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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta segunda-feira (15) seu nome ao processo que pode levá-lo a chefiar o Ministério Público Federal (MPF) por mais dois anos. Para que seja reconduzido ao cargo, ele precisa estar entre os três candidatos mais votados, ser indicado pela Presidência da República e passar por aprovação do Senado.

Janot é o segundo candidato a se inscrever ao processo que escolherá quem será o procurador-geral pelos próximos dois anos a partir de setembro, quando se encerra o primeiro mandato de dois anos do atual titular. Além de Janot, o procurador Carlos Frederico Santos também já se inscreveu no processo. Ele foi, aliás, o primeiro a se candidatar. O prazo para inscrições termina às 18 horas desta segunda-feira, 15.

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Os candidatos permanecerão em campanha e serão submetidos a uma votação no dia 5 de agosto pelos membros do Ministério Público Federal. Os nomes dos três mais bem votados serão apresentados pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que conduz o processo de escolha interna, à presidente da República, Dilma Rousseff. A presidente escolhe então um dos três nomes. Embora não seja obrigatório, tem sido praxe dos últimos presidentes indicar o nome mais bem votado para ocupar o cargo de procurador-geral.

Para assumir o cargo, o indicado precisa antes passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e por aprovação no Plenário da Casa.

Se for indicado, Janot deverá enfrentar clima hostil no Senado. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos investigados pela Operação Lava Jato, tem tecido críticas ao pedido de apuração, no qual foi incluído, feito por Janot ao Supremo Tribunal Federal (STF). Além dele, o senador Fernando Collor (PTB-AL), também investigado no escândalo, entrou com representações no Senado tentando impedir a recondução do procurador-geral ao caso.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou nessa quinta-feira (11) que pedirá aos Estados Unidos informações sobre a investigação que trata dos supostos casos de corrupção na Federação Internacional de Futebol (Fifa). Segundo Janot, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pretende verificar se os crimes foram cometidos em países do Mercosul.

O anúncio de Janot foi feito durante reunião, em Ouro Preto (MG), de representantes de ministérios públicos do bloco sul-americano. O procurador espera que a investigação possa ser feita em conjunto com todos os países.

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A investigação sobre a Fifa é conduzida pela procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch. A operação, que resultou na prisão de dirigentes da entidade, foi deflagrada pela Polícia Federal norte-americana (FBI) em Zurique, na Suíça, no dia 27 de maio.

Desde o início das investigações, a Fifa afastou 11 pessoas investigadas pela Justiça dos Estados Unidos, entre elas, o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol.

 

Começa esta semana, oficialmente, o processo para escolher o sucessor de Rodrigo Janot à frente da Procuradoria-Geral da República. As inscrições terão início na sexta-feira, quando a Associação Nacional dos Procuradores da República abre edital para os interessados na disputa.

Além de Janot, são esperados como candidatos os procuradores Raquel Dodge, Mário Bonsaglia e Carlos Frederico. O nome do procurador Nicolao Dino, aliado de Janot, chegou a ser cogitado, mas ainda não se sabe se ele oficializará a candidatura justamente pela proximidade com o procurador-geral. A votação que definirá a lista do Ministério Público vai ocorrer em 15 de agosto. O mandato de Janot termina no dia 17 de setembro. Embora não seja uma exigência, a associação costuma enviar os três nomes mais votados para a Presidência da República, que indica o escolhido ao Senado.

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Se apresentar seu nome à associação e for o indicado, Janot deverá enfrentar clima hostil no Senado, que aprova a indicação para o posto. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos investigados pela Operação Lava Jato, tem tecido críticas ao pedido de apuração, no qual foi incluído, feito por Janot ao Supremo Tribunal Federal.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), também investigado na Lava Jato, acredita, porém, que a Casa não iria rejeitar o nome de Janot. "A leitura que seria feita pela sociedade é de que essa rejeição teria se dado por ele estar processando parlamentares", afirma.

Para o presidente da associação, José Robalinho, apesar da disputa interna, não há clima de rivalidade: "Não vejo nenhuma ofensa ao doutor Rodrigo (Janot) nem quebra da união que a carreira tem hoje em torno dele e do trabalho que ele está fazendo na Lava Jato, e isso é unânime", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avaliou que merecem "aprofundamento" as investigações sobre uma suposta sociedade oculta do senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA) na Diamond Mountain Capital Group, via fundo de investimento aberto nas Ilhas Cayman, conhecido paraíso fiscal. O parecer de Janot foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal como parte de um processo que apura a prática de crimes de ocultação de bens e lavagem de dinheiro no qual Lobão foi citado.

"Os indícios da possível prática dos crimes (...) merecem o aprofundamento das investigações", escreveu Janot ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no Supremo.

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O jornal O Estado de S. Paulo revelou que Lobão é suspeito de ser sócio oculto da Diamond Mountain Capital Group. O nome do ex-senador foi citado por Jorge Alberto Nukin, ex-dirigente da Diamond Participações, à Polícia Federal. Ele afirmou aos investigadores ter ouvido por diversas vezes dos donos da empresa que Lobão seria sócio de um fundo do grupo nas Ilhas Cayman. A menção fez com que um inquérito que corre na justiça federal em São Paulo fosse desmembrado para o STF já que Lobão tem prerrogativa de foro por ser parlamentar em exercício.

O procurador diz ainda que as declarações e documentos apresentados por Nurkin oferecem indícios de que Lobão teria participado de "transações e facilitações no suposto esquema de fraudes arquitetado pelos representantes legais da Diamond Mountain Capital Group". Segundo Nukin, os dirigentes da Diamond Marcos Henrique Marques da Costa e Luiz Alberto Maktas Meiches, teriam buscado apoio de Lobão no "intuito de obter facilidades junto aos fundos de investimentos controlados pelo Governo Federal, dentre eles, o Postalis - Fundo de Seguridade dos Correios", diz o texto. Costa e Meiches são investigados em inquérito aberto na Justiça Federal em São Paulo. O Estado confirmou que a Diamond é gestora de um fundo do qual o Postalis tem R$ 67,5 milhões investidos.

No documento, Janot pede ainda ao STF que o senador seja notificado e apresente documentos, caso queira. "Ante o exposto, e antes da análise de eventual outra providência, o Procurador-Geral da República se manifesta pela notificação ao do Senador da Republica Edson Lobão para ciência e apresentação de documentos, se assim o desejar, no prazo de 20 (vinte) dias", escreveu Janot, em pedido aceito pelo ministro Barroso. Após a manifestação do senador, o procurador-geral deverá decidir se pede a abertura ou eventual arquivamento do caso ao STF para apurar o suposto envolvimento do parlamentar no caso.

Lobão nega qualquer envolvimento com a Diamond. A defesa diz que vai processar quem usou o nome do senador indevidamente. A Diamond também tem negado participação do ex-ministro e qualquer irregularidade nas atividades do grupo.

Alvo da Operação Lava Jato, o senador Fernando Collor (PTB-AL) chamou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de "chantagista" por ele ter pedido a quebra do seu sigilo fiscal e bancário. "Essa conduta, para mim, tem nome. O nome dessa conduta é chantagem. Só que o sr. Janot, o chantagista, comigo não se cria: estiola", disse.

Em discurso feito na tarde desta quarta-feira, 20, na tribuna do Senado, Collor afirmou que Janot decidiu fazer a solicitação ao Supremo Tribunal Federal (STF) depois de ter vindo a público a notícia de que ele havia protocolado quatro representações no Senado que poderiam resultar no impeachment do procurador-geral.

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O senador, entretanto, apresentou os requerimentos no dia 12, e os pedidos de quebra de sigilo de Janot chegaram ao Supremo cinco dias antes, no dia 7. A quebra de sigilo foi autorizada na última segunda-feira e será usada pelos investigadores para checar eventuais depósitos mencionados pelos delatores da Lava Jato.

Desde que virou um dos 50 investigados no STF por suposto envolvimento em desvios na Petrobrás, Collor tem acusado o procurador-geral de agir sem critério ao fazer suas acusações.

A Polícia Federal, porém, encontrou no escritório do doleiro Alberto Youssef em São Paulo comprovantes de depósitos bancários de dinheiro destinados a Collor. O próprio Youssef, posteriormente, afirmou em sua delação ter feito vários depósitos para o senador.

O senador Fernando Collor (PTB-AL) protocolou nesta terça-feira, 12, quatro representações contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, alegando "crimes de responsabilidade".

O senador, que figura entre os 50 políticos alvo de inquérito da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), acusa o procurador-geral de ter agido "sem critério" nos pedidos de abertura de investigação no STF. Desde o ano passado, ainda nas primeiras etapas da Lava Jato, contudo, a Polícia Federal encontrou no escritório do doleiro em São Paulo comprovantes de depósitos bancários de dinheiro de Alberto Youssef para Collor. O próprio Youssef, posteriormente, afirmou em sua delação ter feito vários depósitos para o senador.

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Ainda assim, Collor acusa Janot de abuso de poder por ter solicitado a coleta de documentos na Câmara dos Deputados em uma ação que tinha como alvo o presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que também é investigado na Lava Jato.

Outro questionamento apontado pelo senador é de que o procurador-geral tenha feito autopromoção, por ter "transformado sua segurança pessoal em um espetáculo de mídia" durante uma visita à cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, e por ter recebido um grupo de manifestantes na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), que foram ao Ministério Público Federal fazer uma vigília para o procurador-geral diante das acusações que vem sendo feitas contra ele.

Há ainda uma outra representação que fala em "desperdício de dinheiro público". Collor alega que membros do Ministério Público têm feito uso de passagens e diárias de forma abusiva, "tudo autorizado expressamente pelo procurador-geral da República".

