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Nesta quarta (25), a Prefeitura de Olinda divulgou os nomes dos homenageados do Carnaval 2023. Os escolhidos por votação popular para receberem a honraria foram o Maestro Oséas e Zé da Macuca (in memoriam), fundador do Boi da Macuca. Os eleitos representam, respectivamente, o frevo olindense e a cultura dos bois, expressões significativas do ciclo carnavalesco do estado de Pernambuco. 

Oséas Leão de Souza, o Maestro Oséas, é natural de Aliança (PE) mas vive em Olinda desde os 12 anos de idade. Trompetista, ele ingressou, aos 15, na Orquestra Henrique Dias na qual permanece até hoje. Há mais de 40 anos, também comanda sua própria orquestra sendo o responsável por animar alguns dos mais importantes blocos do Carnaval de Olinda, como o Menino da Tarde, Elefante, Vassourinhas, Ceroula, Cariri e John Travolta, entre outros.

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Maestro Oséas

O homenageado in memoriam, Zé da Macuca, falecido em 2021, foi o criador do Boi da Macuca e um verdadeiro ativista cultural dentro do Estado. Entre suas ações, ele reforçou as referências do frevo olindense e da cultura tradicional e popular pernambucana. A brincadeira do Boi da MAcuca ultrapassa o Carnaval realizando atividades durante todo o ano funcionando como vetor de fomento e propagação das expressões pernambucanas. 

Zé da Macuca

 

Faltando pouco mais de 20 dias para o Carnaval depois de um hiato de dois anos sem a comemoração em decorrência da pandemia da Covid-19, os prefeitos das principais cidade da Região Metropolitana do Recife que sediam o evento, João Campos (PSB), do Recife, e Professor Lupércio (SD), de Olinda, destacaram que a segurança será prioridade no evento.

De acordo com os gestores, na reunião dos prefeitos com a governadora Raquel Lyra (PSDB), realizada nesta terça-feira (24), as cidades-irmãs esperam receber pelo menos quatro milhões de foliões neste Carnaval e, por isso, será feito um reforço na segurança ao lado dos órgãos competentes. 

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De acordo com João Campos, a segurança da população, sobretudo no Carnaval, foi um dos itens colocados na reunião. “Os dois prioritários foram defesa civil e saúde. Mas um dos itens é a segurança que eu e alguns prefeitos que tem festividades de Carnaval forte é que se tenha todo o cuidado e atenção para o período carnavalesco. Recife e Olinda esperam receber, juntas, um número próximo a quatro milhões de turistas”. 

“Que esse plano de segurança, nos mais de 40 polos do Recife, sobretudo no nosso bairro do Recife, nos 10 polos que tem, a gente possa ter a segurança plena. Temos confiança na instituição da Polícia Militar para poder conduzir tudo isso ao lado dos bombeiros, Polícia Civil, para que tenhamos o maior e mais bonito Carnaval da história”, afirmou João Campos. 

Ao parabenizar a iniciativa do encontro realizado pela governadora Raquel Lyra (PSDB) e da vice-governadora Priscila Krause (Cidadania), Professor Lupércio evidenciou que as demandas levadas pela cidade de Olinda foi o Carnaval e a segurança.

“A gente sabe que por lá vão passar mais de quatro milhões de pessoas. Embora a gente já pode ver esse reforço nas prévias, até porque em Olinda as prévias já iniciam em setembro e, com isso, vai aumentando o número de foliões nas ladeiras da cidade. De pronto, a gente já pode ver o reforço da PM, da PC, o próprio bombeiro, Guarda Municipal, controle urbano. Estamos nos preparando juntamente com esse apoio da governadora Raquel Lyra”, falou. 

Após dois anos sem realizar uma de suas maiores festas, Olinda anunciou, nesta quinta (19), os primeiros detalhes do Carnaval 2023. Em coletiva realizada no Palácio dos Governadores, o prefeito da cidade Professor Lupércio, falou com animação sobre o ciclo carnavalesco deste ano, que se inicia no dia 16 de fevereiro. Ainda sem patrocínios, o gestor estima que não precisará mexer nos cofres públicos para custear a folia na qual espera receber mais de quatro milhões de foliões.

Em 2023, Olinda traz como tema 'O Carnaval dos Sonhos', em alusão ao 'pesadelo' vivenciado pela população nos últimos anos em virtude da pandemia. O prefeito Professor Lupércio se mostrou otimista, prometendo uma festa descentralizada e de magnitude jamais vista pelo folião. "Estamos mais do que preparados para fazer o maior Carnaval da história de Olinda. Esse Carnaval ficará na história não só de Pernambuco, mas sim do mundo", garantiu.

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Ainda sem patrocínios, o gestor não falou em números para a realização da festa mas demonstrou esperança em não precisar usar dinheiro público para que ela aconteça. “A gente ainda tá nesse percurso de captação. Estamos em busca de patrocinador, embora alguns já externaram o desejo de estar conosco aqui no Carnaval. estamos trabalhando para que a gente possa cada vez mais trazer os patrocinadores para que não seja preciso a gente trabalhar com nosso recurso próprio”, disse. 

Durante a coletiva, Professor Lupércio também relembrou o período pandêmico ressaltando o auxílio prestado pela gestão à cadeia produtiva do Carnaval. “Estamos aqui de pé. A gente fez de tudo que estava ao nosso alcance para dar atenção a todos que dependem de forma direta e indireta do Carnaval, eles não deixaram de ser assistidos pela prefeitura de Olinda”. Segundo o prefeito, este ciclo dará especial atenção aos artistas locais e à população dos bairros, com polos descentralizados para que todos tenham acesso à programação. 

Segurança pública

O prefeito também falou sobre segurança pública durante a entrevista. Desde o primeiro domingo de prévias, neste ano de 2023, incidentes como tumultos, arrastões e roubos assustaram os foliões que procuram as ladeiras para o famoso ‘esquenta’ da folia. Lupércio disse que está em contato com o Governo do Estado, responsável pela segurança nos focos de folia, e que a governadora Raquel Lyra está “preocupadíssima” com a questão. “Tanto é que já houve um reforço nas prévias. Além disso, nosso Controle Urbano e a Guarda Municipal também estão capacitados para trabalhar. Estamos aguardando uma segunda conversa para que a gente possa ter uma segurança ainda maior aqui no nosso município. Até porque por aqui passarão mais de 4 milhões de pessoas, eu não tenho dúvida nenhuma que a governadora vai dar esse apoio ao Carnaval da cidade de Olinda”. 

Em Olinda, Carnaval é uma brincadeira séria. Tanto é que a preparação para a grande festa começa com bastante antecedência, ainda em setembro, o que dá aos foliões uma larga folga com vários meses para curtir, subindo e descendo as ladeiras históricas ao som de muito frevo. Porém, tão certo quanto o início precoce da folia na cidade e das várias semanas de prévias animadas e lotadas de gente, são as ocorrências violentas com arrastões, tumultos, garrafas ‘voadoras’ e prejuízo para visitantes, moradores e comerciantes. Todo ano a fórmula se repete e agora, em 2023, não parece que será diferente.

No último domingo (8), o primeiro de prévias deste ano, o que se viu ao final do dia foram cenas de pânico, selvageria e muito quebra-quebra na Cidade Alta. O início do esquenta para o Carnaval - aliás, um Carnaval muito esperado após dois anos sem festejos por conta da pandemia do novo coronavírus - foi marcado pela violência e medo. Curiosamente, este também foi o dia em que percorreu as ruas históricas o cortejo das ‘Águas de Oxalá’, celebração religiosa que tem como objetivo pedir paz e proteção para o período carnavalesco. 

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Ao final do dia, os vídeos das confusões tomaram as redes sociais e os comentários que se viam nas postagens traziam algo em comum: tais cenas já são esperadas pelos foliões, acostumados à violência do período. “Olinda só presta até às 18h depois disso só tem arrastão, confusão e roubo. Todo ano é a mesma coisa”; “Não vale ficar após às 17:30! Isso nunca mudou, de noite começa arrastões e confusões”; “Muita gente deixa de curtir com medo desse tipo de situação é lamentável”, diziam alguns internautas. 

No entanto, tais incidentes não aparecem nas redes sociais somente após sua ocorrência. Durante a semana que antecede as saídas de blocos e prévias olindenses, é possível encontrar uma movimentação em diversas páginas e grupos de aplicativos de mensagem comentando sobre as ações e até estimulando sua realização. São páginas de grupos de bairros, popularmente chamados de “galeras”, que combinam para irem às ruas exaltarem sua rivalidade com gritos de guerras, confusão e correria.

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Em uma dessas páginas, um vídeo do último domingo (8) foi publicado e o que se vê entre as reações dos seguidores é comemoração e provocação para a próxima semana. Entre os comentários estão frases como: “Mostrem um vídeo dando ATROPELO em nós prf se eu quisesse ver gente cantando eu ia para o The Voice”; “Pancadaria começa quem ficou na frente noix atropelou”; “Domingo tem dnv k cuida os piha ta sem amor”. (sic)

A provocação entre os grupos contínua nos stories. Em um deles, o ADM da página postou comentários indicando a localização dos encontros: “Chega lá na página dos caras, vocês vai ver os story, eles escondidos atrás dos homi. (...) Foi pra casa porque nós tava pesado, nem desceu. Ficou lá por cima na Sé, desceu pela outra rua que não tinha ninguém de nós. Isso é uma vergonha”.  

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Confusão anunciada

Então, se tais situações já são rotineiras, e anunciadas livremente pelas redes sociais, qual será a grande dificuldade de coibi-las? O LeiaJá procurou a Polícia Militar (PMPE), Polícia Civil (PCPE) e a Secretária de Defesa Pública de Pernambuco (SDSPE), além da própria Prefeitura da Cidade de Olinda para fazer esse mesmo questionamento e não recebeu uma resposta exata para a pergunta. 

Através de nota enviada por sua assessoria de imprensa, a PMPE informou que na “noite do domingo (8), policiais militares da Companhia Independente de Apoio ao Turista realizaram o policiamento ostensivo na Praça João Alfredo, Sítio Histórico de Olinda. Em determinado momento da noite, pessoas presentes em um estabelecimento comercial se desentenderam e iniciaram uma briga, ao tentarem intervir os policiais foram atingidos com pedras e garrafas de vidro, momento em que solicitaram apoio policial. A briga foi contida”. A nota também garantia que essa teria sido “a única ocorrência registrada desta natureza”, pelo menos até o seu envio. 

Reprodução/Twitter

Já Prefeitura de Olinda, também por meio de nota, disse que a segurança no Sìtio Histórico é responsabilidade “do governo estadual, por meio das forças policiais coordenadas pela Secretaria de Defesa Social (SDS)” mas que “o município, através da Secretaria de Segurança Cidadã, tem atuado em parceria e diálogo, executando ações complementares. O trabalho promove o monitoramento, por meio da Guarda Municipal, com início desde as prévias de blocos e seguindo até toda a cobertura do período carnavalesco”. A gestão também informou que “por meio desta parceria, são realizadas reuniões semanais para avaliação dos eventos e as possíveis necessidades de ajustes, principalmente quanto à realização de ensaios e cortejos de agremiações aos fins de semana”. Sobre a fiscalização em relação ao uso de garrafas e vasilhames de vidro na Cidade Alta, que costuma ser proibido durante as festas, não houve resposta. 

Já a SDS e a PCPE informaram que “o planejamento operacional das forças de segurança pública para o Carnaval 2023 está sendo feito e será divulgado oportunamente” e que no último final de semana “policiais civis e militares atuaram de forma integrada” nos locais de prévias “prevenindo ocorrências e reprimindo pessoas envolvidas em brigas e crimes patrimoniais”. A Polícia Civil complementou informando que “estão sendo tomadas as devidas providências com relação às ocorrências registradas nas unidades da Corporação no Varadouro e em dois pontos montados para o período pré-carnaval: Praça do Carmo e na Rua Sigismundo Alves (lado contrário ao Colégio São Bento). Esses dois pontos funcionam nos finais de semana do mês de janeiro, começando ao meio-dia e terminando à meia-noite”.

Pelas redes sociais, os grupos comentam e marcam suas ações. Imagem: Reprodução/Instagram

Orientações à população

Também por meio de nota, a Polícia Militar esclareceu que “nos finais de semana, quando acontecem prévias carnavalescas, o efetivo recebe reforço dos demais batalhões da Região Metropolitana, empenhados a garantir o ir e vir de moradores e visitantes. À medida em que os dias oficiais da folia se aproximam, o número de PMs em escala extra vai ficando sempre maior, devido ao crescimento da demanda. Eventuais problemas que surgem no trajeto das agremiações têm sempre recebido intervenção da tropa” e frisou a importância de que os organizadores de blocos e troças informem a realização dos desfiles com antecedência.  Essa medida pode ser providenciada pela internet através do site https://eventos.sds.pe.gov.br

Já a Polícia Civil e a SDS orientam que as vítimas de incidentes nas prévias devem registrar “as ocorrências para robustecer as investigações em curso em uma das delegacias ou via internet no www.sds.pe.gov.br”.

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Por fim, a Prefeitura da Cidade de Olinda informou algumas medidas que já estão sendo colocadas em prática, a partir da parceria com as forças policiais,  para promover e garantir a segurança dos foliões durante todo o período de prévias até o Carnaval propriamente dito. Confira na íntegra. 

Operacionalmente, a gestão já implantou e seguirá, no período Carnavalesco, com medidas efetivas para ampliação da segurança da população em todo o perímetro da cidade, sobretudo nos locais de maior visitação e polos de folia. Entre os exemplos, podemos destacar:

- Base Comunitária Móvel, no Alto da Sé;

- Posto de Atendimento ao Turista;

- Ativação de uma viatura específica e caracterizada, operando com patrulhamento preventivo, 24 horas, com exclusividade no Alto da Sé;

- Nos dias em que há atracação e desembarque de turistas provenientes de cruzeiros, uma viatura extra da Guarda permanece em Ponto Base Fixo (PBF), na Ladeira da Misericórdia com Beco do Bajado. As medidas servem para coibir qualquer prática delituosa e garantir o bem-estar de moradores e visitantes.

 

O ano de 2023 chegou e, para os apaixonados por folia, só uma coisa importa: o Carnaval. Sobretudo neste momento, após um longo e tenebroso período sem a maior festa de rua do país, em virtude da gravidade da pandemia do novo coronavírus que assolou o planeta nos últimos dois anos. Em Olinda (PE), cidade que abriga um dos mais cobiçados carnavais do Brasil, o clima já é de festa e as prévias já acontecem desde o finalzinho de 2022. Porém, apesar da alta expectativa e saudade de um dos melhores carnavais de rua do mundo, as preocupações quanto às condições da cidade para receber milhões de turistas de forma funcional e segura também são reais. 

