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Fabiula Nascimento participou do podcast Calcinha Larga, com Camila Fremder, Tati Bernardi e Helen Ramos, e revelou que possui um histórico de violência doméstica na família e que não convive com o pai. Sem dar muitos detalhes sobre o assunto, a atriz, que está à espera de gêmeos, afirmou que o assunto é bastante delicado em sua vida e que não gosta de expor os detalhes.

"Em relação à paternidade, eu não falo mesmo. Porque não foi legal. Gente, eu nunca falei sobre isso. Mas é uma coisa que eu sempre tive vontade de falar. Eu acho, hoje em dia, por ele estar vivo e pela violência já ter prescrevido, com o mundo de internet que a gente vive e essa coisa ruim que ela também traz do ódio gratuito, eu não desejo nunca que ele sofra nenhum tipo de violência escrita ou que alguém olhe e fale: Ai, sabe esse cara. Isso não interessa mais", disse.

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A atriz abordou o assunto após falar sobre a admiração pela mãe: "Minha mãe é uma pessoa que teve pouquíssimas oportunidades na vida. Ela sofreu muito, no relacionamento, na vida e em casa. Não foi uma vida fácil. Mas é uma mulher que mantém uma alegria assim tão potente. O melhor ensinamento que ela me deu foi ter felicidade por estar viva e não ser a mulher que ela foi. Submissa, engolia a violência. Eu olhava aqui e pensava que não queria ser aquela mulher. Isso foi o maior ensinamento que a minha mãe me deu. Ela me preparou para uma vida em que eu nunca passasse por isso. Para que eu imediatamente identificar pessoas violentas e não deixar que elas cruzassem o meu caminho. Então ela me deu a vida. É o meu amor. Ela é uma pessoa extremamente amorosa e isso não endureceu, sabe?"

E ainda afirmou que não convive com o pai e que segue trabalhando em perdoá-lo: "São anos trabalhando o perdão e desejando as melhores coisas para esse homem, para que ele siga e esteja bem. Sempre foi o meu trabalho espiritual na vida. Não faço uma terapia convencional, sou da terapia holística, há pelo menos uns 8 anos. Venho trabalhando isso. Hoje, tenho ele num lugar do meu coração super cuidadinho, sabe? Abracei aquela criança, porque ele também já foi criança, né? Ele também passou dificuldades. E a gente segue. Mas eu não convivo e não tenho nenhuma intensão em conviver".

Sobre não expor detalhes da situação que passou, Fabiula afirma que não faz mais sentido expor o que passou, embora, acredite que ainda haverá um momento que abordará o assunto em forma de arte.

"Você não pode dar aquilo que você não tem, cara. Vários irmãos, entendeu? Cada um tem uma vida e uma história. A gente vem aqui para viver e aprender essas paradas. Eu como filha e como pessoa legal vivo neste lugar hoje. Quando alguém diz que eu devia contar a minha história de violência doméstica, penso que hoje não vai fazer sentido eu falar. Posso falar dessa experiência, mas não preciso dar nome a este homem. Tem um tempo também. De repente, daqui a 30 anos eu queira falar sobre isso, queira fazer uma peça de teatro que conte alguma coisa relacionada. Mas eu sempre sinto que essa história ficou para lá. Meu passado não me pertence, eu vivo hoje", disse.

Uma mulher de 28 anos foi presa após matar o padrasto, 48, com golpes de enxada em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), no último domingo (12). Segundo relatos colhidos pela polícia, a vítima do homicídio agredia fisicamente a mãe da suspeita.

O crime ocorreu em uma residência no bairro de Céu Azul. O padrasto e a enteada estavam discutindo. A mulher, então, pegou uma enxada e desferiu golpes contra o homem.

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O padrasto morreu no local. A enteada foi conduzida à delegacia e será encaminhada à audiência de custódia.

O Tribunal de Ética e Disciplina da secional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Distrito Federal arquivou o processo que pedia a cassação do registro do advogado e jurista Roberto Caldas, ex-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos, a partir de acusações de violência doméstica feitas por sua ex-companheira.

A decisão é do presidente do tribunal, o advogado Antonio Alberto do Vale Cerqueira, e levou em conta que o Conselho Federal da OAB só passou a considerar a violência doméstica contra a mulher como conduta incompatível com a advocacia a partir de 2019. Como os fatos imputados ao advogado são anteriores, na avaliação do presidente do Tribunal de Ética da OAB-DF, ele não poderia ser enquadrado na regra.

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Em sua decisão, Cerqueira disse que, embora seja 'defensor intransigente do fim de violência contra a mulher', vê no caso 'instransponível barreira material para o avanço do processo'.

"A Súmula entrou em vigor em 18/03/2019 e o fato, conformesentença condenatória juntada no (ID 2677173) (fl. 51 do PDF), ocorreu em 23/10/2017 por volta de 10h, não existindo no decreto condenatório menção a condenação por fato posterior. Assim, à data do fato, referido entendimento não existia no sistema OAB", escreveu.

O processo administrativo é apenas um capítulo do imbróglio envolvendo o casal, que ganhou a opinião pública em maio de 2018, depois que a ex-companheira denunciou o advogado por violência doméstica, estupro, tentativa de homicídio, lesões corporais e psicológicas, injúrias, perturbação da tranquilidade, além de assédio sexual a duas ex-funcionárias da casa. Eles viveram juntos por 13 anos e parte das acusações acabou prescrita. No mês passado, o delegado-chefe adjunto da 1.ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal, Maurício Caseiro Iacozzilli, indiciou a ex-companheira do advogado por denunciação caluniosa.

