A disseminação de notícias falsas – ou fake news – nas redes sociais e seus impactos em acontecimentos importantes como as eleições foi tema da primeira noite do seminário "Jornalismo entre o fato e a fake" realizado pela Univeritas/UNG em Guarulhos, na Grande São Paulo. O termo, que ficou conhecido especialmente durante a cobertura da última eleição presidencial dos Estados Unidos, se popularizou no Brasil e provocou a criação de agências de checagem.
O advogado especialista em Direito Eleitoral, Alexandre Ramos, destacou que as fake news sempre existiram, mas diferentes de como as vemos hoje na internet, onde as redes sociais facilitam o espalhamento de informações falsas.
##RECOMENDA##"Quando eu comecei a advogar a gente não tinha preocupação com fake news, que já existiam em outras roupagens, mas eram um pouco mais fáceis de controlar. Aí com o surgimento da internet e do WhatsApp, que não dá para encontrar o autor das mensagens, ficou mais difícil o controle", afirmou.
Ramos ressaltou que diferente do que as pessoas costumam achar, o espalhamento de notícias falsas online pode gerar responsáveis e que, por isso, é importante checar a veracidade das informações.
"As pessoas têm achado que o Facebook é terra de ninguém. Vamos lembrar que liberdade [de expressão] é uma conquista importante, mas a gente deve tomar cuidado com até que ponto exercitamos essa liberdade", alertou. "Nem tudo o que a gente pensa deve ser exposto na internet, porque se a responsabilidade surgir o que foi dito terá que ser provado", acrescentou.
O evento também contou com a presença de jornalistas da imprensa local, como Rosana Ibanez da Folha Metropolitana, Roberto Samuel da Tribuna Livre, Paulo Manso do Guarulhos Web, e Valdir Carleto do Click Guarulhos. Os repórteres debateram sobre como funciona o processo de checagem de notícias dentro das redações jornalísticas.
"Diferente de alguns anos atrás, as redações não têm tanta gente trabalhando e isso dificulta o trabalho de checagem, mas isso precisa ser feito porque faz parte da base do jornalismo bem feito, profissional e ético. A gente tem que checar tudo que chega antes de ser publicado e isso é feito através de fontes oficiais", explicou Paulo Manso, do Guarulhos Web.
O seminário ministrado pela professora e jornalista da instituição de ensino, Rachel Silva, e pelo subsecretário de Comunicação da Prefeitura de Guarulhos, Rodrigo Buffo, continua nesta terça-feira (25), a partir das 19h30, com a palestra do diretor de Comunicação da administração do município guarulhense, Ernesto Zanon, e da repórter da Record TV, Beatriz Casadei, além da mesa com os jornalistas esportivos Bandana e Vitor Guedes.
Para assistir como foi a primeira noite do evento, clique aqui.