Com seu Carnaval democrático, na rua, feito pelo povo e suas agremiações tradicionais - ou não tão tradicionais assim -, Olinda costuma ser um dos destinos mais procurados pelos turistas de todo o mundo nesta época. Em 2020, último ano em que foi possível carnavalizar com segurança antes da pandemia, a cidade recebeu  3,6 milhões de foliões - entre esses, 401.400 de estrangeiros e 1.575.360 de outros estados brasileiros - que movimentaram R$ 295 milhões, segundo números divulgados no portal da prefeitura da cidade. Mas, estará a Marim dos Caetés capacitada para ver esses números se repetirem, e até se superarem, a contento?

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Em outubro de 2022, reportagem produzida pelo LeiaJá denunciou a sensação de insegurança e abandono vivenciada por moradores do Sítio Histórico de Olinda, lugar onde o Carnaval atinge seu auge com desfiles de blocos e aglomeração de foliões. Os roubos e furtos constantes nas casas, a alta quantidade de pessoas em situação de rua nas ladeiras históricas - entre esses, muitos usuários de drogas -, e a pouca iluminação pública nas vias foram alguns dos pontos levantados pelas pessoas ouvidas. 

Em 2020, Olinda recebeu mais de três milhões de foliões. Foto: Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

Diante tais apontamentos e a proximidade do Carnaval, o LeiaJá voltou a procurar a Prefeitura de Olinda para averiguar como anda a preparação para a festa. Foram questionados tópicos como segurança pública, iluminação e infraestrutura e, até mesmo, a própria organização e ordenamento dos desfiles na Cidade Alta - cuja participação de carros e sons automatizados foram motivo de muita reclamação no último ano de festa. (2020). Confira na íntegra as respostas enviadas pela assessoria de comunicação do órgão. 

SEGURANÇA

Em outubro de 2022, moradores do Sítio Histórico protestaram contra a insegurança colocando panos pretos em suas janelas. Foto: João Velozo/LeiaJáImagens

A Prefeitura de Olinda esclarece que ações voltadas a casos de violência, conforme indicados pela reportagem, são da responsabilidade do governo estadual, por meio das forças policiais coordenadas pela Secretaria de Defesa Social (SDS). No entanto, o município, através da Secretaria de Segurança Cidadã, tem atuado em parceria e diálogo, executando ações complementares. O trabalho promove o monitoramento, por meio da Guarda Municipal, com início desde as prévias de blocos e seguindo até toda a cobertura do período carnavalesco. 

A gestão da cidade informa que promoveu reunião com a Polícia Militar de Pernambuco, por meio da Companhia Independente de Apoio ao Turista (Ciatur), onde foi firmado o reforço no policiamento ostensivo, motorizado e a pé. Por meio desta parceria, são realizadas reuniões semanais para avaliação dos eventos e as possíveis necessidades de ajustes, principalmente quanto a realização de ensaios e cortejos de agremiações, aos fins de semana.

No mesmo propósito, a Prefeitura de Olinda realizou, recentemente, um encontro com representantes dos transfers e condutores naturais (guias turísticos), promovendo a troca de informações sobre o calendário de cruzeiros ou excursões, que contam em seu destino o Sítio Histórico da cidade. A finalidade é de que o planejamento da segurança esteja integrado, com a participação de todas as forças operativas da Secretaria de Defesa Social (SDS) e da Prefeitura.

Operacionalmente, a gestão já implantou e seguirá, no período Carnavalesco, com medidas efetivas para ampliação da segurança da população em todo o perímetro da cidade, sobretudo nos locais de maior visitação e polos de folia. Entre os exemplos, podemos destacar:

- Base Comunitária Móvel, no Alto da Sé;

- Posto de Atendimento ao Turista;

- Ativação de uma viatura específica e caracterizada, operando com patrulhamento preventivo, 24 horas, com exclusividade no Alto da Sé;

- Nos dias em que há atracação e desembarque de turistas provenientes de cruzeiros, uma viatura extra da Guarda permanece em Ponto Base Fixo (PBF), na Ladeira da Misericórdia com Beco do Bajado. As medidas servem para coibir qualquer prática delituosa e garantir o bem-estar de moradores e visitantes.

ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Em algumas ruas de Olinda, os próprios moradores instalam lâmpadas para terem iluminação nas vias. Foto: João Velozo/LeiaJáImagens

A Secretaria de Gestão Urbana de Olinda esclarece que já iniciou um trabalho de requalificação da iluminação pública nos principais corredores da cidade, abrangendo vias como o entorno das praças Doze de Março e do Carmo; a Rua do Sol, Avenida Sigismundo Gonçalves, Avenida Olinda, entre outras. A gestão firmou contrato, já em execução, para a substituição de 1,1 mil pontos para a tecnologia LED, com maior abrangência, claridade e menor consumo de energia. As medidas, que já podem ser conferidas na orla, deverão seguir pelo Sítio Histórico, foco tradicional dos foliões no período carnavalesco, beneficiando logradouros como as ruas Prudente de Morais, Bernardo Vieira de Melo, Bonfim, São Bento, entre muitas outras. A Prefeitura de Olinda reforça, também, que já estão programados serviços para o período pré-carnavalesco, na primeira quinzena de janeiro. O trabalho inclui a instalação de mais 140 refletores de alta capacidade, nas vias que recebem os tradicionais cortejos das agremiações. Ainda em relação a Rua do Sol, conforme apontado pela reportagem, o órgão esclarece que o corredor requer atenção especial, ocasionando menor celeridade, por integrar um perímetro de preservação histórica da cidade, onde as luminárias não são convencionais. No entanto, todas as medidas já estarão finalizadas no período do Carnaval.

DESFILES E CORTEJOS COM CARROS E SONS AUTOMATIZADOS NO SÍTIO HISTÓRICO

O uso de carros e sons automatizados tem incomodado alguns foliões. Foto: Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

A Secretaria de Patrimônio, Cultura e Turismo de Olinda esclarece que já vem realizando o monitoramento integral das prévias carnavalescas que estão sendo promovidas na cidade, trabalho que será estendido no mês de janeiro e dias que antecedem o Carnaval. Para este primeiro ciclo, já está definido que veículos automatizados com sistema de som estão proibidos, sendo mantidas as características culturais e de afetividade presentes na tradicional festa de rua. Em relação ao período do Carnaval, que ocorrerá na segunda quinzena de fevereiro, a gestão informa que permanece em ajustes com o comitê gestor, envolvendo os diversos setores da sociedade. Neste planejamento, serão definidos os padrões, critérios e a padronização que será adotada em 2023. Após ampla discussão e diálogo, todas as medidas serão divulgadas.

PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA 

O alto número de pessoas em situação de rua em Olinda tem preocupado moradores. Foto: Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

A Secretaria Executiva de Assistência Social de Olinda esclarece que está atenta às demandas oriundas da população menos favorecida, atuando durante todo o ano e promovendo ações especiais nos períodos eventuais, a exemplo do Carnaval. Na cidade, foi instituído um comitê intersetorial voltado aos cuidados com a população em situação de rua, com seus representantes empossados neste mês de dezembro. A organização tem o propósito de fomentar, planejar e articular políticas públicas para este segmento, com respeito à saúde, integridade e garantia da dignidade. No tocante ao período carnavalesco, desde 2017, já são realizadas medidas sociais e protetivas no ciclo festivo, como pontos de acolhimento e atividades lúdicas para menores, filhos dos ambulantes que atuam nos polos de folia. No espaço, eles contam com alimentação, ações pedagógicas e de entretenimento. Atualmente, a Prefeitura mantém, ainda, o espaço de acolhimento Casa da República, em Rio Doce, com vagas em fase de ampliação. Entre as estratégias previstas para o próximo ano, em Olinda, está a criação de centros de acolhimento noturno; centros pop, entre outras ações.  