A advogada de Roberto Caldas, Rita Machado, afirma que mesmo que as acusações fossem referentes a período posterior à vigência da súmula, o processo seria encerrado. "Roberto Caldas foi absolvido de todas as falsas acusações na Justiça. A recente decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) deixa evidente que não houve prova dos fatos. Aos olhos da defesa, a farsa criada foi desmontada por meio do processo legal", afirma.

O advogado Cléber Lopes, titular da defesa penal de Caldas, diz um eventual recurso da ex-companheira contra a decisão não deve ser admitido por se tratar de 'questões estritamente técnicas de direito, sem análise de fatos ou provas'.

Um homem de 20 anos foi preso por agredir e ameaçar de morte a sua companheira, uma jovem de 19 anos, com quem morava em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco. O suspeito foi preso por policiais militares do 21º BPM, que o autuaram com base na Lei Maria da Pena, nessa terça-feira (7). O caso aconteceu uma semana após o mês de agosto, que promove o Agosto Lilás, para a conscientização da população acerca da violência doméstica e contra a mulher.

Os agentes foram acionados pela Central do Batalhão, para averiguar uma denúncia de agressão na localidade. Ao chegar no endereço indicado, a equipe encontrou a vítima, que informou que seu companheiro chegou em casa e teria lhe agredido com palavras e fisicamente. A jovem ainda disse ter sofrido ameaças e morte. Diante dos fatos, o casal foi conduzido para a Delegacia de Polícia Civil da cidade, onde o homem acabou autuado em flagrante delito.

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Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, pedida pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública – FBSP, uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência durante a pandemia. Cerca de 17 milhões de mulheres foram vítimas de agressão física, psicológica ou sexual, no último ano, apontam os dados.

Um homem foi preso suspeito de agredir a esposa com um cinto em Sorriso, no Mato Grosso. No momento da prisão, na última sexta-feira (27), ele tentou subornar os policiais.

Segundo a Polícia Civil, o suspeito fazia ameaças à companheira rotineiramente. As agressões com o cinto ocorreram também na sexta-feira.

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O homem reagiu à prisão e foi imobilizado pelos policiais. Ele fez xingamentos, o que configurou o crime de desacato. Na delegacia, o suspeito ofereceu dinheiro para ser liberado e também foi autuado por corrupção ativa.

Nesta quinta-feira (26) estreia o clipe da música 180, uma parceria de Alok com os MCs Hariel, Marks, Dricka, Davi, Leozinho ZS e DJ Victor. A faixa trata da violência contra a mulher e busca incentivar as vítimas a pedirem socorro, trazendo como personagem do vídeo ninguém menos que Luiza Brunet - que afirma ter sofrido esse tipo de agressão por parte do então namorado, Lírio Parisotto, cinco anos atrás.

Em conversa com o jornal Extra, a modelo admite que teve certas dificuldade ao gravar sua participação - que conta até mesmo com maquiagem para simular ferimentos no rosto - por conta das lembranças que acabou recordando, mas ressalta a importância de estimular as vítimas a denunciarem seus agressores:

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"No clipe, vivo uma mulher de classe média alta que sofre violência doméstica. Ela se empodera e faz a denúncia. É a minha história. E também de muitas mulheres. Quando fui gravar as minhas cenas, o ator que interpreta o meu marido, ficou todo preocupado, justamente pelo que vivi. Mas disse: Não se preocupe, estamos representando, o sentimento aqui é outro. Só que foi punk. Veio mesmo a lembrança muito nítida do que sofri", disse.

Incentivar as denúncias, aliás, é algo que Luiza vem se empenhando em fazer. Depois do que alega ter sofrido, ela decidiu realizar diversas palestras pelo Brasil afora falando sobre o enfrentamento da violência contra a mulher - mas ressalta que isso não significa que o trauma tenha sido superado, apesar de ela já conseguir controlar a emoção quando faz seu relato:

"Estava dando uma palestra na fronteira do Brasil com a Venezuela e fiquei feliz de ver várias mulheres, mesmo numa região tão simples, tendo coragem de dividir relatos fortes. Nunca cicatriza uma ferida de qualquer agressão. Elas abrem e se fecham dependendo do nosso estado emocional. E eu procuro não esquecer. Eu passei por um sofrimento e tive a oportunidade de transformar tudo isso em uma pauta positiva. Me emociono quando falo, mas aprendi com o tempo a controlar até para estar forte para inspirar as outras mulheres", ressaltou.

A empresária ainda fala sobre a vulnerabilidade das vítimas, o que muitas vezes torna a denúncia mais difícil, e entrega que mesmo agora ainda tem medo do ex-companheiro que a teria agredido: "Agressão é um processo que as mulheres movem e o agressor jamais vai admitir, sempre vai se sentir injustiçado. Isso deixa as vítimas vulneráveis. Tenho e nunca deixarei de ter medo, ainda mais de um homem na posição dele, que tem dinheiro e poder".

Encarando toda a situação com um misto de maturidade e autoconhecimento, Luiza admite que não apenas encontrou forças para lidar com a situação, mas também para ter coragem de se abrir para novos amores: "Não estou namorando, mas meu coração está abertíssimo. O problema é que o nicho de homens que tenho interesse vai se afunilando. Gosto dos mais velhos, diferenciados... Depois dessa experiência que tive, e que achei que seria meu último, não foi. Busco algo que seja agregador. Não tenho problema em ficar sozinha, gosto da minha companhia, me satisfaço. Só que obviamente é bom estar apaixonada e ao lado de quem nos faz bem".

