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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai acelerar o registro de medicamentos. Hoje, de acordo com um levantamento da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), um remédio pode demorar até dois anos para ser avaliado pela agência e receber permissão para ser vendido no País. A partir de agora, com a adoção de medidas anunciadas nesta segunda-feira pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esse prazo será de até seis meses.

O anúncio foi feito em um encontro de Padilha com empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo. De acordo com o ministro, isso será possível com a adoção de algumas medidas. A primeira delas é a criação de uma fila especial para medicamentos que são produtos de inovação tecnológica ou de interesse pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É o caso dos remédios para câncer, hipertensão e diabete.

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Os medicamentos que entrarem nessa fila passarão, automaticamente, a fazer parte da lista dos produtos fornecidos pelo SUS. Nas regras atuais, após o registro pela Anvisa, existe outro processo burocrático para a incorporação do medicamento pelo SUS. "Um medicamento de câncer não pode levar o mesmo tempo que um cosmético na fila da Anvisa. É uma fila específica para registrar mais rápido o que é do interesse da população brasileira e do SUS. A incorporação do medicamento pelo SUS já passa a ser automática com a aprovação da Anvisa", disse Padilha.

Outra medida é a adoção pela Anvisa de um sistema de registro eletrônico de medicamentos, que passará a ser utilizado a partir de 15 de abril. De acordo com o Ministério da Saúde, a ferramenta deve ser responsável pela redução de até 40% do tempo da análise de cada pedido.

A Anvisa também receberá autorização para reconhecer todos os trabalhos e estudos feitos por agências sanitárias internacionais. "Hoje, a Anvisa não pode reconhecer o registro feito pelas autoridades sanitárias da Europa ou dos Estados Unidos. Todo o trabalho tem que ser refeito", observou o ministro. Haverá, ainda, a contratação de 314 novos técnicos para a área de registro de medicamentos. "A Anvisa passará a ter um prazo máximo igual ao do FDA (agência sanitária dos Estados Unidos), de seis meses", completou o ministro.

De acordo com o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, a rapidez não comprometerá o rigor das análises. "O que queremos é que a Anvisa seja eficiente, consiga ter prazos mais previsíveis e atender a demanda das indústrias sem em nenhum momento comprometer o rigor que precisa ter na liberação de produtos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fundação Oswaldo Cruz(Farmanguinhos/Fiocruz) vai iniciar a distribuição de medicamento para tratamento da doença de Parkinson, o dicloridrato de pramipexol. O acordo com o laboratório Boehringer Ingelheim prevê a transferência de tecnologia em cinco anos e permitirá a economia de R$ 90 milhões nesse período. A estimativa é de que 20 mil pessoas estejam em tratamento para Parkinson em instituições públicas.

"Hoje os Estados fazem a compra do pramipexol, por licitação. O Ministério da Saúde centralizará a aquisição desses medicamentos e passará a comprá-los de Farmanguinhos", explicou Hayne Felipe da Silva, diretor executivo de Farmanguinhos. "A transferência de tecnologia reduz custos e amplia a oferta de medicamento, desse produto ou de outro item".

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Nos primeiros três anos da transferência de tecnologia, o remédio será produzido na Alemanha, com acompanhamento de técnicos de Farmanguinhos, e embalado no Brasil. Nos dois anos seguintes, representantes do laboratório vão ao Rio de Janeiro para supervisionar a fabricação do medicamento. Nesse período, metade da demanda nacional será produzida por Farmanguinhos. O restante continuará sendo importado. A partir de então, o pramipexol será produzido integralmente no Brasil.

Hayne ressalta que a produção nacional tem importância do ponto de vista da inovação tecnológica - a partir do que for aprendido na fabricação do pramipexol, pode-se chegar ao desenvolvimento de outras substâncias. "Outro aspecto importante é aumentar a soberania. Não sofre, por exemplo, com interrupção da produção caso a empresa desista de fabricar o medicamento", disse. É o que está acontecendo com o quimioterápico L-asparginase, indicado para leucemia aguda. "A empresa anunciou que não produzirá mais o medicamento a partir do segundo semestre e o Ministério da Saúde está trabalhando parcerias para evitar o desabastecimento".

