu mais recente sucesso que acompanha a revolta social em seu país.

Usando chapéu e vestida discretamente de preto, Tijoux enfrenta a sessão de fotos no estúdio da AFP em Paris com estoicismo.

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No braço, uma tatuagem com a data de 1977, ano de seu nascimento e o título de um de seus álbuns decisivos.

"Vou fazer uma décima tatuagem, uma gigantesca América Latina na minha perna", comenta ela com determinação, uma atitude que parece inata em Anamaria, seu verdadeiro nome.

A revista Rolling Stone a catapultou em 2014 como "a melhor rapper em espanhol por sua dicção precisa e ritmo infalível", e ela foi indicada a vários Grammy Awards e colocou uma canção na trilha sonora na série "Breaking Bad" e em um videogame da FIFA.

Mas desconfia do sucesso. "É preciso assumir responsabilidades e o anonimato... é muito mais confortável", diz ela.

Sua vida passa por etapas entre o Chile e a França, onde ela nasceu de pais exilados durante a ditadura.

Recentemente, fez as malas de novo e se estabeleceu com o marido e dois filhos em Paris.

À distância, a rapper, contestadora desde o início da carreira, tornou-se uma referência musical da crise social no Chile.

A artista, que afirma criar de uma maneira "bagunçada" e "instável", compôs "Cacerolazo" (panelaço), que, em um fundo de sons metálicos de panelas e colheres, reivindica a renúncia do presidente Sebastián Piñera e justifica a atual revolta no país, desencadeada após o aumento do preço da passagem do metrô.

"Não são 30 pesos, são 30 anos / A constituição e os perdões / Com punho e colher frente ao aparelho / E a todo o Estado, panelaço!", canta a rapper.

"Muitos esperavam isso" 

"Muitos esperavam essa união de forças e fúria não ouvida há anos", diz ela.

Mas "Cacerolazo" não pretende ser um hino ou um discuso. "São os jovens que discursam. São eles que acordam um país inteiro e os adultos os acompanham".

Para Tijoux, os estudantes, ponta de lança dessa revolta que eclodiu em 18 de outubro e ainda não se apaziguou, são muito mais politizados.

"Eles não estão contaminados pelo medo com o qual vivemos da ditadura", causada principalmente pela "impunidade", argumenta Tijoux, que vê a mesma resposta à desigualdade espalhada em outros países da América Latina, como Bolívia e Colômbia.

Para a rapper, que sempre ouviu falar que a música deveria ser apenas entretenimento enquanto ela já brandia o microfone como uma arma, esse é um ótimo momento.

"A posição política é a coisa mais bonita que pode acontecer a uma pessoa", enfatiza.

Nova onda de artistas

Tijoux fala pouco de seu trabalho e influência, buscando se fundir em algo maior.

"O 'euísmo' é muito perigoso", afirma.

Questionada sobre o poder do rap em uma revolta popular, ela defende que este "é apenas mais um ramo da árvore da música", que é rebelde por definição.

E a música não é a única tendência artística que desempenha um papel crucial agora no Chile.

"Uma nova onda de novos artistas aparecerá", e está traduzindo essa rebelião popular em "uma beleza que emociona às lágrimas", afirma, citando artistas, fotógrafos, artistas plásticos...

Enquanto isso, em Paris, Tijoux prepara um novo álbum. Ela não tem "ideia" quando será lançado.

A Colômbia chegou nessa quarta-feira (27) ao sétimo dia seguido de protestos após a convocação de uma nova greve geral por sindicatos de trabalhadores e organizações estudantis, responsáveis pelo início das manifestações, há uma semana, que deixaram quatro mortos e mais de 500 feridos. Milhares de manifestantes ocuparam a Praça Bolívar, centro dos protestos em Bogotá, com bandeiras, panelas e apitos rejeitando as propostas que foram até agora apresentadas pelo presidente Iván Duque.

Diferentemente dos últimos dias, a movimentação não se espalhou para o restante da capital e não foi significativa em outras cidades do país. Manifestantes indígenas chegaram a bloquear uma rodovia no sudoeste da Colômbia.

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Os protestos generalizados nas ruas da Colômbia provavelmente forçarão Duque a fazer grandes mudanças em sua proposta de reforma tributária, se ele quiser aprovar a lei antes do final do ano. Galvanizados por quase uma semana de protestos e inspirados por outras manifestações na América Latina, os sindicatos estão reivindicando que o governo rejeite o projeto, que inclui cortes de impostos para as empresas, enquanto os partidos de oposição tentam retardar o debate legislativo, na esperança de obter concessões.

O tribunal constitucional decidiu que a lei deve ser aprovada até o final do ano, caso contrário o regime tributário retomará as disposições de 2018. Se Duque não aprovar a reforma ou for forçado a diluí-la drasticamente, ele frustrará os líderes empresariais e os aliados conservadores, para quem o projeto de lei é essencial para manter a classificação de crédito do país e reduzir a dívida.

De início, o governo disse que o projeto de reforma tributária elevaria a receita em cerca de 1% do PIB, aumentaria a confiança dos investidores e impediria um possível rebaixamento das classificações de crédito. "Duque terá de encontrar soluções amigáveis rapidamente, pois a força dos manifestantes cresce à medida que o tempo passa", disse o analista Sergio Guzmán, da Colombia Risk Analysis. Os protestos, na maioria pacíficos, em Bogotá e outras cidades levaram milhares de manifestantes às ruas por questões que vão desde a corrupção até o assassinato de ativistas, passando pela violenta reação da tropa de choque.

Uma das questões que catalisou os protestos foram os rumores sobre planos econômicos desconectados da reforma tributária - entre eles um corte no salário mínimo - que Duque diz não apoiar.

Na terça-feira, Duque tentou apaziguar os críticos acrescentando ao projeto medidas para populações desfavorecidas. Ele sugeriu que um imposto sobre valor agregado poderia ser repassado ao 1/5 dos colombianos mais pobres e aposentados menos abastados poderiam contribuir menos para o sistema de saúde. Essas mudanças "não serão suficientes", disse Guzmán.

Vetar o corte nos impostos empresariais, apoiar um popular corte dos salários do Congresso e aumentar bastante o salário mínimo de 2020 são maneiras pelas quais Duque pode dar provas de que está ouvindo os manifestantes, disse.

Embora os protestos não tenham atingido o pico dos que vêm ocorrendo nos últimos meses em Chile, Bolívia e Equador, eles podem se intensificar, complicando ainda mais a aprovação do projeto de lei. Antes dos protestos, a Fitch confirmou o rating de crédito da Colômbia em BBB, mantendo sua perspectiva negativa por causa dos "indicadores mais fracos de governança".

Os partidos de oposição já estão incentivando os protestos para prolongar o debate sobre as propostas de Duque, na tentativa de obter mais concessões do presidente. "A oposição pediu ao ministro das Finanças que adiasse a votação e incorporasse as propostas que as pessoas fizeram", disse Katherine Miranda, parlamentar do Partido Verde e membro do comitê econômico da Câmara. "Por exemplo, para não aumentar a base tributária."

Reconsiderar partes da reforma será fundamental para acalmar os protestos, disseram especialistas. "Não é o momento político adequado para apoiar o tipo de reformas que geralmente reduzem os impostos sobre as empresas, pois, na cabeça das pessoas, é uma maneira de ajudar os ricos", disse Marc Hofstetter, professor de economia da Universidade dos Andes.

Duque pode se arrepender de responder aos protestos com um convite para um diálogo nacional até meados de março de 2020, disse Hofstetter. "O risco é que isso se torne um protesto permanente, como o que aconteceu no Chile, certamente com consequências para a economia, o emprego e a renda das pessoas", afirmou. "Estabelecer um prazo em março é um convite para o povo ficar nas ruas." (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois manifestantes foram mortos a tiros nesta quarta-feira (27) em Bagdá e várias estradas foram bloqueadas no sul do Iraque, um dia depois de uma violenta jornada que deixou um morto e vários feridos.

