Tópicos | Cândido Vaccarezza

A Polícia Federal abriu inquérito contra o ex-deputado e ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccarezza (PT/SP) na Operação Lava Jato - investigação sobre suposto esquema de corrupção e propinas na Petrobras entre 2003 e 2014. Vaccarezza terminou seu mandato parlamentar no dia 31 de janeiro de 2015, quando perdeu foro por prerrogativa de função perante o Supremo Tribunal Federal (STF).

A ordem para instauração de inquérito contra Vaccarezza foi dada pelo juiz federal Sérgio Moro, em despacho de 17 de abril, agora tornado público.

##RECOMENDA##

O ex-deputado foi citado em delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Preso em regime domiciliar, com tornozeleira eletrônica, Costa afirmou no ano passado que Vaccarezza teria recebido propina de R$ 400 mil por um contrato de importação de asfalto da Petrobras com a empresa Sargent Marine.

Costa disse que foi informado da propina ao político em uma reunião, "no ano de 2009 ou 2010", na residência do lobista Jorge Luz, que lhe apresentou a Sargent Marine, no Rio de Janeiro. O ex-diretor, na época à frente da diretoria de Abastecimento, afirmou que foi o responsável por convidar a empresa que firmou o contrato com a estatal petrolífera sem licitação.

Em fevereiro de 2015, o STF mandou abrir inquéritos para investigar o suposto envolvimento de 52 deputados, senadores e ex-parlamentares com o esquema de propinas na estatal petrolífera. O caso de Vaccarezza foi parar na 13ª Vara Criminal da Justiça Federal em Curitiba, base da Lava Jato, exatamente porque ele perdeu o foro privilegiado perante o Supremo.

O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, acolheu requerimento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mantendo na Corte máxima somente os fatos relacionados a detentores de foro por prerrogativa de função, com remessa dos demais casos aos "juízes competentes".

Ao mandar abrir inquérito contra Vaccarezza, o juiz Sérgio Moro destacou: "Trata-se de procedimento remetido pelo STF a este Juízo e destinado a apurar supostos crimes cometidos por Candido Elpidio de Souza Vaccarezza, recebimento de vantagem indevida, conjuntamente a Paulo Roberto Costa, então Diretor de Abastecimento da Petrobras, na intermediação da contratação da empresa Sargeant Marine."

O Ministério Público Federal manifestou-se pela remessa dos autos à PF para instauração de inquérito. Moro decretou sigilo nos autos "a fim de resguardar a eficácia das diligências".

Defesa

O advogado Marco Aurélio Toscano, que defende Vaccarezza, disse que seu cliente ainda não foi ouvido pela Polícia Federal. "Neste caso, nós ainda não apresentamos defesa. Ele (Vaccarezza) será ouvido em data oportuna e o posicionamento será o mesmo que ele tem declarado desde o inicio para a imprensa, de que nunca em momento algum praticou ato ilícito, seja sozinho seja acompanhado por quem quer que seja", enfatizou Toscano.

Quando a delação premiada de Paulo Roberto Costa foi divulgada, em fevereiro, Vaccarezza repudiou a versão de que recebeu R$ 400 mil em propinas. Jorge Luz não foi encontrado para comentar o caso.

O doleiro Alberto Youssef afirmou em delação premiada perante a força tarefa da Operação Lava Jato que a pedido do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa "entregou alguns numerários" para o ex-deputado Cândido Vaccarezza (PT)."Tive relação com ele (Vaccarezza), sim. A pedido do Paulo Roberto Costa eu entreguei alguns numerários ao Cândido Vaccarezza. Foram 3 ou 4 vezes", afirmou Youssef, em depoimento gravado pela Procuradoria da República."

Segundo o doleiro, o ex-diretor da estatal lhe pediu que entrasse em contato com Vaccarezza porque estava dando uma ajuda para o petista. "Paulo Roberto pediu que eu tirasse dos valores que eu estava recebendo e entregasse ao deputado. Deveria retirar esses valores dos valores que eu retirava para o Partido Progressista."

##RECOMENDA##

"Eu até o questionei. Mas ele falou: não tem como, tem que ajudar, tem que retirar dos valores que você recebe."

