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O presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, foi reeleito para um segundo mandato, anunciou neste sábado a comissão eleitoral, após uma votação marcada por inúmeras denúncias de irregularidades, feitas pela oposição e por observadores.

Mnangagwa, 80 anos, obteve 52,6% dos votos e ficou à frente do opositor Nelson Chamisa (44%), que denunciou uma fraude, informou a presidente da comissão eleitoral, Justice Chigumba.

O alto comando das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas reafirmou nesta quinta-feira (9) seu apoio ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na véspera de sua posse para um segundo mandato, não reconhecido pelo Parlamento e por grande parte da comunidade internacional. O respaldo foi dado pelo Ministro da Defesa, Vladimir Padrino, que prometeu apoio irrestrito e lealdade ao líder chavista.

O Exército é um dos principais fiadores de Maduro no poder e, ao longo de seu primeiro mandato, ganhou espaço tanto no governo quanto em empresas estatais, chegando até mesmo ao comando da PDVSA. A oposição também acusa os militares de corrupção ao monopolizar a distribuição de alimentos e remédios, cada vez mais escassos no país.

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No comunicado desta quarta, o ministro manifestou ainda sua "profunda indignação e rejeição categórica" à declaração do Grupo de Lima que, com o apoio dos Estados Unidos, pediu que o líder venezuelano entregasse o poder à Assembleia Nacional.

A Assembleia Nacional, eleita em 2015 e de maioria opositora, qualificou Maduro de "usurpador" e começou na terça-feira a debater fórmulas para promover a "transição política" na Venezuela. O Congresso, no entanto, teve seus poderes caçados pelo Judiciário, que permanece leal ao presidente. (Com agências internacionais).

O ministro da secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Pepe Vargas, disse nesta terça-feira (20) que as nomeações para o segundo escalão do governo devem ocorrer somente após as eleições para as presidências da Câmara e do Senado. Ele defendeu que as indicações para os cargos de diretorias, empresas estatais e demais escalões abaixo do ministério sejam avaliadas caso a caso. O ministro informou que já tem recebido currículos.

Ele acrescentou que o governo não trabalha com a possibilidade de conceder a chamada “porteira fechada” aos partidos que indicaram nomes para comandar ministérios no segundo governo da presidenta Dilma Rousseff. O termo, usado pelos políticos, permite que os ministros indiquem membros do segundo escalão apenas do partido do titular da pasta.

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Segundo Pepe Vargas não há racionalidade técnica, de gestão, nem sequer política na indicação feita dessa maneira. “Há bons quadros, com experiência de gestão política e técnica que os partidos têm e que podem ser indicados para funções em outros ministérios aos quais eles não têm ministro”, disse. Vargas acrescentou que não teria porquê o governo abrir mão de um bom quadro para que o ministro indicasse um nome de seu partido para a função.

O ministro ressaltou, no entanto, que é “compreensível” que o titular de uma pasta tenha “uma certa preponderância” sobre determinados cargos e funções. “Até porque os principais assessores do ministro, secretários, [por exemplo,] a tendência é que sejam pessoas da mais estrita confiança dele. Mas há bons quadros em todos partidos”, defendeu.

Ele disse, ainda, que uma das primeiras matérias que serão encaminhadas pelo Executivo ao Congresso será o conjunto de medidas para aperfeiçoar o combate à corrupção, uma promessa de campanha de Dilma em 2014.

Em café da manhã com jornalistas, o ministro afirmou encarar com naturalidade os impactos da Operação Lava Jato no Congresso e a relação da Casa com o governo. “Se houver algum congressista com provas materiais concretas, a partir dos processos de delação premiada ou de outras investigações feitas, é bem provável que seja oferecida denúncia. Talvez, em alguns casos, haja solicitação para fazer investigação de quem tenha foro privilegiado”, afirmou. Vargas acrescentou que é preciso aguardar o que a Procuradoria-Geral da República vai encaminhar.