 

Em Olinda, a segunda (28) começou em um ritmo bastante diferente do visto no último final de semana em que foliões mais teimosos insistiram em encher as ladeiras a despeito das proibições dos governos municipais e estaduais. Neste que seria mais um dia de folia, se pudéssemos festejar o Carnaval como o conhecemos, as ruas do Sítio Histórico permaneceram quase vazias, com pouco movimento de carros e moradores, e de trabalhadores da limpeza urbana que recolhiam o lixo deixado pelos visitantes dos últimos sábado (26) e domingo (27).

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Na Praça do Carmo, o movimento era de tranquilidade no início da manhã. Algumas pessoas aproveitaram o dia ensolarado para praticar atividades físicas e os guias turísticos estavam a postos no aguardo de turistas. Já nos Quatro Cantos, um dos pontos mais cobiçados pelos foliões por ser rota de passagem de blocos e troças, o lixo acumulado do movimento de bares e pessoas no final de semana denunciava o intenso movimento que ocorreu nas ladeiras nos últimos dias.

No Largo do Guadalupe, onde às segundas de Carnaval acontece o encontro de bonecos gigantes, somente moradores e alguns trabalhadores circulavam pelas ruas. O único vestígio de Carnaval podia ser visto em algumas residências que tiveram suas fachadas decoradas.

Em um ponto mais afastado do Sìtio Histórico, no bairro de Cidade Tabajara, a praça Ilumiara Zumbi, que costuma sediar um encontro de maracatu de baque solto nas segundas de Carnaval, estava completamente vazia. Ao invés do colorido de golas e cabeleiras dos caboclos e do ritmo frenético de seus chocalhos, apenas silêncio e o marasmo de mais um ano sem festividades momescas.

Na última quinta (13), uma manifestação promovida por profissionais pernambucanos da área de eventos foi realizada a fim de questionar junto ao governo estadual as novas restrições para a realização de shows e festas, que entram em vigor nesta sexta (14). O Carnaval 2022 também foi tema de uma reunião, feita entre representantes da classe e do poder público, e a sinalização de uma ‘folia segura’ acabou entrando em pauta com previsão de definição ainda para este mês de janeiro. 

Após caminharem do Marco Zero, no Bairro do Recife, até o Palácio do Campo das Princesas, durante a manifestação, uma pequena comissão formada pelos cantores Nena Queiroga e Almir Rouche, o diretor regional da Associação Brasileira dos Produtores de Eventos (Abrape), Vadner Bernardo, o produtor Geraldo Bandeira e dois profissionais representando os motoristas de trios elétricos e os seguranças de eventos, foi recebida pelos  subsecretário da Casa Civil de Pernambuco, Eduardo Figueiredo, e pelo presidente da Empetur, Antonio Neves. O grupo apresentou suas demandas e, entre elas, a possibilidade da realização de eventos durante o período carnavalesco.

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De posse de dados atuais fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde, relativos ao atual cenário epidemiológico do Estado, os representantes do governo afirmaram existir a possibilidade do ‘Carnaval Seguro’, liberação de eventos durante o período momesco para público negativado e vacinado, sendo obrigatório a apresentação do passaporte de vacinação completo e teste negativo de Covid. O subsecretário e o presidente da Empetur afirmaram também que essa possibilidade vem sendo estudada e uma definição sobre o tema será tomada no final deste mês de janeiro. 

*Com informações da assessoria de imprensa.

Um dos Carnavais mais disputados do país não ganhará as ruas em 2022. Pelo segundo ano consecutivo, Olinda não terá festas públicas no período momesco em virtude da epidemia do coronavírus. O cancelamento da folia foi anunciado nesta quarta (5) pelo prefeito da cidade, Professor Lupércio. 

Durante coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Governadores, sede do Executivo Municipal, o gestor falou sobre a decisão. Segundo Professor Lupércio, o atual cenário pandêmico no estado de Pernambuco ainda não permite a realização de um evento de tal porte. “Acima de qualquer evento está a vida. Nós tomamos essa decisão em coletividade: estamos cancelando o Carnaval de Olinda”, disse o prefeito.

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Professor Lupércio disse ainda que o cancelamento foi fruto de discussões feitas junto a um comitê que monitora a situação sanitária no município. Ele lamentou a decisão mas reforçou a importância de se manterem os cuidados necessários para a contenção da pandemia. “É um momento delicado para todos nós e sabemos muito bem que o Carnaval de Olinda, sem desmerecer nenhum município, e sem qualquer soberba, mas todos sabem que passam por aqui mais de 80 países, é um Carnaval conhecido mundialmente, que gera emprego direto e indireto. Circulam por aqui mais de quatro milhões de pessoas, é um dos mais democráticos até porque com dinheiro ou sem dinheiro aqui se brinca”.

Outras cidades brasileiras com grandes folias de rua já haviam anunciado o cancelamento do ciclo neste ano de 2022. Bahia e Rio de Janeiro bateram o martelo e não realizaram o Carnaval novamente. Em Pernambuco, vários blocos tradicionais como o Homem da Meia-Noite e o Eu Acho é Pouco também cancelaram seus desfiles, bem como o município de Jaboatão que cancelou festividades públicas no período. 

Em 1984, um grupo de 40 foliões apaixonados pela Pitombeira dos Quatro Cantos uniu esforços para comprar uma casa que servisse de sede à agremiação. Daí tira-se o quanto de amor e fidelidade os chamados ‘pitombeirenses’ dispensam ao seu bloco. É na rua 27 de Janeiro, no bairro do Carmo, em Olinda, que eles se reúnem para festejar o Carnaval regado, é claro, a muito ‘bate-bate com doce’, a bebida típica de receita exclusiva da agremiação. 

Essas reuniões e o tradicional primeiro ensaio de Pitombeira, que abre os ‘trabalhos’ de preparação para a folia olindense há mais de 20 anos, no entanto, estão proibidos de acontecer desde março do último ano. A pandemia do novo coronavírus, com seus rígidos, porém necessários, protocolos de segurança, colocou foliões e carnavalescos de molho cultivando uma saudade que parece não ter fim. Por esse motivo, em 2021, Pitombeira não saiu - algo semelhante só havia acontecido outras três vezes: em meados dos anos 1950, por conta de desavenças internas no grupo, e em 2011, por falta de dinheiro. 

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Fazer um Carnaval - que começa em setembro e vai até os dias oficiais de folia, envolve, além do investimento humano, um alto investimento financeiro. “Pitombeira nao tem patrocínio para essas saídas, a gente sai com a compreensão das orquestras, porque a gente fecha um cachê que dá pra gente tirar do bar e das vendas de camisas, e dos foliões que ajudam, compram bebida no nosso bar, e os nossos produtos”, diz o presidente da agremiação, Hermes Neto, em entrevista exclusiva ao LeiaJá.