Nos quatro pedidos protocolados, o senador pede que a Mesa Diretora do Senado forme uma "comissão especial para analisar a admissibilidade das denúncias". Se as representações foram acatadas, o colegiado deverá fazer diligências e emitir um parecer sobre o caso, mas a decisão final cabe ao Plenário, o que poderia se transformar em um processo de impeachment do procurador-geral.

Desde que teve seu nome confirmado entre os alvos da Lava Jato, Collor tem dirigido fortes críticas a Janot. Já o procurador-geral tem evitado responder aos ataques dos investigados.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta terça-feira (5) que foi "escolhido" pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para ser investigado por uma "querela pessoal". Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), Janot afirmou que existem "elementos muito fortes" para continuar a investigação do peemedebista por suposta participação no esquema de corrupção apurado pela Operação Lava Jato.

Na avaliação de Cunha, o procurador-geral foi "contestado" publicamente e por isso insiste em mantê-lo como alvo da investigação. "Ele está numa querela pessoal. Não há dúvida com relação a isso", concluiu. "Ele está fazendo uma investigação própria, insiste em me escolher para investigar", emendou.

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O documento da PGR é uma resposta ao recurso apresentado pela defesa de Cunha no qual é solicitado o arquivamento do inquérito contra o peemedebista. Janot chamou de "despropositada" a versão apresentada pelo presidente da Câmara que alegava "fraude" no sistema de informática da Casa, que apontava o parlamentar como autor de requerimentos que motivaram a investigação na Lava Jato.

Para o presidente da Câmara, a apuração da PGR se baseia em matérias jornalísticas e que visam tentar criar constrangimento. "Não vai me constranger. Estou absolutamente tranquilo", declarou.

Aos jornalistas, Cunha disse que "provou" em seu agravo regimental que outras pessoas deveriam ser investigadas e não compõem a lista de políticos sob suspeita. "Ele escolheu a mim e não outros. Ele tem que explicar por que, por exemplo, arquivou o inquérito contra o senador Delcídio Amaral (PT-MS). Coloquei nos meus fundamentos que todos aqueles que eles colocam que têm envolvidos com o meu processo fizeram contribuições diretas. Isso está na prova do meu documento, que é público", enfatizou.

Os documentos obtidos pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, resultado da negociação de um acordo de cooperação internacional com a França, não serão encaminhados à CPI do HSBC. A comissão foi instalada no último mês de março no Senado para investigar irregularidades praticadas pelo banco na abertura de contas. Há a possibilidade de mais de US$ 100 bilhões, de contas de cerca de 100 mil clientes de diversas nacionalidades, terem sido ocultados do Fisco dos respectivos países.

Entre os correntistas há cerca de 8 mil brasileiros, que tinham, numa estimativa preliminar, mais de R$ 7 bilhões ocultados da Receita Federal. Integrantes da cúpula do Ministério Público Federal e do Ministério da Justiça estiveram nos últimos dois dias em Paris, onde se reuniram com autoridades locais em busca de um acordo internacional em torno do caso conhecido como Swissleaks, que revelou nomes de proprietários de contas sigilosas no HSBC na Suíça.

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"A cooperação que estamos solicitando é de natureza penal. Tendo sucesso, o resultado vai ser utilizado por quem requereu: o Ministério Público Federal e a Policia Federal. Para qualquer outra utilização tem de ser feito um novo pedido de cooperação e cabe à França decidir se vai ou não aceitar", disse ao Estado o secretário nacional de Justiça, Beto Vasconcelos.

Ele integrou o grupo de autoridades brasileiras na capital francesa. "Para encaminhar os dados para a CPI, dependemos de autorização formal do governo francês. Não pode ser iniciativa nossa", explicou. Segundo Vasconcelos, um grupo de parlamentares da CPI já procurou o Ministério da Justiça e o Ministério Público para obter informações sobre os procedimentos que deverão adotar para também terem acesso aos dados levantados pelos franceses.

"Os membros da CPI solicitaram audiência com o procurador-geral e com o ministro da Justiça. Expuseram o método de trabalho deles e solicitaram auxílio e informação técnica de como proceder para um pedido de cooperação com a França. Todo o auxílio técnico está sendo dado", assegurou o secretário.

Na passagem por Paris, o grupo brasileiro realizou reuniões com representantes do Serviço Central de Prevenção da Corrupção do ministério da Justiça Francês, da Secretaria-geral de Imigração do Ministério do Interior da França, e da direção do Escritório de Cooperação em Assuntos Penais Internacionais.

"A cooperação jurídica internacional Brasil-França vai se estabelecer em bases bastantes produtivas e positivas", disse Beto Vasconcelos. Segundo ele, a tendência é de o processo continuar correndo em segredo de Justiça no Brasil. "Estamos tendo todo o cuidado de seguir as normas estabelecidas nos acordos internacionais para preservar a validade da prova e para não expor as pessoas. Uma vez que ter conta no exterior, por si só, não é ilícito".