Sobre os efeitos na Petrobras, empresa investigada pelo Ministério Público na Lava Jato, o ministro disse que quem causou prejuízo à estatal “por cometer maus feitos obviamente que vai ser responsabilizado. Não há nenhuma responsabilização da presidenta Dilma sobre este tema”, firsou ao ser perguntado sobre a defesa apresentada pelo ex-presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, ao Tribunal de Contas da União.

No documento, Gabrielli solicita a exclusão do processo que determinou o bloqueio de bens, conforme reportagem de O Estado de S. Paulo. De acordo com o jornal, Gabrielli pede a responsabilização do Conselho de Administração da Petrobras caso a solicitação não seja aceita.

O ministro de Relações Institucionais declarou que o país tem maturidade democrática para conduzir as investigações seguindo os preceitos de ampla defesa. “Não acredito que a gente terá instabilidade política institucional por causa de pessoas, seja quem for, que apareça cometendo ilícitos comprovados”.

Ele voltou a criticar a necessidade de criação de uma nova comissão parlamentar de inquérito para investigar irregularidades na empresa. Os convidados a prestar depoimento podem se manter no direito de permaneceram calados, destacou. Vargas disse, também, que outros instrumentos já foram utilizados por órgãos como a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.

Com a responsabilidade de melhorar o diálogo do governo federal com o Legislativo, o novo ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Pepe Vargas, terá a missão de acalmar os ânimos dos aliados e negociar com a oposição. O petista terá ainda o desafio de amenizar os embates do Congresso com o Executivo e ajudar a base a aprovar as propostas de interesse do Planalto.

Logo após assumir oficialmente o cargo, na última sexta-feira (2), Vargas frisou que os dois poderes devem ter independências mas também trabalhar em harmonia. “Temos o grande trabalho de estabelecer o diálogo com a coalizão de sustentação ao governo“, sustentou ele, que já sinaliza uma maior disposição para o debate neste segundo mandato de Dilma, inclusive com a oposição. “O diálogo com oposição também é fundamental. Precisamos de uma oposição ativa, que fiscaliza, que apresenta propostas para o debate e é isso que faz com que nossas instituições democráticas amadureçam”, afirmou.

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Um dos assuntos que deverão ser priorizados pela pasta é a reforma política, um das promessas de campanha de Dilma Rousseff. No programa de governo entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a petista defendeu a realização de um plebiscito para que a população fosse consultada sobre os principais assuntos. "Precisamos oxigenar o nosso sistema eleitoral, definindo regras claras de financiamento. O cidadão deve ter mecanismos de controle mais abrangentes sobre os seus representantes bem como mais espaços para participar das decisões do governo em todos os níveis. Mais ética, mais democracia, mais oportunidade de participar e ser ouvido”, dizia o documento.

Um das propostas aceitas pela petista é o fim do financiamento das campanhas por empresas, mantendo apenas doações privadas individuais. Setores da oposição querem o financiamento público, além do fim da reeleição para cargos do Executivo. “Nós queremos discutir uma reforma do sistema eleitoral como forma de qualificarmos a democracia e valorizarmos os partidos políticos”, ressaltou Pepe Vargas.

O novo ministro também deverá melhorar o diálogo com os estados e municípios. “Essa é uma missão não só da Secretaria de Relações Institucionais, mas de cada órgão do governo brasileiro”, pontuou.

Perfil

Gilberto José Spier Vargas, conhecido como Pepe Vargas, nasceu no Rio Grande do Sul e tem 56 anos. Médico, ele comandou o  Ministério do Desenvolvimento Agrário entre 2012 e 2014. Na área legislativa, ele foi vereador, deputado estadual e deputado fedetal por três mandatos.

Ao assumir na manhã desta terça-feira (6) o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o deputado federal Patrus Ananias (PT-MG) fez uma firme defesa do princípio constitucional da função social da terra e ressaltou que o país não pode ignorar a existência do latifúndio. "Não basta derrubar as cercas do latifúndio, mas as cercas individualistas, excludentes do processo social”, discursou o novo ministro.