Hermes Neto faz parte da agremiação desde criança e preside o bloco há três anos. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

O bloco abre seu Carnaval com uma série de ensaios que arregimentaram todas as demais prévias olindenses. O primeiro, bastante tradicional e já parte do calendário oficial da folia da cidade, acontece no dia sete de setembro, também feriado da Independência. No último ano, a estratégia para não deixar a data passar em branco foi fazer uma ‘saída virtual’, através de uma live. Agora, em 2021, ainda impossibilitado de ir à rua, o bloco repete a folia online e faz nova live em seus canais digitais, nesta terça (7), dessa vez com Ed Carlos, Sheila Toy, Lu Maciel e Orquestra Paranampuká - o homenageado será o carnavalesco Carlos Ivan, falecido em virtude da Covid-19. 

Segundo o presidente Hermes, há três anos à frente do bloco, fazer lives é algo tão desafiador - e caro - quanto colocar Pitombeira na rua. Além do modelo ainda muito novo, é necessário contar com uma equipe de técnicos e equipamentos que elevam os custos da agremiação. “Pra gente colocar Pitombeira na rua, a gente vai atrás de patrocinadores, e na rua você tem uma visibilidade diferente. Na live, mesmo você fazendo tudo certinho, ela só vai dar certo mesmo quando acaba. No meio da live a internet pode cair e você fica naquela tensão até encerrar. Na rua não, a gente tem um cronograma, é X pra gente ir pra rua e temos o ano todo pra trabalhar. A live, decidimos fazer no início do mês de agosto pra setembro, menos de um mês pra resolver tudo e é tudo mais caro”. 

A agremiação quer comemorar seus 75 nos, em 2022, 'vacinada' contra a Covid-19. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

A recompensa do esforço para que esse trabalho aconteça é semelhante à descrita no início desta matéria - guardadas as devidas proporções. O presidente Hermes explica. “O nosso público, os que realmente  vinham à nossa casa, eles chegaram junto, nos ajudando e vendo a live (em 2020)”. Mas, apesar do sucesso da ‘saída virtual’, o que o diretor e todos os integrantes do bloco desejam mesmo é voltar a encontrar os foliões presencialmente, assim que possível. “Espero todos pitombeirenses aqui”. 

Live solidária

Apesar dos altos custos, o ensaio online de Pitombeira tem caráter solidário. A exemplo do que aconteceu em 2020, a live vai arrecadar doações que serão revertidas ao Abrigo Imaculada Conceição, localizado no bairro de Guadalupe, em Olinda.”Tem muita gente que realmente está passando necessidade. Na hora que a gente tá na rua brincando, a gente esquece dos nossos problemas, quando chega na quarta de cinzas volta tudo. E aí no pós carnaval há a necessidade de ajudar. Todo trabalho que a gente faz, a gente trabalha pra ação social”, diz Hermes. As doações podem ser feitas para além da live, através do PIX  026.614.514-04.

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2022: rumo aos 75

Em 2022, Pitombeira dos Quatro Cantos completa 75 carnavais de resistência e muito amor à folia. Os planos para a comemoração envolvem a expectativa quanto a possibilidade de voltar à rua no Carnaval. Mas, apesar da saudade, a agremiação prefere agir com cautela. “Hoje posso dizer que eu tenho a sensação de que tudo vai acontecer. Pela evolução da vacinação, aqui em Olinda já abriu pra 12 anos, a gente acredita que em janeiro já esteja 90% população vacinada ou mais. A gente acha ainda que tá muito recente pra carnaval de rua, mas a gente já vislumbra uma ação com os pitombeirenses juntos, brincando, comemorando, tudo dentro dos protocolos. Já é mais palpável agora”, diz Hermes Neto.

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Sendo assim, a partir da segunda quinzena do mês de setembro deste ano, a sede da agremiação voltará a abrir as portas para receber pequenos eventos, como aniversários e festas fechadas para grupos menores. Dessa forma, o bloco pode voltar a gerar renda própria, com os valores dos aluguéis e o apurado de seu bar.

A sede de Pitombeira deve reabrir para pequenos eventos em breve. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

Além disso, alguns projetos comemorativos ao seu aniversário de 75 anos já estão em vias de execução. Um deles é o concurso de redação voltado aos estudantes da rede municipal de Olinda - do 5º ao 9º ano, em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco, que também celebra 75 anos em 2022. 

Também será produzido um livro de fotografias para resguardar a memória pitombeirense. O presidente sintetiza a importância dessas ações e já demonstra a alegria de celebrar o aniversário. “É um ano emblemático, então a gente quer fazer coisas para que fique marcado. Pitombeira vai chegar nos 75 anos vacinado, até o estandarte”. 





 

Por conta da pandemia do novo coronavírus, ainda não sabemos quando será o próximo Carnaval de rua em Olinda - conhecida mundialmente pela grande folia que promove todos anos no período momesco -, porém, uma coisa já é certa: um novo boneco gigante estará ‘vigorando’ pelas ladeiras históricas da cidade, o de Gil do Vigor. O ex-BBB foi homenageado com um boneco e se emocionou muito ao tomar conhecimento da honraria. A peça já está exposta e de braços abertos para receber os fãs da ‘cachorrada’. 

Na última terça (25), Gil ficou sabendo da homenagem e a compartilhou com os fãs através de suas redes sociais. Surpreso e emocionado, ele falou com muito carinho sobre ter se tornado parte tão emblemática do Carnaval olindense: “Existem coisas na vida que não tem preço e essa é uma delas. Os bonecos de Olinda representam grande parte da cultura do meu povo e, com certeza, da minha também. Me sentir capaz de poder representar algo que me marcou é simplesmente surreal. Agora, mais do que nunca, eu faço parte da história que eu sempre compartilhei e admirei. Meu coração está transbordando de gratidão”. 

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Mestre Camarão confeccionou o boneco em menos de 20 dias. Foto: Rafael bandeira/LeiaJáImagens

O responsável pela homenagem foi o artesão pernambucano  Josenildo da Silva, o  Mestre Camarão, da Casa dos Bonecos Gigantes e Mirins de Olinda. Em entrevista ao LeiaJá, ele disse que decidiu eternizar o ex-brother em uma de suas criações por se tratar de um “pernambucano, nordestino, uma pessoa simples e muito legal”. “Ele representou muito bem Pernambuco no Big Brother, falou muito bem do Carnaval de Olinda, ele falou da cachorrada também de Olinda”, disse. 

Segundo Camarão, o boneco de Gil do Vigor levou cerca de 20 dias para ficar pronto. A peça tem dois metros de altura e pesa cerca de 13 kg. A expectativa do artesão, agora, é receber o próprio Gil para que ele veja de perto a sua figura transformado em boneco de Olinda: “Ele tá vindo! Disse que vinha. Daqui pra sábado ele tá chegando aqui pra ver o boneco dele e abrir as portas pra todo mundo vir aqui visitar o boneco na Casa dos Bonecos Gigantes”. 

O Mestre Camarão promete uma nova surpresa para os fãs do Carnaval em breve. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

 

A Prefeitura de Olinda está com inscrições abertas para as pessoas que queiram receber o Auxílio Emergencial do Carnaval, que será concedido pela Secretaria de Patrimônio, Cultura e Turismo da cidade. A medida, mais uma de apoio neste momento de grave crise pandêmica da Covid-19, reforça o compromisso do poder público municipal com todos que contribuem para a cultura e para que a cidade tenha a festa mais popular do planeta.

Terão direito ao benefício: agremiações, atrações, catadores de material reciclado,  trabalhadoras e trabalhadores técnicos do setor cultural que atuaram no Carnaval de Olinda em 2020 e que receberam recursos diretamente do Município.

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O valor do auxílio será de até  35% do valor do cachê recebido do Município de Olinda no Carnaval de 2020.

