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A capital da Grécia é atingida hoje por uma nova greve de 24 horas no setor de transportes. É a mais recente de uma série de paralisações dos trabalhadores, insatisfeitos com os planos do governo de cortar salários e empregos no setor público.

A greve afetou todos os ônibus, trens metropolitanos e trólebus na grande Atenas, onde vive quase metade da população grega. Houve grandes congestionamentos na hora do rush da manhã, enquanto muitos lutavam para chegar ao trabalho.

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"Nós estamos respondendo às políticas neoliberais do governo", afirmou o sindicato dos trabalhadores da companhia ferroviária de Atenas, ISAP, em comunicado. "Eles estão acabando com nossa capacidade de trabalhar, levando-nos de volta à Idade Média."

A greve coincide com protestos de outros trabalhadores do setor público afetados pelos cortes do governo, prometidos pela Grécia em troca de mais ajuda internacional para suas finanças em dificuldade.

Um protesto separado de trabalhadores municipais em Atenas entra agora em sua segunda semana, com empregados bloqueando o principal lixão da cidade e os depósitos onde ficam caminhões de lixo. Segundo algumas estimativas, cerca de 20 mil toneladas de lixo não foram recolhidas nas ruas de Atenas por causa desse protesto.

Trabalhadores do serviço de água e esgoto de Atenas planejavam paralisações nos escritórios da empresa. Outros trabalhadores de empresas estatais também ameaçavam cruzar os braços.

Funcionários dos centros de detenção fazem uma greve de 24 horas, e os funcionários dos serviços de ambulância convocaram uma paralisação de quatro horas. Os controladores do tráfego aéreo continuam a realizar uma campanha para fazer apenas o mínimo previsto em seus contratos, o que levou ao cancelamento de dezenas de voos.

Pressionado por credores internacionais, o governo da Grécia enviou na semana passada ao Parlamento um plano para cortar os salários e as pensões do funcionalismo público e empregos, deixando 30 mil dos 700 mil funcionários públicos em uma reserva de trabalho especial.As informações são da Dow Jones.

Os líderes da Alemanha e da França, as duas maiores economias da zona do euro, estão em reunião hoje (9) para discutir novas medidas para conter a crise de dívida do bloco e buscar maneiras de fortalecer o setor bancário europeu.

A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy estão negociando na chancelaria de Berlim para moldar um acordo antes de uma cúpula dos 27 líderes da União Europeia neste mês.

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Um ponto importante das discussões deve ser a necessidade de um plano coordenado para que os bancos europeus possam lidar com um possível default da Grécia e para impedir o contágio que poderia ameaçar outros países endividados da zona do euro.

Merkel e Sakozy devem dar uma entrevista à imprensa após a primeira hora de negociações, e um jantar de trabalho foi marcado para ocorrer em seguida. As informações são da Associated Press.

Líderes dos governos da França e Alemanha se aproximam de um acordo para permitir uma reestruturação da dívida da Grécia que permitiria que bancos franceses acessem o fundo de resgate da zona do euro, informou a edição do jornal alemão Welt am Sonntag de hoje, citando fontes próximas do assunto.

A França tem se mostrado contra uma reestruturação da dívida grega, defendida pela Alemanha, porque seu setor bancário está altamente exposto à dívida soberana e ao setor bancário do país. O possível acordo permitiria que bancos franceses usem a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF) para aliviar o impacto de uma reestruturação grega, de acordo com o jornal.

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Os cinco maiores bancos da França estão preparados para aceitar entre 10 bilhões e 15 bilhões de euros em capital do governo como parte de novos esforços para forçar bancos da zona do euro a ampliar sua posição em capital, noticiou o Frankfurter Allgemeine Zeitung ontem, citando fontes financeiras.

Mas em entrevista ao mesmo jornal hoje, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, reiterou a opinião da Alemanha de que a EFSF deve ser usada por bancos apenas como último recurso.

"A EFSF só pode ajudar países quando eles não podem estabilizar seus bancos através dos mercados ou de outras maneiras", disse Schaeuble na entrevista. As informações são da Dow Jones.

Os efeitos da crise da dívida soberana na zona do euro estão se espalhando para países importantes, bancos e investidores, e outra recessão econômica não pode ser descartada, afirmou, hoje, o Fundo Monetário Internacional (FMI), por meio de um relatório.