Esse é o 14º convênio de transferência de tecnologia assinado por Farmanguinhos. O instituo firmou parcerias para a produção nacional de antirretrovirais, imunossupressores, indicados para evitar rejeição de órgãos transplantados, asma, doenças do sistema nervoso central e tuberculose.

 O Brasil vai produzir medicamento contra a artrite reumatóide e outras doenças crônicas que afetam cerca de 16 mil pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu ao Instituto Vital Brazil, ligado à Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, o registro para a fabricação do Etanercepte.

De acordo com o laboratório, o objetivo é reduzir, em cinco anos, 50% do valor do remédio importado e distribuí-lo na rede hospitalar pública. O presidente do Instituto Vital Brazil, Antônio Werneck, informou que o medicamento de procedência natural estará disponível na rede de saúde daqui a três anos, em 2016.

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“O país importa cerca de 3 mil medicamentos biológicos para o tratamento do câncer e de inflamação das articulações. As proteínas atuam com princípios ativos eficazes. Um exemplo é a insulina para o diabetes tipo 2, produzida com proteínas recombinantes. A partir das proteínas, temos visto um resultado mais eficiente, porque degeneram os tecidos das doenças identificadas, sendo melhor que os medicamentos anti-inflamatórios”, explicou Werneck.

De acordo com ele, o medicamento é importado pelo SUS desde 2006 para o atendimento a 16.431 pacientes, e a produção no Brasil vai gerar uma economia de R$ 720 milhões aos cofres públicos. O Etanercepte será comercializado nas apresentações 25 miligramas (mg) e 50 mg. Com o registro da Anvisa, os laboratórios têm autorização para construir uma fábrica e começar os ensaios clínicos. Para a comercialização do produto, o órgão deve conceder um segundo registro em 2016. O remédio será produzido em parceria com o laboratório oficial Biomanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, e a Empresa Brasileira de Biotecnologia Farmacêutica, a Bionovis.

 

 

 

 

O Brasil passa a produzir um medicamento para o tratamento contra o câncer pela primeira vez. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou na manhã desta quarta-feira (19) o recebimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do primeiro lote nacional do Mesilato de Imatinibe, indicado para o tratamento de leucemia mieloide crônica e de estroma gastrointestinal (tumor maligno no intestino).

A produção será feita pelos laboratórios públicos Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e Instituto Vital Brazil (da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro), em parceria com cinco empresas privadas. "O Brasil só tem condições de produzir um medicamento como esse e atrair o investimento de empresas nacionais porque somos um dos únicos países com mais de 100 milhões de habitantes a buscar atendimento universal e gratuito para todos", disse Padilha.

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O acordo prevê a transferência de tecnologia para fabricação e distribuição do medicamento pelos próximos cinco anos. Para este período, o Ministério da Saúde estima que a iniciativa gerará uma economia de R$ 337 milhões ao SUS. A medida beneficiará cerca de 8 mil pessoas. A previsão é de que em 2013 sejam entregues ao SUS cerca de 4 milhões de comprimidos do medicamento.

Até o fim da próxima semana, o Instituto Vital Brazil, vinculado à Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, deve entregar ao Ministério da Saúde mais de 6 milhões de cápsulas de rivastigmina, medicamento usado no tratamento da doença de Alzheimer. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (21), Dia Mundial do Alzheimeir.

Os remédios foram encomendados pelo Ministério da Saúde, em parceria com setores públicos e privados, para estimular a produção deles no Brasil e fortalecer o campo da saúde. O Instituto Vital Brazil será o único laboratório oficial responsável pela produção do medicamento. Segundo a assessoria do Vital Brazil, o Ministério da Saúde repassou ao instituto R$ 10 milhões em 2011 e mais R$ 70 milhões neste ano para fabricação do remédio. O governo estadual entrou com R$ 50 milhões.