As inscrições serão finalizadas às 18h (horário de Brasília) do dia 16 de abril de 2021, devendo ser realizadas exclusivamente de forma on-line, através do site: www.cultura.olinda.pe.gov.br

 

*Via Assessoria de Imprensa

O Carnaval é uma das maiores manifestações populares da cultura brasileira. Durante uma semana, foliões e folionas ganham as ruas, para brincar e extravasar uma alegria dificilmente vista em outros períodos do ano. Mas, para que toda essa festa aconteça, milhares de trabalhadores colocam a mão na massa, nos meses que antecedem a data, promovendo o aquecimento da economia dos municípios e a geração de postos de trabalho, diretos ou indiretos. 

Em 2021, o agravamento da pandemia do novo coronavírus forçou o cancelamento da festa em território nacional para a tristeza dos brincantes e preocupação desses profissionais que dependem do Carnaval para seu próprio sustento. Nesta reportagem especial, o LeiaJá conversou com alguns trabalhadores da folia sobre o prejuízo que um ano de parada em seus ofícios ocasionou. 

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Em Olinda, Carnaval é coisa tão séria que começa a ser organizado muitos meses antes da chegada da festa oficial: em setembro. E o responsável por decretar o início oficial das tradicionais prévias na cidade é a Troça Carnavalesca Pitombeira dos Quatro Cantos, que há 20 anos abre a temporada com uma saída às ruas no dia 7 de setembro. De tão esperado - e prestigiado pelos foliões -, o evento consagrou-se no calendário momesco da cidade fazendo valer os versos do hino do bloco: "se a turma não saísse, não havia Carnaval". 

A Pitombeira dos Quatro Cantos é um dos mais tradicionais blocos do Carnaval de Olinda, com 73 anos de história. A brincadeira começou de forma despretensiosa, através de uma turma de amigos que se jogaram nas ladeiras olindenses com galhos de pitomba nas mãos, no carnaval de 1947, e hoje arrasta uma verdadeira multidão de foliões na folia olindense, os 'pitombeirenses'. 

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A importância da troça é tamanha, que é o seu primeiro ensaio que dá início às prévias carnavalescas da cidade, no dia 7 de setembro. Há duas décadas, esse evento é um dos mais esperados no calendário daqueles que amam Carnaval, no entanto, em 2020, a brincadeira acontecerá com uma cara diferente. Por conta da pandemia do coronavírus, que tem como um dos protocolos de segurança a proibição de aglomeração de pessoas, o 'pontapé inicial' da folia da Pitombeira será virtual, através de uma live que acontece no canal do YouTube do bloco, na próxima segunda (7), às 16h.  

Em tempos de incerteza, com a dúvida sobre a realização da festa do ano que vem, a live desponta como uma alternativa para não deixar a tradição de lado. "Nosso primeiro desafio pro Carnaval 2021 foi essa live. Não vamos deixar passar em branco. Quem é apaixonado pela Pitombeira e pelo frevo espera muito por essa data. A gente tem que fazer mesmo o novo que tá acontecendo", diz o presidente do bloco, Hermes Neto, em entrevista exclusiva ao LeiaJá. Segundo ele, essa será uma forma de prestigiar os 'pitombeirenses' em tempos tão difíceis. "A gente vai levar a Pitombeira na casa das pessoas que vêm aqui na nossa casa. A gente tá muito ansioso, é nossa primeiro Carnaval sem sentir o calor do público. É difícil o Carnaval sem o público presente". 

A Pitombeira dos Quatro Cantos é um dos blocos mais tradicionais do Carnaval de Olinda. Foto: Rafael Vandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

Para animar a prévia virtual, se apresentam a Orquestra Paranampuka, sob regência do Maestro RInaldo, e o cantor Ed Carlos, que faz uma participação especial. A transmissão será feita diretamente da sede do bloco, no entanto, a direção da agremiação pede para que os foliões prestigiem a live de suas próprias casas, por questão de segurança. "A gente tá fazendo nosso papel que é tomar todas as medidas de segurança,  com  o distanciamento, a orquestra vai ter só 13 músicos... É difícil porque depende muito da consciência das pessoas e a gente tá apelando para que todos tenham consciência de não vir e curtir a live em casa". 

Juntamente com o primeiro ensaio, a Pitombeira costuma dar início à venda de produtos, como camisas e copos personalizados, que ajudam no custeio do Carnaval seguinte. Este ano, nada disso foi preparado, por conta do coronavírus, e apesar de ainda não saberem como e quando será a folia momesca de 2021, a preocupação da diretoria da Pitombeira é grande, como explica o presidente Hermes. "A última vez que abrimos a sede foi no aniversário de Olinda (em março), de lá pra cá passamos sete meses sem fazer nada. Não conseguimos receita nenhuma. A essa altura, já teríamos 30% do nosso Carnaval, com o que ganhamos no bar, em festas, e há uma dificuldade de você chegar nas empresas privadas e pedir patrocínio. Se chegar uma vacina em dezembro, e  todo mundo se vacinar em janeiro, como você vai botar uma agremiação na rua em um mês?”. 

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Folia solidária

Além de matar a saudade dos foliões e cumprir com sua 'tarefa' de dar início às prévias olindenses, a live da Pitombeira vai promover uma ação solidária. Toda a arrecadação feita pela apresentação virtual será revertida para a União Mães de Anjo (UMA), associação que dá assistência à crianças com microcefalia. As doações já podem ser feitas através da conta corrente 7584-1; agência 4274-9; Banco do Brasil; CNPJ: 11163946000195.

Prévias virtuais

Segundo o presidente Hermes, após a primeira live da Pitombeira serão feitas algumas reuniões para a realização de outros eventos virtuais. Os custos são alto, como ele assinala: "Fazer live é muito mais trabalhoso do que botar Pitombeira na rua, o custo é o dobro da saída". Porém a vontade de estar perto dos foliões, ainda que de maneira virtual, é maior que as dificuldades. Sendo assim, será estudada a possibilidade de se fazer uma live por mês em parceria com outras agremiações de Olinda, como Cariri e Macuca, tudo "para não deixar o frevo morrer". Um pequeno esforço temporário para que o futuro esteja resguardado. "Existem vários Carnavais daqui pra frente então não custa nada a gente trabalhar como uma flecha, que puxa pra trás pra depois ir pra frente".  

 

Enquanto profissionais da cadeia cultural e foliões mais apaixonados se desesperam frente às dúvidas em relação ao Carnaval 2021, outros seguem otimistas e nos preparativos para a festa do próximo ano. O Carvalheira na Ladeira, um dos camarotes mais cobiçados da folia olindense, segue com ingressos à venda, para os possíveis quatro dias de evento, entre 13 e 16 de fevereiro. 

A pandemia do novo coronavírus tem ameaçado o Carnaval brasileiro por conta da impossibilidade da realização de eventos de grande porte, com aglomeração de pessoas. Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo estudam adiar seu ciclo carnavalesco do próximo ano, enquanto Salvador - um dos destinos mais procurados nessa época - já decidiu realizar a folia apenas no mês de julho, segundo semestre do ano. Pernambuco ainda não se decidiu quanto a um possível adiamento, ou até mesmo cancelamento, e essa indecisão tem preocupado foliões, artistas e empresários.