Em outra fase do longo relato, Alberto Youssef disse: "Na verdade, o Paulo Roberto até tinha me pedido que eu entregasse um pouco mais e eu reduzi um pouco o valor. Se eu não me engano, ele tinha pedido para entregar R$ 300 mil, R$ 400 mil, alguma coisa assim. Eu interferi, dizendo que não tinha caixa para tanto e reduzi os valores."

"Estive na casa dele (Vaccarezza) em São Paulo, se não me engano, no bairro da Mooca, para entregar valores que o Paulo Roberto Costa pediu que eu entregasse", afirmou o doleiro. "Foram 3 ou 4 vezes de R$ 150 mil."

Ele disse que "não se recorda a época da entrega". "Isso foi enquanto o Paulo Roberto estava na diretoria de Abastecimento. Isso deve ter acontecido entre 2010 e 2012, até quando ele saiu. Depois da morte do José Janene (ex-deputado, que morreu em 2010)."

O doleiro esclareceu como era o fatiamento da propina, incluindo um ex-assessor de Janene, João Cláudio Genu. "Eu recebia 100% e depois fazia o fatiamento: 30% pro PRC, 5% para mim, 5% para o Genu, os outros 60% iam para o Partido. Eu retirei do contexto global. Da receita, eu retirei aquele valor por alguns meses seguidos e entreguei ao deputado Vaccarezza."

O doleiro disse que Paulo Roberto Costa "não vinculou (os pagamentos) a um fato específico, simplesmente falou que estava dando uma ajuda."

Ele disse que fez as entregas de propinas pessoalmente ao ex-líder do PT na Câmara. A força tarefa perguntou ao doleiro se ele sabia de algum envolvimento de Vaccarezza com a Máfia do Asfalto - organização que agiu em quase uma centena de prefeituras no interior de São Paulo fraudando licitações. Youssef disse que nunca soube disso.

Ele afirmou que "tinha contato com Vaccarezza, conversava por BBM (Programa de conversa pelo celular)".

Ele disse que não sabe por que Vaccarezza não pediu recursos para o caixa do PT. "Isso foi uma ajuda que o Paulo Roberto Costa deu ao Vaccarezza. Fui sozinho fazer as entregas."

Na época em que seu nome foi ligado ao de Youssef, o ex-deputado rechaçou as alegações de recebimento de dinheiro por parte do doleiro e afirmou que o próprio Paulo Roberto Costa negou em sua delação que tenha mandado o doleiro fazer os repasses.

"Tudo isso é mentira, Youssef nunca entregou dinheiro na minha casa, ele diz com riqueza de detalhes que o Paulo Roberto Costa mandou ele entregar e Paulo Roberto diz que é mentira, que não mandou entregar", afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. A reportagem não localizou o suposto depoimento de Costa que nega os repasses a Vaccarezza.

"Sou inocente e as acusações a mim são todas infundadas. Qualquer análise mais detida dos depoimentos vai dizer que são coisas ditas por terceiros, não tem nenhuma ligação telefônica, nenhum torpedo, nenhuma testemunha", continuou o parlamentar.

Insatisfeito com os rumos do Partido dos Trabalhadores, o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) está se inspirando no exemplo da senadora Marta Suplicy e já se movimenta no sentido de deixar a legenda. Ex-líder de governo na Câmara dos Deputados entre 2010 e 2012, o petista não conseguiu se reeleger na última eleição e, magoado, também estuda se filiar ao Solidariedade.

Vaccarezza vem enfrentando o isolamento no partido desde que passou a liderar, a pedido do presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o grupo de trabalho que discutiu uma proposta de reforma política na Casa. O PT, que insistia na aprovação de um plebiscito para a reforma política, considerou que o deputado não representava a sigla nas discussões. No ano passado, a cúpula do partido chegou a discutir se daria ou não a legenda para que o deputado disputasse a reeleição.

##RECOMENDA##

A aliados de outras siglas, Vaccarezza reclama da falta de espaço no PT, diz que a presidente Dilma Rousseff alijou os militantes mais antigos do comando partidário e conta que sofreu boicote até de material de campanha em 2014. "Ele reclama muito que tiraram a eleição dele em São Paulo", revelou um deputado.