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Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) necessita de cerca de 25 milhões de cápsulas anuais para 6 mil pacientes cadastrados. Desde junho, o Ministério da Saúde pode atender aos usuários do SUS com menores custos, sem a necessidade de comprar o medicamento de empresas particulares. A distribuição ocorre gratuitamente nos polos de atendimento. Em junho, o instituto já havia entregado 6 milhões de cápsulas.

O diretor industrial do Instituto Vital Brazil, Jorge Luiz Coelho Mattos, explicou que a rivastigmina está sendo produzida em quatro concentrações: 1,5 miligrama (mg), 3mg, 4,5mg e 6mg, e será distribuída para 1,2 milhão de pessoas em todo o país. "Todo o Brasil recebe o medicamento. Tem estado que recebe mais, tem estado que recebe menos, dependendo da sua necessidade.”

Ele exemplificou com o Acre e o Rio de Janeiro. No Acre, serão distribuídas 1.440 cápsulas na concentração de 1,5mg e 900, na concentração de 4,5mg. O Rio de Janeiro receberá 460 mil cápsulas na concentração de 1,5mg, 66 mil na de 3mg; 51.600 na de 4,5mg e 90.180 na de 6 mg.

O Alzheimer é uma doença degenerativa ainda incurável, caracterizada pela perturbação de múltiplas funções cognitivas, como memória, atenção, aprendizado, cálculo e linguagem, além de acarretar no comprometimento de outras atividades. Os sintomas são acompanhados por deterioração do controle emocional, do comportamento social e da motivação.

O neurologista Rafel Zandonadi Brandão, da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, disse que, por ser uma doença grave, o Alzheimer pode tornar o paciente completamente dependente. De acordo com o médico, é comum a família dos doentes de Alzheimer abdicar de sua vida social para cuidar do paciente. "Imagina o que é a pessoa ter o pai como figura máxima, que ensinou tudo na vida e que, em determinado momento, passa a usar fraldas, que ela é obrigada a trocar, porque ele [o paciente] não tem controle das funções fisiológicas."

Brandão destacou o alto custo com medicamentos, nos quais, segundo ele, mesmo com subsídios de laboratórios, o paciente não gasta menos de R$ 800. "São remédios caros. O tratamento das complicações que o Alzheimer pode trazer, como pressão alta e diabetes, também é caro."

Situado em Niterói, o Instituto Vital Brazil é uma empresa de ciência e tecnologia do governo do Rio de Janeiro. É um dos 21 laboratórios oficiais brasileiros e um dos quatro fornecedores de soros contra o veneno de animais peçonhentos ao Ministério da Saúde.

 

Um dos países com mais casos de tuberculose no mundo, o Brasil esbarra em uma norma interna para produzir um remédio contra a doença. Três laboratórios podem fabricar o medicamento quatro em um, que reúne quatro princípios ativos em um comprimido e é considerado o mais eficaz pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, para o remédio ser fornecido, o país precisa alterar uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Atualmente, as normas do órgão regulador não permitem que quatro drogas sejam combinadas em um único remédio. Para autorizar a produção do quatro em um, portanto, a Anvisa precisa rever uma resolução, o que foi pedido há mais de um ano. O processo é sigiloso e a agência só informa que recentemente pediu dados a um dos laboratórios com condições de produzi-lo imediatamente, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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A produção em território nacional do quatro em um é fundamental para dar autonomia ao Brasil no tratamento da doença, defende o coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, Draurio Barreira. Atualmente, o medicamento é distribuído gratuitamente para cerca de 80 mil pacientes da rede pública. “O mundo inteiro usa, nós usamos [importado], mas não podemos produzir”, disse. “É uma questão burocrática que vem nos prejudicando”.

Segundo Barreira, o tempo entre a compra e a entrega do quatro em um é um ano, mas pode se estender. No último pedido, relata, o remédio estava em um porto na Índia, pronto para sair, quando acabou sendo vendido para outro país por falta de um documento de importação. “Quer dizer, ficamos na ameaça de abastecimento. São coisas absurdas que acontecem”, disse. Por causa da greve na Anvisa, a importação também foi dificultada, e o país estava no limite do fornecimento até semana passada.

Mas, mesmo com a liberação da agência reguladora para a combinação do medicamento contra tuberculose no Brasil, os laboratórios nacionais continuarão a importar os quatro princípios ativos. A compra dessas drogas e a distribuição do comprimido pronto, no entanto, ficam menos complexas, diz o representante do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, Luiz Henrique Costa. “A importação de matérias-primas é muito mais comum e a produção nacional nos dá independência.”

O Brasil gasta por ano R$ 3,6 milhões com o quatro em um. Por mês, são 2,2 milhões de comprimidos para o combate à tuberculose, cuja incidência é 37 casos por 100 mil habitantes, embora os números venham caindo. Entre os problemas estão o abandono do tratamento, que dura seis meses, e os efeitos colaterais dos remédios, que provocam mal-estar e desconforto gastrointestinal.

Com a produção nacional, o Observatório Tuberculose Brasil acredita que a qualidade dos produtos também ficará resguardada. O representante da entidade Carlos Basilia lembra que, em 2010, o estado do Rio – que tem o maior índice de casos no país – devolveu, por má qualidade, um lote inteiro importado da Índia. “A tuberculose não é uma doença que dá lucro, não há interesse de grandes indústrias, o Brasil acaba refém dos laboratórios, enquanto tem tecnologia para fazer isso aqui.”

Além de Farmanguinhos – que desde 2010 tem um acordo com o laboratório indiano Lupin para a transferência de tecnologia do quatro em um – podem produzir o comprimido o Núcleo de Pesquisa em Medicamentos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército, segundo o coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose.

A expectativa dos especialistas é que, antes de alterar a resolução, a Anvisa faça uma consulta pública. Embora a agência seja vinculada ao ministério, “o órgão tem autonomia e a responsabilidade de checar todos os critérios técnicos de segurança”, ressaltou Luiz Henrique Costa, do Departamento de Assistência Farmacêutica. “Estamos mostrando tudo isso. É um processo demorado mesmo”, completou.

O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, afirmou que a agência já recebeu uma série de liminares requisitando a liberação de produtos e medicamentos. "Cumprimos a determinação, mas isso está tumultuando ainda mais nossas operações", disse. Ele afirmou que, ao ter de atender as liminares, muitas vezes outras cargas consideradas prioritárias têm de ser desembaraçadas num outro momento.

Para tentar reduzir o impacto da paralisação, a agência alterou o sistema para liberação das cargas. Aquelas que permanecem mais de cinco dias aguardando avaliação, poderão obter o deferimento antecipado de licenciamento de importação. A medida também pode ser requerida quando não houver capacidade de armazenamento de cargas suficiente nos portos e aeroportos.

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Os efeitos da paralisação já começam a ser sentidos no atendimento. A Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) informou que, mesmo com ações emergenciais, alguns hospitais registram estoques mínimos e falta de alguns reagentes, materiais descartáveis e alguns produtos farmacêuticos, todos de origem estrangeira.

O secretário-executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), entidade que reúne empresas que atendem mais de 70% do mercado de kits de diagnóstico, considera a situação crítica. "Se as coisas continuarem neste ritmo, em mais uma semana entregas já não poderão mais ser realizadas", afirmou. As empresas também conseguiram liminar da 25ª Vara Cível Federal de São Paulo para que em 48 horas, a Anvisa realize a conferência de todas as mercadorias importadas retidas em portos, aeroportos e demais postos alfandegários do Estado de São Paulo.