À frente do MDA, disse que trabalhará para que o princípio da função social da terra seja mais reconhecido, regulamentado e aplicado. Para ele, o dispositivo da Constituição está “na raiz das reformas que desafiam o pais: a reforma agrária e a urbana”. Para ele, o reconhecimento da função social da terra não se trata de negar o direito à propriedade, mas "adequá-lo aos outros direitos fundamentais, ao interesse público e integral do Brasil".

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"É possível conciliar o interesse justo dos produtores rurais, com o não menos justo interesse dos produtores familiares", frisou Patrua Ananias. Apesar de prometer dialogar com os ministérios que tenham relação com a pasta do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias afirmou que não se pode ignorar ou negar a existência de desigualdades e injustiças. Isso, segundo ele, seria uma forma de perpetuar esses problemas. “Ignorar ou negar a existência da desigualdade e da injustiça é uma forma de perpetuá-los".

O novo ministro classificou os direitos sociais como fundamentais. Em seu discurso exaltou as ações de combate à fome dos governos Lula e Dilma e considerou que o Brasil "seria menos justo" se não fossem essas políticas. "Sabemos que é um tema que desperta polêmica, encontra resistências. Por isso, a solução não depende apenas da vontade da presidenta Dilma e de seus ministros. Passa pelo Congresso Nacional, Poder Judiciário, Ministério Público e, sobretudo, pela sociedade, meios de comunicação e organizações sociais. No fim, é uma escolha feita pela própria sociedade".

Patrus Ananias prometeu ainda ampliar os mecanismos de democracia participativa, ouvindo conselhos populares e conferências regionais, além de dialogar com movimentos sociais, associações e representantes religiosos. Ele acrescentou que dará continuidade e aprofundará ações já em andamento no MDA, como a implantação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural que, segundo ele, consolidará a experiência do ministério no campo.

O ministro, que comandou o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assume a pasta do Desenvolvimento Agrário no lugar de Miguel Rossetto, que comandará no segundo mandato da presidenta Dilma a Secretaria-Geral da Presidência da República.

Ao deixar o MDA, Rossetto fez uma balanço das ações do governo voltadas ao produtor familiar. De acordo com ele, em 2003, foram executados R$ 2,3 bilhões no Pronaf e o ano de 2014 terminou com R$ 22,3 bilhões aplicados na agricultura familiar.

"O Brasil tem produzido mais e melhor, com mais renda, mais desenvolvimento rural, mais inclusão, mais alimentos. São R$ 56 bilhões investidos em 3,6 milhões de contratos. Volume importantíssimo que traduz a aposta estratégica na capacidade de resposta dos agricultores familiares pelo Brasil afora", disse Rossetto.

Ainda segundo o ex-ministro, nos últimos 12 anos, 796 mil famílias tiveram acesso à terra por meio da reforma agrária ou do crédito fundiário. "Mais de 3 milhões de brasileiros sem terra passaram a ter terra nesse país. Nenhum [outro] país fez isso. Nesse mandato de 2014, 121 mil famílias tiveram acesso a 3 milhões de hectares. Estamos falando em algo em torno de dois territórios do Estado de São Paulo destinados ao povo brasileiro", comparou Rossetto.

Com o lema “Brasil: Pátria Educadora”, o governo federal irá priorizar a educação nos próximos quatro anos. Desde a campanha à reeleição, a presidente Dilma Rousseff vem enfatizando que a área terá atenção especial no segundo mandato, pois é vista como “base para o desenvolvimento do país”. O desafio é fortalecer o ensino público e garantir investimentos desde a educação infantil até o ensino superior.

Com um orçamento de R$ 100 bilhões, o novo ministro da Educação, Cid Gomes, tem a missão de comandar a pasta na construção de creches, ampliação de ensino integral e expansão do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), seguindo os compromissos assumidos por Dilma durante a campanha. O pacto nacional para a alfabetização na idade certa e a reforma do ensino médio também deverão estar no centro das discussões.