No último pleito, o PT perdeu 17 cadeiras na Câmara dos Deputados. Em São Paulo, berço político do partido, os petistas conquistaram apenas 10 vagas ante as 15 da eleição anterior. "Está todo mundo insatisfeito. A situação não está boa no PT", tem dito o parlamentar, que a partir do próximo mês (quando terminará o mandato) voltará a trabalhar como médico.

Aos amigos de Parlamento, Vaccarezza tem repetido que o PT "entrou numa rota de hipocrisia generalizada", que é preciso construir uma alternativa ao partido e que procura um caminho político à esquerda. A possibilidade seria se juntar ao bloco PSB, PV, PPS e Solidariedade, com preferência de filiação à última sigla. "O PT não preenche mais os ideais que defendo", disse o deputado, segundo relatos.

Vaccarezza acredita que Marta Suplicy também deve aderir ao Solidariedade do deputado Paulo Pereira da Silva (SD) e afirma nos bastidores que trabalhará pela candidatura da senadora à Prefeitura de São Paulo em 2016, independentemente de onde estiverem abrigados.

O Grupo de Trabalho (GT) de Reforma Política da Câmara dos Deputados vai propor o fim da reeleição para os chefes dos executivos nacional, estadual e municipal. Os integrantes do grupo também decidiram, nesta terça-feira (5), que o tempo do mandato para presidente da República, governador e prefeito continuaria de quatro anos, a proposta anterior do colegiado seria que os mandatos para cargos majoritários seriam de cinco anos, mas a discussão foi reaberta e concluída hoje.

As decisões do GT foram unificadas em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que será assinada pelo coordenador do grupo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), e pelos outros integrantes. Esta foi a última reunião do GT, que durou quatro meses. Agora cada membro vai coletar as assinaturas necessárias para a apresentação da PEC, são 171 ao todo, dentro de seu partido.

##RECOMENDA##

Segundo Vaccarezza a proposta será entregue ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), nesta quarta (6), às 15 horas. Após ser apresentada, a PEC deve tramitar normalmente na Casa. A ideia do coordenador é que, se aprovada no Congresso, a proposta de reforma política seja objeto de referendo, com consulta à população.

O coordenador do grupo considerou o saldo do trabalho muito positivo. “Em pouco tempo de trabalho, estamos propondo mudanças bastantes profundas”, disse. “Se nós viabilizarmos a votação do que está nesta PEC, haverá redução de 70% a 80% dos gastos de campanha”, completou.

Confira as principais propostas da reforma: 

A PEC institui, entre outras coisas, o voto facultativo; a coincidência das eleições municipais com as eleições estaduais e federal a partir de 2018; fim das coligações eleitorais, ou seja, o fim da obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, municipal ou distrital. Porém, pela proposta, os partidos que se coligarem para a disputa de eleições proporcionais integrarão, até o fim da legislatura, o mesmo bloco parlamentar na casa legislativa para a qual elegeram seus representantes. A PEC determina ainda a perda do mandato dos que se desfiliarem voluntariamente do partido pelo qual foram eleitos.

O texto também propõe teto de despesa para a campanha eleitoral, que será definido em lei pelo Congresso Nacional. Pela proposta, cada partido poderá optar pelo modo de financiamento, se privado, misto ou exclusivamente público. A PEC também propõe que seja fixado em lei um valor máximo para as doações de pessoas físicas e jurídicas. Os partidos e candidatos somente poderão arrecadar recursos após a definição desses limites.

Partidos políticos

A PEC diminui as exigências para a criação de partidos. A proposta reduz o mínimo de assinaturas para criar uma legenda de 0,5% para 0,25% do total de eleitores (em vez de 493 mil, seriam 245 mil eleitores). Pelo texto, um partido também poderá ser criado com o apoio de 5% dos deputados - ou seja, 26 parlamentares - sem a necessidade de apoio popular.

Porém, o texto estabelece cláusula de desempenho para que partidos possam ter acesso a recursos públicos. Somente terão acesso a tempo de rádio e TV e fundo partidário, além de lideranças, funcionários e espaço físico na Câmara e no Senado, os partidos que obtiverem pelo menos 5% do total de votos válidos no País, distribuídos em pelo menos nove estados, com um mínimo de 3% dos votos válidos em cada um deles. “A ideia é reafirmar a liberdade da população de se organizar politicamente em partidos políticos, mas aumentar as exigências para que possam ter acessos a recursos públicos”, explicou Vaccarezza.