O Iraque, um dos países mais ricos em petróleo do mundo, está mergulhado na pior crise social de sua história recente. Os manifestantes exigem a reforma do sistema político e a renovação total de sua classe governante, que consideram corrupta e incompetente.

O movimento, o primeiro espontâneo em décadas, tem sido marcado pela violência, que deixou mais de 350 mortos desde 1º de outubro.

Depois dos disparos com munição letal que ocorreram pela primeira vez em plena luz do dia em Kerbala e que, segundo os médicos, causaram uma morte, as autoridades que administram os santuários da cidade sagrada xiita anunciaram o fechamento excepcional dos jardins de infância e escolas religiosas.

O fechamento de dois dias também se aplica às mesmas escolas em Najaf, a outra cidade sagrada xiita ao sul de Bagdá, e Al-Hilla, na província da Babilônia (sul).

Na manhã de quarta-feira grandes colunas de fumaça foram observadas acima de Kerbala, visitada todo os anos por milhões de xiitas de todo o mundo.

Os manifestantes bloquearam várias estradas, incluindo a que segue até a Babilônia, no sul.

Em Diwaniya, mais ao sul, onde escolas e administrações também fecharam, os manifestantes montaram piquetes para impedir que as autoridades tentassem reabrir seus escritórios.

Em Kut e Najaf, o setor público também está paralisado. Em Nasiriyah e Basra, regiões petrolíferas do extremo sul, uma manifestação bloqueou a filial local da companhia estatal de petróleo de Nasiriyah, mas sem afetar a produção nas duas províncias.

Um funcionário da Universidade Politécnica de Hong Kong afirmou nesta quarta-feira (27) não ter encontrado nenhum manifestante no campus da instituição, indicando o fim da ocupação antigovernista que passou dias sob cerco da polícia.

"Nós tentamos o nosso melhor para lidar com esse assunto. Já fizemos o que poderíamos fazer. Esperamos poder reabrir a escola em breve para iniciar nosso trabalho de renovação e reduzir o impacto em nossos alunos e em nossos projetos de pesquisa", afirmou a vice-presidente executiva da Universidade, Miranda Lou.

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A ocupação começou há duas semanas e, desde então, o campus havia se transformado em um campo de guerra. Mais de mil manifestantes ficaram sitiados na Universidade, cercados pela polícia, que ameaçou usar munição letal nos confrontos.

Desde junho Hong Kong é cenário de um movimento sem precedentes contra a interferência de Pequim no território semiautônomo de 7,5 milhões de habitantes. A crise entrou em uma nova fase esta semana, mais radical, com a adoção pelos manifestantes de uma estratégia que consiste em multiplicar os bloqueios e os atos de vandalismo, com o objetivo de testar a capacidade da polícia.

A mobilização pró-democracia começou em junho com a rejeição a um projeto de lei que autorizaria extradições à China. O texto foi retirado em setembro, mas os manifestantes ampliaram suas reivindicações, que incluem o sufrágio universal. (Com agências internacionais).

Os moradores de Hong Kong votaram neste domingo em número recorde nas eleições locais da ex-colônia britânica, onde o movimento pró-democracia busca aumentar a pressão sobre o governo pró-Pequim deste território semi-autônomo, abalado por protestos sem precedentes desde junho.

A participação superou 70%, anunciou a Comissão Eleitoral, um índice muito superior aos 47% das eleições anteriores de 2015, o que poderia favorecer o grupo pró-democracia.

Por toda a cidade, longas filas se formaram em frente às assembleias de voto.

Normalmente, essas eleições para eleger 452 conselheiros em 18 distritos, que lidam com questões como coleta de lixo e planejamento urbano, não despertam muito entusiasmo.

Mas esse território vive uma situação excepcional há seis meses e atravessa a pior crise política desde a sua retrocessão para a China em 1997, com manifestações quase diárias e ações cada vez mais violentas para exigir reformas democráticas.

Esses conselhos sempre foram dominados por um bloco de políticos relacionados com Pequim.