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Na contramão da preocupação, no entanto, os sócios que comandam o Carvalheira na Ladeira seguem otimistas e, portanto, mantendo a programação normal de vendas de ingressos e a organização do evento. Através de sua assessoria, Eduardo Carvalheira explicou os motivos que os levaram a manter as atividades. “Somos muitos otimistas com a possibilidade da realização do carnaval. Pernambuco, diferente de alguns Estados, tem tomado um posicionamento diferente. Também não acharemos estranho se houver a necessidade do adiamento da festa. Isso também está dentro das nossas possibilidades”.

 

Segundo Eduardo, os foliões continuam comprando ingressos, ainda que de maneira menos expressiva que o costume, e cerca de 700 pessoas já garantiram sua entrada para a edição 2021 do camarote; até porque, como ele próprio frisou, “não existe nenhum fator legal que impeça”, tanto a comercialização dos lotes quanto a compra deles. A programação, no entanto, ainda não está de fato definida e a possibilidade de se adequar a um eventual novo formato para a realização do evento está sendo considerada. “Estaremos adaptados ao que rege a legislação vigente. O formato que for indicado, será cumprido, sem dúvida alguma. Sempre mantendo o que sempre foi uma marca nossa, o respeito ao nosso cliente”. 

 

Samara Felippo ainda está curtindo a alegria carnavalesca vivida nos dias de folia. Este ano, a atriz brincou fantasiada nas ladeiras de Olinda e fez questão de prestigiar o bloco Vacas Profanas. Na última segunda (2), ela compartilhou uma imagem do bloco e exaltou sua proposta de liberdade ao corpo feminino. 

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Durante o Carnaval olindense, Samara se jogou fantasiada pelas ladeiras ao lado de amigos e do namorado, Elidio Sanna. A atriz compartilhou vários dos momentos de folia em terras pernambucanas em seu Instagram, mas um deles demonstrou ter sido o mais especial para ela: a saída no bloco Vacas Profanas.

Samara postou uma foto cercada pelas amigas e legendou falando da importância do Vacas Profanas. Ela também falou da alegria de ter tido a experiência de ter brincado no bloco. "Esse dia foi um dos mais felizes do meu Carnaval. Mais um ano em um bloco feito por mulheres fortes, livres, cheias de amor e resistência. Bloco Vacas Profanas é um ato político criado como protesto após policiais agredirem Dandara Pagu. Foi libertador. Foi lindo também ver homens ao redor apoiando, fortalecendo o movimento. Parem de sexualizar nossos corpos. Manas lindas, obrigada por estarem ao meu lado". 

Imaginar o esforço que deve ser carregar um boneco gigante, subindo e descendo ladeira no sol escaldante de Olinda, e ainda, disputando espaço com os foliões já pode parecer demais. Agora imaginar disputar uma corrida conduzindo um desses grandões pode ir além da compreensão de um mero mortal. Pois é isso que acontece todos os anos durante as prévias olindenses, rendendo momentos divertidos e premiação para os bonequeiros. A edição de 2020 da corrida aconteceu neste sábado (10), com largada no Mercado da Ribeira, e atraiu curiosos.

Para participar da disputa não é preciso nenhum pré-requisito nem pagamento de inscrição. Inclusive, participantes de última hora costumam aparecer e garantir sua participação, tanto na categoria leve quanto na pesada, momentos antes da largada. Este ano, os vencedores levarão para casa prêmios que juntos somam cerca  de cerca de R$ 6 mil . O evento foi criado para homenagear um dos mais famosos artistas que confecciona bonecos, Silvio Botelho.

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A brincadeira atrai moradores, turistas e muitas crianças que ficam encantadas com os bonecos. Na categoria 'pesada', um boneco pode chegar a pesar até 18 quilos. Os participantes fazem um percurso de 400 metros - do Mercado da Ribeira até a Prefeitura de Olinda. Bicampeão nesta categoria, o jovem William Costa de 21 anos começa a se preparar dois meses antes da prova. Em 2020, ele quer manter a invencibilidade. "Se Deus quiser! A gente treinou pra isso", disse.

Confira os vencedores

Categoria Leve

Primeiro lugar - Carlos André

Segundo lugar - Cleiton Dias

Terceiro lugar - Alessandro José

 

Categoria Pesado

Primeiro lugar - William Costa

Segundo lugar - Bruno Costa

Terceiro lugar - Papa

 

Ao que tudo indica, o embate entre moradores do Sítio Histórico de Olinda e os grupos carnavalescos que fazem seus ensaios a céu aberto na cidade Patrimônio Cultural da Humanidade continua longe de acabar. Agora, além dos documentos já habituais necessários para solicitar local e data para realizar seus ensaios, os grupos estão precisando conseguir assinaturas dos moradores permitindo que eles ensaiem nas ruas e praças da cidade.

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O caso foi relatado ao LeiaJá pela representante de um grupo carnavalesco que preferiu não se identificar. Ao chegar na Secretaria de Cultura e Patrimônio (Sepac) munida do ofício que solicita a autorização do uso do espaço público para os ensaios, ela foi informada de que seria necessário fazer um outro documento no qual os moradores vizinhos ao local solicitado autorizassem a realização do ensaio atestando não se incomodarem. "Levei mais uma vez o ofício na Secretaria de Cultura. Me pediram pra pedir declaração da vizinhança informando que não se incomodam", contou.

Segundo ela, é a primeira vez que esse tipo de documento é solicitado bem como uma autorização da Sociedade dos Moradores de Olinda, a Sodeca, também exigido pela Sepac. As prévias carnavalescas há longa data têm sido motivo de discórdia entre moradores do Sítio Histórico de Olinda e brincantes. A prefeitura local chegou a definir algumas diretrizes, em 2018, para tentar equilibrar as necessidades de ambas as partes. Sendo a cidade berço de um dos maiores Carnavais do país, essas questões continuam sendo um entrave - ao que parece, sem fim - para quem visita e para quem mora Olinda. 

Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura de Olinda explicou que existe uma determinação do MInistério Público para que a vigilância em determinados pontos do Sítio Histórico seja um pouco mais severa. Lugares como o entorno da Praça Laura Nigro, em que há um abrigo de idosos na proximidade, acabam sendo mais difíceis de serem acessados pelos grupos. Em nota oficial, a prefeitura falou sobre esse processo mas não deixou claro se a solicitação da autorização aos moradores da cidade tem sido exercida para os grupos da cidade como procedimento geral. Confira na íntegra. 

A Secretária Executiva de Cultura de Olinda fomenta e incentiva as tradições culturais da cidade. A orientação é para que haja uma organização do espaço junto às pessoas que moram no Sítio Histórico. De modo a garantir o desenvolvimento cultural e também a qualidade de vida dos moradores.

O Carnaval de Olinda não é para amadores. Prova disso é a dedicação das agremiações e blocos que meses antes da festa já começam a preparar roupas, coreografias e batuques, para que seus integrantes estejam tinindo nos dias de folia.

Mas os ensaios de blocos percussivos, afoxés e orquestras de frevo são tão bons e divertidos que acabam virando um Carnaval fora de época arrastando para as ladeiras do Sítio Histórico aqueles foliões que não sabem esperar. Para ajudar a localizar alguns desses (mini) eventos, o LeiaJá preparou um roteiro com parte dos ensaios que tomam as ruas olindenses semanas antes da festa oficial.

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Prepare a animação e planeje a folia:

Orquestra Mistura Fina - Terça - 20h, Grêmio Henrique Dias (Quatro Cantos)

Bloco Alafia - Quarta - 20h, Mercado da Ribeira

Orquestra do Maestro Carlos - Quinta - 19h, Clube Vassourinhas (Amparo)

Orquestra do Maestro Oséas - Sextas - 19h ,  Grêmio Henrique Dias (Quatro Cantos)

Aparte Percussiva - Sábado - 17h, Bica dos Quatro Cantos (Amparo)

Maracatu Nação Pernambuco - Sábado e Domingo 15h às 18h, Praça do Carmo

Bateria Cabulosa -Domingo - 16h às 18h, Praça do Carmo

Samba Sol Delas - Domingo - 15h às 17h, Praça do Carmo

Maracatu Batadoni -Domingo - 15h às 18h, Praça do Carmo

Maracatu Batuques de Pernambuco - Domingo - 15h às 18h, Praça do Carmo

Tambores de Saia - Domingo - 15h às 18h - Receptivo Turístico (Praça Maxabomba, no Carmo)

Bloco da Dinda -  Domingo - 16h às 18:00h, Vila Popular

Patusco - Domingo -  15h às 20h, Espaço Cultural do Patusco (Santa Tereza)

Sambadeiras -  Domingo - 15h às 18h, Mourisco (Carmo)

Tambores Dumundo - Domingo - 16h,  Prefeitura de Olinda

Pitombeira dos Quatro Cantos  - Domingo - 13h, Carmo

Afoxé Alafin Oyó - Domingo - 14h, Fábrica do Carnaval (Varadouro)

Afoxé Oxum Pandá - Domingos - 15h, Solar da Marquesa  (Varadouro)

*Algumas agremiações fazem uma parada para as festas de final de ano, retomando os ensaios no mês de janeiro.

Para quem tem o Carnaval como ofício, a festa é coisa séria de verdade. Sobretudo quando se tem como missão animar a folia em um de seus berços mais sagrados, Olinda. A cidade que tem um dos maiores Carnavais do mundo não se contenta em esperar até que o calendário oficial indique que o dia chegou. Carnavalizar faz parte do cotidiano de seus moradores, pessoas que se dividem entre ser 'gente normal' e artista, dedicando-se com esmero para fazer a folia ser memorável, todo ano.

É por isso que, mal esfriam as ladeiras das multidões que por lá passam atrás dos blocos e troças, já estão na ativa novamente os músicos, passistas e outros brincantes que se dedicam ao Carnaval. Muitos retomam os ensaios em questão de dias após a Quarta-Feira ingrata, mas é no mês de setembro que a preparação toma embalo e se transforma em um Carnaval antecipado na Marim dos Caetés.

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É no feriado de 7 de setembro, Dia da Independência, que um dos clubes mais tradicionais do Carnaval olindense inicia seus ensaios para o ano seguinte. A Pitombeira dos Quatro Cantos coloca o bloco na rua neste dia fazendo a alegria dos foliões mais impacientes. Em 2018, o falecimento de Hermes Cristo Cunha, ex-presidente da agremiação, um dia antes da saída do bloco, adiou o costumeiro início dos trabalhos. Mas, no próximo domingo (30), a Pitombeira estará nas ladeiras do Sítio Histórico de Olinda afinando seus integrantes e seu público.  

No Largo do Amparo, outro clube abre suas portas logo cedo para que o Carnaval possa ser preparado. No Vassourinhas, a orquestra do Maestro Carlos inicia seus ensaios também em setembro, sendo acompanhada pelos vizinhos e admiradores de seu frevo até que a festa, enfim, chegue. Lá também ensaiam os passistas do clube. São cerca de 120 que também integram a Cia. Brasil por Dança, da bailarina Adriana do Frevo (homenageada do Carnaval de Olinda em 2018).

A escolinha da companhia prepara alunos durante todo o ano, mas é em setembro que os ensaios se intensificam, nas noites de terça e quinta. O professor Douglas Silva - que além de dançar também atua na direção e no figurino do Vassourinhas - assegura: "Nunca é cedo (para começar), porque Olinda e Recife é Carnaval o ano todo. Nossa pausa são dias. A gente vai o ano todo seguindo no passo do frevo".

Além da participação dos moradores que assistem aos ensaios, os passistas e alunos da escola costumam ser majoritariamente dos bairros que circundam a sede do clube, comprovando a vocação natural da cidade para a folia: "O povo olindense faz a festa olindense acontecer. A vizinhança, toda a população se mobiliza. Todo mundo tem um bloco, enfeita suas casas, para sair na rua com as cores do seu bloco", diz Douglas.

Mas engana-se quem pensa que a rotina de ensaios acontecendo com tamanha antecedência, torna-se estressante ou cansativa para quem participa. Para o professor Douglas, esta parte é tão divertida quanto o Carnaval propriamente dito: "Neste período que a gente ensaia, a gente tá junto o tempo todo, se vendo, se comunicando, brincando. No Carnaval é aquela correria. A gente é um grupo de quase 120 passistas então temos que nos dividir. Fora a responsabilidade, porque a gente ensaia o ano todo para quando a gente fizer nosso desfile, fazê-lo em grande estilo".

Saindo do Vassourinhas e descendo pela Rua do Amparo, já é possível ouvir os acordes que saem do Grêmio Musical Henrique Dias. É lá que ensaiam algumas das orquestras de maior destaque na folia olindense, a que leva o nome do grêmio, comandada pelo Maestro Ivan do Espírito Santo; a Orquestra do Maestro Oséas; e a Mistura Fina, do Maestro Ícaro Alves. Esta última, com 24 anos de muita ‘frevança’, trabalha arduamente para fazer o melhor durante os dias de festa.

Com 20 músicos, a maioria de Olinda, a Mistura Fina ensaia nas noites de terça no Henrique Dias, e aos domingos na Pitombeira dos Quatro Cantos; alternando com a Orquestra do Maestro Lessa. O olindense Elias Gonçalves, que toca surdo, garante que começar os trabalhos tão cedo é divertido e "quem tem o frevo na veia" não corre o risco de ficar enjoado. "Nosso repertório tem quase 150 frevos, então quase não repetimos as músicas. Não dá para enjoar", avisa.

Já para o maestro Ivan, começar os ensaios logo é necessário para que este repertório fique bem afinado, pois sempre entram frevos novos na lista. Para ele, o retorno de tamanho esforço é ver a alegria dos foliões nas ladeiras: "É muito gratificante. Aqui é a terra do frevo, então, em Olinda o frevo não para, é o ano todo".

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Os 18 anos do Encontro de Boizinhos foram comemorados nesta quarta-feira (14), com bastante animação e em forma de protesto. Acostumada a entregar troféus a agremiações desde 1984, na rua da Boa Hora, em Olinda, Jobecilda Airola da Silva, também conhecida como Dona Dá, desde 2000 recebe da porta da sua casa os Bois. Todos os anos, um tema é escolhido para celebrar a festa e como não podia ser diferente, a comemoração da maioridade esse ano falou sobre as mulheres. Uma homenagem da carnavalesca ao público feminino e em defesa da segurança de cada uma. \"Eu já estava com essa ideia na cabeça. De tanto ver e ouvir a quantidade de mortes com as mulheres todos os dias, eu resolvi tomar a responsabilidade de falar sobre o combate à violência. Carnaval não é só festa, também tem protesto\", explica Dona Dá.  Além de receber as agremiações na porta da sua residência com muita alegria e oferecendo frutas, a pernambucana que vai fazer 80 anos, também encomendou dezenas de troféus que fazem uma retratação ao corpo da mulher. A cada Boi que passa, ela faz questão de entregar nas mãos do organizar o troféu que por tantos anos já virou tradição. Confira como foi o cortejo realizado nesta quarta-feira (14).  

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