A proposta também cria cláusula de desempenho para candidatos, tornando indispensável uma votação mínima (10% do quociente eleitoral) para que qualquer candidato seja eleito. “O objetivo é evitar que deputados sejam eleitos com apenas dois votos, como ocorre hoje”, destacou o coordenador.

Além disso, a PEC altera a forma de eleição para os deputados, ao instituir a criação de circunscrições eleitorais. Segundo o texto, o sistema de apuração dos votos continua sendo proporcional, mas os candidatos deverão concorrer em pequenas regiões dentro dos estados, definidas pelo Tribunal Superior Eleitoral. Pela proposta, seriam criadas de quatro a sete circunscrições em cada estado. “A ideia é aproximar o deputado do eleitor”, disse Vaccarezza.

*Com informações da Agência Câmara

 

Brasília - O tempo de mandato e o direito à reeleição de parlamentares não chegaram a ser definidos nesta quinta-feira (31) como queriam os deputados que integram o grupo de trabalho da Câmara que tenta consolidar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Política. Esta seria a última reunião do colegiado antes de consolidar o texto que tem que ser entregue ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), até 6 de novembro.

##RECOMENDA##

O coordenador do grupo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que preferiu marcar mais uma discussão para definir como esses pontos entrarão no texto. Segundo ele, o grupo cumprirá o prazo e entregará a matéria na quarta-feira (6). Os deputados já tinham aprovado mandatos de cinco anos, sem reeleição. Mas alguns parlamentares pediram revisão desse item.

“Foi aprovada uma proposta sem muita articulação, sem definir a duração de mandato de senadores. Entendo que uma coisa está vinculada a outra. Ou tem fim de reeleição com mandato de cinco anos ou mandato de quatro anos. Para prefeito ou governador, quatro anos é muito pouco em função do conjunto do trabalho. Assim como oito anos seguidos é muito”, disse o parlamentar.

Vaccarezza acredita que o grupo conseguirá o consenso para concluir a versão final da PEC na próxima terça-feira (5), quando ocorrerá a última reunião do grupo marcada para às 10h.

Até o momento, já foram acertados outros pontos polêmicos. Os deputados incluíram no texto, por exemplo, o voto facultativo, estabeleceram um teto para o financiamento de campanha, independentemente da origem do dinheiro, e aprovaram a inclusão do sistema distrital proporcional de eleição como o regime que deve valer durante os pleitos.

Caso as previsões de Vaccarezza sejam cumpridas, a proposta final de emenda à Constituição (PEC) pode começar a ser debatida em plenário antes do recesso parlamentar de dezembro. Os deputados estão, desde agosto, analisando a proposta mas o Congresso Nacional só deve decidir sobre as mudanças em 2014.

Em pleno recesso, foi lançado nesta quarta (24) um site dentro do portal e-Democracia para receber sugestões da população para a proposta final de reforma política que será elaborada em 90 dias.

Até às 19 horas, desta quarta-feira, no primeiro dia de funcionamento, 59 pessoas já tinham manifestado sua posição em mais de 206 mensagens, muitas com ataques ao Congresso e sugestões que passam longe do debate pretendido pelo grupo de trabalho.

##RECOMENDA##

"Redução de pelo menos 80% dos salários dos políticos brasileiros", propôs um dos eleitores. "Corte extremo nos benefícios abusivos dos políticos", afirmou outro. "Redução do número de deputados federais para 10", sugeriu um terceiro.

Em uma sessão de enquete da página, aparecem como temas mais votados a possibilidade de apresentação de propostas de emendas à Constituição por meio de iniciativa popular, a simplificação da apresentação deste tipo de projeto, o fim de regalias como cota parlamentar e o afastamento do cargo para pessoas sob investigação por crime de improbidade e corrupção. Temas como financiamento igualitário para os candidatos e assembleia constituinte para a reforma política apareciam entre os menos votados.

Na apresentação do site, o deputado Cândido Vaccarezza ressaltou que não vai basear os trabalhos em ideias que já deram errado no passado. O coordenador do grupo da Câmara que debaterá a reforma política afirmou que os deputados vão ouvir as propostas da sociedade e anunciou que consultará as presidências da Câmara e do Senado para "acelerar" o processo no Congresso "sem comprometer a qualidade da proposta".

O lançamento do portal é uma tentativa de aproximar a sociedade do debate. Para participar, o eleitor terá de se cadastrar.

O coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Política criado pela Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), defendeu nesta quarta-feira que a ação do grupo seja focada no "bom senso" e na busca do "pensamento majoritário" entre os parlamentares. Apesar de, pessoalmente, apoiar a proposta de voto em lista e financiamento público de campanha eleitoral, o deputado disse que não se pode impor à sociedade uma "ideia fixa" e que "se quiserem enquadrar" a reforma política nestas bandeiras, "o grupo não vai andar". "Nós temos de buscar a média, que seja aceitável por todos", afirmou o petista.

Em pleno recesso, foi lançado nesta quarta um site dentro do Portal e-Democracia a fim de receber sugestões da população para a proposta final de reforma que será elaborada em 90 dias. Na apresentação do site, Vaccarezza ressaltou que não vai basear os trabalhos em ideias que já deram errado no passado. Ele anunciou que consultará as presidências da Câmara e do Senado para "acelerar" o processo no Congresso "sem comprometer a qualidade da proposta".

##RECOMENDA##

Segundo o petista, há um sentimento de mudança e votação da reforma entre os parlamentares após a onda de protestos de junho. "Desta vez vai ter votação da reforma política", garantiu. Financiamento de campanha e sistema eleitoral são, de acordo com ele, os pontos que despertam maior interesse entre os parlamentares. Na manhã desta quarta, o deputado defendeu a adoção da consulta popular permanente nas eleições, modelo em vigor nos Estados Unidos, onde a cada pleito os eleitores são convidados a responder perguntas variadas. No caso da proposta de reforma política em discussão, Vaccarezza acredita que determinados pontos poderão ser levados à consulta do eleitorado. "Tem coisas que só o povo pode decidir. Aí teremos de recorrer a um referendo ou plebiscito", disse.

Questionado sobre o clima no PT após sua nomeação no Grupo de Trabalho, Vaccarezza desconversou, disse que não vai mais debater a proposta do plebiscito e que vai até ajudar o partido a recolher as assinaturas necessárias para aprovação de Decreto Legislativo convocando a consulta popular. "Não fico com medo de enfrentar posições difíceis", respondeu o deputado, que voltou a afirmar que faz parte "da linha de frente" de defesa do governo Dilma Rousseff.

Site

Qualquer internauta poderá acompanhar os debates e encaminhar sugestões para o Grupo de Trabalho por meio do Portal e-Democracia, hospedado no site da Câmara dos Deputados. A ideia do site da reforma é informar sobre o andamento dos trabalhos, abrir fóruns de discussão sobre cada item da proposta e oferecer dados sobre como funciona o sistema eleitoral em cada país. "O site vem ao encontro do que as ruas clamam", comentou o deputado Leonardo Gadelha (PSC-PB), que faz parte do grupo.

Dirigentes do PT rejeitaram a moção sugerida contra o coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Política na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), que nesta semana anunciou que a proposta a ser apresentada em 90 dias pelos parlamentares não valerá para as eleições de 2014. Ontem, a bancada do PT na Casa divulgou uma nota dizendo que as posições do petista não representam a opinião do partido. "O diretório entendeu que a nota da bancada era suficiente", anunciou o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão neste sábado (20), após reunião dos líderes petistas em Brasília.

Pela manhã, um grupo de petistas trouxe cartazes para a sede do Diretório Nacional pedindo a saída de Vaccarezza do grupo e ressaltando que o deputado não os representava. De acordo com Falcão, Vaccarezza se comprometeu a trabalhar para coletar assinaturas favoráveis ao decreto legislativo do plebiscito.

##RECOMENDA##

Apesar de haver "unidade, mas não unanimidade" em torno do tema na sigla, Falcão afirmou que os dirigentes nacionais fecharam acordo para defesa do plebiscito da reforma política e dos pactos propostos pela presidente Dilma Rousseff. O presidente do PT defendeu que o plebiscito produza regras para as eleições de 2014, principalmente para a questão do financiamento privado das campanhas eleitorais.