Criada para punir casos de violência doméstica e familiar contra mulheres, a Lei Maria da Penha completa 15 anos neste sábado (7). A Câmara dos Deputados vai comemorar a data com a campanha Agosto Lilás e terá uma série de eventos até o fim deste mês. 

A campanha contará com uma ampla programação transmitida pelo canal no YouTube da Secretaria da Mulher e pelo portal e-Democracia. Acesse a programação.

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Atendimento especializado

Atualmente, no Brasil existem apenas 381 delegacias especializadas – nem todas para atendimento à mulher – e apenas 139 varas especializadas no Poder Judiciário. Para reverter esse cenário, está em discussão na Câmara o projeto de lei 501/19, da deputada Leandre (PV-PR), que obriga os estados a criarem, em suas microrregiões, Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher no prazo de cinco anos.

“A especialização deste tipo de delegacia serve para criar não apenas um ambiente mais amigável ao acolhimento das denúncias, com a presença, por exemplo, de delegadas do sexo feminino, mas também para empreender ações mais efetivas de combate à violência contra a mulher”, justificou a deputada. 

Segundo a autora da proposta, as delegacias especializadas estão em sua maioria sediadas em grandes centros urbanos e capitais, deixando “desassistidas as regiões no interior dos estados, onde também existem centenas de mulheres que precisam de proteção”.

Violência

Segundo a pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no último ano, uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos diz ter sofrido algum tipo de violência ou agressão, no Brasil. A proporção corresponde a 17 milhões de mulheres vítimas de violência física, psicológica ou sexual.

As negras e mais jovens são proporcionalmente as maiores vítimas. Mais de uma em cada três mulheres, entre 16 e 24 anos, relata ter vivido algum tipo de violência. Entre as mulheres pretas mais de 28% delas disseram que sofreram agressões.

Origem da Lei Maria da Penha

O nome da lei homenageia Maria da Penha, que sofreu tentativa de feminicídio em 1983, ficando paraplégica. Até 1998, o agressor de Maria da Penha continuava em liberdade, e o caso ganhou repercussão internacional e foi denunciado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Em 2001, a OEA responsabilizou o Estado brasileiro por negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica praticada contra as mulheres brasileiras.

A OEA recomendou não apenas que o Brasil desse seguimento à devida punição do agressor de Maria da Penha, como prosseguisse com uma reforma que evitasse a tolerância estatal nesses casos.

Diante da falta de medidas legais e ações efetivas, em 2002 foi formado um consórcio de organizações não governamentais (ONGs) feministas que elaborou a primeira versão de uma lei de combate à violência doméstica contra a mulher. Em 2006, após muita discussão na Câmara e no Senado, a lei foi aprovada pelos parlamentares.

*Com informações da Agência Câmara

O Diário Oficial da União traz nesta quinta-feira (29) a Lei 14.188/2021, que prevê que agressores sejam afastados imediatamente do lar ou do local de convivência com a mulher em casos de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da vítima ou de seus dependentes, ou se verificado o risco da existência de violência psicológica.

O texto que entra em vigor hoje modifica trechos do Código Penal, na Lei de Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/90) e na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006). A norma prevê pena de reclusão de um a quatro anos para o crime de lesão corporal cometido contra a mulher "por razões da condição do sexo feminino" e a determinação do afastamento do lar do agressor quando há risco, atual ou iminente, à vida ou à integridade física ou psicológica da mulher.

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“O Brasil quando aprova a criminalização da violência psicológica se coloca à frente de várias nações desenvolvidas. Com ações como essas, vamos debelar esse mal endêmico no nosso país”, avalia da presidente da Associação de Magistrados do Brasil (AMB), Renata Gil. A entidade foi autora da sugestão ao Congresso que deu origem a Lei. A proposta foi entregue em março deste ano aos parlamentares.

A nova lei foi sancionada ontem pelo presidente Jair Bolsonaro, em solenidade no Palácio do Planalto. 

X vermelho

A lei estasbelece ainda o programa de cooperação Sinal Vermelho, com a adoção do X vermelho na palma das mãos, como um sinal silencioso de alerta de agressão contra a mulher. A ideia é que, ao perceber esse sinal na mão de uma mulher, qualquer pessoa possa procurar a polícia para identificar o agressor.

A nova legislação prevê ainda a integração entre os Poderes Executivo e Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, os órgãos de Segurança Pública e entidades e empresas privadas para a promoção e a realização das atividades previstas, que deverão empreender campanhas informativas "a fim de viabilizar a assistência às vítimas", além de possibilitar a capacitação permanente dos profissionais envolvidos.

Dados

Desde o início da pandemia da covid-19, os índices de feminicídio cresceram 22,2% em comparação com os meses de março e abril de 2019. Os dados foram publicados em maio de 2021 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Após o recesso parlamentar, que termina em agosto, o Senado deve analisar a criação de medidas para prevenir e enfrentar a violência doméstica contra crianças e adolescentes, como assistência às vítimas em centros de acolhimento e aumento da pena ao agressor. Trata-se do PL 1.360/2021, aprovado pela Câmara na última semana.

Se aprovada, a lei será batizada com o nome de Henry Borel, assassinado aos 4 anos pelo ex-vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, que era namorado de sua mãe e o espancava em casa. O texto propõe a criação do Dia Nacional de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Criança e o Adolescente, a ser celebrado todos os anos no dia 3 de maio — data de nascimento de Henry. 

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Medidas de urgência

O projeto determina que, tal como hoje, a Justiça poderá afastar e proibir o agressor de conviver com a vítima, além de determinar a prisão preventiva quando houver risco comprovado de ameaça. Essa é uma das medidas protetivas de urgência sugeridas pelo texto que podem ser acolhidas conforme a decisão do juiz.  Outras medidas são a suspensão da posse ou restrição do porte de armas; o afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima; a proibição de aproximação com familiares da vítima, além de testemunhas e denunciantes; a proibição de frequentar determinados locais; a restrição ou suspensão de visitas; e o acompanhamento psicossocial do agressor. O descumprimento da decisão pode chegar a dois anos de detenção. 

Ainda será possível determinar a mudança de escola da vítima; o acolhimento em abrigos; e a inclusão da criança ou do adolescente, de familiar ou denunciante em programa de proteção a vítimas ou testemunhas.

Testemunhas

O projeto garante proteção a quem denunciar casos de violência contra crianças e adolescentes, desde o sigilo até a garantia de medidas protetivas se houver registros de coação ou ameaça por parte do agressor.

Mas a possibilidade de omissão — já presente no Código Penal (Decreto-Lei 2.848, de 1940) — também é inserida no projeto, pelo qual serão aplicadas punições a quem deixar de comunicar à autoridade pública a prática de violência, de tratamento cruel ou degradante, ou de formas violentas de educação, correção ou disciplina, contra criança ou adolescente, ou o abandono de incapaz. Nestes casos, a pena pode durar entre seis meses e três anos de detenção, mas poderá ser aumentada se a omissão partir de familiares ou se resultar na morte da vítima.

Punições

Ainda pelo texto, nos casos de violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente, será proibida a aplicação de penas de cesta básica ou de outras de prestação pecuniária (pagamento de indenizações, multas). 

A proposta também aumenta a pena do homicídio contra menores de 14 anos se o crime for cometido por familiar, empregador da vítima, tutor ou curador ou se a vítima é pessoa com deficiência ou tenha doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade.

Sistema de Garantia

O texto determina a criação do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente para atuar na prevenção e no mapeamento das formas de violência e suas particularidades no território nacional, além de intervir nos casos para cessar a violência, promover o atendimento de crianças e adolescentes para minimizar as sequelas e promover a reparação integral dos direitos da criança e do adolescente.

O sistema será composto por delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e centros de perícia médico-legal; centros de educação e de reabilitação para os agressores; centros de atendimento integral e multidisciplinar; e espaços para acolhimento familiar e institucional e programas de apadrinhamento.

Projeto do Senado

Também com foco na proteção de menores, tramita no Senado o PL 2.225/2021, que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente para garantir a crianças vítimas de violência doméstica a prioridade na matrícula em creches públicas enquanto durar a pandemia. Outro projeto (PL 4.626/2020) aumenta as penas para abandono de incapaz e maus-tratos de crianças, idosos e pessoas com deficiência​. 

Em junho, o Plenário aprovou a criação do programa Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica e Familiar (PL 741/2021), que também insere no Código Penal o crime de violência psicológica contra a mulher. O texto aguarda a sanção presidencial. Além disso, em 2020, o Senado aprovou uma série de medidas de combate à violência doméstica, agravada pela pandemia de Covid-19. 

*Da Agência Senado

Parece que as polêmicas de agressão envolvendo Nego do Borel ainda estão longe de acabar. De acordo com o jornal Extra, depois de ser denunciado pela ex-noiva Duda Reis, o cantor foi indiciado pelo crime de lesão corporal no âmbito da violência doméstica, desta vez praticada contra a ex-namorada Swellen Sauer.

Segundo o veículo, a acusação partiu da delegada Giselle do Espírito Santo, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá, bairro do Rio de Janeiro, que estava comandando o inquérito para investigar as denúncias feitas por Duda Reis contra o músico no início de 2021, e reforçadas por Swellen poucos dias depois.

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Na época, Duda relatou atitudes abusivas e agressivas por parte do ex, acusando-o de estupro de vulnerável, ameaça, injúria e lesão corporal, além de afirmar que teria contraido HPV por conta das traições do então noivo. Swellen, por sua vez, narrou episódios de agressão envolvendo socos e uma tentativa de estrangulamento. Tais comportamentos teriam se repetido com a atriz Maria Eduarda Reis Barreiro, e tanto as vítimas quanto testemunhas foram ouvidas pelo inquérito policial.

Nego do Borel, por sua vez, chegou a negar e condenar qualquer tipo de violência contra a mulher - e até mesmo abriu um processo contra Duda Reis, acusando-a de inventar situações por não se conformar com o fim do relacionamento.

Pamella Holanda, ex-esposa do DJ Ivis, teve semana conturbada após suas denuncias de agressão por parte do ex-marido. Nesse domingo (18), em entrevista ao Fantástico ela deu detalhes sobre violências sofridas e, além disso, encorajou mulheres a denunciar quando forem as vítimas. “Eu aconselho, eu encorajo, a gente não pode se aprisionar a nada que é ruim”, afirmou em trecho.

A arquiteta contou que tinha o sonho de engravidar e conheceu DJ Ivis em 2018 pela internet, começando a namorar em 2019 e realizando o sonho de ser mãe em 2020.  Segundo Pamella as agressões começaram a partir do momento em que se mudou para morar junto com o artista.

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“Quando comecei a morar com ele, ele já começou a me agredir. Começou verbalmente: palavrão, grosserias. Eu estava grávida de cinco para seis meses. Me segurou pelo pescoço e foi me arrastando do corredor até o sofá. Teve outras. Tive medo, vergonha, eu estava realizando um sonho, estava grávida. Sempre quis ser mãe”, explicou Pamella.

