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Um dos maiores compositores musicais da história, Ludwig van Beethoven (1770-1827), completa hoje (17) 251 anos. Considerado por muitos como um gênio das melodias, o músico encarou diversos desafios ao longo de sua vida, como por exemplo, uma árdua batalha contra a surdez, que começou a se manifestar aos 26 anos de idade e se concretizou aos 46 anos. Mesmo que indiretamente, as melodias de Beethoven transcenderam o tempo. Quem em algum momento já não ouviu acordes de pelo menos um de seus trabalhos?

Para a regente, professora de música e Arquivista da Escola Municipal de Música (SP), Ana Raquel Alonso, a vida de Beethoven pode ser definida como “intensa”. “Desde o princípio de sua vida, ele foi uma criança que assumiu um papel muito importante de responsabilidade na família, uma vez que perdeu a mãe e o pai tinha problemas de saúde e alcoolismo”, lembra.

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Além da perda da mãe, Beethoven presenciou a morte de cinco de seus irmãos, ainda na infância. No total, restaram o futuro músico, Kaspar Anton Carl van Beethoven (1774–1815) e Nicolaus Johann van Beethoven (1776–1848).

Raquel explica que Beethoven teve como mestre o compositor do período clássico Joseph Haydn (1732-1809) e com o passar do tempo, passou a ter seu talento reconhecido ainda em vida. “Muitos compositores tiveram seu reconhecimento apenas após a morte, já Beethoven, pode desfrutar de tudo isso durante sua vida”, ressalta.

A professora de música lembra que Beethoven escreveu composições para música de câmara (pequenos grupos de músicos), piano, violino, sinfonias, concertos e a ópera “Fidelio” (1805). “Ele também está em uma transição de estilos, pois ele começa a compor no Classicismo, tendo como referência Haydn e Wolfgang Mozart (1756-1791), e por volta de sua terceira sinfonia, ele se encontra no Romantismo, em uma fase muito mais madura”, comenta Raquel.

Os admiradores apontam que Beethoven colocava todos os sentimentos em suas músicas, como raiva, amor, ódio e alegria, mas na visão de Raquel, isso não é uma exclusividade dele. “Acredito que todo o artista passa isso”, defende.

 As contribuições musicais

 Raquel acredita que todo o legado do compositor alemão foi uma grande contribuição para o meio musical. “É um dos pilares da música erudita. Ele marcou a história com as obras dele e tudo é relevante. Desde as primeiras composições até a última sinfonia que ele compôs, completamente surdo”, sublinha.

Por ser muito conhecido, Raquel confia que todo mundo já escutou alguma das composições de Beethoven, afinal de contas, todos já ouviram a música “Für Elise” (1810), também conhecida informalmente no Brasil como “Música do Gás”. “Essa melodia que escutamos nos dias de hoje, completamente computadorizada, foi uma melodia escrita por Beethoven para piano”, define.

Entre suas composições, Raquel também evidencia a “Sonata Patética” (1799), “Sonata ao Luar” (1801) e “Appassionata” (1806).

Além disso, Raquel também indica as sinfonias de Beethoven, como Sinfonia nº 1 em Dó maior, Op. 21; Sinfonia nº 3 em Mi bemol maior, Op. 55; Sinfonia n° 5 em Dó menor, Op. 67, Sinfonia n° 6 em Fá maior, Op. 68, Sinfonia n° 9 em Ré maior, Op. 125. A quinta sinfonia é uma de suas composições mais conhecidas, sempre utilizada para momentos de suspense ou tensão.

Já a nona sinfonia, a professora de música a define como revolucionária. “As sinfonias são instrumentais, mas na nona sinfonia, Beethoven resolveu colocar no último movimento (trecho), cantores solistas. Isso nunca havia sido feito”, finaliza Raquel.

Mais sobre o trabalho da professora de música Raquel pode ser acompanhado em seu Instagram: @somdecordas. 

 

 

 

Um estudo realizado pela instituição de ensino Dartmouth College, localizada em New Hampshire (EUA), revela que a sinfonia composta pelo austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756 – 1791) “Sonata Para Dois Pianos em Ré Maior, K. 448” traz efeitos neurais positivos e consegue acalmar o cérebro de pessoas que sofrem com  epilepsia.

A descoberta aconteceu a partir da seguinte experiência: 16 participantes com epilepsia refratária foram selecionados e passaram a usar uma espécie de implante cerebral, para monitorar as atividades neurais. Ao tocar a música por 30 segundos, os impulsos elétricos associados à epilepsia tiveram redução considerável.

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Em outra tentativa, os cientistas envolvidos na pesquisa tentaram utilizar as músicas favoritas dos pacientes, mas o efeito de redução não foi registrado. E assim, pôde-se averiguar que a sinfonia de Mozart é composta por temas melódicos contrastantes, e as atividades neurais reagem durante as transições de notas mais opostas entre si.

Em mais uma tentativa, os idealizadores da pesquisa utilizaram outra peça musical, pertencente a outro compositor, que possui melodias sutis sem altos contrastes, e assim, foi observado que os efeitos neurais também não reagiram. Desta forma, os pesquisadores disseram que agora pode ser possível desenvolver novos tratamentos não invasivos para a epilepsia.

 

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