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"O novo desafio é o da inclusão pelo saber. A educação é o caminho certeiro para o desenvolvimento humano", disse o ministro, na cerimônia de transmissão de cargo, na semana passada. A área terá mais espaço na agenda da presidente, que sempre demonstrou afinidade com Cid Gomes e o escolheu como forma de agradecimento pelo apoio durante a campanha. A expectativa é de que o perfil político e articulador dele contribua nas negociações entre profissionais, sindicalistas e empresários, além da conquista da cooperação e integração dos governos estaduais e municipais.

Uma das primeiras medidas à frente do MEC será o anúncio do reajuste do piso dos professores, que pode ser divulgado ainda nesta semana. "Vamos valorizar e reconhecer trabalho de professores e a remuneração é um dos principais caminhos para isso", frisou ele, que já está em contato com representantes dos estados e municípios e dos professores para ouvir opinião sobre os salários.

Programa de governo

No documento enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com as principais promessas de Dilma para o segundo mandato, a chefe do Executivo federal disse que o país passará agora a focar a "transformação da qualidade do ensino" e que o governo se compromete a cumprir as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado. A ideia é que o setor seja o "responsável pelo êxito das metas de várias outras áreas da administração pública".

A proposta é universalizar a educação infantil de 4 a 5 anos até 2016, ampliar a rede de educação em tempo integral, de forma a atingir 20% da rede pública até 2018, implantar o Pacto Nacional pela Melhoria de Qualidade do Ensino Médio até 2016 e conceder 100 mil bolsas do Ciência sem Fronteiras, entre 2015 e 2018. Até o final do governo, o MEC também espera efetuar mais 12 milhões de matrículas do Pronatec, um dos programas de maior destaque do primeiro mandato.

Compromisso

Ao anunciar o destaque para a educação no governo, Dilma disse que essa é a porta para um futuro próspero. “Só a educação liberta um povo. Democratizar o conhecimento significa universalizar o acesso a um ensino de qualidade em todos os níveis – da creche à pós-graduação; para todos os segmentos da população”.

Com uma base menor, a presidente Dilma Rousseff terá que mudar a postura com o Congresso neste segundo mandato e estreitar o diálogo com o governo. A relação tensa do primeiro comando, que gerou um desgaste entre os aliados, deve dar lugar a maior articulação para que projetos do interesse do Executivo sejam priorizados e aprovados pelo Legislativo.

“Ela [Dilma] terá que dar mais atenção aos parlamentares, dialogar mais, recebê-los mais em audiências, levá-los nas visitas a seus estados de origem, para que os parlamentares se sintam prestigiados”, comentou o analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto Queiroz. “Do contrário, haverá muita dificuldade em reunir maioria para aprovar uma agenda de reformas compatíveis com o que as ruas e as urnas pediram nos anos de 2013 e 2014”, completou.

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As eleições de 2014 resultaram numa diminuição da bancada governista e crescimento da oposição, embora o PT e aliados ainda sejam a maioria tanto no Senado como na Câmara.

Entre os 513 deputados, 304 são dos partidos que apoiaram a reeleição de Dilma (PT, PMDB, PSD, PP, PR, Pros, PDT, PCdoB e PRB). A base perdeu 36 cadeiras. Já a oposição soma 119 parlamentares na Câmara. Para o analista político, o desafio de Dilma será consolidar também os votos dos partidos independentes que tendem a votar com o governo.

Com mudanças em apenas um terço das cadeiras no Senado, a configuração partidária na Casa não sofreu muitas alterações. O governo tem 52 representantes e a oposição 19. Nove senadores de partidos independentes se dividem entre os dois blocos de acordo com os temas.

Ao anunciar nessa segunda-feira (29) mais sete nomes para a Esplanada dos Ministérios do segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff afastou ainda mais a influência do padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, e da corrente majoritária do PT, Construindo um Novo Brasil, do núcleo de comando do governo. A escolha do deputado Pepe Vargas (RS) para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais, que lida com o Congresso Nacional, selou esse distanciamento.