O presidente da associação que reúne laboratórios públicos nacionais, Luciano Vasquez, também se diz preocupado. Ele afirma que, por enquanto, os laboratórios têm estoques suficientes. "O problema é que, quando a greve terminar, a liberação não ocorrerá de um dia para o outro. Haverá uma demanda reprimida e, se um esforço concentrado não for feito, o risco de dificuldades no abastecimento aumentará".

Depois de receber 71% de comentários desfavoráveis numa consulta pública, a proposta da volta dos medicamentos isentos de prescrição para as gôndolas das farmácias e drogarias foi discutida nesta quinta-feira numa audiência feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em Brasília. A sugestão de mudança, apresentada em abril, revoga uma regra criada pela própria agência e que está em vigor desde o início de 2010, obrigando o produto a ficar atrás do balcão.

Dos 152 comentários registrados durante a consulta, a maioria foi contrária ao retorno do livre acesso aos remédios nos pontos de venda. Agora, com comentários da audiência e da consulta, o texto irá para revisão e para votação da diretoria colegiada. A revisão da agência sobre normas de venda de remédios foi feita com base num estudo feito pelo IMS Health, uma empresa privada que acompanha o comércio de produtos farmacêuticos. O levantamento indicava que, no período em que medicamentos de venda sem receita passaram a ficar atrás do balcão, atendentes das farmácias passaram a ter um papel mais relevante na decisão da compra feita pelo consumidor. Entre medicamentos de venda livre estão analgésicos.

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A pesquisa também mostrou que a venda de embalagens com mais unidades teve aumento maior do que o comércio de pequenas embalagens. Antes das restrições que estão em vigor, remédios de venda livre ficavam ao alcance do consumidor. A Anvisa sustentava que os remédios, da maneira como ficavam expostos, poderiam ser confundidos com produtos livres de riscos. A restrição evitaria acidentes ou excessos. Tão logo foi anunciada, a medida foi alvo de pressão do setor produtivo. Embora a resolução tenha entrado em vigor no início de 2010, várias farmácias conseguiram na Justiça o direito de manter os remédios expostos em gôndolas. O grupo de trabalho diz não haver conclusões com relação ao impacto da restrição na redução dos casos de acidentes com remédios. Dados de 2011 não estavam fechados.

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que permite o uso de genéricos na medicina veterinária e dá preferência a esse tipo de produto em compras governamentais. A proposta segue para a sanção da presidente Dilma Rousseff.

O projeto foi aprovado em votação simbólica. Ele altera um decreto lei de 1969 sobre medicamentos veterinários para introduzir os genéricos e similares entre as possibilidades de fabricação. A proposta ainda determina que nas compras do poder público a preferência será de genéricos caso o preço seja o mesmo de outros medicamentos.

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Caberá ao Executivo, por meio Ministério da Agricultura, regulamentar o funcionamento da nova lei determinando como será o processo de registro. A proposta entrará em vigor 90 dias após a sanção.

A partir de 4 de junho o programa Saúde Não Tem Preço, do Ministério da Saúde, incluirá três medicamentos para asma gratuitamente à população. São eles: brometo de ipratrópio, dirpoprionato de beclometasona e sulfato de salbutamol. Em Pernambuco, 266 farmácias, entre públicas e particulares, distribuirão os medicamentos. Além disso, o ministério vai ampliar seu programa de distribuição de suplementos nutricionais: dose de vitamina A para crianças de 6 meses a 5 anos de idade; e de sulfato ferroso para crianças de 6 a 18 meses em todas as Unidades Básicas de Saúde do país.

As medidas fazem parte do programa Brasil Carinhoso, lançado pela presidenta Dilma Rousseff, nesta segunda (14) que tem o objetivo de tirar da miséria crianças de 0 a 6 anos de idade. A expectativa do ministério é que as ações tenham impacto positivo na saúde infantil com redução dos casos de anemia na primeira infância em 10%, de deficiência de Vitamina A em 5% ao ano; e diminuição do número de internações por asma.