Quando sua filha, Mel, nasceu em outubro de 2020, a arquiteta disse ter tido esperanças de melhora no comportamento do companheiro, mas as agressões não sanaram. Em uma das gravações, Iverson a puxa pelo cabelo e a bate na presença de sua sogra por não aceitar que Pamella, com Covid-19 na ocasião, amamentasse a filha. "Ele me agride com a blusa, depois veste e começa a falar várias coisas. Eu insisto muito e vou no carrinho para amamentar ela. Aí, é a hora que ele me puxa meu cabelo, me bate e esbarra no carinho", desabafou.

As brigas dos vídeos divulgados aconteceram enquanto moravam em um apartamento em Fortaleza, mas o estopim para as denúncias veio apenas quando se mudaram para uma casa em Eusébio, ainda no Ceará. Pamella relatou ter começado uma briga por conta de uma suposta traição e tudo foi presenciado por uma nova babá, que após o ocorrido foi demitida pelo DJ.

“Ele começou a me socar as costas, me chutou nas minhas pernas. Não lembro se nessa hora que tentei me defender o soco pegou no meu olho ou se foi uma cotovelada”, relembrou.

Um dia depois, Iverson chegou a pegar uma faca e ameaçá-la, mas foi impedido por uma funcionária dele que estava no ambiente na hora da discussão. Sem telefone para chamar a polícia, Pamella saiu correndo da casa e pediu ajuda a pessoas do condomínio, uma vizinha chamou a polícia.

Após a situação extrema, os dois foram parar na delegacia, onde DJ Ivis negou as agressões e Pamella optou, por medo, a não prestar depoimento. No dia seguinte, entretanto, decidiu denunciar realizando os exames de corpo e delito, além de divulgar os vídeos em suas redes sociais.

“Se fosse só a fala dele contra a minha, ninguém ia acreditar. Ele é famoso, conhecido... Ninguém imaginava que era assim. Ele acabava de brigar comigo e saia para o ensaio”, finalizou.

DJ Ivis está preso desde a quarta-feira (14). Após a audiência de custódia ele foi transferido da Delegacia de Capturas ao Presídio Irmã Imelda Lima Pontes, em Fortaleza.

 

Richard Sherman, uma das principais estrelas da liga americana de futebol (NFL), foi preso nesta quarta-feira, sob a acusação de "violência doméstica", segundo as autoridades policiais do Condado de King, em Washington. O atleta de 33 anos, que jogou nas últimas três temporadas pelo San Francisco 49ers, foi preso por volta das 6h (horário local) e negou a opção de pagar fiança.

Sherman é considerado um dos melhores cornerbacks da NFL e ajudou o Seattle Seahawks a vencer o Super Bowl em 2014. Atualmente, o atleta não possui contrato com nenhuma equipe.

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Ainda nesta quarta-feira, a NFL Players Association (NFLPA), sindicato de atletas dos NFL, emitiu uma declaração sobre a prisão de Sherman sem mencioná-lo diretamente. O jogador é o vice-presidente da entidade.

"Fomos informados da prisão na noite passada de um de nossos principais jogadores por um suposto incidente de violência doméstica e ativamos nosso protocolo de crise de violência doméstica para a proteção e apoio de todos os envolvidos", disse o sindicato em um comunicado.

"Continuaremos monitorando de perto os desenvolvimentos à medida que mais dados se tornem disponíveis para nós", completa a nota.

A juíza da comarca de Fortaleza, Maria José Sousa Rosado de Alencar, negou o pedido do DJ Ivis para que fossem retirados os vídeos em que aparece agredindo a ex-esposa Pamella Holanda na frente da filha. A defesa do músico ainda pediu que ela fosse proibida de comentar sobre o caso, mas a solicitação também foi negada pela Justiça. 

Após estourar com o sucesso 'Volta Bebê, Volta Neném', que bateu mais de 27 milhões de acessos no YouTube, o músico viralizou em uma denúncia de violência doméstica feita pela ex-companheira nas redes sociais.

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Nesse domingo (11), Pamella publicou vídeos em que é agredida por Ivis com socos, empurrões e puxões de cabelo, e compartilhou fotos com o rosto machucado após as agressões.

Horas após a repercussão das imagens, advogados do cantor deram entrada em um processo de calúnia contra Pamella e apontaram que ela estava mentindo. "Na data de hoje, após as 15 horas [ela] comunicou a imprensa fatos mentirosos relativa à violência doméstica veiculada em site na internet prejudicial a sua reputação", justificou a defesa para pedir a remoção dos conteúdos.

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Contudo, a juíza do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) negou o requerimento e apontou que é "impossível analisar o pedido, além do que a concessão de tal pretensão, nos moldes formulados representaria afronta ao direito fundamentada livre expressão da imprensa". Em sua decisão, Maria José acrescentou as publicações não feriram o direito de expressão.

"A falta de veracidade ou exageros veiculados em materiais de internet devem ser apurados posteriormente, sendo incompatível com o regime de plantão judiciário, pelo que deixo de receber os pedidos formulados em tutela de urgência", indica parte da determinação.

Apesar das cenas de agressão, DJ Ivis não foi preso mas, aos poucos, sente o prejuízo de ter violentado a mulher. O cantor e empresário Xand Avião anunciou que ele foi desligado da sua produtora, a Vybbe, responsável por agenciar a carreira do músico. Nomes da cena como Zé Vaqueiro e Rodrigo Barão, dos Barões da Pisadinha, também repudiaram a atitude do artista.