Para o Fundo, a Europa crescerá 2,3% em 2011 e 1,8% em 2012. A inflação estimada para este ano é de 4,2% e de 3,1% para 2012, o que justificaria uma política monetária mais acomodatícia. Além disso, a União Europeia (UE) deve facilitar uma presença maior do Banco Central Europeu (BCE) nos mercados, disse o FMI.

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Antonio Borges, diretor do departamento europeu no FMI, salientou, no entanto, que a maioria dos países do continente não está em condições de implementar medidas para estimular a economia. "É claro que eles precisam manter uma disciplina muito forte no campo fiscal". A Grécia, em especial, ressaltou, deve acelerar a implementação de reformas econômicas, como a privatização de estatais.

Borges destacou que os bancos europeus estão sob forte risco, e repetiu que a posição do FMI é a de que todos os grandes bancos regionais deveriam ser recapitalizados. Se essa recapitalização não puder ser feita pelo setor privado, os governos devem ajudar, diz o diretor do Fundo.

Ele lembra, no entanto, que essas decisões precisam ser tomadas por toda a Europa. Borges propôs a criação de um fundo de seguros de depósitos. "Tudo isso é viável", disse, mas afirmou que pode ser difícil colocar essas ações em prática em função de obstáculos políticos. As informações são da Dow Jones.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em baixa, com riscos de cair abaixo dos 50 mil pontos hoje e se aproximar do menor nível do ano. O pessimismo com a evolução da economia mundial deve penalizar com mais força a performance das ações brasileiras ligadas às matérias-primas. Como a agenda de divulgadores econômicos do dia está esvaziada, traz poucas chances de inversão de tendência para os negócios. Às 10h07, o índice Bovespa (Ibovespa) caía 1,19%, aos 50.184 pontos.

O sinal negativo vindo do exterior intensifica a aposta de queda. A Europa amanheceu amargando perdas acentuadas nas bolsas, após um novo adiamento na liberação da próxima parcela do empréstimo à Grécia, referente ainda ao acordo firmado no ano passado. Nesta manhã, o ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, afirmou que o governo tem dinheiro suficiente para continuar a operar até meados de novembro.

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Hoje também, o banco norte-americano Goldman Sachs rebaixou as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) global, o euro e as commodities. "Os EUA me preocupam, mas a Europa me apavora", comenta, em relatório, o analista da Cruzeiro do Sul Corretora, Jason Vieira.

A Grécia não atingirá as metas do déficit orçamentário de 2011 e de 2012 determinadas no plano de resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), de acordo com números publicados pelo Ministério das Finanças ontem, após o gabinete aprovar o esboço do orçamento para 2012.

O déficit orçamentário de 2011 ficará em 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, sem atingir a meta de 7,6%. Ele também será rebaixado para 6,8% do PIB no ano que vem, mas ainda assim não atingirá a meta do resgate, de 6,5%.

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"Ainda faltam três meses críticos para terminar 2011, e a estimativa final de 8,5% de déficit do PIB pode ser atingida, caso os mecanismos de Estado e os cidadãos respondam de acordo", informou o Ministério das Finanças em comunicado.

Mais cortes

A proposta de orçamento será formalmente apresentada ao Parlamento grego amanhã e deve ser aprovada até o fim do mês. A projeção de déficit obrigará o governo a cortar mais 6,6 bilhões de euros em gastos por meio de novas medidas de austeridade, segundo as projeções do próprio Ministério da Finanças.

Por meio de nota, o ministério detalhou que o déficit em 2011 deve alcançar 18,69 bilhões de euros, acima da meta de 17,1 bilhões de euros. A justificativa para o déficit acima da meta seria uma recessão mais profunda que a prevista.

Segundo o ministério, a economia grega deverá se retrair 5,5% em 2011, acima da previsão de queda de 3,8% divulgada em maio. Para 2012, a Grécia projeta um déficit orçamentário de 6,8% do PIB, ou 14,65 bilhões de euros.