Enquanto a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) dava início ao julgamento do pedido de habeas corpus de Ricardo Pessoa, dono da UTC preso pela Operação Lava Jato, a Procuradoria-Geral da República (PGR) divulgou uma nota à imprensa reforçando que posição contrária à concessão dos pedidos de liberdade de Pessoa e de outros três empreiteiros que serão julgados nesta terça-feira, 28.

Em conversas reservadas, interlocutores do Ministério Público disseram ao Estadão que existe grande temor dos procuradores que cuidam da Lava Jato diante da possibilidade de os ministros do Supremo concederem liberdade aos empreiteiros presos desde novembro, quando foi deflagrada a 7ª Fase da Lava Jato. Serão analisados os pedidos de liberdade do dono da UTC e de outros dois executivos da OAS.

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"Em pareceres enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, manifestou-se contrariamente à liberação da prisão preventiva de Ricardo Pessoa, presidente da UTC, Agenor Medeiros, diretor da área internacional da OAS, e José Ricardo Breghirolli, funcionário da OAS", diz a nota. Segundo o procurador-geral, a existência de organização criminosa em funcionamento justifica a prisão.

No caso de Pessoa, considerado o chefe do "clube das empreiteiras", como ficou conhecido o suposto cartel formado pelas construtoras investigadas na Lava Jato, Janot disse que a manutenção da prisão se justifica pelo "risco à ordem pública". O empreiteiro afirma que seu afastamento da presidência da empresa e a decisão da Petrobras de que a UTC está impedida de celebrar novos contratos com a estatal afastam o risco à ordem pública e a necessidade de custódia.

No entanto, para Rodrigo Janot, esses argumentos não garantem afastamento do risco, sendo a prisão necessária para instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal. "Deve-se ressaltar que o paciente foi o principal responsável por desenvolver o mecanismo e a forma de atuar da empresa ao longo dos anos, baseando-se na formação de cartel e na corrupção de funcionários públicos. Não há como assegurar que seu afastamento irá realmente impedir que continuem as mesmas práticas delitivas, arraigadas na 'cultura' e como elemento próprio da forma de atuar da empresa", escreveu Janot em parecer enviado ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.

Sobre a argumentação da defesa de Pessoa, de que a Petrobras já interrompeu contratos com a UTC, o procurador-geral lembra que ainda há diversas obras em andamento, que não foram afetadas pela decisão, com valores de contratos vigentes superando R$ 7 bilhões.

Em outros dois pareceres, Janot disse que "fica demonstrada a centralidade de Agenor Medeiros para a organização criminosa, tanto pela sua elevada posição na empresa OAS, quanto por ele ter sido delatado, no mínimo, por Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa e mais outro colaborador como um dos principais responsáveis pela organização e a operação do cartel criminoso que operou junto à Petrobras", diz a nota. Medeiros ocupava o cargo de diretor da Área Internacional da OAS.

Já sobre Breghirolli, o procurador-geral disse que também "é evidente a autoria e a relevância do réu para a organização criminosa, pois o funcionário atuou, pela OAS, como interlocutor e contraparte do doleiro Alberto Youssef em múltiplas tentativas e transações com indícios de ilicitude penal".

Em nota, a procuradoria reforça que os pedidos de habeas corpus analisados hoje no STF já foram julgados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que entendeu que "a organização criminosa estava em pleno e perigoso funcionamento". Segundo Janot, "se há organização criminosa em funcionamento, a prisão de integrante seu se justifica como medida necessária e suficiente para paralisá-la, ao menos em um de seus segmentos".

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, iniciou nesta segunda-feira (27) em Paris a série de reuniões para intensificar a colaboração em matéria de informações fiscais e para tentar obter os dados do caso Swissleaks. O caso envolve contas bancárias de 6,6 mil brasileiros da filial do HSBC Private Bank em Genebra, instituição que por sua vez efetuava transferências secretas para contas em paraísos fiscais.

A série de encontros começou na manhã, com uma reunião na embaixada do Brasil e continua com um seminário sobre colaboração na luta antiterrorista. Nesta terça acontece a reunião entre Janot e o secretário de Cooperação Institucional da PGR, Vladimir Aras, com autoridades da Corte de Cassações, do Ministério Público Financeiro e com a ministra da Justiça da França, Christiane Taubira.

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A Receita Federal já teve acesso aos documentos do caso Swissleaks, que lhes foram transmitidos pelo Ministério de Finanças da França. Com isso uma apuração já foi aberta no Brasil para identificar quais das 8,6 mil contas de correntistas brasileiros do HSBC Private Bank eram declaradas ao fisco e quais eram irregulares. Mas a Procuradoria-Geral da República não pode acessar esses dados, que foram transmitidos em regime de sigilo à receita. "Já houve o compartilhamento entre o Estado francês e o Estado brasileiro pra fins tributários. A Receita já vem trabalhando nesses dados, que estão sob regime de tratamento sigiloso", explicou Janot, ressaltando que a receita já "garimpou boa parte das informações", o que na prática coloca a investigação em um ponto mais avançado. "Uma das possíveis negociações é que a França aquiesça que tenhamos acesso a esse sigilo, o que facilitaria o trabalho a partir do material que já está no Brasil."

Segundo Janot, o pedido formal de colaboração jurídica já foi feito há mais de um mês. "A sinalização é positiva", disse o procurador. A partir de então, a PGR vai analisar que tipo de procedimento vai instaurar. "Não é que o brasileiro não possa ter conta no exterior. É possível e lícito. O que queremos é separar o joio do trigo e ver eventualmente aquelas contas que não sejam produto de resultado lícito e as que sejam produto de ilícito", explicou, revelando que o foco deve se concentrar na investigação de pessoas jurídicas. "Como estratégia, não me preocupam muito as contas de pessoas físicas, que declaram com o próprio nome, se expõem. O que me parece merecer um pouco mais de atenção são as contas de pessoas jurídicas, de offshores, que possam em tese significar alguma circulação ilícita de capital."

Entre as possibilidades de crime estão sonegação fiscal, corrupção, evasão fiscal e lavagem de dinheiro. "É uma gama variada de possíveis ilícitos que podem estar acobertados nessa movimentação financeira", afirmou.

Cooperação

De acordo com Janot, não houve demora por parte da PGR na solicitação das informações, que segundo ele devem seguir um trâmite compatível com tratados internacionais para que possam servir como provas. "Não houve demora. Tomamos as atitudes formais que precisam ser tomadas para a validade da prova em tempo hábil", garantiu. "Não adianta eu obter uma informação que não possa usar como prova, que venha de maneira formal ao Brasil e que me possibilite utilizá-la em um processo penal."

O caso Swissleaks foi revelado em 2008 e envolve 106 mil clientes do banco oriundos de 203 países que, entre 2006 e 2007, mantinham depósitos da ordem de US$ 100 bilhões na filial de Genebra do HSBC Private Bank. Só os clientes brasileiros movimentaram um total de US$ 7 bilhões.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o Secretário Nacional de Justiça (SNJ), Beto Ferreira Martins Vasconcelos, viajarão à França na próxima semana para tratar de um acordo de cooperação entre os dois países sobre o caso HSBC. O Brasil pretende ter acesso à relação de brasileiros que mantêm contas no HSBC suíço a fim de verificar a existência de crimes financeiros, como sonegação e evasão fiscal.

Vasconcelos e Janot embarcam no fim de semana para Paris e lá terão encontros com autoridades francesas entre a segunda-feira,27, e a quarta-feira, 29, para tratar de um acordo de cooperação assinado pelos dois países no início de abril.

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O Brasil espera ter acesso à relação de correntistas brasileiros que mantêm contas correntes no HSBC suíço. A decisão do governo brasileiro de pedir acesso às informações por meio da França se deu porque o ex-funcionário do banco HSBC Hervé Falciani entregou ao governo francês uma base de dados sobre as contas numeradas. O mesmo caminho foi seguido por países como Argentina, que já obteve informações sobre seus correntistas.

Após a obtenção das informações, o Ministério Público Federal poderá abrir investigação para apurar a prática de eventuais crimes. Além da colaboração entre os ministérios públicos dos dois países, a Receita Federal brasileira também firmou um acordo com seu contraparte na França para obter mais dados.

Senadores abriram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso HSBC. Representantes da comissão estiveram reunidos recentemente com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e com Janot para pedir que os dados obtidos junto ao governo francês possam ser compartilhados com a Comissão.

Depois de impor uma série de derrotas à presidente Dilma Rousseff no Congresso, o PMDB - partido que formalmente é o principal aliado do governo -, negocia com a oposição a aprovação da quebra dos sigilos telefônicos do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, via CPI da Petrobras.

A legenda que detém a vice-presidência da República e sete ministérios de Dilma encontra, no entanto, resistência do principal adversário do governo, o PSDB: os tucanos querem o fim do sigilo apenas de Cardozo.

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O ministro e o procurador tiveram encontros fora da agenda antes da divulgação da lista de investigados levada ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria-Geral da República. Rebelada no Congresso, parte do PMDB alega que o ministro da Justiça teria influído na decisão de Janot de pedir inquéritos contra dois de seus principais líderes - os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL). Ambos são investigados por suspeita de recebimento de propina no esquema de corrupção da Petrobras.

O requerimento para a quebra dos sigilos de Cardozo e de Janot foi apresentado por um aliado de Cunha, o deputado opositor Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), em 12 de março, quando o presidente da Câmara foi voluntariamente à CPI e acusou Janot de incluí-lo entre os investigados por motivação política.

Além de Paulinho, quatro peemedebistas apresentaram pedidos de esclarecimento dos dois: Carlos Marum (MS), Darcísio Perondi (RS), Édio Lopes (RR) e Celso Pansera (RJ). A aliados, Cunha disse que faz questão de que ambos prestem depoimento e tenham os sigilos quebrados para que sua relação seja exposta. Procurado, o presidente da Câmara não comentou o assunto.

O PSDB prefere evitar o desgaste institucional da Procuradoria-Geral da República, pois tem interesse nas investigações da Lava Jato, que atingem em cheio o PT e seus aliados, apesar de um tucano, o senador Antonio Anastasia (MG), aparecer na lista de suspeitos. O empenho maior do PSDB, agora, é focar a artilharia em Cardozo, na torcida para que a revelação de eventuais contatos seus com empreiteiras complique sua permanência no governo.

Cardozo afirma que não há indício "minimamente razoável" para qualquer apuração sobre ele, e que a Polícia Federal sempre desfrutou de "total autonomia". Disse ainda que tem tratado "rotineiramente" com Janot e outros procuradores sobre temas "diversificados". A procuradoria-geral informou que Janot não falaria sobre o tema.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, na manhã desta quarta-feira, 25, convite para que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, explique aos parlamentares a omissão em agenda oficial de seu encontro com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para tratar dos pedidos de investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF) dos envolvidos na Operação Lava Jato.

O governo conseguiu transformar o que inicialmente era um pedido de convocação, feito pelo deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS), em convite. A ideia é que Cardozo participe de uma audiência conjunta entre a CCJ e a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.

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O senador Fernando Collor (PTB-AL) voltou a criticar nesta segunda-feira, 23, a atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na condução das investigações da Operação Lava Jato. Em discurso no plenário do Senado, Collor disse que Janot e outros integrantes do Ministério Público atuam como "justiceiros". Ele também acusou o procurador-geral de já ter decidido quem irá denunciar no caso, antes mesmo de as investigações haverem sido concluídas.

Segundo o senador, que foi um dos políticos suspeitos de participação no esquema de corrupção da Petrobras que tiveram inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério Público age como se estivesse no "grande pedestal da moralidade pública e no mais elevado altar da ética institucional".

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Ele também afirmou que Janot tem dito a interlocutores que já estão prontas as denúncias que vai apresentar como desdobramento da operação Lava Jato. "Ou seja - e isto é gravíssimo sob todos os aspectos -, o Procurador-Geral da República, em seus vespertinos devaneios, alardeia as condenações que fará antes de concluídas as investigações oficiais da Polícia Federal e do próprio Ministério Público", disse.

Ele criticou também o fato de o procurador-geral ter posado, no início do mês, segurando um cartaz no qual estava escrito "Janot, você é a esperança do Brasil". "Vejam bem, o Sr. Janot como salvador da Pátria. Resta saber a que pátria se refere. A pátria do Ministério Público?", disse.

Para o senador, o "empoderamento" que o órgão vem sofrendo nas últimas décadas coloca em risco a "governança do País". "Na prática, mais do que um Poder, esse grupelho quer se tornar um Poder acima dos Poderes", disse.

No cargo desde setembro de 2013, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ganhou mais destaque na mídia, nas últimas semanas, após entregar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma lista com 50 nomes de políticos para abertura de inquérito sobre envolvimento no esquema de pagamento de propina com dinheiro desviado de grandes contratos da Petrobras. Alvo de críticas por parte dos acusados, Janot defende o endurecimento de regras para o combate à corrupção e enfrenta resistência do Senado para recondução ao cargo.

Especialista em direito comercial, de meio ambiente e do consumidor e mestre em direito, Janot ingressou na carreira de procurador da República em 1984. De para cá, ele atuou como procurador-chefe substituto no Distrito Federal, subprocurador-geral da República, coordenador do Meio Ambiente e dos Direitos do Consumidor da PGR e secretário-geral do Ministério Público Federal, entre outras funções.

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Antes de assumir o cargo, ele também foi professor titular de direito processual civil da Universidade do Distrito Federal (UDF) até 1995 e secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça de abril a dezembro de 1994. Janot ainda foi Presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), em mandato eletivo, de maio de 1995 a maio de 1997 e foi, por três vezes, conselheiro do Conselho Superior do MPF.

Pela Constituição, o procurador-geral da República deve sempre ser ouvido nas ações de inconstitucionalidade e nos processos de competência do STF, podendo denunciar autoridades como deputados federais, senadores, ministros de Estado e o presidente e o vice-presidente da República. Por isso ele deu o parecer no caso da Operação Lava Jato, que apura as denúncias de financiamento de campanhas eleitorais por meio de recursos desviados da Petrobras.

Também cabe a ele a chefia do Ministério Público da União e do Ministério Público Federal, além de atuar como procurador-geral Eleitoral. O procurador-geral da República é escolhido e nomeado pelo presidente da República, e seu nome deve ser aprovado pela maioria absoluta do Senado Federal.