Pamella já tinha feito um boletim de ocorrência por lesão corporal no âmbito da violência doméstica no dia 3 de junho. A Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSPDS) confirmou que um inquérito chegou a ser instaurado, porém, o prazo do flagrante foi expirado, tendo em vista que as agressões denunciadas às autoridades teriam ocorrido no dia 1º.

O músico tentou se justificar em vídeo. Ele mostrou a imagem de um boletim de ocorrência que fez contra a mulher no dia 13 de março, no qual afirma que ela não aceitava a separação e ameaçava suicídio e sumir com a filha do casal.

Um homem foi preso em flagrante em Lajedo, Agreste de Pernambuco, pelos crimes de cárcere privado, violência doméstica e porte de arma de fogo na noite da quinta-feira (3). A companheira do suspeito relatou que era impedida de sair de casa.

A Polícia Militar esteve no local após receber uma denúncia de maus-tratos. Ao notar a presença policial, o suspeito fugiu, mas foi encontrado escondido em um galinheiro.

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A companheira revelou onde o homem guardava três armas de fogo, com as quais a ameaçava. Segundo a polícia, ele admitiu que usava as armas com dois comparsas para realizar assaltos. Uma das investidas foi contra um carro que transportava queijos vindos de São Bento do Una, também no Agreste de Pernambuco, quando levaram a mercadoria e o veículo. 

Além das armas, dois revólveres calibre 38 e um calibre 32, os policiais apreenderam vinte munições, uma motocicleta com placa clonada e R$ 900 em espécie.

O aumento do feminicídio e das concessões das medidas protetivas são fortes indicadores de subnotificação dos casos de violência contra as mulheres, além do próprio fenômeno da violência doméstica. Pesquisadoras da Universidade Federal do ABC (UFABC) e integrantes da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas (RBMC) explicam que esses dados mostram a importância dos serviços de proteção à mulher, que foram descontinuados com a pandemia e poderiam interromper o ciclo da violência.

“Se a mulher não consegue relatar e obter respostas no primeiro ciclo da violência, nos primeiros níveis desse ciclo, a gente sabe que os quadros obviamente se agravam para feminicídio, que é o ponto final desse círculo”, disse a professora Alessandra Teixeira. De acordo com as pesquisadoras, em artigo divulgado pela Agência Bori, houve aumento de 1,9% dos feminicídios e de medidas protetivas em muitas delegacias e a diminuição de 9,9% de registros policiais de casos de violência contra a mulher, em relação a 2019.

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Em São Paulo, de janeiro a abril de 2019, foram registrados 55 casos de feminicídio no estado. No mesmo período de 2020, foram 71 registros. Em 2021, foram 53 assassinatos de mulheres em razão do gênero, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Em relação às medidas protetivas, foram mais quase 47 mil em 2019 e mais de 52 mil registros em 2020. Nos primeiros quatro meses de 2021, o total já ultrapassa 21 mil, a tendência, portanto, é de crescimento para este ano.

O aumento do desemprego com a crise econômica, o maior peso para as mulheres na divisão sexual do trabalho, o fechamento das escolas e o acesso a outras vivências são algumas das questões que impactam a dinâmica de vida das mulheres na pandemia e acabam por afastá-las das redes de proteção. “Já era deficitário e a pandemia provoca uma crise, um déficit ainda maior, aliado ao problema econômico. Com isso a gente vai ter, sem dúvida, um exacerbamento desse quadro [de violência]”, aponta Alessandra.

Desarticulação da rede de proteção

Carolina Gabas, também professora da UFABC, ressalta que a medida protetiva é fundamental, mas não garante que se está dando às mulheres a assistência integral necessária. “A medida [protetiva] não é a única oferta que tem que está ali. A mulher tem que ter os cuidados de saúde para a sua integridade física, às vezes precisa ver a situação das crianças, às vezes precisa do acolhimento sigiloso, às vezes precisa monitorar, por exemplo, uma medida que retire do agressor algum tipo de arma que ele porte”, exemplifica.

Ela destaca a necessidade de que as instituições atuem em rede para promover esse atendimento. “A gente diz que é o trabalho em rede, que envolve o sistema de Justiça, vários setores, uma política intersetorial também, no Poder Executivo e é muito importante que isso esteja articulado com os movimentos sociais”, propõe. A pesquisadora destaca que as ações nos territórios devem contar com o apoio do movimento de mulheres e outras organizações que conseguem alcançar essas questões de forma mais efetiva.

Carolina destaca ainda a necessidade de investimentos e a especialização do atendimento. Ela explica que não se trata necessariamente de um equipamento específico, mas de capacitações para que estruturas como os centros de referência em assistência social e mesmo delegacias possam atender essas mulheres sem que se criem novas vitimizações.

“É o investimento para as redes de serviços que já existem e estar muito atenta a esse aumento da violência, especialmente no contexto de pandemia. E, obviamente, o tipo de financiamento também. O financiamento não é só de campanhas, é um financiamento de atendimento, de você prestar esse serviço a essas mulheres”, defende.

A Polícia Militar de Pernambuco prendeu, no final do último domingo (23), dois homens por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. O caso ocorreu no bairro dos Bultrins, em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR). A priori, agentes do 1º BPM foram acionados em uma denúncia de violência doméstica, realizada pela própria vítima, uma adolescente de 17 anos, que indicou dois locais onde as drogas eram armazenadas. Um dos homens era o seu companheiro e agressor, de identidade e idade não reveladas.

