A oposição cubana no exílio noticiou nesta sexta-feira (9) que o regime de Havana teria convocado uma conferência para a imprensa internacional, possivelmente sobre o estado de saúde de Fidel Castro, mas o governo desmentiu.
Geralmente, as conferências destinadas à imprensa estrangeira radicada em Cuba são convocadas por email ou mensagens de celular, o que não aconteceu, disse um responsável do Centro de Imprensa Internacional, em Havana, à agência francesa AFP – que confirmou não ter recebido qualquer informação.
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Esta declaração surge após dois jornais ligados à oposição cubana no exílio, em Miami (Estados Unidos) e em Madrid (Espanha), terem noticiado que o governo cubano havia convocado uma conferência de imprensa para esta sexta (9), sem adiantar o assunto, nem a hora.
Estas informações surgem no momento em que aumentam os rumores sobre o estado de saúde de Fidel Castro, que não aparece em público há um ano. Os rumores sobre a morte de Fidel Castro são frequentes, entre a oposição no exílio, desde que o ex-líder delegou ao irmão Raúl os destinos da ilha, alegando razões de saúde.
A edição eletrónica do Diário Las Américas, próximo da oposição cubana exilada em Miami, diz ter entrado em contato com o Centro de Imprensa Internacional, que teria confirmado a convocatória de uma conferência para a imprensa estrangeira.
Fontes no exílio ouvidas pela agência espanhola EFE detectaram “tensão” entre familiares próximos de Fidel Castro e também nos "círculos militares", e se referiram a “numerosos comentários” sobre a morte do ex-presidente cubano, nas últimas horas.
Segundo o Diário de Cuba, militares cubanos mobilizados na Venezuela foram chamados de volta à ilha. O jornal baseia-se no relato que José Briceño, ex-deputado da Assembleia Nacional venezuelana e ex-governador do estado de Monagas, fez na rede social Twitter.
O ex-deputado, exilado na Costa Rica, descreveu “fortes movimentos nos aeroportos", com "aviões carregados de cubanos", e contou que os militares cubanos estão “a sair” da Venezuela, porque terão recebido “ordem” para regressar à ilha. “Uns 800 cubanos já estão de regresso a Havana", acrescentou.
Segundo “testemunhas” ouvidas pelo Diário Las Américas, “estão a ser reparadas as ruas e avenidas que conduzem ao cemitério Santa Ifigenia, em Santiago de Cuba, onde se situa o panteão das Forças Armadas” e está enterrado o fundador do Partido Revolucionário Cubano, José Martí.
Segundo o Diário de Cuba, próximo da oposição cubana em Madrid, o governo cubano não está a permitir a entrada de pessoas no cemitério, onde se supõe que Castro será sepultado, quando morrer.
O local esteve encerrado durante vários meses e a cerca que impedia que se observasse os trabalhos em curso já foi retirada, de acordo com a mesma testemunha, não identificada pelo jornal, que acrescentou: “Não há informação sobre se o túmulo está terminado, mas deve estar, porque já desobstruíram a zona.”
Aparte alguns encontros com aliados estrangeiros, em sua casa, Castro não é visto em público há um ano e são frequentes os rumores sobre a alegada deterioração do seu estado de saúde. “A ausência continuada de Castro, sobretudo nos grandes acontecimentos vividos recentemente na ilha, com a retoma das relações diplomáticas com Washington e a libertação dos espiões detidos nos Estados Unidos” está a reforçar esses rumores.
Na quinta-feira, Fidel Castro não participou nas comemorações dos 56 anos da entrada na capital cubana dos rebeldes que derrubaram o regime de Fulgencio Batista. A cerimónia que assinala o triunfo da revolução cubana foi, no ano passado, a última aparição pública do “comandante” Fidel Castro, de 88 anos.
Da Agência Lusa