Ex-ministro do Desenvolvimento Agrário entre 2012 e 2014 e integrante da tendência Democracia Socialista (DS) - mais à esquerda do que a hegemônica Construindo um Novo Brasil (CNB) no espectro ideológico do PT -, Vargas será o segundo gaúcho na "cozinha" do Planalto.

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O deputado substituirá Ricardo Berzoini, transferido para o Ministério das Comunicações, e foi escalado por Dilma para fazer dobradinha com Miguel Rossetto, o novo chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Rossetto também é gaúcho e integra a mesma corrente de Vargas no PT.

Embora a cúpula do PT quisesse deslocar Berzoini para Comunicações - uma vez que ele é mais identificado com o projeto de regulamentação da mídia -, a escolha de Vargas para sua antiga cadeira foi considerada por dirigentes do partido como um duro golpe na CNB, a corrente de Lula.

Com a decisão de Dilma, o núcleo duro do Palácio do Planalto não terá mais nenhum nome próximo a Lula. Capitão do time, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), é da CNB, a ala majoritária do partido, mas Lula sempre criticou o que chamava de excessivo "ego" do petista. Mercadante, hoje, é visto no PT como um representante do time "dilmista", e não "lulista".

Além disso, Lula perdeu no Planalto o seu fiel escudeiro Gilberto Carvalho, que sai desgastado da Secretaria-Geral da Presidência, após receber broncas de Dilma por seu conhecido "sincericídio". Carvalho vai assumir a presidência do Serviço Social da Indústria (Sesi).

Além de Vargas, Rossetto e Berzoini em outra vaga, Dilma anunciou ontem (29) outros dois nomes do PT para a equipe: o recém-eleito deputado Patrus Ananias (PT-MG) no Ministério do Desenvolvimento Agrário e Carlos Gabas na Previdência. Carimbada de "patinho feio" da Esplanada, a Previdência sempre foi um ministério rejeitado por aliados. A pasta estava nas mãos do PMDB, mas Gabas já era o secretário executivo.

Feudos

Atualmente com 17 dos 39 ministérios, o PT terá o espaço bastante reduzido no segundo mandato de Dilma. Já perdeu Educação para Cid Gomes (PROS) e tudo indica que não conseguirá retomar o Ministério do Trabalho, que deve continuar sob comando do PDT.

Seguindo a lógica de lotear o governo para obter apoio no Congresso, Dilma manteve o Ministério dos Transportes na cota do PR de Valdemar Costa Neto, condenado no processo do mensalão.

Para Transportes o escolhido foi o vereador Antônio Carlos Rodrigues (PR), ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo. Suplente de Marta Suplicy (PT-SP), Rodrigues foi senador quando a petista era ministra da Cultura. Em novembro, porém, Marta deixou a Esplanada batendo a porta e criticando o governo.

Dilma chegou a dizer, em conversas reservadas, que extinguiria os "feudos" de partidos nos ministérios, mas o PR conseguiu se manter no lugar. Troca O PP do senador Ciro Nogueira (PI) e do deputado Paulo Maluf (SP) foi para outro ministério. Perdeu Cidades.

Como recompensa, o ministro Gilberto Occhi (PP) ganhou o cobiçado Ministério da Integração, que cuida das obras do Rio São Francisco e tem orçamento alto. Dilma ainda não completou o primeiro escalão. Dos 39 ministros, a presidente anunciou até agora 24 nomes.

Os primeiros foram os integrantes da equipe econômica (Joaquim Levy na Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento, Alexandre Tombini no Banco Central e Armando Monteiro no Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) para acalmar o mercado financeiro e o setor produtivo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma lista com os nomes de mais ministros para o governo do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff foi divulgada hoje (29), por meio de nota, pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República. Quatro novos ministros foram anunciados e três vão trocar de ministérios.