Segundo a denunciante, as agressões eram constantes. Foi ela quem revelou à polícia que o namorado guardava drogas dentro de casa. Ao averiguar a propriedade, os policiais encontraram meio quilo de maconha e meio quilo de cocaína. A vítima relatou ainda que um amigo do seu companheiro também era traficante e que ambos estavam na casa do segundo envolvido, em uma localidade próxima.

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A PM-PE prendeu, em flagrante, os dois homens, que foram encaminhados para a Delegacia do Varadouro, também em Olinda, para a realização dos procedimentos judiciais. Na outra casa, foram encontradas uma pistola de calibre ponto 40 e 10 munições.

Intitulado de Frida, o Formulário Nacional de Risco e Proteção à Vida ganhou forma através da  Lei 14.149/21, sancionada e publicada no Diário Oficial da União na última quinta-feira (6), sem vetos, pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O novo boletim deve ser aplicado, preferencialmente, pela Polícia Civil no momento do registro da ocorrência de violência contra a mulher. Para as autoridades policiais, o formulário deve auxiliar no combate à subnotificação e na imposição de novos limites ao agressor.

O documento é formado por 27 perguntas, que contemplam questões essenciais para o entendimento da natureza da violência da mulher vítima, o grau de dependência dela para com o agressor, os seus recursos, base de apoio familiar, dentre outros aspectos. O objetivo é identificar fatores que indiquem a iminência de qualquer forma de violência nas relações domésticas.

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Além disso, subsidia a atuação dos órgãos de segurança pública, do Ministério Público, do Poder Judiciário e dos órgãos e entidades da rede de proteção a fim de gerir o risco identificado. Em qualquer caso, deverá ser preservado o sigilo das informações.

A nova legislação é oriunda do Projeto de Lei 6298/19, da deputada Elcione Barbalho (MDB-PA), aprovado pelos deputados em março e pelos senadores em abril. Conforme a nova lei, o formulário seguirá modelo aprovado conjuntamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

“O Frida, foi estudado e desenvolvido cientificamente pelos peritos Ana Lúcia Teixeira, Manuel Lisboa e Wania Pasinato, e indica, de forma objetiva, o grau de risco da vítima em virtude das respostas dadas às perguntas do formulário”, explica a autora da proposta.

Se for impossível a aplicação do formulário no registro da ocorrência, ele deverá ser aplicado pela equipe do Ministério Público ou do Poder Judiciário no momento do primeiro atendimento à mulher vítima de violência doméstica e familiar. Outros órgãos e entidades públicas ou privadas que atuem na área da prevenção e do enfrentamento desse tipo de violência também poderão usá-lo.

Para elucidar dúvidas sobre a funcionalidade do novo registro na prática, o LeiaJá conversou com a delegada e deputada estadual referência no combate à violência de gênero em Pernambuco, Gleide Ângelo (PSB-PE). Em entrevista, a especialista destaca pontos sobre proteção prolongada da vítima e retomada da confiança da população nas forças de prevenção do Estado.

A delegada de polícia explica que, antes do formulário, o procedimento nas delegacias tinha um formato limitado. Isso também considerando que, dos 184 municípios de Pernambuco, apenas 11 possuem delegacia especializada. No processo anterior, ao comparecer à DP, a vítima apenas abre o b.o e solicita a medida protetiva, que deve ser registrada em até 48h, e essas são todas as informações às quais o Judiciário tem acesso para conceder suporte ao caso.

Com o Frida, o juiz do órgão de Justiça competente terá acesso às 27 respostas que indicam o grau de risco da mulher. A depender dos resultados, a vítima pode seguir diretamente com o acolhimento, à uma casa-abrigo, sem retornar ao ambiente de violência.

“Essas mulheres serão mais bem encaminhadas aos órgãos de proteção à mulher. De uma secretaria é possível entender se essa mulher precisa de um emprego, se a natureza da violência dela é física, psicológica ou patrimonial, se ela é ameaçada, se os filhos são ameaçados. Também é possível saber se ela deve ser encaminhada para um programa de geração de emprego e renda, um centro de referência como CRAS e CREAS (assistência social). Isso só vem para somar, é como um diagnóstico, a "radiografia" dos casos”, esclarece Ângelo.

Através do protocolo básico da segurança pública, nas DPs, muitas mulheres não são inseridas na política pública de prevenção, nem encaminhadas ao tratamento psicossocial ou às secretarias, de acordo com a deputada, o que pode resultar em uma nova chance ao agressor. Não é possível ajudar a vítima adequadamente, se a natureza da violência dela é desconhecida. “É preciso incentivar a denúncia e a permanência da denúncia, a mulher precisa acreditar na lei que a protege, no Estado, saber que não está sozinha”, continua.

“Se a mulher de determinado município ver que a Secretaria da Mulher está oferecendo apoio psicológico, geração de emprego e renda com cursos de capacitação para que ela consiga ganhar o dinheiro dela, ela irá à Secretaria. Pode não ir à Polícia, mas a Secretaria toma conta dessa parte. Ela precisa ser encorajada a denunciar e não a acreditar em uma mudança que nunca chega, em um grande amor e menos ainda a acreditar que essas situações são comuns em um relacionamento”, argumenta, deixando claro que “em briga de marido e mulher se mete a colher sim”.

Outro ponto abordado foi a subnotificação dos casos de violência doméstica, que atingiu um novo pico durante a pandemia da Covid-19. O isolamento social influenciou a queda de contínua no número de boletins de ocorrência (BO) do tipo no período inicial da quarentena, tendo registrado 25,45% de recuo entre abril e maio de 2020, segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS-PE). Os resultados foram uma tendência nacional.