Lava Jato

Acusado de agir em benefício da presidente Dilma Rousseff no caso da Lava Jato e de seguir interesse político, Rodrigo Janot defendeu-se dizendo que não agiu em causa própria. "Tenho 31 anos de Ministério Público e sempre servi à causa da sociedade com honra e denodo. Não vou permitir que, neste momento da vida funcional, interesses vis ou preocupações que estejam além do Direito influenciem o meu agir", frisou.

Para ele, no curso das investigações, a população saberá distinguir entre culpados e inocentes. "Os cidadãos que pagam impostos e que cumprem com seus deveres cívicos saberão, nessa hora sombria e turva da nossa história, distinguir entre o bem e mal, entre a decência e a vilania, entre aqueles que lutam por um futuro para o País e aqueles que sabotam nosso sentimento de nação", disse, sem citar nomes.

Investigado na Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) até iniciou uma ofensiva contra Janot ao tentar encampar uma CPI para investigar o Ministério Público, mas o foco tornou-se a articulação para rejeitar a recondução dele, cujo mandato vence em setembro, ao cargo de procurador-geral da República. Nos bastidores da Casa, já é certa a saída do magistrado do comando da PGR, já que há posições contrárias a ele em todos os partidos.

Embora esteja em plena campanha, inclusive conversando com alguns senadores, Janot disse que a condução do processo da Operação Lava Jato será serena, equilibrada e eficaz. Ele reiterou a transparência e o diálogo. "Se as portas do meu gabinete estão - como sempre estiveram - abertas para o diálogo com quem quer que seja, ressalto que a porta da minha consciência somente se abre para a Constituição e para as leis que jurei respeitar e fazer cumprir", destacou.

 

Um grupo de parlamentares visitou nesta quarta-feira, 18, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para manifestar apoio ao trabalho feito pelo Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato. Na saída, disseram que o procurador se mostrou pronto para enfrentar qualquer tipo de pressão durante as investigações. "Encontramos uma fortaleza. Não está abalado sob nenhum tipo de pressão", disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Desde que encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de investigação para apurar o envolvimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras, Janot tem sofrido ataques por parte de investigados. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou a acusar o procurador de adotar critério político nas investigações.

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O senador do PSB João Capiberibe disse que Janot assegurou aos parlamentares que a apuração do caso é "técnica e absolutamente isenta". Segundo parlamentares presentes, Janot afirmou que a opção por pedir abertura de investigações e não oferecer denúncia diretamente nos casos envolvendo políticos foi uma questão de cautela. "Cautela e canja de galinha não fazem mal", teria dito o procurador ao grupo.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse ao sair da PGR que o grupo que visitou Janot "repudia" tentativas de inibir as investigações em curso. "O que aparece o tempo todo é: 'Congresso reage, beija mão a um dos investigados, alteração legislativa de regras para escolha do procurador-geral'. Nós repelimos isso", afirmou o deputado.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que analise a possibilidade de a Constituição Federal não acatar a prerrogativa de prisão especial para portadores de diploma de ensino superior. De acordo com Janot, o benefício “viola os princípios da dignidade e da isonomia”.

O pedido foi ajuizado no STF pela Procuradoria-Geral da República (PGR), por meio de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 334, que questiona parte do artigo que prevê a prisão especial, contido no Código de Processo Penal. De acordo com a PGR, o “privilégio” da prisão especial foi instituído no governo provisório de Getúlio Vargas. “Originou-se em contexto antidemocrático, durante período de supressão de garantias fundamentais e manutenção de privilégios sem respaldo na igualdade substancial entre cidadãos”. 

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O Código Penal classifica as pessoas em dois grupos, na opinião do procurador-geral, priorizando as que, por conta do seu grau de instrução, teriam o “direito” de não “se misturar” com presos “comuns”. Janot argumenta que essa discriminação contribui para a “perpetuação da inaceitável seletividade do sistema de Justiça criminal, que desagrega brasileiros, por acentuar e valorizar clivagem sociocultural entre eles e reafirma a desigualdade, a falta de solidariedade e a discriminação que caracterizam parte importante da estrutura social brasileira”. 

Ainda segundo a ADPF 334, a norma fere a diretriz constitucional de separar os presos não por seu nível educacional, mas pela natureza do delito, da idade e do sexo. De acordo com o STF, o procurador-geral entende que essa separação é justificável porque faz com que “presos por crimes graves [fiquem] separados dos encarcerados por infrações leves; adultos mais velhos separados de jovens; homens de mulheres”.

O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta segunda-feira, 16, em cerimônia na capital paulista que os procuradores se protegem no profissionalismo. "O que nos protege é justamente simplesmente sermos Ministério Público, de forma reta, clara, transparente. Isso profissionaliza nossa atuação e nos protege 'de qualquer outro tipo de interpretação'", afirmou Janot ao discursar sobre como as esferas do Ministério Público podem ajudar o Estado.

Janot falou por menos de cinco minutos, assinou protocolos e saiu rapidamente do auditório no Ministério Público de São Paulo, evitando a imprensa. Ele não citou nenhuma vez a operação Lava Jato. Disse apenas que o Ministério Público passa por um momento rico, por "diversos motivos".