O atual ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini será remanejado para o Ministério das Comunicações. Em seu lugar assume o deputado Pepe Vargas, ex-ministro do Desenvolvimento Agrário, e que terá agora a tarefa de conduzir a articulação política entre o Executivo e o Legislativo.

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Miguel Rossetto, que está no comanda do Ministério do Desenvolvimento Agrário, assumirá a Secretaria-Geral da Presidência da República. A pasta é ocupada por Gilberto Carvalho, que após 12 anos no governo vai para a presidência do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi).

Já o ministro das Cidades, Gilberto Occhi, assumirá o comando da Integração Nacional. Para o seu lugar vai Gilberto Kassab, cujo nome foi anunciado pela presidenta Dilma, na semana passada

Para o Ministério dos Transportes, a presidenta indicou o ex-senador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), suplente da senadora Marta Suplicy. Ele ocupou o cargo no Senado durante o período que Marta comandou o Ministério da Cultura.

Patrus Ananias será o novo ministro do Desenvolvimento Agrário. Durante o governo Lula, ele foi ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Já o atual secretário executivo do Ministério da Previdência Social, Carlos Gabbas, assumirá no lugar de Garibaldi Alves. 

A todos os nomes que deixam o governo e aos que vão assumir, Dilma agradeceu a “dedicação”: Francisco Teixeira (Integração), Garibaldi Alves (Previdência Social), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), Paulo Bernardo (Comunicações), Paulo Sérgio Passos (Transportes), Ricardo Berzoini (Relações Institucionais). Com a lista de hoje, restam agora ser anunciados ou confirmados no cargo 15 nomes. Os futuros ministros tomam posse na próxima quinta-feira (1º).

Na última terça-feira (23) Dilma anunciou 13 nomes como o do petista Jacques Wagner no Ministério da Defesa, além de integrantes do PMDB e de legendas aliadas como PCdoB. Comporão o governo no segundo mandato de Dilma, Aldo Rebelo (Ciência Tecnologia e Inovação), Cid Gomes (Educação), Eduardo Braga (Minas e Energia), Gilberto Kassab (Cidades) e Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Os futuros ministros da Fazenda, Joaquim Levy, do Planejamento, Nelson Barbosa, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, foram anunciados no final de novembro e vão substituir os ministros Guido Mantega, Miriam Belchior e Mauro Borges respectivamente. Alexandre Tombini permanecerá na presidência do Banco Central.

A presidente Dilma Rousseff afirmou na manhã desta segunda-feira (22) que irá consultar o Ministério Público para confirmar a nomeação de novos nomes para seu ministério. Em café da manhã com jornalistas, Dilma disse que quer saber se há algo contra alguns nos nomeados.

"Eu vou perguntar: 'há algo contra fulano que me impeça de nomeá-lo?' Só isso. Eu não quero saber o que ele não pode me dizer", afirmou a presidente. "Eu consultarei o Ministério Público mais uma vez, para qualquer pessoa que eu for indicar."

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Dilma disse ainda que não tem conhecimento da lista de nomes citados nos processos de delação premiada e lembrou que a lista publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo não é oficial. "Eu só vou achar que é oficial no dia em que o procurador me disser que é oficial", afirmou.

Conforme o Estado revelou na última sexta-feira (19) o ex diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa citou em depoimento 28 nomes de políticos que teriam recebido recursos do esquema de corrupção na Petrobras. Entre eles, o atual ministro das Minas e Energia, Edison Lobão.

Caixa

Dilma confirmou no encontro também que abrirá o capital da Caixa Econômica Federal. Ao responder a uma pergunta sobre se o governo iria abrir o capital do banco público, Dilma respondeu: "Vou". A presidente, no entanto, não quis precisar um prazo para uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa, apenas emendou dizendo: "Mas isso leva tempo".