E depois de meio ano de protestos nas ruas, os manifestantes pró-democracia querem aproveitar essa oportunidade incomum de se expressar nas urnas para reduzir o domínio pró-Pequim e dar um novo impulso à mobilização.

- "Mudança na sociedade" -

"Espero que essas eleições permitam que sejamos mais ouvidos dentro dos conselhos", disse à AFP Michael Ng, estudante de 19 anos que votou pela primeira vez em sua vida.

"Embora meu voto não seja grande coisa, espero que permita mudanças na sociedade e ajude a apoiar as manifestações", ressaltou.

No total, 4,13 milhões de pessoas de Hong Kong se registraram para votar - de uma população de 7,3 milhões de pessoas - ou seja, 400.000 a mais do que quatro anos atrás.

Essa votação é a mais próxima de uma eleição direta que existe em Hong Kong.

Alguns cientistas políticos acreditam que uma alta participação pode favorecer a causa pró-democracia, que tem feito desta consulta uma espécie de referendo contra a chefe do Executivo local, Carrie Lam, e seu governo pró-Pequim, que rejeitam qualquer concessão aos manifestantes.

"Estamos votando para dar nossa opinião sobre o que acontece (...) Também estamos votando para escolher o que está por vir", disse Jimmy Sham, candidato pró-democracia e uma figura de destaque no movimento de protesto.

Nas últimas semanas, o governo disse que essas eleições seriam adiadas se a violência persistisse nas ruas.

De fato, as manifestações reduziram nos últimos dias, uma estratégia com vista às eleições.

Trata-se, no entanto, de uma trégua relativa, à medida que o cerco da Universidade Politécnica (PolyU) continua, com manifestantes radicais entrincheirados, e que no fim de semana passado foi palco dos confrontos mais violentos com as forças de segurança desde o início dos protestos em junho.

Esta manhã, policiais foram destacados perto de algumas seções eleitorais, mas não em número excessivo. "Fico feliz em poder dizer que temos um ambiente relativamente calmo e pacífico para realizar essas eleições corretamente", disse Lam após votar em seu círculo eleitoral na ilha de Hong Kong.

O movimento de protesto começou em junho em rejeição a de um projeto de lei para autorizar as extradições para a China continental. O texto foi abandonado, mas os manifestantes ampliaram suas exigências, cobrando o sufrágio universal para eleger as autoridades de Hong Kong e uma investigação independente sobre a violência policial.

burs-dma/jac/hh/mis/es/mr/lb

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciou que as mobilizações solidárias nacionais, marcadas para acontecer entre os dias 25 e 29 de novembro, em razão, segundo a organização, “da ameaça de demissões da categoria e da venda de ativos da estatal para o bolso do consumidor, para o meio ambiente e para os trabalhadores do setor (incluindo os terceirizados)”. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) havia acatado à liminar da Petrobras, pedindo que os trabalhadores não entrassem em greve.

Em nota oficial, a FUP argumentou que a decisão não fere a decisão do TST, porque as manifestações serão realizadas parcialmente, sem prejuízo do abastecimento de combustíveis. “O vazamento do óleo é um dos exemplos dos desmontes dest governo. Se os dois comitês que integravam o Plano Nacional de Contingências para Incidentes de Poluição por Óleo em Água, não tivessem sido extintos em março, a Petrobrás poderia ter usado sua expertise para identificar e até conter o vazamento antes de tão grande estrago”, comentou o diretor geral da FUP, José Maria Rangel.

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Segundo a FUP, a Petrobrás também está descumprindo o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que foi mediado pelo TST, porque a estatal incluiu metas de segurança, saúde e meio ambiente (SMS) como critérios para pagamento de bônus e concessão de vantagens. Para Rangel, tais ações ferem cláusulas do acordo e podem desencadear o aumento do desemprego e precarizar o trabalho. “Ao mesmo tempo que demonstra preocupação com o abastecimento nacional, a Petrobras não se mostra preocupada com o consumidor, quando promove constantes aumentos para alinhar seus preços ao mercado internacional. Isso vai aumentar ainda mais com a venda das refinarias. Nós queremos mostrar que estamos alinhados aos interesses da sociedade e estaremos junto com a sociedade essa semana em ações solidárias, unindo nossas causas”, comentou.

Aos gritos de "chega de gás lacrimogêneo", milhares de famílias em Hong Kong protestaram neste sábado para se ao governo na condução dos protestos pró-democracia às vésperas de eleições locais muito disputadas.

Ao todo, a polícia de choque já disparou mais de 9.000 cartuchos de gás lacrimogêneo desde que os protestos começaram a agitar o território chinês em junho, muitas vezes em áreas lotadas e também perto de escolas.

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Segundo os manifestantes, com a polícia agora comprando cartuchos da China, há um medo crescente de que o gás lacrimogêneo possa liberar produtos químicos tóxicos, incluindo dioxinas causadoras de câncer. Uma jornalista relatou que foi diagnosticado com uma condição na pele ligada à exposição a toxinas, incluindo dioxina.

O governo disse nesta semana que não havia evidências de nenhuma risco à saúde ou ambiental e recusou-se a revelar os produtos químicos no gás lacrimogêneo,

citando preocupações operacionais.

Nesta semana, houve um raro momento de tranquilidade nas ruas, com os manifestantes ansiosos para validarem sua causa através das urnas, cujas eleições para os conselhos distritais acontecem neste domingo (24). Cerca de 4,1 milhões de cidadãos se registraram para votar - um crescimento de 12% em relação ao pleito anterior.

Na disputa, estão 452 de 479 assentos nos conselhos de cada um dos 18 distritos de Hong Kong. Os conselheiros distritais, que são eleitos totalmente por voto direto, são responsáveis por tratar de questões comunitárias, como coleta de lixo e rota de ônibus. Seu poder é limitado se comparado ao do Conselho Legislativo (LegCo), órgão legislador de Hong Kong.

Além destas serem as primeiras eleições em Hong Kong desde o início dos protestos, os 18 conselhos distritais têm participação no processo de votação indireta que seleciona parte dos representantes do LegCo e os membros do Executivo local. Atualmente, os partidos pró-Pequim controlam 17 conselhos e contam com 298 conselheiros distritais desde as últimas eleições, em 2015.

O secretário-chefe de Hong Kong, Matthew Cheung, disse neste sábado que a votação de quase 60% da população da cidade é um "exercício democrático real" e que uma forte presença policial nas assembleias de voto garantirá que tudo ocorra bem.

Fonte: Associated Press

Quatro manifestantes morreram em Bagdá, em uma nova sexta-feira (22) de protestos no Iraque, onde a mais alta autoridade xiita pediu para que se modifique a lei eleitoral, a única reforma proposta pelo governo até agora e rejeitada pelas ruas.

Em quase dois meses de mobilização, mais de 340 pessoas perderam a vida, quase todos os manifestantes, em confrontos que agora estão concentrados no centro de Bagdá. Na capital, as ruas comerciais foram transformadas em um campo de batalha urbano.

Diante da pior crise social no Iraque pós-Saddam Hussein, o poder propôs uma série de auxílios sociais e uma reforma da lei eleitoral, que não toma forma no Parlamento.

E isso também não convence a multidão que sai às ruas e exige um novo sistema político, um expurgo dos "corruptos" e uma classe dominante completamente renovada.

Nesta sexta, na rua Rachid e em torno de três pontes que ligam a Praça Tahrir, o epicentro da mobilização e onde ficam as principais instituições do país, quatro manifestantes morreram, dois por tiros e duas por granadas, segundo fontes médicas.

Também houve registro de 30 feridos. Essas granadas são criticadas por serem de uso militar e dez vezes mais letais do que as usadas em manifestantes em outras partes do mundo.

- "Não vão mudar nada" -

Desde o início, em 1º de outubro, do primeiro movimento de protesto espontâneo no Iraque, mais de 15.000 pessoas ficaram feridas em Bagdá e no sul do país.