O encontro de hoje terminou sem uma resolução. O texto final da resolução será submetido à Executiva do partido.

Em sua conta no Twitter, o líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães, anunciou que o Diretório Nacional do PT apoiou a nota divulgada ontem pela bancada do partido na Casa onde afirma que as posições do coordenador do Grupo de Trabalho da reforma política, deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP), não representa o partido. Vaccarezza foi escolhido pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), para coordenar os trabalhos, embora a sigla tenha indicado o gaúcho Henrique Fontana. Hoje, dirigentes do partido estão reunidos em Brasília e a reforma política é um dos temas em discussão.

Na primeira reunião do Grupo de Trabalho da reforma instalado nesta semana, Vaccarezza disse que as propostas, a serem apresentadas em 90 dias, não valerão para as eleições de 2014. Guimarães divulgou em nota que as declarações do coordenador "não expressam o pensamento nem da bancada na Câmara nem do Partido dos Trabalhadores".

##RECOMENDA##

Em nota também divulgada ontem, Vaccarezza disse ter se comprometido com o PT a trabalhar para coletar assinaturas necessárias para a aprovação de um decreto legislativo convocando o plebiscito para reforma política, proposta esta defendida pelo PT. "Reafirmo publicamente meu compromisso pessoal com a viabilização para a aprovação do plebiscito na Câmara dos Deputados", enfatizou Vaccarezza.

De acordo com o petista, seu grupo facilita a realização de uma consulta popular. "Ao contrário do que pregam, o Grupo de Trabalho - e minha atuação como seu coordenador, facilita e agiliza a realização da consulta popular e a busca do entendimento necessário para a concretização da reforma política que a sociedade clama", afirma o texto.

O racha no PT em torno da condução da reforma política marcou neste sábado a reunião do diretório nacional do partido. Munidos de cartazes com os dizeres "Sou PT e quero plebiscito - Vaccarezza não me representa", dez militantes petistas postaram-se diante da sede da legenda desde cedo e pediram a saída do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) da comissão de reforma política.

Do lado de dentro, em uma reunião tensa, com fortes críticas a Vaccarezza - que deixou clara a impossibilidade de mudanças no sistema político valerem para as eleições de 2014 -, o ex-presidente do PT José Eduardo Dutra foi um dos poucos que saiu em defesa do parlamentar.

##RECOMENDA##

"Não dá tempo de aprovar até outubro deste ano uma reforma política com efeitos para as eleições de 2014. Nem plebiscito nem comissão da Câmara produzirão resultados agora", disse Dutra. Ex-senador, ele defendeu a proposta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que prevê proibição de doações por parte de empresas e eleição em dois turnos para deputados. "Precisamos ter foco para viabilizar alguma mudança para 2014. O Ficha Limpa foi aprovado no Congresso em um mês", argumentou.

Nos últimos dias, Vaccarezza e a bancada do PT protagonizaram um bate-boca público sobre a reforma política. Na sexta-feira, o líder do partido na Câmara, José

Guimarães (PT-SP), divulgou uma nota dizendo que as opiniões de Vaccarezza "não expressam o pensamento nem da bancada na Câmara nem do PT". Outros 39 dos 89 deputados do PT assinaram manifesto em solidariedade a Henrique Fontana (PT-RS), que deixou a comissão da reforma política depois que Vaccarezza assumiu.

Criticado por seus pares por dizer que o plebiscito popular defendido por Dilma e pelo PT não tem condições de produzir resultados agora, Vaccarezza não compareceu neste sábado à reunião do partido. Em nota, ele afirmou que não se pode transformar a discussão da reforma política em uma "arena" política. "Reafirmo publicamente o meu compromisso pessoal com a aprovação do plebiscito na Câmara", escreveu.

Para Eduardo Valdoski, um dos militantes do PT que neste sábado levantou cartaz de protesto contra Vaccarezza, o deputado deveria deixar o partido. "Ele tem mais perfil de deputado do PMDB", provocou. Foi o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), quem indicou o petista para o comando da comissão de reforma política. A indicação foi avalizada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contrariou Dilma e a bancada petista.

Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira, o líder do PT na Câmara dos Deputados, José Guimarães (CE), tentou desvincular as declarações do coordenador do grupo de trabalho da reforma política na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), da posição da bancada petista sobre o tema. Na primeira reunião do grupo instalado nesta semana, Vaccarezza disse que as propostas, a serem apresentadas em 90 dias, não valerão para as eleições de 2014. Guimarães disse que as declarações "não expressam o pensamento nem da bancada na Câmara nem do Partido dos Trabalhadores".

Segundo o líder, o PT mantém "posição unitária em defesa do plebiscito" e vai insistir na mobilização dos aliados para conseguir as 171 assinaturas necessárias para apresentação de um Decreto Legislativo ao plenário para a convocação da consulta popular. "A realização de uma reforma política que elimine as distorções produzidas pelo poder econômico é uma bandeira empunhada há anos pelo PT. Não temos medo de ouvir o povo, por isso entendemos que o plebiscito é o instrumento mais adequado para responder às vozes que clamam por mudanças no sistema de representação do País", justifica o texto assinado por Guimarães.

##RECOMENDA##

O partido da presidente Dilma Rousseff trabalha para que as regras da reforma política que forem aprovadas este ano tenham validade já em 2014.

Curto-circuito

A indicação de Vaccarezza para a coordenação provocou, nas palavras do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), um "curto-circuito" na maior bancada da Casa.

O deputado Henrique Fontana (RS) era o preferido dos petistas por ter sido o relator da última proposta de reforma política em tramitação na Câmara, mas Alves insistiu no perfil "conciliador" de Vaccarezza. Fontana então desistiu de participar do grupo como mero representante do partido e o PT o substituiu por Ricardo Berzoini (SP) a quem, segundo a nota, caberá defender as posições da sigla no grupo de trabalho.

O coordenador do grupo de trabalho sobre a reforma política, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse nesta quarta-feira que a proposta pode sair antes mesmo do prazo dado pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de 90 dias. Já em agosto, ele quer ter uma "ideia geral do que será votado", mas isso não significa que qualquer modificação proposta pelo colegiado possa ter validade já para as eleições de 2014. "Pretendo ainda no mês de agosto já ter uma visão geral do que vamos votar", disse Vaccarezza após a primeira reunião do grupo.

"Este grupo não aprovará nenhuma medida para 2014. O que nós aprovarmos aqui vai valer para 2016 e para 2018", disse Vaccarezza. "Não cabe a mim fazer demagogia". Após o encontro, Vaccarezza disse que, em 22 de agosto, o grupo de trabalho deve decidir o que será debatido sobre a reforma política. Vaccarezza também disse que o grupo terá um portal na internet para que a sociedade civil possa enviar ideias e propostas aos deputados.

##RECOMENDA##

Logo no início da discussão, o coordenador propôs um calendário de audiências públicas para debater a reforma política com diversas entidades, como centrais sindicais e patronais e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre outros. Parlamentares, no entanto, lembraram que a Casa já discutiu por mais de uma vez a reforma política - quando foram realizadas diversas audiências - e pediram celeridade nas deliberações ao deputado Cândido Vaccarezza.

O deputado Marcelo Castro, representante do PMDB no colegiado, disse que há ideias que contam com apoio majoritário entre os partidos e que já deveriam ser deliberadas pelos deputados. "Estamos há dois anos e meio discutindo a reforma política nesta legislatura. Eu consultei os representantes de todos os partidos políticos que formam o grupo de trabalho e há questões consensuais", disse.

Segundo Castro, pela consulta realizada, o fim da reeleição para cargos do Executivo conta com o apoio do PSDB, PSB, DEM, PCdoB, PR, PSD e PTB, por exemplo. Outros temas, como a coincidência de eleições, o mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos e o fim das coligações proporcionais contariam, segundo o deputado, com amplo suporte de partidos na Casa e já deveriam ser votadas pelo grupo. Castro também levantou a bandeira, na reunião, do fim da contratação de marqueteiros políticos para as campanhas eleitorais.

O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) mirou na questão do financiamento das campanhas, uma das bandeiras da sigla. "Hoje o poder do povo é mediado pelo financiador de campanha", disse. Durante a reunião, até a ideia de uma constituinte exclusiva para tratar da reforma foi levantada, mas desta vez pelo representante do PSC, Leonardo Gadelha (PB).

