O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai passar o dia 8 de janeiro - data que marca um ano dos ataques golpistas aos prédios dos Três Poderes em Brasília - ao lado de correligionários e familiares no Estado do Rio de Janeiro. O ex-chefe do Executivo deve passar todo o mês de janeiro em Angra dos Reis, na região da Costa Verde, segundo assessores e aliados próximos.
Bolsonaro não deve, a princípio, se envolver em manifestações e atos em apoio aos presos, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que invadiram os prédios públicos no ano passado. De acordo com assessores do ex-presidente, o político deve se refugiar em sua casa de veraneio e, possivelmente, cumprir alguns compromissos na capital fluminense.
##RECOMENDA##Assim como no ano passado, quando Bolsonaro estava nos Estados Unidos durante os atos golpistas, ele ficará longe de Brasília.
O ex-presidente passou os últimos dias do ano em São Miguel dos Milagres, requisitado balneário no litoral norte de Alagoas. Ele chegou à região no último dia 26 e ficou hospedado na pousada do seu ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto. O espaço Villas Taturé possui acomodações luxuosas cuja diária gira em torno de R$ 2.800 na alta temporada. No site do local, o visitante pode reservar um pacote de réveillon de quatro dias por, no mínimo, R$ 13.500.
Nessa viagem de descanso, Bolsonaro teve a companhia de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de sua nora Heloísa Bolsonaro e dos dois netos, filhos do casal. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não viajou com o ex-presidente. Ele está na capital fluminense e deverá seguir para o litoral no fim de semana.
Como mostrou a Coluna do Estadão, o Congresso foi o local escolhido pelo governo Lula para realizar o evento que marcará um ano dos ataques aos prédios públicos. Embora a ideia tenha surgido no Planalto, o convite - que a Coluna teve acesso - será distribuído em nome dos presidentes Lula, Rodrigo Pacheco (Senado), Arthur Lira (Câmara) e Luís Roberto Barroso (STF), para demonstrar harmonia.
A manifestação conjunta foi batizada de "Ato Democracia Restaurada", numa alusão a um vídeo que o presidente Lula divulgou em fevereiro classificando o episódio como terrorismo e com imagens dele olhando as cenas.
Julgamentos no STF
A Suprema Corte já julgou e condenou 30 pessoas por crimes como associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado. Ainda faltam 200 denunciados para serem julgados.
Quase um ano após a tentativa de golpe de 8 de janeiro, o STF manteve a prisão de 66 indivíduos, das mais de duas mil pessoas detidas por causa do ato. Dentre os reclusos, oito já foram condenados pelo STF; 33 foram denunciados como executoras dos crimes praticados; e, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), 25 pessoas seguem presas até a conclusão de diligências em andamento, elas estão sendo investigadas por financiamento ou incitação dos crimes.