O gabinete de governo da Grécia reuniu-se ontem para votar a proposta de orçamento para o próximo ano e concluir um plano pelo qual 30 mil servidores públicos seriam dispensados até o fim deste ano. Uma fonte no governo disse que o gabinete aprovou também o controverso plano de dispensa dos servidores, que serão deixados como contingente de reserva, recebendo parcela do salário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que vai estimular a utilização de instrumentos de política monetária no combate aos efeitos da crise internacional. De acordo com ele, o País reúne todas as condições fiscais e monetárias para fazer frente ao quadro de redução da atividade econômica internacional, mas continuará estimulando os instrumentos de política monetária porque esses geram menos custos à nação, ao contrário de medidas fiscais.

Mantega lembrou que o Brasil tem algo entre R$ 400 bilhões e R$ 500 bilhões em compulsórios que poderiam ser acionados, se necessário. "Temos toda munição monetária, coisas que Estados Unidos e Europa não dispõem. Nós temos, por exemplo, a taxa de juros mais alta do mundo, e podemos reduzi-la", disse, durante o Exame Fórum 2011, na capital paulista.

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Ainda segundo Mantega, o Brasil goza de alta confiança junto a seus parceiros. Ele lembrou medidas adotadas pelo governo, entre elas o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em derivativos no câmbio, para impedir alavancagem, e a desoneração da folha de pagamento de quatro setores da economia, um programa experimental que deve ser estendido a outros setores. Ele deu como exemplo a indústria têxtil.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que é preciso criar uma nova governança global para encarar a crise. Ele avalia que o G-20 precisa aproveitar a próxima reunião, em novembro, para se consolidar como o fórum de tomada de resoluções. "Não dá para os países tomarem decisões unilateralmente", afirmou hoje, durante palestra em evento organizado pela revista britânica The Economist, em Londres.

Lula avalia que o G-8 perdeu importância, diante da entrada de novos atores no cenário mundial. Ele também disse que o G-20 não cumpriu as promessas feitas na reunião de 2009, em Londres, de democratizar o grupo, regular o sistema financeiro e acabar com os paraísos fiscais. "Para os Estados Unidos e a Europa, a crise já estava resolvida, mas não estava."

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O ex-presidente disse que, nas reuniões do G-20, "parece que não existe problema". "Só percebemos que existem problemas pela imprensa", afirmou.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, nomeou na noite de terça-feira seu novo ministro do Interior, Wilfredo Chávez, em substituição a Sacha Llorenti Solíz, que apresentara sua demissão horas antes, informa o site do jornal La Prensa. Evo Morales também anunciou Rubén Saavedra como o novo titular da pasta da Defesa, que estava vazia deste a renúncia, na segunda-feira, de Cecilia Chacón, que deixou o cargo em protesto à repressão contra um grupo de indígenas no domingo.

Os indígenas protestavam contra a construção de uma rodovia na amazônia boliviana. Financiada pelo governo brasileiro, a rodovia ligará a fronteira do Brasil ao altiplano boliviano.

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As imagens da repressão provocaram uma crise no governo de Evo Morales, cuja base eleitoral é justamente formada pela maioria indígena que compõe a população boliviana. Na manhã de terça-feira, Evo anunciou que a construção da rodovia foi suspensa até que uma solução para a crise seja negociada.

De acordo com o La Prensa, o presidente pediu desculpas pelos excessos cometidos pelos policiais no domingo, mas condenou os ataques ao governo e exigiu provas sobre a morte de um menino. "Quero que me mostrem o menino morto", disse ele.

Segundo Evo, "o melhor opositor de Evo Morales são os meios de comunicação". Ele responsabilizou duas rádios e um meio impresso pela articulação da reação contra seu governo.

Já o advogado e ativista pelos direitos humanos Waldo Albarracín acusou os meios de comunicação estatais de manipular as informações e de serem parciais em relação ao governo, segundo matéria publicada no site do jornal El Diário. De acordo com Albarracín, as informações divulgadas pelos meios estatais minimizam os acontecimento reais.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que não vê possibilidade de default (calote) da Grécia nesta semana. Ele disse que pôde constatar, durante a reunião do G-20, na semana passada, que a Grécia tem cumprido todas as obrigações com o fundo europeu e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Mantega disse que, enquanto a Grécia cumprir com estas obrigações, vai receber recursos para os vencimentos da dívida. "Olhei detalhadamente as contas da Grécia e me parecem sustentáveis", disse, em breve pronunciamento na portaria do Ministério da Fazenda.

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O ministro falou que não há nada de iminente na Grécia. "Não que a crise esteja menos grave, mas os mercados estão mais calmos hoje", comentou. Ele afirmou que a situação internacional ainda não é boa, na Europa e nos Estados Unidos.

Fundo europeu

Mantega avaliou que o caminho a seguir para tentar conter os efeitos nocivos da crise das dívidas nos países europeus é a aprovação, o quanto antes, do novo fundo financeiro do continente para ajudar as economias em maior dificuldade. "A exemplo do que o Fed (banco central norte-americano) fez nos Estados Unidos, esse fundo (europeu) tem de ser aprovado logo para que a situação fique sob controle. Mas, mesmo assim, a crise vai continuar", afirmou o ministro.

Mantega explicou que a alternativa do fundo europeu servirá para evitar uma "agudização" da crise, mas não evitará uma recessão nas economias norte-americanas e europeias. Para o ministro, "o Brasil está preparado para enfrentar essa situação difícil".

Além disso, o ministro afirmou que o governo brasileiro não está planejando nenhuma medida adicional. "As medidas prudenciais já foram tomadas. Por isso, não vamos mudar nada no IOF (sobre derivativos cambiais)", completou. Segundo Mantega, as distorções na taxa de câmbio que ocorreram nas últimas semanas já estariam corrigidas, sem a necessidade de ações adicionais por parte do governo, no momento.

Os motoristas de ônibus e os condutores do metrô da Grécia cruzaram os braços hoje, provocando grandes congestionamento em Atenas pelo segundo dia seguido. Os funcionários da receita e do setor aduaneiro também se uniram aos protestos contra as reformas do governo prometidas em troca de um pacote de ajuda. Os funcionários da receita e de aduanas lançaram hoje uma greve de 48 horas contra cortes em seus salários.

Já a paralisação no sistema de transporte público, que incluía os bondes, resultou em alguns congestionamentos de quilômetros durante a hora do rush da manhã, quando a população tentava chegar ao trabalho. O tráfego em Atenas deve piorar amanhã, com paralisações previstas de todas as modalidades de transporte público e também dos taxistas.

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A onda de protestos ocorre antes de o governista Partido Socialista enfrentar uma votação crucial no Parlamento, ainda hoje, sobre uma bastante criticada lei de imposto sobre propriedades. A Grécia prometeu aprovar a medida a seus credores internacionais, enquanto o país se mobiliza para receber mais ajuda financeira e evitar um calote.

No mês que vem, as duas principais centrais sindicais do país - GSEE, do setor privado, e Adedy, do público - também anunciaram paralisações do funcionalismo público, no dia 5 de outubro, e uma greve geral nacional, em 19 de outubro.

Pressionado por seus credores internacionais, o governo grego decidiu na semana passada implementar novos cortes em pensões, impor novos impostos para pessoas de renda mais baixa e colocar este ano 30 mil trabalhadores em uma reserva especial de trabalho, com salários reduzidos. Cortes nos salários do funcionalismo e outras medidas também estão sendo planejadas.

Em jogo está a parcela de 8 bilhões de euros de ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) que a Grécia precisa receber nas próximas semanas, ou o governo ficará sem dinheiro em meados de outubro. Os credores do país exigiram medidas adicionais de austeridade antes da liberação de mais auxílio. As informações são da Dow Jones.

Autoridades da União Europeia (UE), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE) devem voltar a Atenas amanhã, de acordo com um graduado funcionário do governo grego que não quis se identificar. "Eles virão depois que o parlamento ratificar o novo imposto sobre a propriedade", disse o servidor. "A menos que aconteça algo inesperado, eles deverão estar aqui amanhã."

As negociações entre o governo grego e a chamada troica - grupo que reúne as autoridades das três instituições - foram suspensas no começo deste mês, quando Atenas se recusou a adotar mais medidas de austeridade. Mas, sob a ameaça de que a Grécia não receba a próxima parcela de um empréstimo de resgate, o governo adotou uma série de cortes, incluindo a redução dos salários e aposentadorias e a demissão de servidores públicos.

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A parcela de empréstimo de 8 bilhões de euros é necessária para o governo pagar suas contas, pois ele tem dinheiro suficiente apenas até meados de outubro. As informações são da Dow Jones.

O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto afirmou hoje que não acredita que o Brasil vai passar por uma crise cambial. "Houve um movimento recente relativo à valorização internacional do dólar. O BC (Banco Central) fez certo em prover liquidez ao mercado", comentou, depois de participar do 8º Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. "Câmbio flutuante é assim: num primeiro momento ele varia, mas depois ele se ajusta", destacou, em sua palestra realizada no evento.

Para Delfim Netto, contudo, o "câmbio é um problema sério" que somente será resolvido quando a taxa de juro real interna for igual à registrada pela maioria dos países. O ex-ministro afirmou que o governo tem agido de forma correta ao ter reduzido a Selic, pois o Banco Central percebeu que a crise internacional tem efeitos muitos sérios sobre o nível de atividade mundial, com impactos deflacionários. "Tombini está muito mais afinado com a realidade monetária do mundo do que todos os analistas financeiros", comentou, referindo-se ao presidente do BC, Alexandre Tombini.

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Delfim Netto ironizou analistas que reclamavam da flutuação do câmbio quando a cotação estava em R$ 1,52, mas quando a taxa bateu em R$ 1,95, como ocorreu na semana passada, passaram a clamar pela intervenção "rápida" do BC. O ex-ministro não é favorável à apreciação excessiva do real ante o dólar, mas defende a ação do BC para que o mercado funcione sem fortes oscilações. "A volatilidade vai permanecer por um bom tempo", destacou, ao se referir que a crise dos EUA não vai acabar antes das eleições presidenciais de 2012 e na Europa os problemas também são muito graves.

O ex-ministro ressaltou que o Brasil tem plenas condições de crescer uma média de 4% nos próximos anos, com inflação de 4,5%, ao mesmo tempo que melhora a renda da população e mantém um bom nível de emprego dos trabalhadores. "A Dilma é uma pessoa trabalhadora, muito competente", disse, na palestra, adicionando, ironicamente, que o único defeito dela é que leu os livros escritos pelos grandes economistas do País.

Em até três semanas deve ocorrer um desfecho positivo para a crise da Grécia, o que deve fazer com que caia a volatilidade no mercado de câmbio no Brasil, a ponto de levar a cotação para um patamar mais apreciado, que deve fechar em R$ 1,65 no final do ano, afirmou o economista-chefe para América Latina do banco HSBC, André Lóes. Segundo ele, esse cenário tem como hipótese principal que as autoridades daquele país conseguirão realizar uma reestruturação da dívida capaz de evitar um colapso junto aos credores, que eventualmente culminaria num default soberano. "Neste contexto, a volatilidade da cotação do real ante o dólar vai diminuir de forma expressiva e o movimento do câmbio deve voltar a se normalizar", comentou.

Para Lóes, o movimento internacional de investidores à busca de ativos seguros e com baixo risco deve diminuir as variações mais abruptas do câmbio nas próximas semanas. "Como já está ocorrendo o flight to quality há algum tempo, fica menor o potencial de oscilações bruscas dos valores de ativos relativos ao Brasil, como o câmbio", destacou. "Além disso, nos últimos dias ocorreu um movimento de investidores institucionais e sobretudo de exportadores que aproveitaram a cotação mais alta para fechar a cotação do câmbio num patamar mais favorável", disse.

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Segundo André Lóes, caso se confirme seu cenário principal sobre os desdobramentos da crise da Grécia, o nervosismo dos mercados internacionais deve diminuir bem, pois os investidores perceberão que vai cair muito a possibilidade de contágio para outras economias europeias maiores, como a Espanha e Itália. "Desta forma, o mercado ficará com uma avaliação de que as autoridades da Europa conseguiram limitar bem os efeitos da crise sobre a Grécia, o que não deve provocar impactos muito negativos sobre outros membros da zona do Euro", afirmou.

O economista esteve recentemente em contato com clientes de renda fixa nos EUA e verificou que há uma percepção não muito favorável sobre as recentes decisões do Poder Executivo da gestão da economia, com destaque para mudança súbita da administração da política monetária no dia 31 de agosto. De acordo com Lóes, investidores passaram a avaliar que o governo não quer o ingresso de capitais de curto prazo, e que somente tem interesse em investimentos estrangeiros diretos, o IED.

"Mas passado o período mais agudo da crise, o fluxo de capitais de portfólio pode retomar de alguma forma o fôlego", comentou Lóes. Um dos fatores que devem estimular este tipo de investidores é a rentabilidade de títulos públicos brasileiros, dado que os juros reais ex-ante estão em 4,54%, patamar diferente das taxas negativas registradas nos EUA, Zona do Euro, Japão e Reino Unido. Além de esperar que o câmbio chegará ao final do ano no patamar de R$ 1,65, ele estima que esta cotação será repetida no encerramento de 2012. No seu cenário, o Brasil não deve ser muito afetado pela crise internacional, pois estima que o subirá 3,5% em 2011 e avançará 4% no próximo ano, enquanto a Selic deve encerrar este ano em 11% e atingir 10% no ano que vem.

Um colapso do sistema bancário europeu terá um impacto muito maior para os países emergentes do que os efeitos com a quebra do Lehman Brothers em 2008, segundo análise do RBC Capital Markets. A exposição dos bancos europeus a países emergentes, em termos de empréstimos e outros ativos, equivale a mais de três vezes o valor da exposição combinada dos bancos japoneses e americanos. O contágio da crise da dívida soberana da zona do euro pela via de crédito bancário será sentido com mais força pelo Leste Europeu, seguido pela América Latina.

Com base em dados do último relatório do Bank for International Settlementes (BIS), o banco central dos bancos centrais, o total de crédito e empréstimos de bancos europeus aos países emergentes somou US$ 3,4 trilhões em março de 2011, enquanto que a exposição dos bancos americanos a países emergentes estava em US$ 727 bilhões e a dos bancos japoneses, em US$ 299 bilhões. Na América Latina, a exposição dos bancos europeus é de US$ 792 bilhões, comparada com uma exposição de US$ 250 bilhões de bancos americanos e US$ 62 bilhões de bancos japoneses.

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"Se a crise da dívida soberana da zona do euro deflagrar um estresse do sistema bancário europeu mais profundo, poderá haver um impacto bem mais negativo sobre os mercados emergentes do que o choque do Lehman Brothers teve", afirmou um estudo do RBC Capital Markets assinado pelo chefe de estratégia para mercados emergentes do banco em Toronto (Canadá), Nick Chamie. Se os bancos europeus passarem por um estresse financeiro semelhante ao registrado pelos bancos americanos em 2008 e 2009, "as consequências negativas para os mercados emergentes, particularmente um choque no crescimento econômico, poderão ser muito mais significativas, em especial se houver uma escassez de crédito mais prolongada".

Os países emergentes representam cerca de 18% da carteira de crédito total no exterior dos bancos europeus. A participação dos emergentes na carteira de crédito no exterior dos bancos americanos é de 22% do total. Os emergentes do Leste Europeu são os que representam a maior parcela na carteira total de crédito no exterior dos bancos europeus, com 51%. Os latino-americanos detêm 23% da carteira de crédito total no exterior dos bancos europeus. A parcela dos países asiáticos é de 26%.

Segundo o estudo do RBC Capital Markets, para medir qual região dos mercados emergentes poderá sofrer um maior aperto de crédito se houver uma retração dos bancos europeus na concessão de empréstimos, é preciso levar em conta qual região depende mais dos bancos europeus versus bancos de outros países e em qual região o peso do crédito de bancos estrangeiros é maior em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

Conforme o estudo, os países do Leste Europeu dependem em 93% dos bancos europeus para atender suas demandas por crédito, comparado com 2% do Japão e 6% dos Estados Unidos. Já os países da América Latina têm 68% do crédito estrangeiro provenientes de bancos europeus, enquanto que os bancos americanos são responsáveis por 21% por esse crédito e apenas 5% vêm dos bancos japoneses.

O valor dos empréstimos de bancos europeus corresponde a 25% do PIB dos países emergentes do Leste Europeu e a 16% do PIB dos emergentes na América Latina, enquanto que o valor dos empréstimos dos bancos americanos equivale a 2% do PIB no Leste Europeu e a 5% do PIB de países latino-americanos.

"Do ponto de vista de contágio pelo canal de crédito, a região dos emergentes do Leste Europeu parece naturalmente mais vulnerável, embora a América Latina e a Ásia emergente também tenham uma elevada exposição à qualquer retração dos empréstimos bancários europeus", afirma o estudo do RBC Capital Markets.

A presidente Dilma Rousseff avaliou hoje que "tudo indica que a tendência internacional é deflacionária". "Mais cedo ou mais tarde, essa característica vai ocorrer no mundo", disse a presidente em entrevista a jornalistas brasileiros em Nova York.

A presidente destacou a preocupação do governo com a inflação que, segundo ela, é uma preocupação "perene". "Sempre o nosso olhar está dividido entre olhar a inflação e ao mesmo tempo sustentar o crescimento", disse.

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Quanto à volatilidade dos mercados, a presidente insistiu que o Brasil não tem a mesma situação. "Nós somos um país com endividamento muito baixo, temos as contas públicas em ordem, somos um país com elevada acumulação de reservas", disse lembrando ainda da regulação dos bancos brasileiros que, segundo ela, "é muito sólida".

"Sem sombra de dúvida, como ela (a crise) não é aguda, pode até se agudizar bastante, mas ela parece ter características sistêmicas, permanentes e isso significa uma economia, durante algum tempo, em recessão. O Brasil tem que se preparar cada vez mais para isso", disse a presidente.

O Brasil apresentou condições para apoiar um potencial plano de ajuda à zona do euro que envolveria outros grandes países em desenvolvimento, pedindo que o bloco primeiro encontre soluções concretas para a crise da dívida soberana, segundo informações do ‘Wall Street Journal’. "A Europa precisa salvar a si mesma porque tem instrumentos para resolver os problemas da dívida soberana da Grécia e de outros países e o problema de fragilidade de bancos", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista à Dow Jones e ao WSJ. "Se eles não solucionarem os problemas, os países emergentes terão pouco a fazer, porque as questões centrais não estarão resolvidas."

Mantega, que na quinta-feira vai se reunir com seus colegas da China, Índia, Rússia e África do Sul, disse que os países do Brics podem complementar os esforços europeus com financiamento ou compra de bônus do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (Feef). Segundo o ministro, o Brasil e outros emergentes também podem fornecer ajuda financeira se o Feef começar a vender grandes quantidades de bônus.

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"Acreditamos que os países europeus podem fazer mais de seu lado do que estão fazendo atualmente", disse. "Naturalmente, os Brics e outros países emergentes podem participar da reconstrução do sistema financeiro e da recuperação da confiança."

Na semana passada, depois de informes de que a China estava preparando a compra de bônus da Itália, Mantega anunciou que os Brics se reuniriam antes dos encontros com os países do G-20 em Washington, nesta semana, para discutir formas de ajudar a recuperação da Europa.

Os comentários de ontem do ministro indicam que os esforços dos Brics estão nos estágios iniciais e dependem de ação significativa das autoridades europeias. Mantega negou informes de que o Brasil planejava usar US$ 10 bilhões de recursos próprios para ajudar a zona do euro, embora tenha admitido que o Banco Central brasileiro pode ter comprado bônus do Feef, mas apenas para diversificar as reservas estrangeiras, e não como parte de iniciativa de ajuda.

O ministro também disse não acreditar que o Fundo Monetário Internacional (FMI) necessite de mais capital para combater o aprofundamento da crise na Europa. Segundo ele, o dinheiro injetado no organismo em 2008 já seria suficiente para que o FMI atue para debelar a crise.

Sobre o País, o ministro da Fazenda disse que o panorama inflacionário é "mais benigno" em 2011 do que em 2010. Segundo ele, o índice de preços ao consumidor avançou em ritmo mais acelerado que o esperado até a metade de setembro, com o IPCA-15 subindo 7,33% nos últimos 12 meses, de acordo com dados divulgados hoje.

A pressão inflacionária tem sido vista por analistas como o maior risco para a economia brasileira. Mantega destacou que, entre os Brics, o País é o único com juro real positivo. Em agosto, o BC surpreendeu ao cortar a Selic de 12,5% para 12%, em parte para conter a demanda pelo real. "O Brasil adotou medidas defensivas de política cambial porque foi forçado a fazê-lo."

O ministro afirmou ainda que o Brasil não seguirá os passos de países como a Suíça, que recentemente estabeleceu um nível específico para a valorização do franco, mas comentou que medidas assim podem parecer sedutoras à primeira vista. "Eu rezo todas as noites para não cair nessa tentação", brincou Mantega. As informações são da Dow Jones.

A mulher que encontrou um bebê recém-nascido dentro de uma bolsa na quinta-feira, em Santa Maria, no Distrito Federal, perto de um hospital da cidade, é a verdadeira mãe da criança. Segundo o delegado-chefe adjunto da 33ª DP de Santa Maria, Murilo José, a jovem, de 18 anos, compareceu espontaneamente à delegacia no último sábado, 17, após já ter sido ouvida pela polícia sobre a localização do bebê.

A moça narrou que havia sido vítima de um estupro, em março deste ano, em um local considerado muito perigoso em Santa Maria, quando saía da escola, por volta das 23 horas. Envergonhada, e por ser casada e ter três filhos, ela não contou nada sobre o estupro, segundo depoimento da jovem.

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Durante o depoimento, a jovem disse ter tomado comprimidos abortivos. No último dia, 15, quando tomava banho, a jovem sentiu cólicas e foi quando o bebê nasceu. Ela achou que o bebê estava morto, mas quando viu a criança gemendo resolveu levar ao hospital.

A polícia já instaurou um inquérito que vai investigar todas as informações passadas pela jovem, principalmente o crime de estupro, pois segundo o delegado, ela pode mesmo ter sido vítima.

A criança foi encaminhada em estado grave para a UTI neonatal da unidade. A menina, com aproximadamente 28 semanas de vida, ainda estava com o cordão umbilical. O bebê está internado e seu quadro é considerado estável.

O governo da Espanha anunciou hoje que voltará a impor até 2012 um imposto sobre seus cidadãos mais ricos. Com isso, encerra um debate de semanas sobre a controversa medida para ajudar a controlar um dos maiores déficits orçamentários da Europa, ao mesmo tempo reduzindo o descontentamento geral dos eleitores com cortes de gastos públicos.

A ministra das Finanças, Elena Salgado, disse a jornalistas hoje que o imposto "irá reforçar a estabilidade orçamentária" e será aplicado em pessoas com ativos líquidos de mais de 700 mil euros em 2011 e 2012. A medida será aprovada na reunião semanal do gabinete, amanhã. O Ministério das Finanças estima que a medida afetará cerca de 160 mil contribuintes e levantará 1,080 bilhão de euros por ano.

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Lutando com sua pior crise econômica em décadas, os governos de países desenvolvidos buscam novas formas de obter fundos que não atrapalhem o crescimento ou imponham grandes dificuldades a suas populações. Os impostos sobre os mais ricos são mais fáceis de serem apoiados pelos eleitores, e alguns grandes milionários, como Warren Buffett nos EUA e Liliane Bettencourt na França, já disseram que desejam pagar mais impostos. A França já anunciou um novo imposto, temporário, sobre os cidadãos mais ricos.

O debate generalizado se disseminou para a Espanha, onde o governo tenta cortar seu déficit orçamentário para 6% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, de pouco mais de 9% no ano anterior, com um fraco crescimento econômico e desemprego em 21%. As informações são da Dow Jones.

O presidente norte-americano, Barack Obama, anuncia nesta quinta-feira (8) um pacote de medidas para estimular a economia nacional e o mercado de trabalho, impondo cortes de despesas públicas e aumento de impostos. O anúncio é aguardado com expectativa. O pacote será apresentado à noite ao Congresso norte-americano e deve reunir propostas que totalizam cerca de US$ 300 bilhões.

No começo desta semana, Obama apelou para que o Congresso seja rápido na aprovação das medidas. A economia norte-americana ainda sofre com os impactos da crise econômica mundial, registrando uma das taxas mais elevadas de desemprego já identificadas no país - 9,1%, cerca de 14 milhões de desempregados.

Também há queixas do mercado imobiliário de que o setor está desestimulado. Para o Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), a recuperação da economia está lenta em comparação às previsões iniciais.

Nos últimos dias, Obama intensificou visitas a várias cidades, nas áreas mais afetadas pela crise econômica internacional. Em uma das reuniões que teve, o presidente norte-americano conversou sobre desemprego e disse que há muitas estradas e pontes que necessitam de reformas e reconstrução.

A aprovação do pacote é interpretada por analistas como um teste político significativo para Obama, que no próximo ano volta a enfrentar as urnas na tentativa de conseguir um segundo mandato. As medidas do governo norte-americanos estão sendo alvo de várias críticas no Congresso, principalmente a que estabelece o aumento de impostos.

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