Em seu sermão semanal, o grande aiatolá Ali Sistani, que recentemente expressou seu forte apoio às reivindicações dos manifestantes sem perder a confiança dos líderes, retomou a questão da reforma da lei eleitoral.

Ele considerou que votar em uma reforma desse tipo era uma prioridade para sair dessa "grande crise".

O sistema eleitoral iraquiano, um dos mais complexos do mundo, é acusado de favorecer os grandes partidos, e seus líderes são criticados por impedir o acesso a novos políticos.

O projeto de lei apresentado pelo governo de Adel Abdel Mahdi ao Parlamento não parece responder às demandas de renovação dos manifestantes, nem da ONU, que pede melhorias neste texto.

O projeto ainda não foi submetido à primeira leitura no Parlamento.

"As novas eleições não mudarão nada: veremos os mesmos rostos e o mesmo governo", reclama Ahmed Mohammed, um manifestante na Praça Tahrir.

Nesta praça, leis e emendas constitucionais estão longe de agradar aos iraquianos, que exigem uma mudança radical.

- "Mentindo para nós" -

"Os líderes perderam toda sua legitimidade, suas propostas não nos representam. Queremos que o governo renuncie", diz Abu Ali, um manifestante de 32 anos.

Os manifestantes ocupam a praça emblemática dia e noite e montaram acampamentos em três pontes - Al-Jumhuriya, Senek e Al-Ahrar - que levam à Zona Verde, onde ficam o Parlamento, o gabinete do primeiro-ministro e embaixadas dos Estados Unidos e do Irã.

O grande vizinho iraniano é vaiado o tempo todo, e sua bandeira, queimada na praça pública por iraquianos que veem no Irã o arquiteto do sistema político corrupto do país.

Ao sul de Bagdá, importantes manifestações também ocorreram nas cidades de Hilla, Nasiriyah, Diwaniya, Najaf e Kerbala.

"Estamos determinados a continuar a mobilização até a renúncia do governo e a dissolução do Parlamento", diz Nasir al-Qassab, um chefe tribal que protesta em Kut.

"Rejeitamos essas propostas do governo, que mente para nós", conclui.

As forças de segurança do Iraque dispararam nessa quinta-feira (21) munição letal e cilindros de gás lacrimogêneo contra manifestantes em Bagdá, matando 4 pessoas e ferindo outras 48, disseram fontes médicas.

Mais de 300 pessoas foram mortas desde o início dos protestos contra o governo em Bagdá e no sul do Iraque, em outubro, os maiores desde a queda de Saddam Hussein, em 2003. O Iraque é um dos países mais corruptos do mundo, onde os cargos são distribuídos segundo as religiões e as etnias. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Alguns manifestantes antigoverno retidos dentro de uma universidade em Hong Kong tentaram fugir ontem pelo esgoto. Os bombeiros, porém, impediram novas tentativas de fuga bloqueando um bueiro que dá acesso ao sistema.

Segundo testemunhas, pelo menos 100 manifestantes permanecem na Universidade Politécnica, cercados por barricadas e pelo batalhão de choque. Na terça-feira (19), o Senado americano aprovou uma lei em apoio aos manifestantes, o que causou descontentamento no governo chinês. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Três agentes das forças de segurança morreram no Irã, onde protestos violentos continuam por causa da decisão inesperada do governo de aumentar o preço da gasolina.

Nem as inúmeras prisões nem os cortes na Internet, que dificultam tomar conhecimento da situação no país após quatro dias de violência, parecem ter acalmado os manifestantes.

Em Teerã, centenas de policiais de choque armados com cassetetes foram enviados nesta terça-feira ao lado de canhões de água para várias praças da capital, informaram os jornalistas da AFP.

No leste de Teerã, dois postos de gasolina foram queimados e depois cercados pela polícia, enquanto no oeste houve uma delegacia foi atacada por manifestantes.