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A asma está entre as principais causas de internação entre crianças de até 6 anos. Em 2011, do total de 177,8 mil internações no Sistema Único de Saúde (SUS) em decorrência da doença, 77,1 mil foram de crianças de 0 a 6 anos. Só em Pernambuco, de 9.190 mil pessoas foram internadas pela doença, destas, 5.032 eram crianças nesta faixa etária. Já o número de internações por anemia foi de 71.534 no país em 2011, e de 3.562 no estado – sendo 454 crianças de até 6 anos.

Com informações da assessoria do Ministério da Saúde

Cinco novas drogas passarão a ser distribuídas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS): dois remédios para pacientes com crescimento anormal da próstata (finasterina e doxasozina) e três fitoterápicos, um deles indicado para síndrome de cólon irritável (hortelã), outro para queimaduras e psoríase (babosa) e outro, para dor lombar (salgueiro).

Os remédios integram a nova Relação Nacional de Medicamentos (Rename), lista preparada pelo Ministério da Saúde com remédios distribuídos pelo governo. Até a versão anterior, eram incluídos na Rename apenas remédios de atenção básica. No novo formato, a relação inclui também remédios para tratamento de doenças raras, vacinas e produtos de saúde.

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"Isso dará mais transparência", afirma o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha. "O novo formato permitirá que toda população saiba quais os medicamentos que o SUS oferece", completa. Com a incorporação anunciada nesta quinta-feira, sobe para 11 os fitoterápicos distribuídos pelo governo. A Rename é revista a cada dois anos.

Uma liminar da Justiça Federal em São Paulo determinou que o Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país passe a distribuir gratuitamente, em 30 dias, o remédio para o tratamento do acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico.

O SUS tem prazo de 30 dias para iniciar o fornecimento gratuito, em toda a rede pública de saúde, do medicamento trombolítico Alteplase, a única droga aprovada no Brasil para o tratamento do acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico.

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A decisão, assinada pela juíza federal Tânia Regina Marangoni, tem abrangência nacional, e foi concedida com base na "exaustiva comprovação de que o medicamento pode beneficiar o tratamento do AVC, salvando milhares de vidas".

A ação civil pública com pedido de liminar foi protocolada na Justiça Federal em agosto do ano passado pelo Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias. Ele baseou-se em dados fornecidos pela ONG Associação Rede Brasil AVC, que mostram que o AVC é a maior causadora de mortes no país e a principal causa de incapacidade em todo o mundo.

"Cerca de 70% dos pacientes não retornam ao trabalho, mais de 50% ficam com sequelas graves e dependentes de outras pessoas para as atividades básicas da vida diária", informa a organização.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, aproximadamente 100 mil pessoas morrem anualmente no Brasil vítimas de AVC. Desse total, 43 mil ocorrem na região sudeste, sendo cerca de 21 mil mortes anuais apenas no Estado de São Paulo.

A quadrilha que desviava medicamentos de hospitais da rede pública de São Paulo atuava desde 2009, segundo informações da promotora Beatriz Lopes de Oliveira, baseado em investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Neste período, o grupo provocou um prejuízo aos cofres público de R$ 10 milhões.

Hoje, 11 pessoas foram presas e um mandado de prisão foi cumprido no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros (CDP), na zona oeste da cidade, onde está preso Stefano Mantovani, acusado de comandar o esquema de dentro da cadeia. Segundo a promotora, Mantovani cumpre 14 anos de prisão pela prática dos mesmos crimes.

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Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos na cidade de Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, em São Caetano e Itaquaquecetuba, na região metropolitana, e na capital paulista. Dois mandados de prisão foram cumpridos no Rio de Janeiro. Foram apreendidos R$ 34 mil em dinheiro, diversos medicamentos, como Mabthera, usados em tratamentos oncológicos, desviados do Hospital Brigadeiro, Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer (IBCC) e Hospital Samaritano.

