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Os novos filmes do americano Wes Anderson, do espanhol Fernando Trueba e do britânico Steve McQueen fazem parte da "seleção oficial" do Festival de Cannes de 2020, cancelado pela pandemia de COVID-19, anunciaram os organizadores nesta quarta-feira.

Embora a 73ª edição, prevista para meados de maio, não tenha ocorrido, o Festival apresentou uma lista de 56 filmes que terão o selo da prestigiada competição de cinema, no momento em que o cinema é atingido pela paralisação de toda a sua indústria.

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Assim, "The French Dispatch", de Anderson, filme com Benício del Toro rodado na França, um meio caminho entre "animação e cinema real", foi selecionado."É uma grande homenagem aos jornalistas", resumiu o delegado geral do festival, Thierry Frémaux.

Também foi destacada a produção "El olvido que seremos", de Fernando Trueba, filmada na Colômbia e inspirada no romance homônimo de Héctor Abad Faciolince.

Há também os dois últimos filmes do vencedor do Oscar, Steve McQueen, "Lovers rock" e "Mangrove", o filme "Été 85", do francês François Ozon, e "True mothers", da japonesa Naomi Kawase, sobre adoção.

O Festival anunciou a lista de filmes sem diferenciá-los por seção, ou seja, não haverá concurso oficial, nem mesmo a mostra paralela "Un Certain Regard" (Um Certo Olhar). Também não haverá vencedores ou perdedores, e nenhum filme ganhará a Palma de Ouro.

"O cinema está vivo", disse Thierry Frémaux, na sala parisiense, onde todos os anos os filmes em competição são apresentados à imprensa, desta vez vazia. O evento foi transmitido ao vivo pela televisão.

A seleção também inclui uma presença significativa de novos diretores, como o ator Viggo Mortensen, com "Falling", e o brasileiro João Paulo Miranda Maria, com "Casa de Antiguidades", o único filme dirigido por um latino-americano nesta seleção atípica.

Outro destaque foi "Soul", de Pete Docter ("Vice Versa"), um filme de animação dos estúdios da Pixar sobre jazz.

- Premiação em San Sebastián? -

"Vamos acompanhar esses filmes nos cinemas, em festivais, digitalmente", afirmou Frémaux. Ele especificou que os longa-metragens poderiam competir em outros eventos, como o de San Sebastián, depois de chegarem a um acordo com seus organizadores.

"Conversamos com José-Luis Rebordinos, diretor do Festival de Cinema de San Sebastián, que decidiu que os filmes incluídos na seleção oficial de Cannes 2020 poderiam competir. Ele mudou as regras, apenas para nós", afirmou Frémaux em comunicado.

Filmes cujos lançamentos foram adiados para o próximo ano devido à pandemia, como "Benedetta", o último trabalho de Paul Verhoeven, uma história de freiras homossexuais, não foram incluídos na seleção.

No total, este ano foram recebidos 2.067 filmes, superando a marca de 2.000 pela primeira vez. Em 2019, 1.845 foram enviados. Dos 56 filmes selecionados, 16 foram dirigidos por mulheres, contra 14 no ano passado.

Ao contrário de outros grandes eventos culturais, que foram rapidamente cancelados diante da emergência da pandemia, o Festival de Cinema de Cannes esperou várias semanas antes de suspender a cerimônia.

No ano passado, "Parasita", do sul-coreano Bong Joon-ho, levou a Palma de Ouro, antes de ser coroado com o Oscar de melhor filme.

O reconhecimento aos profissionais do cinema, o Marché du Film (Mercado do Filme de Cannes), realizado todos os anos em paralelo ao festival, será on-line no final de junho.

Nenhuma cineasta, nenhum ator negro. O diretor de cinema inglês Steve McQueen criticou os principais prêmios britânicos de cinema, após a controvérsia sobre a falta de diversidade nas indicações deste ano.

McQueen, o primeiro cineasta negro a ganhar um Oscar de Hollywood, por "Doze anos de escravidão" em 2014, disse que o Bafta corre o risco de não "interessar a ninguém", se não se tornar mais inclusivo.

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Seu comentário vem depois que a lista de indicados nas principais categorias do Oscar da Academia Britânica de Cinema e Televisão não incluiu mulheres, ou membros de minorias.

Todos os atores nas quatro principais categorias de atuação são brancos, e não há cineastas como candidatas à melhor direção.

A polêmica sobre a lista de indicados levou a academia a anunciar que conduzirá uma "revisão cuidadosa e detalhada" de seu sistema de votação, insistindo em que o equilíbrio é um "problema de toda indústria".

McQueen, que já viu dois de seus filmes premiados anteriormente pelo BAFTA, chamou essa afirmação de "absurda" e apontou vários atores e atrizes negros que poderiam ter sido indicados este ano.

O diretor, que recebeu o título de cavaleiro na lista anual de homenagens do Ano Novo da rainha Elizabeth II, disse que, sem uma reforma, o BAFTA acabará por "não ter credibilidade".

Um relatório de 2018 da empresa de psicologia de negócios Pearn Kandola apontou que 94% de todos os indicados ao BAFTA eram brancos.

O Oscar enfrentou críticas semelhantes nos últimos anos, com listas de indicados para os melhores atores e atrizes exclusivamente brancos em 2015 e 2016.

A família de Steve McQueen empreendeu ações judiciais contra a companhia italiana Ferrari, que acusa de ter utilizado indevidamente o nome do ator americano para promover um de seus modelos de automóvel.

Para celebrar seu septuagésimo aniversário (1947-2017), a empresa italiana lançou uma série especial relacionada com modelos ou personalidades icônicas associadas à marca.