A tese do plebiscito, por sua vez, recebeu amplo apoio do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). "Eu penso que fora do plebiscito não há solução". Sobre o financiamento das campanhas, ele lembrou que já existem leis que obrigam o Congresso, a cada ano eleitoral, a fixar um teto dos gastos para as campanhas, o que não é respeitado.

O coordenador do grupo, Cândido Vaccarezza, disse ainda que a reforma política que será proposta pelo grupo deve ser tratada, na tramitação na Câmara, de três formas. "Uma parte é Proposta de Emenda à Constituição (PEC), porque altera a Constituição. "Outra parte é lei ordinária e há também lei complementar."

O colegiado ganhou na instalação mais um integrante. A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) entrou no grupo como representante da bancada feminina.

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), instalou na tarde desta terça-feira o grupo de trabalho que terá 90 dias para apresentar uma proposta de reforma política. Na presidência, Alves manteve o nome do deputado petista Cândido Vaccarezza (SP) e diante da decisão do peemedebista, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) desistiu de participar do grupo. Em seu lugar foi indicado o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP).

O líder do PT na Casa, José Guimarães (CE), lamentou a decisão de Fontana, que foi o último relator do projeto de reforma política em trâmite na Câmara. "Eu tentei remover montanhas", revelou o deputado, que até a noite desta segunda-feira, 15, negociava uma saída para o impasse entre Vaccarezza e Fontana. O deputado gaúcho era o indicado do PT, mas Vaccarezza tinha sido o escolhido por Alves. "O Fontana está chateado, com toda razão", comentou Guimarães.

##RECOMENDA##

Segundo o líder petista, Berzoini foi uma escolha da bancada e servirá como porta-voz da sigla no grupo de trabalho. Ao final da reunião, Vaccarezza evitou comentar a desistência de Fontana e se limitou a fazer elogios às qualificações de Berzoini.

A Câmara dos Deputados aprovou, há pouco, o texto principal projeto de lei do Poder Executivo que cria a Fundação de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais (Funpresp), menos os destaques que visam a alterar a proposta.

Os destaques devem ser votados amanhã (29). O texto aprovado estabelece a criação de três fundos de previdência complementar – um para os servidores do Poder Executivo, outro do Legislativo e um terceiro para os servidores do Poder Judiciário.

##RECOMENDA##

Votaram favoravelmente à aprovação do projeto 318 deputados, 134 votaram contra e houve duas abstenções. A maioria dos partidos encaminhou votação favorável ao texto do relator, deputado Rogério Carvalho (PT-SE). Apenas o PDT, DEM, P-SOL e o PMN recomendaram votação contrária à matéria. O PSD, o bloco PPS/PV e o bloco PSB/PTB/PCdoB liberaram seus deputados para a votação.

Com a criação da Funpresp, os futuros servidores públicos terão garantido pela União uma aposentadoria igual a que é paga aos trabalhadores regidos pelo Regime Geral da Previdência. No entanto, os novos servidores que quiserem aumentar suas aposentadorias terão que aderir ao plano de previdência complementar e contribuir com um percentual a ser negociado. A contribuição do servidor será paritária com a da União até o limite de 8,5%.

Se o servidor optar por contribuir com um percentual menor que os 8,5%, ele poderá fazê-lo e, nesse caso, a contrapartida da União será igual ao percentual de contribuição do servidor. Caso o servidor queira contribuir com percentual acima de 8,5 %, ele poderá contribuir, mas a contrapartida da União não poderá ser superior ao teto de 8,5%.

De acordo com o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), as novas regras de previdência para os servidores públicos estabelecidas com a criação da Funpresp não irão prejudicar os atuais servidores. “Elas só valerão para aqueles que ingressarem no serviço público após a sanção da nova lei”.

Concluída a votação da Funpresp na Câmara, o projeto será encaminhado à apreciação e votação do Senado. Se for modificado pelos senadores, a matéria terá que ser novamente apreciada pelos deputados.

Segundo o secretário de Previdência Complementar do Ministério da Previdência, Jairo Mariz, a partir da sanção da nova lei serão 180 dias para a criação dos três fundos de previdência complementar e 240 dias para a entrada em funcionamento das novas regras. De acordo com ele, a medida visa equacionar o déficit da previdência no futuro.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando