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A Corte Constitucional da Alemanha validou hoje a participação do país nos pacotes de ajuda financeira à Grécia e a outros países da zona do euro, com a condição de que o Parlamento tenha uma participação maior na aprovação dos planos de resgate. A decisão foi recebida com alívio pelos mercados financeiros na Europa.

A corte de Karlsruhe considerou que a chanceler Angela Merkel respeitou a Constituição ao aprovar o primeiro pacote de ajuda concedido à Grécia, em maio de 2010, e a criação do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).

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Merkel elogiou a decisão como um aval das políticas de seu governo. Em discurso no Parlamento, a chanceler afirmou que o euro significa para a Europa mais do que uma zona monetária em comum. "O euro é a garantia de uma Europa unificada", disse Merkel. "Se o euro desmoronar, a Europa desmorona", completou.

A decisão da corte é interpretada como uma modesta vitória para Merkel, que enfrentou a derrota de seu partido em eleições locais este ano, além de forte oposição pela forma como tem lidado com a crise europeia. Seu próximo teste será no final de setembro, quando o Parlamento votará propostas de mudanças ao FEEF. As informações são da Associated Press e Dow Jones.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou hoje, na reunião de coordenação com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, que o Brasil está sólido e preparado para o enfrentamento da "preocupante" crise econômica internacional. Segundo fontes do Planalto, Mantega teria mencionado uma citação da diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que em entrevista à revista alemã Der Spiegel disse que a economia global deve sofrer "uma desaceleração em espiral".

Sobre a agenda legislativa, o governo espera que o Senado aprecie o quanto antes o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o projeto de lei do Super Simples e a medida provisória (MP) que trata de recursos para creches, que já passaram pela Câmara dos Deputados.

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Além de Mantega, da presidente Dilma Rousseff e do vice, Michel Temer, estavam presentes na reunião os ministros Gleisi Hoffman (Casa Civil), Helena Chagas (Comunicação Social), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), José Eduardo Cardozo (Justiça), Edison Lobão (Minas e Energia) e Miriam Belchior (Planejamento). Também participaram os líderes do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Apesar de estarem adiando as encomendas e admitirem que as vendas esfriaram, as grandes redes varejistas oficialmente ainda apostam em perspectivas favoráveis para o fim de ano. O principal motor deve ser a venda de eletroeletrônicos, impulsionada pelo emprego em níveis elevados e pelos reajustes salariais acima da inflação neste semestre.

As redes varejistas estão dispostas a atingir as metas de vendas mesmo que o mercado não tenha crescimento significativo. "Aposto num fim de ano forte", diz Roberto Fulcherberguer, vice-presidente comercial da Globex, que reúne a Casas Bahia e o Ponto Frio.

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Ele não revela a meta de crescimento de vendas para o Natal nem quanto vai ampliar as encomendas, mas destaca que ela será cumprida, mesmo que o mercado não cresça na mesma proporção. Isso significa que a empresa considera nessa meta ganhos de fatias de mercado da concorrência. "Estamos iniciando as conversas com a indústria para fazer as encomendas", conta.

"Ainda não fiz as encomendas", diz o supervisor-geral da Lojas Cem, José Domingos Alves. Ele projeta crescimento de 20% nas vendas de Natal em relação à mesma data de 2010. Segundo o executivo, o cenário de vendas só vai mudar se houver desemprego no País. "Os reajustes salariais vão sustentar o consumo", acredita o executivo. Outro fator apontado por ele para que as vendas aumentem neste Natal é a estabilidade de preços dos bens duráveis.

Thiago Baisch, diretor de vendas da Lojas Colombo, projeta alta de 10% nas vendas de Natal. "Esse é o ritmo que temos observado até agosto", conta o executivo. Entre os destaques de produtos para o Natal, ele aponta os televisores de LED e 3D, de todas as polegadas, e também as TVs de LCD acima de 42 polegadas, tablets e os smartphones. Como esses produtos são de maior valor unitário, ele prevê um acréscimo na receita média de vendas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, afirmou nesta sexta-feira que o banco central dos EUA está pronto para dar mais suporte para a economia persistentemente fraca, mas não indicou que qualquer movimento é iminente.

Em um discurso muito esperado para formadores de política reunidos em Jackson Hole, Wyoming (EUA), Bernanke não entrou em detalhes sobre os instrumentos do Fed para estimular a economia, o que poderia ter sido um sinal de que o Fed está prestes a tomar alguma ação. Em vez disso, Bernanke disse que o Fed estenderá a reunião de meados de setembro para dois dias para discutir as opções que o banco central pode usar.

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"O Comitê (de política monetária) vai continuar avaliando as perspectivas econômicas à luz das próximas informações e está preparado para empregar seus instrumentos conforme o apropriado para promover uma recuperação econômica mais forte em um contexto de estabilidade de preços", afirmou Bernanke.

O mais recente sinal de problemas para a economia norte-americana veio hoje, quando o Departamento do Comércio revisou para baixo a já fraca estimativa de crescimento dos EUA no segundo trimestre deste ano. O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu apenas 1,0%, em vez de 1,3% como calculado inicialmente.

Bernanke afirmou que a recuperação dos EUA, que agora já se estende por mais de dois anos e meio, continua sendo modesta. A autoridade admitiu que o ritmo do crescimento tem sido mais lento do que o Fed esperava. No entanto, se mostrou mais otimista sobre o longo prazo.

"Embora problemas importantes certamente existam, os fundamentos do crescimento dos EUA não parecem ter sido alterados permanentemente pelos choques dos últimos quatro anos", declarou Bernanke.

Os bancos dos EUA estão muito mais saudáveis agora, o setor de manufatura cresceu 15% desde o nível mais baixo e as famílias têm feito progresso na melhoria de seus balanços financeiros, destacou Bernanke. Ainda assim, ele alertou que o estresse financeiro continua sendo um peso significativo sobre a recuperação tanto dos EUA quanto do exterior.

Bernanke afirmou esperar que a inflação fique em ou abaixo de 2% em seguida à moderação da alta dos preços do petróleo e de outras commodities globais.

O presidente do Fed também disse que a política do Fed não pode fazer muito pela tendência de longo prazo da economia e pediu que o Congresso dos EUA resolvam a questão do déficit orçamentário de uma forma que não prejudique a economia. Segundo Bernanke, os EUA precisam de um melhor processo de tomada de decisão fiscal. As informações são da Dow Jones.

A perspectiva para a economia global se deteriorou nos últimos meses, afirmou nesta quinta-feira David Hawley, vice-diretor de relações externas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo ele, o Fundo deve divulgar que as projeções para a economia mundial recuaram, quando liberar seu próximo relatório, no mês que vem.

"No geral, nossa visão é que a atividade se enfraqueceu e se tornou mais desigual e a perspectiva se deteriorou", comentou Hawley, em entrevista coletiva. Os mercados financeiros mundiais têm sido afetados por uma série de fatores nas última semanas, incluindo os persistentes temores com a saúde fiscal da Europa, a frágil recuperação econômica dos EUA e os conflitos no Oriente Médio e no norte da África.

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Hawley disse que o FMI está analisando a situação na Líbia, mas não pode fornecer ajuda até que um novo governo esteja formado e reconhecido pelos membros do Fundo. "Quando houver um reconhecimento internacional claro e amplo de um novo governo, o Fundo poderá agir", afirmou, sugerindo que o FMI ainda vai realizar uma avaliação sobre os impactos causados pela guerra civil.

O FMI deve realizar sua reunião anual em Washington no mês que vem, e um dos principais assuntos discutidos serão os receios com dívidas soberanas e o setor bancário na Europa. Hawley disse que os representantes do FMI estão na Grécia, como parte que uma equipe que vai avaliar as medidas de austeridade adotadas pelo país. Esse grupo deve dar um parecer no começo de setembro. Então, a diretoria do Fundo poderá votar sobre a nova parcela do pacote de resgate para a Grécia, o que deve ocorrer até o fim do mês que vem. As informações são da Dow Jones.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira (22) que o governo vai utilizar o processo de ajuste fiscal para tornar o Brasil mais forte e resistente aos eventuais efeitos da crise internacional sobre o País. "Política fiscal ficará mais na defensiva. Assim vamos estabelecer uma política monetária mais ativa", destacou. "Temos compulsório e taxas de juros elevados, que os países desenvolvidos não tem à disposição, que poderiam ser usados para enfrentar uma situação delicada", comentou na entrega do premio "Economista do Ano 2011", em São Paulo.

Em discurso, Mantega ressaltou que o superávit primário "cheio" será cumprido em 2011, 2012 e 2013. Contudo, logo depois, respondeu a um grupo de jornalistas que o mesmo objetivo será também cumprido em 2014, pois essa é uma diretriz de gestão de política econômica determinada pela presidente Dilma Rousseff. De acordo com o ministro da Fazenda, o objetivo é conter os gastos de custeio, a fim de ter mais recursos disponíveis para que o governo realize investimentos em infraestrutura, o que será positivo para ampliar a capacidade produtiva do País, o que vai ajudar na redução de pressões inflacionárias futuras.

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A gigante de tecnologia americana Apple vale atualmente tanto quanto os 32 maiores bancos da zona do euro. Esse é o resultado da recente queda dos preços das ações de bancos como o espanhol Santander, o francês BNP Paribas, o alemão Deutsche Bank e o italiano Unicredit, além do crescimento vertiginoso do valor da empresa dirigida por Steve Jobs.

Ontem, o índice de bancos da zona do euro DJ Stoxx caía cerca de 4%, o que dava a seus 32 integrantes o valor de US$ 340 bilhões. A cifra se baseia na capitalização das ações em circulação no mercado.

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O índice perdeu um terço de seu valor desde o início de julho, afetado pelos temores de que os bancos teriam perdido bilhões de dólares por seus investimentos em bônus de países da zona do euro e pelo fracasso dos políticos em tentar frear a crise da dívida na Europa.

Golpeados pela crise das hipotecas subprimes e pela exposição à dívida soberana de países com dificuldades de solvência, os bancos da zona do euro já perderam 75% de seu valor desde maio de 2007. Por outro lado, o valor de mercado da Apple cresceu até US$ 340 bilhões com o sucesso de produtos inovadores como o iPod, o iPhone e o iPad. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Preocupada com a rebelião na base aliada, a presidente Dilma Rousseff cobrou agilidade dos ministros no atendimento de deputados e senadores e na liberação de emendas parlamentares. Até o fim do mês o governo empenhará emendas para obras no valor de R$ 1 bilhão e na semana que vem sairão outros R$ 150 milhões da rubrica "restos a pagar".

"Nós precisamos governar", disse o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. "A recomendação é para que os ministros abram espaço na agenda e deem atenção aos parlamentares. Vamos fazer nosso papel de cultivar a relação."

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Carvalho participou da conversa entre Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na noite de quarta-feira, em São Paulo. Não quis, porém, comentar o teor da reunião, que também contou com a presença do ex-ministro Luiz Dulci.

A reportagem apurou que Lula aconselhou Dilma a não comprar briga com o PMDB do vice Michel Temer e a promover a "repactuação" com os aliados para evitar uma crise de governabilidade. Insatisfeitos com ações que passam pela operação da Polícia Federal no Ministério do Turismo, a faxina nos Transportes, o atraso nas nomeações e na liberação de recursos do Orçamento, governistas de vários partidos chegaram a obstruir votações de ontem na Câmara.

Dilma vai marcar nova rodada de conversa com o PMDB, injuriado depois da devassa no Ministério do Turismo, comandado pelo partido. A ação da PF resultou na prisão de 35 pessoas, entre elas o secretário executivo do ministério, Frederico Silva Costa, o ex-deputado Colbert Martins, do PMDB baiano, e o ex-presidente da Embratur Mário Moysés, que trabalhou com a senadora Marta Suplicy (PT-SP). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, negou nesta quinta-feira, em Curitiba, que haja qualquer crise envolvendo partidos aliados, particularmente o PMDB, ou que as acusações de corrupção estejam interferindo no trabalho normal do Governo Federal. "Não há qualquer crise, não vim aqui tratar de crise", afirmou. "Não há crise nos ministérios, os ministros continuam trabalhando, o PAC, o Minha Casa Minha Vida estão funcionando", acrescentou.

Falcão esteve na capital paranaense para participar de uma plenária, em que se discutiu o planejamento para as eleições municipais do próximo ano. Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff está agindo de forma correta em relação às denúncias de corrupção, assim como já teria feito o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos oito anos anteriores.

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"Todas as denúncias de corrupção têm sido apuradas", salientou. "Não só apoiamos as iniciativas de apuração como as ações estão coerentes com a trajetória do PT". Falcão acentuou que isso só é possível porque desde o governo anterior a Polícia Federal e a Receita Federal passaram a ser valorizadas, além de os ministérios contarem com seus próprios instrumentos de inteligência. "Há mais mecanismos de controle para cuidar que os recursos públicos sejam bem aplicados", disse.

Na tentativa de acalmar a base aliada, a presidente Dilma Rousseff vai se reunir nesta quarta-feira com o Conselho Político, formado por presidentes e líderes de partidos que dão sustentação ao governo no Congresso. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também participará do encontro, no Palácio do Planalto, e fará uma exposição sobre os reflexos da crise econômica mundial no Brasil.

Dilma está muito preocupada com o impacto da queda das Bolsas nas ações da Petrobras. Os aliados reclamam da falta de liberação de emendas parlamentares ao Orçamento da União e das sucessivas demissões na Esplanada, no rastro dos escândalos de corrupção. A presidente vai aproveitar o encontro com o Conselho Político para pedir apoio e unidade à base aliada. Ela tem dito que está monitorando a crise "com lupa" para evitar a desaceleração da economia.

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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, presidirá nesta terça-feira uma reunião do comitê de crise denominado "Cobra", após o terceiro dia de violência em Londres, que já se estendeu às cidades de Birmingham, Liverpool, Manchester, Nottingham, Leeds e Bristol. Até esta manhã, no horário local (madrugada em Brasília), "mais de 400 pessoas" haviam sido detidas na capital, segundo a Scotland Yard. A extensão dos distúrbios obrigaram o premiê a antecipar seu retorno das férias, na Toscana (Itália), onde estava com sua família desde julho.

Cameron chegou de madrugada, no escritório e residência oficial, em Londres, e se reunirá nesta manhã com a ministra do Interior, Theresa May, e com o comissário de polícia da Scotland Yard, Tim Godwin, antes de presidir a reunião do comitê de crise. Cameron vinha sendo criticado pelo fato de continuar em férias enquanto a capital britânica era afetada por distúrbios nas ruas, com prédios e veículos em chamas. A polícia inglesa mobilizou nesta manhã mais 1.700 agentes para conter a violência em Londres, onde já trabalham mais de 6.000 policiais. As informações são da Associated Press.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu a senha de como será a ação do governo para o enfrentamento do agravamento da crise internacional: fortalecimento da situação fiscal. O ministro prometeu todos os meses um resultado fiscal melhor. "Prometo a cada mês uma surpresa no fiscal. Cada vez ter um resultado melhor, como já tivemos no mês passado, melhor do que todos esperavam", disse em entrevista no Palácio do Planalto, após reunião de coordenação com a presidente Dilma Rousseff.

O ministro disse que o governo vai fortalecer as empresas brasileiras. "O perigo não é no Brasil. O Brasil é um dos países que está melhor preparado para enfrentar essa crise".

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O grupo dos sete países mais ricos do mundo (G-7) está encontrando dificuldades para lidar com a nova turbulência internacional, na avaliação de Mantega. "O G-7 não está dando conta e é possível que o G-20 possa ajudar", disse. Segundo o ministro, apesar das dificuldades com fusos horários diferentes, representantes do G-20 estiveram em contato no fim de semana e o grupo está solidário aos acontecimentos internacionais.

Mantega disse que os ministros de Fazenda do G-20 continuarão em contato constante e que esses países estão preparados para tomar medidas necessárias em conjunto para recuperar a confiança na economia. "Ficaremos atentos e em comunicação permanente para divulgar medidas conjuntas", disse.

O ministro teme que, se a sangria das Bolsas continuar, isso vai ser traduzido em perda de riqueza. Como consequência, de acordo com ele, a nova situação faz com que o cidadão deixe de consumir e leva à recessão.

A Bolsa de Valores de São Paulo teve um dia de pânico, se aproximou dos 10% de perdas no pior momento da sessão e ficou à beira de um circuit breaker. O pânico que varreu as bolsas pelo mundo imputou uma queda de 8,08% à Bolsa brasileira, a maior desde 22 de outubro de 2008 (-10,18%), quando ocorreu o circuit breaker pela última vez. Nenhuma ação do índice fechou em alta.

O índice Bovespa perdeu 4.280 pontos hoje, para fechar nos 48.668,29 pontos, o menor nível desde os 47.226,79 pontos de 29 de abril de 2009. Na mínima da sessão, o Ibovespa atingiu os 47.793 pontos, em queda de 9,74%, e, na máxima, os 52.938 pontos (-0,02%). No mês, a queda atinge 17,26%, elevando a perda acumulada em 2011 para 29,78%. O volume de negócios hoje totalizou R$ 9,599 bilhões. Os dados são preliminares.

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O mercado doméstico teve uma das quedas mais acentuadas do mundo em razão da sua elevada liquidez e também por causa da sua dependência de commodities (ações de empresas ligadas a matérias-primas), ativos que são menos consumidos em tempos de desaceleração econômica global.

As ações da Petrobras e da Vale tiveram perdas que variaram entre 9% e 11% na mínima, fecharam ligeiramente acima, mas nem de longe foram as maiores quedas do Ibovespa: Marfrig ON, (-24,83%), OGX ON, (-16,36%) e Brasil Ecodiesel ON (-15%) ocuparam as primeiras posições.

Petrobras ON, -7,90%, Petrobras PN, -7,58%, Vale ON, -9,52%, Vale PNA, -9,17%. No setor siderúrgico, Gerdau PN, -10,80%, Metalúrgica Gerdau PN, -8,25%, CSN ON, -11,66%, e Usiminas PNA, -6,07%.

A ação do Banco Central Europeu (BCE) e do G-7 anunciada ontem para estancar a crise foi suficiente para baixar a fervura e houve uma fuga desenfreada dos investidores para a qualidade. As bolsas desabaram ontem no Oriente Médio, movimento que se propagou pela Ásia, Europa e Estados Unidos.

O Dow Jones fechou em baixa de 5,55%, na mínima do dia, aos 10.809,85 pontos. O S&P-500 caiu 6,66%, aos 1.119,46 pontos, e o Nasdaq perdeu 6,90%, aos 2.357,59 pontos.

Na Bolsa de Londres, o FTSE-100 recuou 3,39%, para 5.068,95 pontos. Em Paris, o CAC 40 perdeu 4,68%, para 3.125,19 pontos. Na Bolsa de Frankfurt, o Xetra DAX fechou em baixa de 5,02%, a 5.923,27 pontos. Em Milão, o índice FTSE MIB caiu 2,35%, para 15.639,75 pontos. O IBEX 35, da Bolsa de Madri, recuou 2,44%, para 8.459,40 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve queda de 3,13%, para 6.053,68 pontos. O ASE, da Bolsa de Atenas, perdeu 6,00%, para 998,24 pontos.

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou que a oposição está disposta a aprovar eventuais medidas do Governo Federal que forem tomadas para combater a crise econômica internacional. Dias afirmou que mesmo com um ambiente de turbulência política, não se pode esquecer dos problemas econômicos internacionais.

"A crise de corrupção do governo faz com que se esqueça da crise econômica, mas a oposição está disposta a aprovar as medidas que o governo desejar para proteger o País na área econômica. Se não tiver roubalheira, podem contar com a oposição", disse o tucano.

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O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) de rebaixar o rating de crédito norte-americano deve trazer um "novo senso de urgência" sobre a necessidade de resolver os problemas orçamentários do país.

"O fato é que não precisamos de uma agência de rating dizendo ser necessária uma abordagem equilibrada e de longo prazo para a redução do déficit: isso era verdade na semana passada, era verdade no ano passado e era verdade no dia em que assumi o governo", disse Obama num pronunciamento. "E não precisamos de uma agência de rating para nos dizer que o impasse em Washington nos últimos meses não foi construtivo, para dizer o mínimo", acrescentou.

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Na noite de sexta-feira, a S&P rebaixou o rating de crédito dos EUA para AA+, de AAA, citando como justificativa o entrave político entre republicanos e democratas durante o debate sobre as possíveis soluções para os problemas fiscais do país. A Casa Branca criticou a decisão e o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, disse no domingo que a agência "mostrou uma estonteante falta de conhecimento sobre os cálculos orçamentários" norte-americanos.

Originalmente, a S&P havia errado em cerca de US$ 2 trilhões a redução no déficit trazida por uma lei sancionada por Obama na semana passada. As autoridades norte-americanas alertaram a agência sobre o erro, mas ela afirmou que, ainda assim, os EUA mereciam ter seu rating rebaixado porque o país não adotou medidas suficientes para diminuir o rombo nas contas públicas. As informações são da Dow Jones.

Atualizada às 14h47

A presidente Dilma Rousseff considerou precipitada a avaliação feita pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, que, na última sexta-feira à noite, rebaixou a nota de risco dos Estados Unidos. "Podemos deixar claro que não compartilhamos com a avaliação precipitada e um tanto rápida, eu diria, não correta da agência que diminuiu o grau de valorização de crédito dos Estados Unidos", disse a presidente, durante declaração à imprensa por ocasião da assinatura de atos com o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, no Palácio do Planalto.