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Lançada em 2016, a linha incluía um modelo chamado "The McQueen", inspirado em uma Berlinetta Lusso 250 GT, modelo do qual o ator possuía um exemplar.

No documento da ações, consultado nesta quarta-feira pela AFP, a família afirma que nunca autorizou a Ferrari a usar o nome de Steve McQueen, que morreu prematuramente em 1980, aos 50 anos.

Ao usar indevidamente o nome do ator, a fabricante italiana de automóveis "conseguiu um volume de negócios e lucros significativos", afirma o documento apresentado nesta segunda-feira em um tribunal de Los Angeles.

Depois do lançamento, a Ferrari mudou o nome do modelo, que já não se chama "The McQueen" e sim "The Actor", mas a família argumenta que a empresa continua se referindo ao intérprete na descrição do automóvel.

A família McQueen pede à corte que ordene à Ferrari que deixe de usar o nome do ator e apresente o volume de vendas e os lucros gerados pelos modelos em que o nome e a imagem do ator foram usadas.

Além disso, a família pede o pagamento do total desses lucros, além de danos morais, na quantia de pelo menos 3 milhões de dólares.

Procurada pela AFP, a empresa não quis comentar o caso.

O diretor Steve McQueen trouxe para o cinema uma história norte-americana sem o patriotismo típico da nação. 12 anos de escravidão retrata um período que paradoxalmente deveria ser esquecido, mas, ao mesmo tempo lembrado, para que a situação pela qual Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor) e tantos outros passaram não volte a acontecer.

Em um Estados Unidos pré-Guerra Civil, Solomon é livre e vive com sua mulher e seus dois filhos no norte do país. Até que ele cai num golpe e é vendido como escravo para fazendeiros do sul do país. Essa triste história real dura 12 anos, com chicotadas cruas e sem piedade.

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O filme começa confuso. A montagem não favorece o início da trama, que chega a confundir o espectador. Por sorte, isso não ocorre durante todo o longa. Intelectual, Solomon precisa esconder seus conhecimentos para sobreviver. Assim como nos dias de hoje, para os detentores do poder, pensar e questionar podem ser uma ameaça para quem tem o controle da sociedade. Os piores anos da vida de Solomon certamente são na fazenda de Edwin Epps (Michael Fassbender), um senhor de escravos que tem prazer em castigar.

No meio da história de Solomon, surge Patsey (Lupita Nyong’o), uma escrava que, frequentemente, é abusada por Edwin Epps. Uma das cenas mais fortes e angustiantes é protagonizada por Lupita, cuja atuação de poucos minutos já é o suficiente para entregá-la o Oscar de melhor atriz coadjuvante. A cena, assim como o filme, é triste e chocante. Talvez esse seja o propósito de McQueen: mostrar a outra parte da história americana sem cortes e sem medo. O ator Brad Pitt faz uma pequena participação no longa como um abolicionista, mas seu grande trabalho foi atrás das câmeras produzindo o filme.

12 anos de escravidão concorre ao Oscar em 9 categorias, entre elas a de Melhor Filme. O longa é um dos mais cotados para levar a principal estatueta da premiação, além de ter recebido o Globo de Ouro de Melhor Filme de Drama e o BAFTA de Melhor Filme. A estreia no Brasil é nesta sexta-feira (21).

James Franco parece não gostar de ficar parado. Depois de estrelar seis produções em 2012. o ator agora decidiu dirigir e protagonizar uma cinebiografia de Jay Sebring, ícone dos anos sessenta em Hollywood que foi brutalmente assassinado pela chamada Família Manson. O longa recebeu o título de Beautiful People (na tradução literal: pessoas bonitas).

Sebring foi hairstylist de diversas celebridades da década de 60, dentre elas Jim Morrison, Bruce Lee e Steve McQueen. A película mostrará como ele conseguiu ascender na meca do cinema americano e focará em seu romance com a atriz Sharon Tate, morta junto com Jay e outros amigos na residência em que vivia com seu mairdo Roman Polansky, no que ficou conhecido como caso Tate-LaBianca. A trama ainda não possui data de lançamento.

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O filme Shame estreia, nesta sexta (25), no Cinema da Fundação. Dirigido pelo inglês Steve McQueen, a película conta a história de Brandon, cara bem sucedido que mora sozinho em Nova York e é viciado em sexo. Sua rotina como adepto assíduo da prática sexual é abalada quando sua irmã, Sissy, chega de surpresa para morar com ele.

O filme é o segundo da carreira de  McQueen, que ganhou a Câmera de Ouro em Cannes com 'Hunger', considerado melhor filme de um estreante no  Festival em 2008. Shame foi indicado ao Globo de Ouro na categoria melhor ator dramático para Michael Fassbender, que interpreta o protagonista, e levou o Prêmio Internacional da Crítica (Fripesci) em Veneza em 2011.

Também continuam em cartaz o russo Minha Felicidade de Sergei Loznitsa e o nacional Girimunho de Helvécio Marins Jr e Clarissa Camponila. O primeiro é um retrato tenso da Rússia atual, tendo  como foco a trajetória de um caminhoneiro que se depara com situações de corrupção, violência e injustiça enquanto anda pelas estradas. A dupla de brasileiros, por sua vez, exploram o sertão mineiro ao contar a história de duas senhoras que acompanham o girar de um redemoinho.

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A programação completa da semana poder ser conferida no blog do Cinema da Fundação.

Serviço:

Cinema da Fundação Joaquim Nabuco

Rua Henrique Dias, 609, Derby 

Fones: 3073.6689, 3073.6712 e 3073.6651

Ingressos: R$ 8,00 (inteira) – R$ 4,00 - (acima de 60 anos/estudantes)

Por Marina Suassuna 

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