Em meio às discussões sobre a reforma ministerial, o líder do PDT na Câmara, Félix Júnior (BA), defende que o partido deixe de ocupar a pasta do Trabalho, hoje comandada por Manoel Dias, secretário-geral da legenda. Segundo o deputado, a bancada entende que deve haver um "rodízio" para se evitar o estabelecimento de "feudos" nos principais cargos do Executivo.

"Não queremos o Ministério do Trabalho. Não está decidido o que a gente quer, o governo ainda não chamou a gente. Podemos até não ter nada. Mas a gente acha que, em relação ao Ministério do Trabalho, tem que ter um rodízio, uma movimentação. É importante para o governo e para os partidos que se tenha isso para que não vire um feudo de partido a, b, ou c. Não queremos manter o Ministério do Trabalho", ressaltou Júnior ao Broadcast Político.

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Como alternativa à atual pasta, o líder da bancada considera boas opções os ministérios do Esporte, atualmente comandada pelo PCdoB, ou Turismo, na cota do PMDB. "O partido não pode chegar e exigir a sua participação. Temos que ser convidados, se o governo achar que temos direito a algum espaço. Mas acho que o PDT tem nomes que pode se encaixar em diversas outras áreas, mas não no Ministério do Trabalho. A gente está batendo nisso para revigorar, mudar. Esportes, Turismo seriam boas pastas como diversas outras, mas isso não cabe a nós, mas à presidente", avaliou.

Presidência da Câmara

De acordo com Félix Júnior, o PDT também deve lançar um nome na disputa para presidente da Câmara, prevista para ocorrer em fevereiro de 2015. Dessa forma, a legenda, que faz parte da base aliada, deixaria de apoiar uma candidatura do PT ou a do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), em campanha desde o último mês de outubro. "Não somos do PT. Não temos que seguir piamente a orientação do PT. A ideia é lançar um nome que não seja um candidato do governo, mas um candidato independente na Casa, nem do governo, nem da oposição", afirmou.

O nome escolhido internamente pelo PDT é o do ex-líder da legenda André Figueiredo, que deve reassumir a liderança e ter o nome lançado na disputa pela Presidência da Casa no próximo dia 10 de dezembro. "Vamos acertar um bloco com outros partidos e devemos lançar um nome que venha ser uma opção para presidente da Câmara. Dentro de casa, temos o nome de André Figueiredo, que será oferecido ao bloco", disse Júnior que mantém conversas com o PROS e o PCdoB para formação do bloco.

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Um dos principais calos da presidente Dilma no período de campanha política foi o aspecto econômico do país. Apontado como grande problema do primeiro mandato da petista, a área foi o grande mote das candidaturas de Eduardo Campos (PSB), seguido de Marina Silva após sua morte, e do tucano Aécio Neves (PSDB). Entre os problemas levantados no período eleitoral estão a redução do crescimento do país e do Produto Interno Bruto (PIB), além da volta do aumento da inflação e a reforma tributária.

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Para debater esses e outros pontos que devem ser encarados pela presidente Dilma neste segundo mandato, o jornalista Thiago Graf recebe nos estúdios do Portal LeiaJá as economistas e professoras universitárias Amanda Aires e Patrícia Maciel.

Amanda, que leciona na Faculdade Boa Viagem, explica que a situação econômica do país também é diretamente influênciada pela ideologia dos partidos que governam o Brasil. "Hoje em dia, nós temos no governo central uma linha política mais social", ressalta, detalhando ainda que uma prova disso é o fato do desemprego não ter aumento mesmo com o crescimento da inflação brasileira.

Sobre o primeiro mandato de Dilma, ainda no tocante ao trabalho social, Patrícia Maciel, que é professora da Universidade Católica de Pernambuco e do Instituto Federal de Pernambuco, lembra que também houve grandes conquistas. "Crescer sem abrir mão do social. Sair da linha de pobreza é uma coisa muito importante", afirmou a professora.

Para saber os desafios e o que deve ser feito neste novo mandato da petista, assista o vídeo acima. O Opinião Brasil é apresentado por Thiago Graf e exibido toda segunda-feira no Portal LeiaJá.

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