O porta-voz da autoridade judicial, Gholamhossein Esmaili, citado pela agência de informações dessa instituição, a Mizanonline, pediu à população que denuncie "para a aplicação da lei os sediciosos, os germes da violência e todos que cometeram crimes".

Sem dar números, Esmaili disse que houve várias prisões de pessoas que queimaram mesquitas ou bancos, além de "indivíduos que forneceram imagens ou informações para a mídia estrangeira e inimigos" do Irã.

Nas primeiras horas desta terça-feira, as agências Isna e Fars anunciaram a morte de três agentes das forças de segurança esfaqueados em uma "emboscada" na província de Teerã.

Os três mortos são um oficial da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irã, e dois membros do Bassidj, um grupo de voluntários islâmicos.

Essas mortes elevam a cinco o número de mortos confirmados oficialmente desde o início dos protestos, embora possam haver muito mais, segundo informações publicadas nas redes sociais que não podem ser verificadas.

Pelo menos seis outras pessoas morreram, segundo informações de agências iranianas, que geralmente não dão detalhes ou citam suas fontes.

A televisão oficial transmitiu imagens da área de Andimeshk, no sudoeste do país, na qual um homem que parece portar uma arma dispara contra um grupo de jovens jogando pedras.

- Sem internet -

Os protestos começaram na noite de sexta-feira, poucas horas após o anúncio da reforma do sistema de subsídios à gasolina que, segundo o governo, beneficiaria as famílias mais carentes, embora isso represente um aumento significativo de preços.

Os protestos acontecem alguns meses antes das eleições legislativas programadas para fevereiro.

Desde 2018, quando os Estados Unidos mais uma vez impuseram sanções econômicas ao Irã, a economia está em recessão.

O PIB iraniano caiu 4,8% em 2018 e deve cair novamente 9,5% este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional.

A inflação, causada pela queda do rial, a moeda local, é oficialmente de 40%.

A reforma que desencadeou os protestos significa que o preço da gasolina, que é altamente subsidiado, aumentará em 50%, passando de 10.000 para 15.000 riais (11 centavos de euro) nos primeiros 60 litros comprados por mês.

Se esse valor for excedido, o preço do litro é multiplicado por três, chegando a 30.000 riais.

De acordo com as autoridades, a medida ajudará os 60 milhões de iranianos mais pobres de uma população total de 83 milhões de pessoas.

Na segunda-feira, a Guarda Revolucionária alertou que está disposta a "reagir decisivamente contra a insegurança e ações que perturbam a paz social".

Em nível internacional, o escritório de direitos humanos da ONU disse nesta terça-feira que ficou "alarmado" com relatos de uso de munição real usada contra manifestantes no Irã.

"Estamos especialmente alarmados com o fato de o uso de munição real ter causado um número significativo de mortes em todo o país", disse Rupert Colville, porta-voz da ONU.

A França, por sua vez, lamentou "a morte de vários manifestantes", enquanto que a Alemanha pediu ao país que "respeite a liberdade de reunião e expressão".

A Turquia espera, por sua parte, que o clima "acalme o mais rápido possível" em seu país vizinho.

No domingo, os Estados Unidos condenaram o uso de violência e a "restrição de comunicações", em referência à internet cortada desde sábado.

Segundo a ONG NetBlocks.org, que supervisiona a liberdade de acesso à internet no mundo, os iranianos estão "isolados do mundo exterior" pelo desligamento da rede, que funciona apenas com 5% da sua capacidade normal.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou na noite de domingo que reconhece o uso excessivo de força parte da polícia local para conter protestos com demandas sociais legítimas e disse que abusos foram cometidos. O mandatário prometeu punição para todos que cometem atos de violência.

Milhares de pessoas ficaram feridas em confrontos com a polícia e 26 morreram nos protestos até agora. Além disso, ao menos 230 pessoas perderam a visão em um dos olhos.

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Os protestos exigem reformas na educação, na saúde e no valor das aposentadorias. Um acordo entre partidos políticos chilenos traçou um caminho para potencialmente reescrever a constituição, outra demanda dos manifestantes. Fonte: Associated Press

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