“A subnotificação é um problema gigante em Pernambuco. Ano passado, foram 42 mil boletins de ocorrência. A quantidade de mulheres que apanha é infinitamente maior. Elas não confiam, têm medo, principalmente porque são ensinadas assim. 'Agora tu não apanha, tu morre', 'medida protetiva não serve de nada' são os discursos que circulam na sociedade e isso é tudo o que a cultura machista quer. Sobreviver na impunidade e fazer parecer que não tem solução”, pontua a parlamentar.

Por fim, reconhece que o sistema de informações e atuação da segurança pública ainda precisa de muito trabalho, sobretudo na acolhida das vítimas da violência de gênero. “Temos que ir além. Se existe mulher com medida protetiva morrendo, é uma falha da rede. Mulher com protetiva não deve morrer, ela deve ser protegida pelo Estado. O documento vai ajudar a rede de proteção da Civil, do Ministério Público e do Judiciário. Ele é informação, é base para estatística e para conseguirmos entender que processo é esse que as mulheres não estão conseguindo sair dele”, finaliza.

Joelma, que recentemente superou a Covid-19, participou do quadro Cada Um no Seu Banheiro, do canal de YouTube de Sabrina Sato, e abriu o coração ao falar sobre o fim da Calypso, após descobrir traições de seu então marido e companheiro de banda, Ximbinha. Além disso, deu detalhes de quando sofreu violência doméstica e teve que dar um basta na situação.

Ao relembrar o período sombrio de agressões, a cantora informou o seguinte:"Foi difícil. Foi logo no início que eu tive esse problema. E eu lembro que eu comprei uma arma de choque, que ele quase me jogou lá de cima, me pegou muito de surpresa. Ele tinha uns problemas sérios. Então eu lembro que eu comprei uma arma de choque e eu andava com ela na minha bolsa. Depois que eu fiz isso... nunca mais. Quando eu separei dele, ele veio querer me agredir. Foi aí que o meu filho se meteu e me defendeu. Depois de muitos anos, ele foi tentar de novo, só que meu filho não deixou".

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Em seguida, disse que tentou aguentar o relacionamento pelos filhos: "A gente tem uma esperança lá no fundo de que a pessoa mude, que ela cresça. Mas quando você percebe que a pessoa cada vez piora e ela não melhora e, detalhe: a gente não tem o poder de mudar ninguém. Então tem uma hora que você tem que tomar uma decisão e lutar. Quando eu tomei a decisão foi: agora é para sempre. Não tem volta, agora eu vou lutar até o fim se for preciso, mas não tem volta. Se você não fizer isso, você vai sofrer o resto da sua vida. Só que não sofre só você. Sofre todo mundo que está em volta. Os filhos sofrem. (...) Você começa a criar um ódio pela pessoa".

Joelma, então, abriu o jogo sobre Ximbinha, com quem se viu obrigada a manter uma boa relação no palco - mas nos bastidores a relação se deteriorava.

"Eu não deixava nada disso me afetar [relação conturbada], me abater. (...) No decorrer da minha carreira eu tomei o controle de tudo, mas aí vieram as traições. Aí você perdoa uma vez, aí faz de novo e você fica mal, aí tem uma hora que você diz: não, acabou, não dá mais, disse, acrescentando que, ao anunciar o fim do grupo, ela estava estava esgotada, não tinha mais saída", disse.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul e o Ministério Público investigam o caso de um garoto que foi agredido pelo padrasto dentro de casa, na cidade de Erechim. As cenas da agressão foram captadas pela câmera de um computador, durante aula remota da criança. As informações foram publicada pelo portal 'R7'.

No momento da aula, o menino é surpreendido pelo padrasto, que arranca seus fones de ouvido e o puxa bruscamente. Após alguns instantes, o garoto retorna à sala virtual, chorando. O agressor aparece novamente, puxa os cabelos da vítima e passa a ofendê-lo.

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“Na terça-feira (12 de abril) de manhã, chegamos na escola e tinha um e-mail, com os três vídeos, no qual a escola relatava o acontecido e solicitava uma apuração junto à família desse menor. A escola também avisou a mãe, que foi orientada a comparecer ao conselho”, relatou o conselheiro tutelar Ademir da Rosa ao R7.

Rosa ainda informou que não existe histórico de registro de queixas de agressões do padrasto. A mãe da criança relata que, no momento do ato violento, ela estava em outro cômodo da casa com o filho mais novo. Quando chegou ao local, “estava tudo calmo”.

Ao LeiaJá, o conselheiro informou que agiu prontamente, encaminhando o caso à Polícia Civil e ao Ministério Público. O acusado não está mais morando na casa, tendo sido afastado da residência pela esposa.

Na madrugada dessa terça-feira (20) uma mulher assassinou o marido a tiros enquanto ele dormia. Ela ligou para a polícia confessando e alegou legítima defesa, já que o marido havia a agredido e apontado uma arma para a cabeça dos filhos do casal. O crime aconteceu em Itajaí, Santa Catarina.

Segundo o site NSC Total, a polícia foi acionada às 2h20 pela própria mulher, de 36 anos, que já havia saído do local do crime e ido para a casa de seu irmão. Ela alegou que horas antes de matar o marido, foi agredida e teve os filhos, de 15 e 3 anos, ameaçados com uma arma de fogo.

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Pouco depois do homem cair no sono, ela o atingiu com cinco tiros e saiu da casa com as crianças. Em 2016, ela já havia prestado queixa contra o marido por violência doméstica.

Ainda de acordo com a polícia, o homem tinha passagens por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Eles estavam juntos há cerca de 20 anos.

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