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A crise financeira que abala os mercados mundiais não ameaça o Brasil, disse hoje a presidente Dilma Rousseff à imprensa, após cerimônia no Palácio do Planalto. Dilma afirmou que o País vive "uma boa situação" e que observa com atenção e cautela os desdobramentos do cenário internacional.

"É a segunda vez que a crise afeta o mundo e pela segunda vez o Brasil não treme", disse Dilma, destacando o mercado consumidor interno e a situação dos bancos, tanto nacionais quanto privados, como pontos fortes no enfrentamento de instabilidades.

Questionada pela Agência Estado se não estaria preocupada, respondeu: "Eu só estou com aquela preocupação que me faz não ser uma pessoa alheia à realidade, eu não acredito que o Brasil esteja ameaçado, mas tomaria todas as medidas para fortalecê-lo cada vez mais."

A presidente disse considerar "graves" tanto o cenário nos Estados Unidos quanto na Europa. "O governo e os países dos Estados Unidos e da Europa têm de tomar providências, o que não está certo é que se percebe que não há política fiscal na Europa e nos Estados Unidos, não é possível o mundo achar, os países desenvolvidos acharem, que o mundo pode ficar contemplando de uma forma perplexa o que aconteceu na semana passada. A insensatez política não pode levar a que o mundo sofra as consequências", afirmou.

Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), advertiu que o rebaixamento da classificação da dívida dos Estados Unidos pela Standard & Poor's significa mais problemas para os mercados financeiros. "Considerando o fôlego com o qual o mercado caiu ao longo da última semana, é muito improvável, se a história pode servir de guia, que isso não irá levar um tempo até se estabilizar", disse o ex-chairman, em entrevista ao programa "Meet the Press", da rede NBC. "A reação inicial, na minha avaliação, vai ser negativa", afirmou.

Segundo a Dow Jones, Greenspan não está prevendo um duplo mergulho dos EUA na recessão, mas espera desaceleração.

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Ele acrescentou que o mercado acionário de Israel, um dos poucos a estarem abertos, "afundou" hoje, mas disse que é difícil determinar se a causa havia sido o rebaixamento ou protestos amplos contra o alto preço ao consumidor em Israel.

Greenspan disse que há "zero probabilidade" de que os EUA deem o calote nas suas obrigações, mas acrescentou que a decisão da S&P "atingiu a autoestima dos Estados Unidos, a alma... Está tendo um efeito muito mais profundo do que eu imaginei que poderia ocorrer". As informações são da Dow Jones.

Representantes do G-20, grupo das principais nações industrializadas e emergentes, realizaram teleconferência para discutir possível ação coordenada para minimizar a volatilidade nos mercados depois do rebaixamento da classificação soberana dos Estados Unidos, disse um oficial sul-coreano.

Os vice-ministros das Finanças do G-20 conversaram, na manha de hoje, segundo uma fonte sul-coreana. Não houve detalhes, mas o oficial disse que "sérias discussões" prosseguem, à medida que o G-20 busca conter uma ruptura nos mercados, em face do rebaixamento do rating soberano dos EUA e da turbulência no endividamento europeu.

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A teleconferência parece marcar o primeiro esforço para coordenação política entre as principais economias desde o rebaixamento dos EUA pela Standard & Poor's, na sexta-feira. As informações são da Dow Jones.

Com discrição, o governo de Barack Obama iniciou uma batalha nos bastidores com a Standard & Poor's para fazê-la recuar de sua decisão de rebaixar a nota de risco de crédito de longo prazo dos EUA. O Departamento do Tesouro escuda-se no erro de US$ 2 trilhões nos cálculos dos gastos públicos feitos pela agência para colocar em xeque a credibilidade da decisão da S&P. Ontem, a agência de avaliação de risco mostrou-se inflexível.

A agência argumenta que o equívoco não é razão suficiente para alterar a nova nota dos EUA, AA+. "Um julgamento defeituoso, com um erro de US$ 2 trilhões, fala por si mesmo", afirmou ontem um porta-voz do Tesouro, que preferiu não se identificar. "O foco primário continua no atual nível da dívida, a trajetória da dívida como uma parte da economia, e a aparente falta de disposição das autoridades eleitas em lidar com o panorama fiscal de médio prazo dos EUA", afirmou a S&P, por meio de comunicado. "Nenhum desses fatores foram significativamente afetados pela suposta revisão do suposto crescimento dos gastos correntes e, portanto, não há impacto na decisão", completou.

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Nessa batalha, o governo preferiu emitir apenas uma declaração, na qual não mencionou diretamente a decisão da S&P. Por meio de comunicado, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou ter Obama insistido em um acordo fiscal mais amplo para a redução da dívida federal em longo prazo. O fato de o acordo sancionado na terça-feira ter envolvido um esforço fiscal de US$ 2,1 trilhão - não algo próximo a US$ 4 trilhões - pesou no rebaixamento da nota, segundo a S&P.

"Nas próximas semanas e meses, o presidente (Obama) vai encorajar fortemente o comitê fiscal bipartidário e os membros do Congresso a um compromisso comum para pôr a recuperação econômica mais forte e um melhor caminho de longo prazo na área fiscal acima das nossas diferenças políticas e ideológicas", afirmou o comunicado.

Nem Obama, nem o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, fizeram declarações até o fim da noite de ontem. Colaboradores mais próximos municiaram a imprensa e os agentes de mercado com a reação oficial sobre a ausência de confiança e de credibilidade da avaliação da S&P. A única reação oficial partiu do presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, que culpou o partido democrata e a Casa Branca pelo rebaixamento.

A Casa Branca mostrou-se contrariada com o momento do anúncio, por crer que a economia americana está melhor do que há seis meses. Autoridades esforçaram-se em desfazer a previsão de reação forte dos mercados. Seu otimismo estava assentado no fato de as duas principais concorrentes da S&P, a Moody's e a Fitch Ratings, terem mantido a nota máxima. Igualmente os colaboradores de Obama consideraram equivocada a avaliação anterior da S&P, de abril passado, de que um rebaixamento deveria reduzir a procura pelos títulos do Tesouro de 10 anos ou pressionar para uma maior remuneração desses papéis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um eventual rebaixamento da nota de risco de crédito dos EUA e suas graves consequências para a economia global já vinham sendo considerados pela equipe econômica do governo do Brasil nas reuniões que deram formato final às medidas cambiais e de incentivo à produção nacional tomadas nas últimas duas semanas. Ainda assim, diante da concretização da revisão negativa pela agência Standard & Poor’s, na última sexta-feira, novas intervenções poderão ser feitas.

Na noite de ontem, estava prevista uma teleconferência de representantes dos governos do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) para discutir o agravamento da crise internacional.

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De acordo com integrantes do Ministério da Fazenda, o impasse sobre a elevação do teto da dívida americana pelo Congresso, solucionado apenas no limite do prazo para se evitar um calote, reforçou a necessidade da tomada de medidas mais pesadas e amplas para defender a economia brasileira diante de um cenário internacional que remete cada vez mais à crise na qual o mundo mergulhou no fim de 2008.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) só soube do anúncio da agência de rating no fim da noite de sexta-feira, ao chegar a São Paulo, procedente de Lima, no Peru, onde se reuniu com os demais ministros de finanças do continente sul-americano para discutir estratégias conjuntas para o enfrentamento da turbulência global.

A avaliação na pasta é de que, com o rebaixamento de fato da nota dos EUA pela S&P, as incertezas nos mercados devem se agravar ainda mais nos próximos dias, com potencial de se espalharem rapidamente para outros países. Tanto que Mantega deve reunir sua equipe logo na segunda-feira para analisar a situação e planejar novas ações que possam blindar o País contra um novo aumento da especulação, que tende a desaguar na entrada de mais dólares no País.

"Temos que tomar precauções para proteger a nossa economia, mas vamos ter que dar um jeito de não deixar o País parar", afirmou um assessor de Mantega. Ele destacou que as últimas medidas de controle de contratos derivativos (no mercado futuro) criaram instrumentos importantes para conter a variação cambial, mas lembrou que tão importantes como as ações de defesa são as medidas de estímulo a setores cruciais da economia, incluídas no chamado Plano Brasil Maior.

Esse cordão de isolamento se faz necessário porque, como o próprio ministro estima, as crises fiscais que se arrastam nos EUA e principalmente na Europa ainda devem impedir o crescimento da economia mundial nos próximos dois ou três anos. Por isso, avalia a fonte, Mantega poderá ter que lançar mão de seu propalado "arsenal de medidas", inclusive repetindo parte das ações de estímulo adotadas na crise de crédito que estourou no fim de 2008. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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