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O procurador-geral pode ser reconduzido ao cargo em setembro, para mais dois anos à frente da PGR - recondução essa que depende do aval de senadores. Janot, contudo, tem sido alvo de críticas abertas e nos bastidores por parlamentares, especialmente do PMDB. O partido se ressente da abertura de inquérito contra os presidentes peemedebistas da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL).

Janot assinou com Márcio Elias Rosa, procurador de Justiça do Estado de São Paulo, acordos de cooperação de bases de dados e para coibir o uso de explosivos e o uso de armas com numeração raspada - o que facilita o contrabando de armamentos. "É chegado o momento de o Ministério Público, além de sua atividade própria, começar a usar a expertise que adquire na atividade do dia a dia para contribuir, para sugerir aos órgãos do Estado medidas que possam auxiliar seja na segurança pública, seja no combate à corrupção", afirmou.

Janot ouviu um elogio de Elias Rosa, que falou antes dele, sobre sua atuação na Lava Jato. O procurador paulista disse a Janot que o MP-SP apoia seu trabalho e que as suas iniciativas estão elevando "o patamar ético" do Estado brasileiro.

O ministro Teori Zavascki, relator dos casos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu nesta sexta-feira, 13, pedido da Procuradoria-Geral da República para abrir inquérito contra o senador Fernando Bezerra (PSB-PE). Ontem, a procuradoria protocolou pedido para investigar o senador e ex-ministro por suposta participação no esquema de corrupção na Petrobras.

Bezerra é citado nas delações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef como representante do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Costa disse ter sido procurado em 2010 pelo senador, à época secretário de Desenvolvimento de Pernambuco, para receber propina de R$ 20 milhões que seria destinado à campanha de Campos à reeleição. Campos morreu em acidente aéreo em agosto de 2014 em meio à campanha para a Presidência da República.

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Com Bezerra, já são 50 pessoas sob investigação no STF por suspeita de envolvimento no esquema deflagrado pela Operação Lava Jato. O material não foi enviado ao STF junto aos demais, em 3 de março, por uma "falha processual".

Segundo a PGR, existem quanto a Bezerra "relatos objetivos de ambos os colaboradores (Costa e Youssef) no sentido de recebimento de vantagem indevida, o que impõe a instauração de procedimento próprio para esclarecimento do caso".

A procuradoria pede que Bezerra seja ouvido e solicita que sejam colhidos novos depoimentos de Costa e do Youssef sobre os fatos, para apurar mais detalhes. Também é solicitada a relação de doadores para a campanha de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco em 2010.

Em nota distribuída ontem, o senador disse ter recebido com "perplexidade" sua inclusão no rol de políticos investigados na Lava Jato e afirmou que em 2010 não ocupou nenhuma coordenação na campanha de Campos. Bezerra diz não conhecer nem ter tido contato com o doleiro. Os contatos com Costa, segundo o senador, foram "estritamente institucionais, próprios do cargo que ocupava". Ele se diz "tranquilo e preparado" para enfrentar os questionamentos e colaborar com a Justiça.

O procurador-geral da República e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, Rodrigo Janot, disse nesta terça-feira, 10, que a condução do processo da Operação Lava Jato será serena, equilibrada e eficaz. Ele reiterou a transparência e o diálogo. Segundo ele, o processo será longo e não se pode confundir investigação com condenação.

As revelações do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa motivaram abertura de 25 inquéritos para investigar 22 deputados e 12 senadores, por ordem do Supremo Tribunal Federal. Segundo os delatores, os parlamentares receberam propinas do esquema de corrupção que assolou a estatal. Ex-parlamentares também são alvos da grande investigação decretada pelo ministro Teori Zavascki, que acolheu representação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

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O procurador afirmou que, ao apresentar na semana passada pedidos de abertura de inquérito e de arquivamentos na investigação, pediu o levantamento do sigilo do caso. Para ele, a divulgação das ações em um caso dessa dimensão é essencial, para que o "Ministério Público tenha sua coerência comprovada e testada", disse.

Rodrigo Janot também destacou, na declaração que abriu a sessão do CNMP e que era necessária para afastar "ruídos de comunicação nas decisões e atitudes", que sua gestão sempre foi pautada pelo diálogo institucional com os poderes constituídos e com os membros do Ministério Público. Segundo ele, isso não quer dizer que o diálogo irá contaminar suas decisões.

"Se as portas do meu gabinete estão - como sempre estiveram - abertas para o diálogo com quem quer que seja, ressalto que a porta da minha consciência somente se abre para a Constituição e para as leis que jurei respeitar e fazer cumprir", destacou.

"Mais uma vez, reafirmo meu compromisso e meu dever com o Ministério Público, com a sociedade brasileira e com o meu País. E, nesse sentido, trabalharei até o final da minha tarefa", afirmou.

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