A Polícia Civil mineira solicitou hoje à Justiça a prorrogação de prazo para a conclusão dos sete inquéritos instaurados para investigar os casos de pessoas que morreram após ingerirem o vermífugo Secnidazol 500mg manipulado pela Fórmula Pharma, de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. A suspeita é de que o medicamento tenha causado a morte de pelo menos dez pessoas no fim de 2011, mas o número pode ser maior, já que há mais quatro mortes suspeitas em Novo Cruzeiro, na mesma região.

O prazo para a conclusão das investigações terminava hoje, mas, segundo a responsável pelos inquéritos, delegada Herta Coimbra, é necessário aguardar a conclusão das análises físico-químicas realizadas em cinco amostras do medicamento e da matéria prima usada na manipulação. Laudo parcial da Fundação Ezequiel Dias (Funed) já mostrou que foi usado um anti-hipertensivo na produção do Secnidazol, mas a instituição ainda analisa a quantidade da substância errada usada no medicamento para emitir o laudo definitivo.

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A delegada aguarda também a conclusão da perícia feita nas vísceras de oito vítimas que foram exumadas nos dias 21 e 22 de dezembro. A análise está a cargo do Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte e a previsão é de que os laudos fiquem prontos no fim do mês. O proprietário da Fórmula Pharma, Ricardo Luís Portilho, pode ser indiciado por homicídio.

O proprietário da Fórmula Pharma, o bioquímico Ricardo Luiz Portilho, pode ser indiciado por envolvimento com tráfico de drogas. O estabelecimento localizado em Teófilo Otoni (MG) foi responsável pela manipulação do Secnidazol 500mg suspeito de ter causado a morte de clientes da farmácia. Hoje (15), a Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou que chega a dez o número de pessoas que podem ter morrido por causa do medicamento, indicado para o tratamento de verminoses.

A delegada responsável pelo inquérito, Herta Coimbra, passou a tarde de hoje em diligências fora da delegacia regional do município, mas uma fonte da polícia confirmou a possibilidade de indiciamento por causa dos psicotrópicos encontrados na Fórmula Pharma ontem. Os medicamentos, com efeitos calmantes e estimulantes, não podem ser comercializados por farmácias de manipulação.

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A primeira morte de paciente que ingeriu o Secnidazol 500mg manipulado em 14 de novembro pela Fórmula Pharma foi a de Sandra Maria Ramos Vieira, moradora de Novo Cruzeiro, seis dias após o medicamento ser produzido. Dois dias depois, uma mulher de 72 anos, de Teófilo Otoni, também morreu após ingerir o Secnidazol. Mas as investigações só tiveram início em 1º de dezembro, quando outras seis pessoas já haviam morrido, após denúncia anônima ocorrida depois da internação de um casal que também tomou cápsulas do medicamento.

A SES acredita que tenha havido contaminação cruzada na manipulação do medicamento. Devido aos sintomas apresentados pelas vítimas, a principal suspeita é de que tenha sido usada uma substância anti-hipertensiva. Além de cápsulas do Secnidazol já prontas encontradas na sede da Fórmula Pharma, a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, também vai analisar todas as substâncias usadas na produção do medicamento.

Não há prazo previsto para a conclusão das análises porque, de acordo com a SES, parte destas substâncias - também apreendidas na farmácia de manipulação - ainda não chegaram na Funed e a recomendação é para que quem comprou qualquer medicamento da Fórmula Pharma suspenda imediatamente o uso.

Em depoimento à delegada Herta Coimbra na quarta-feira, Ricardo Luiz Portilho (cujo nome havia sido divulgado anteriormente como Henrique Luiz Portilho) afirmou que acredita na possibilidade de "sabotagem" na manipulação do Secnidazol. Além dos psicotrópicos, a fiscalização no estabelecimento na quarta-feira resultou na apreensão de computadores e documentos mostrando que as vítimas compraram o medicamento.

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