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Nesta sexta-feira (10), alguns ministros, desembargadores e advogados se reuniram em um hotel de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, para falar sobre a jurisdição no pós-pandemia da Covid-19. O evento foi realizado pela UNINASSAU.
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Por conta do novo coronavírus, o Brasil e o mundo tiveram que adotar novas práticas para o convívio social. Dentro do contexto do trabalho do Poder Judiciário, também foi necessário uma readequação ao período que se está vivendo desde o mês de março de 2020 - início do período pandêmico -.
Sem a possibilidade de parar, o judiciário teve que adotar uma nova maneira de seguir com os seus trabalhos, agora de forma telepresencial como regra, mas sem comprometer sua celeridade e produtividade.
TJPE
O desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Demócrito Ramos, confirma que o período da pandemia apenas apressou a realização de atos processuais e judiciais por meios eletrônicos. Segundo ele, o próprio código de processo civil de 2015 já previa a realização e a utilização de instrumentos tecnológicos para a produção de atos judiciais e processuais por meios virtuais.
“Como todo mundo estava preso, recolhido em suas casas, a pandemia serviu para apressar esse processo de utilização de meios tecnológicos, de ferramentas tecnológicas de aplicativos de videoconferência para realização de atos processuais. A pandemia apressou e dinamizou esse processo que já vinha acontecendo de forma mais lenta”, detalha Demócrito.
Ele acredita que a partir de agora, com a redução dos casos da Covid-19 no mundo e o início de uma retomada, precisa se analisar como será esse retorno e se alguns atos processuais, como audiências, deverão voltar da forma presencial. Demócrito acredita que, no pós-pandemia, o trabalho híbrido deve ser fortalecido em várias unidades judiciais.
O desembargador Eduardo Pugliesi, do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT), analisa que, apesar do momento de tantas incertezas, o Poder Judiciário passou bem pela pandemia da Covid-19 e conseguiu manter a sua produtividade. Ele detalha que em 2019, antes dos casos do novo coronavírus, a Primeira Turma do TRT da 6ª Região julgou 8.619 processos.
Em 2020, ano do surgimento da Covid-19 no Brasil, foram julgados 8.551 processos. “O que se atribui a isso é a rapidez do sistema, a produtividade da primeira instância em função dos processos represados. Os juízes deixaram de fazer audiência [presencial], de viajar, de ter um lazer mais pleno em função da quarentena e com isso produziram mais. Com mais sentença tem mais recurso, com mais recurso tem uma produtividade maior nas segundas instâncias”, detalha Pugliesi.
Isso mostra que as restrições impostas pela pandemia não paralisaram o Poder Judiciário, muito pelo contrário: acelerou processos de mudanças que já estavam em curso, mas precisavam de um choque de realidade - que infelizmente só aconteceu com a Covid-19.
O Ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Moura Ribeiro, assevera que por conta do novo coronavírus, o STJ está tendo um desempenho astronômico, fora de qualquer padrão de como atuavam no trabalho presencial.
“É exponencial o número de feitos que nós estamos julgando. O fato é que realmente o trabalho do Superior Tribunal de Justiça mostra uma dignidade imensa, um serviço extremamente bem feito e em grande quantidade”, pontua.
Participação
O evento também contou com a participação do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Caputo Bastos, da desembargadora do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF), Maria do Carmo, e do desembargador Paulo Alcântara, do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT).