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 Nesta sexta-feira (8) é comemorado o Dia Internacional da Mulher e, para celebrar a força, coragem e dedicação da figura feminina na sociedade, o NOW promove o ‘Especial Mês das Mulheres’.

A plataforma de streaming irá disponibilizar, de 8 a 31 de março, 50 filmes com temáticas voltadas para o universo feminino, que terão com 50 % de desconto, para os clientes da NET e Claro.

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Entre os títulos de destaque estão dois títulos com Cate Blanchett: Carol, que também tem Rooney Mara em papel de destaque no filme; e Oito Mulheres e um Segredo, que junta outras mulheres poderosas no elenco, como Sandra Bullock, Anne Hathaway, Rihanna, Helena Bonham Carter e Sarah Paulson.

Confira lista completa dos títulos disponíveis:

Em pelo menos 45 cidades brasileiras, incluindo 17 capitais, protestos vão marcar hoje (8) o Dia Internacional da Mulher. Os atos da Marcha Mundial das Mulheres defendem o fim da violência contra as mulheres, o respeito aos direitos civis e direitos reprodutivos e sexuais das mulheres.

As imigrantes e refugiadas, as mulheres com deficiência, a questão da representatividade política, além do respeito aos direitos do público LGBTQIA+ estão entre as bandeiras dos atos que ocorrerão ao longo do dia. A vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), cujo assassinato completa um ano sem solução no dia 14, será homenageada.

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A maior parte da agenda que motiva a mobilização no Brasil coincide com os pleitos que levam às ruas mulheres de outros países nesta data.

Brasil

No caso brasileiro, o movimento também contesta a reforma da previdência. Ganha destaque ainda a luta pela democracia, pelos direitos dos povos indígenas e por uma educação não sexista, princípios defendidos, no final do mês passado, pela então representante da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Nadine Gasman, pilares da igualdade de gênero.

Relatórios recentes, produzidos  por diferentes fontes, mostram que, embora as bandeiras da marcha sejam idênticas de um ano para o outro, é necessário manter os temas em discussão. De acordo com levantamentos condensados no site Violência contra as Mulheres em Dados, pelo Instituto Patrícia Galvão, a cada minuto, nove mulheres foram vítimas de agressão, em 2018.

Violência

De acordo com informações da segunda edição do estudo Visível e Invisível – A Vitimização de Mulheres no Brasil e do 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2017, a cada nove minutos, uma mulher sofreu estupro. Além disso, diariamente, 606 casos de lesão corporal dolosa – quando é cometida intencionalmente – enquadraram-se na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006).

O elevado número de estupros envolve um outro crime multiplicado na sociedade brasileira: o assédio sexual. Dados de 2015 da organização não governamental (ONG) Think Olga, as brasileiras são sexualmente assediadas, pela primeira vez, aos 9,7 anos de idade, em média.

Em 2013, a pesquisa Percepção da Sociedade sobre Violência e Assassinatos de Mulheres, elaborada pelo Data Popular Instituto Patrícia Galvão, revelou que quase metade dos homens (43%) acreditava que as agressões físicas contra uma mulher decorrem de provocações dela ao ofensor. A proporção foi menor entre as mulheres: 27%.

De janeiro de 2014 a outubro de 2015, informou a ONG Think Olga, as buscas por palavras como "feminismo" e "empoderamento feminino" cresceram 86,7% e 354,5%, respectivamente.

Mercado de trabalho

A aspiração à justiça econômica também garante a aderência de muitas mulheres às passeatas. De acordo com documento divulgado ontem (7), pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a diferença está presente nos contracheques. A entidade apontou que as mulheres ganham, em média, salário 20% menor que o dos homens.

O Banco Mundial estimou que a desigualdade de gênero estendida ao ambiente profissional custa ao mundo US$ 160 trilhões. A quantia está relacionada à significativa participação feminina no mercado de trabalho, pois as mulheres representam, no mínimo, 40% da força laborativa em 80 países, de acordo com o Pew Research Center.

Dupla jornada

No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há mais mulheres entre os trabalhadores com ocupações por tempo parcial (até 30 horas semanais) do que homens. Elas são as principais responsáveis pelo cuidado de pessoas e afazeres domésticos, perfazendo, por semana, três horas a mais de trabalho do que os homens. A disparidade salarial chega a ser de 23,5% no país, outro desafio a ser enfrentado.

Para a terapeuta de ThetaHealing Rosana Almeida, deve-se ter cuidado com idealizações do que é ser mulher, sobretudo quando restringem as ambições da população feminina ou enaltecem a imagem da mulher que tudo resolve, porque reforçam estereótipos de gênero.

"[Isso] é algo imposto a imagem da mulher maravilha, da guerreira: 'Guerreira, você sustenta a casa. Guerreira, você cria seu filho sozinha.' Isso é uma coisa que fica imposta, uma pressão que tá aqui ativa, de que você vai ter que lidar sozinha, lutar o tempo inteiro”, disse. "Não que esse processo de conquista seja uma coisa ruim, mas a luta em si o tempo inteiro, essa sobrecarga vai nos deslocando do principal, que é ser mulher”, acrescentou.

Para Rosana Almeida, as mulheres, em geral, têm questionado os papéis que foram historicamente associados a elas. Assim como os homens, que, na sua opinião, têm se mostrado mais propensos a viver de outras formas. "Isso é uma mudança. Há muita coisa ainda imposta, registrada como sendo papel a ser feito. Cada vez mais, as mulheres estão querendo romper com isso ou adoecem, e é inevitável querer mudar."

Conscientização

Por intermédio de palestras, oficinas e reuniões programadas, as participantes da mobilização Marcha Mundial das Mulheres promoverão ao longo do dia e também durante o ano eventos para discussão. Debate incentivado pelo feminismo asiático põem em pauta a busca pela compreensão sobre mulheres racializadas.

Como esclarecem Caroline Ricca Lee, Gabriela Akemi Shimabuko e Laís Miwa Higa, no livro Explosão Feminista, em um capítulo dedicado ao tema, a vertente asiática do feminismo tem, entre suas pautas, a quebra da tradição do silêncio, tão disseminada nas culturas asiáticas e que contribui para a omissão da violência doméstica.

O objetivo é obter mais reconhecimento de identidades constituídas a partir de processos de divisão e dar mais visibilidade a trajetórias que têm como contexto a Diáspora, a guerra ou a colonização.

Compreender a própria linhagem feminina e o que simboliza essa sucessão pode ser uma experiência rica, na avaliação da terapeuta Kakal Alcântara, idealizadora do método Ciranda Sistêmica, que incorpora princípios da constelação familiar. Segundo ela, algumas participantes dividem a história de suas ascendentes e têm se libertado, como questões relacionadas ao patriarcado.

"É muito interessante perceber como as mulheres têm tido essa, eu até uso essa palavra ‘ousadia’ de olhar lá para atrás e salvar as mães, os relacionamentos das mães, as vidas financeiras das mães, entendendo, de um lugar muito profundo, o tamanho e o lugar de filha”, ressaltou Kakal Alcântara. “Quando elas se percebem nesse lugar, que podem receber e não se sentir endividadas, é como se elas fossem liberadas de poder viver todo o prazer do feminino."

A terapeuta ressaltou que os processos de conhecimento são distintos. "As alianças passam a acontecer não só pela dor, mas, desta vez, pelo pleno exercício de poder escolher fazer diferente e ainda ser abençoada pela ancestralidade, pra poder atuar de um modo diferente."

A atriz Marina Ruy Barbosa, a Luz da novela "O Sétimo Guardião", usou as redes sociais para publicar um texto relacionado ao Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta sexta-feira (8). No Instagram, a ruiva desabafou sobre a força e a importância da mulher, pedindo que uma não ataque a outra.

"Esse dia existe para relembrar nossas conquistas sociais, políticas e culturais ao longo dos anos (Tudo bem que ainda falta muito, mas...). E pra relembrar também o quanto devemos unir nossas forças. Uma das coisas que eu aprendi com o feminismo é não atacar outra mulher, mesmo até que ela faça isso comigo. O que nós precisamos fazer é parar de nos culpar. É acreditar na irmandade e solidariedade entre mulheres", declarou.

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Marina, que se viu no meio do furacão com o fim do relacionamento dos atores José Loreto e Débora Nascimento, recebeu diversos elogios dos internautas. "Que inteligência e elegância! Feliz dia para todas nós", comentou uma das seguidoras da atriz na postagem. 

Confira a publicação:

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Após ser acusado de agredir a esposa, Naldo Benny resolveu homenagear Ellen Cardoso, mais conhecida por Mulher Moranguinho, pelo Dia Internacional da Mulher, celebrado na última quinta-feira (8). O cantor presenteou a ex-dançarina com um buquê de rosas e um anel de brilhantes e fez questão de compartilhar o momento nas redes sociais.

O casal, que estava separado desde dezembro de 2017, reatou o relacionamento há poucas semanas. Após denunciar o funkeiro, Ellen se mudou para São Paulo ao lado dos pais e filho mais velho. Enquanto Naldo procurou ajuda psicológica e espiritual.

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Eram 17h desta quinta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, e o deputado Jair Bolsonaro (RJ), pré-candidato à Presidência pelo PSL, ainda tinha outros três eventos públicos pela frente em cidades do sul de Minas. Ele já tinha feito quatro saudações às mulheres pela efeméride, sempre homenageando a mãe, que completa 91 anos no dia 28. Bolsonaro abriu todas as falas na linha: "Sem vocês não seríamos nada".

Pouco depois da quarta saudação, sentado na cadeira de presidente - da Câmara Municipal de Pouso Alegre -, o deputado foi questionado se aumentaria a participação feminina em um eventual governo. "Respeito as mulheres, mas alguém aqui quer a volta da Dilma (Rousseff) por acaso?", disse o deputado. "Não é questão de gênero. Tem que botar quem dê conta do recado. Se botar as mulheres vou ter que indicar quantos afrodescendentes?", completou. A pequena plateia que acompanhava a entrevista reagiu: "mito, mito".

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O próprio Bolsonaro falou sobre o "estigma" de machista que, segundo ele, a imprensa e os adversários tentam lhe imputar. "Não é isso, meu Deus do céu? Me perguntam quem vai ser meu vice. Vai ser uma mulher para tirar aquele estigma de que vocês me acusam? Me apontem um áudio disso aí. Um discurso em que eu discrimino as mulheres", desafiou.

Antes, ao ser recebido no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), Bolsonaro fez a primeira saudação às mulheres, mas, logo em seguida, derrapou. "Não me faça pergunta idiota", disse o deputado à repórter de uma rádio que o questionou sobre o imbróglio com a deputada petista Maria do Rosário (RS), que lhe rendeu um processo por apologia ao estupro no Supremo Tribunal Federal. "Chora, Rosário", gritavam os apoiadores.

Segundo a segurança do aeroporto, cerca de 200 pessoas, entre passageiros, trabalhadores e militantes, foram especialmente para prestar apoio a Bolsonaro. Número muito inferior à previsão de mil bolsonaristas repassada na véspera pelos organizadores da recepção à administração de Viracopos.

Na rodoviária de Pouso Alegre, onde Bolsonaro fez a terceira saudação do dia às mulheres (a segunda foi em cima de um carro de som), o público também foi inferior à expectativa dos organizadores. A Polícia Militar não fez estimativas, mas, segundo policiais que estavam no local, menos de 400 pessoas acompanharam atentamente o discurso do pré-candidato e vibraram com as frases mais agudas aos gritos de "mito, mito".

Mobilização

Embora a passagem do deputado fluminense por Pouso Alegre, Borda da Mata, Ouro Fino e Monte Sião tenha sido organizada por pastores evangélicos, havia empresários, estudantes, profissionais liberais, militares, maçons e curiosos, alguns deles mulheres.

"Não gosto desse negócio de feminismo. Bolsonaro é a favor da família como era antigamente", afirmou a microempresária Monica Carvalho, de 32 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A concessionária CCR Metrô Bahia realiza a exposição fotográfica batizada de “Mulheres do Metrô”, em homenagem ao Dia da Mulher. O público pode acompanhar os registros que estão nas estações de Pituaçu, Pirajá e Rodoviária.

Para demonstrar a força e o desempenho feminino, as imagens retratam cerca de 50 funcionárias dos mais diversos cargos, desde o administrativo até o operacional. O evento é uma ação do projeto Vem pra Cá, que realiza eventos durante o ano nas estações do metrô de Salvador.

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As clientes que transitaram pela Estação Pituaçu receberam alguns mimos do “Espaço Beleza” que foi montado com tudo o que as mulheres gostam como esmalteria, design de sobrancelhas, cosmetologia, maquiagem e distribuição de brindes.

Thammy Miranda decidiu fazer uma postagem para rebater as ofensas e as felicitações irônicas que recebeu nesta quinta-feira (8), no Dia Internacional da Mulher.  

Em seu Instagram, o ator fez questão de responder aos comentários. "Hoje tô recebendo muitos homens vindo aqui me desejar 'feliz Dia das Mulheres'... Essa mulher que está aqui na foto mostra exatamente a força que a mulher tem! VOCÊ, MULHER, PODE SER ATÉ HOMEM SE VOCÊ QUISER! E pra vocês, homens, que vêm aqui me desejar “feliz dia das mulheres”, agradeço de coração, pois foi essa mulher aí da foto que me fez o HOMEM que eu sou hoje! BEEEEM, mas infinitamente bem mais evoluído que vocês", escreveu.

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Em apoio à postura do filho de Gretchen, internautas mandaram força e o parabenizaram pela atitude de coragem. "homão da p*rra" e "seja feliz, seu lindo" foram alguns dos comentários que ele recebeu na publicação. Em resposta à provocação, ele fez um relato que já teve mais de 25 000 curtidas no Instagram.

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Os homens na França pagarão 25% a mais do que as mulheres ao comprarem nesta quinta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o jornal Libération, uma campanha para alertar sobre a diferença salarial entre os sexos.

"O lucro potencial será doado ao Laboratório da Igualdade", uma associação que luta pela equiparação profissional entre homens e mulheres, informou o jornal.

"Apesar da lei, a diferença salarial entre homens e mulheres continua sendo de 25% na França. Para ressaltar esta injustiça, o Libération decidiu aplicar, por um dia, a mesma diferença no preço de venda", ou seja 2,50 euros para os homens e 2 euros para as mulheres, afirma o jornal em sua primeira página.

Excepcionalmente, o jornal também apresenta nesta quinta-feira primeiras páginas diferentes, de acordo com o sexo de quem compra. Uma com a ilustração de um homem e menção "para os homens 2,50 euros" e a outro com a de uma mulher e a frase "Para as mulheres 2 euros, o preço normal".

"Nosso gesto para este 8 de março, embora simbólico, talvez tenha um efeito: o de uma recordação", afirma o diretor de redação do jornal francês, Laurent Joffrin, em um editorial.

De acordo com a agência europeia de estatísticas Eurostat, para cada euro recebido por um homem na União Europeia (UE) em 2016, uma mulher recebeu em média 84 centavos.

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Diversas manifestações foram organizadas nesta quinta-feira (8) por mulheres que pedem igualdade de direitos, fim da violência e do assédio sexual, em mais de 170 países.

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Na Itália, Coreia do Sul, Chile, México, Argentina, Brasil e outros países milhares de mulheres foram convocadas a participar de marchas, protestos e greves hoje, data em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Entre as nações, a Espanha é a que, até o momento, registrou o maior engajamento. Nesta manhã, as espanholas iniciaram uma greve geral no país, sob o slogan "Sem nós, o mundo para". O ato foi organizado por sindicatos e já causou a paralisação de mais de 300 trens.

De acordo com o Ministério dos Transportes, que controla a empresa ferroviária Renfe, apenas 65% do serviço está assegurado. O metrô de Madri, Barcelona, Bilbao, Valência e várias outras cidades também são afetados. A Comissão organizadora do protesto exige "uma sociedade livre de opressão sexista, exploração e violência". "Não aceitamos pior condições de trabalho, nem receber menos que os homens pelo mesmo trabalho".

Jornalistas do periódico "El país" também aderiram à paralisação e receberam apoio da empresa, que publicou um vídeo da redação sem mulheres nas redes sociais. Segundo um relatório do Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat), os salários das espanholas são inferiores ao dos homens em 13% e 19% tanto no setor público quanto no privado, respectivamente. Em defesa às mulheres, a atriz Penélope Cruz também cancelou os eventos públicos planejados e disse que faria uma greve "doméstica". As prefeitas de Madri, Manuela Carmena, e a de Barcelona, Ada Colau, também estão apoiando a greve.

As duas maiores centrais sindicais da Espanha, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e as Comissões Obreras (CCOO) estão defendendo uma parada trabalhista de duas horas. Até o final da tarde são esperados diversos atos em prol dos direitos das mulheres no país, inclusive, o maior deles será no centro de Madri.

Itália O movimento chamado "Non Una Di Meno", liderado pela atriz italiana Asia Argento, uma das mulheres que denunciou o produtor de Hollywood Harvey Weinstein de estupro, será responsável pelo principal ato do país.

Além disso, nesta manhã já há centenas de mulheres participando de uma marcha nas ruas de Milão e Roma promovida por estudantes e pelo movimento de Argento. Durante o ato, algumas manifestantes jogaram ovos cheios de tinta rosa em bancos e lojas da região. "A maré feminista está de volta às ruas do mundo inteiro com a greve global das mulheres. A rejeição da violência masculina em todas as suas formas e a ira daquelas que não querem ser vítimas se transformará em um grito comum: de #metoo para #wetoogether.

Será uma greve feminista porque exigimos uma transformação radical da sociedade ", afirmaram os organizadores. Hoje, ainda estão programadas manifestações na Via Veneto e uma procissão da Piazza Vittorio à Piazza Madonna di Loreto.

Brasil Centenas de movimentos feministas espalhados pelas cidades brasileiras convocaram manifestações, principalmente, em prol da "vida das mulheres". Em São Paulo, haverá atos a partir das 16h na Paulista e na Consolação. Já no Rio de Janeiro, a concentração acontecerá na praça da Candelária. Em Belo Horizonte, o ato ocorrerá na praça da Assembleia, enquanto que em Brasília, as mulheres se reunirão no Museu da República. Argentina As argentinas farão o principal ato em Buenos Aires. A manifestação foi convocada por organizações feministas e da sociedade civil, além de partidos políticos. A marcha terá início na Plaza de Mayo e seguirá até o Parlamento. Nas cidades de Rosario, Córdoba, La Plata e Mendoza também serão palcos de reivindicações feministas. Chile A principal manifestação deverá ocorrer em Santiago, onde atos foram organizados por movimentos estudantis e de defesa dos direitos das mulheres.

Coreia do Sul Centenas de sul-coreanas foram às ruas do centro de Seul aos gritos de "Me Too" ("Eu Também", em tradução livre) fazendo referência à iniciativa criada em Hollywood para denunciar casos de abusos.

As mulheres se reuniram na praça de Gwanghwamun carregando cartazes em prol do movimento "With You" ("Com você", em inglês), que também foi desencadeado no país na tentativa de apoiar as vítimas de abusos sexuais. México Grupos de direitos humanos e sindicatos vão fazer uma greve geral com duração de 16 horas para combater a desigualdade salarial e o a violência contra a mulher.

A atriz espanhola Penélope Cruz, 43, afirmou ser a favor da paralização das mulheres na Espanha no Dia Internacional da Mulher, nesta quinta-feira (8).

Em entrevista à Agência Efe, a atriz disse que há “motivos de sobra” para apoiar o movimento. Um dos motivos que Cruz apresenta é a procura por igualdade salarial. “Estou totalmente de acordo e apoio”, disse.

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A espanhola disse também que apoia os movimentos em Hollywood, “#MeToo” e “Time’s Up”, e que os dois movimentos devem incentivar outras denúncias de crimes sexuais além do meio artístico.

“Tudo o que saiu à luz na nossa indústria tem que ajudar, como foco, mulheres de outras profissões e de outras indústrias que não têm microfones por perto como nós”, afirmou Penélope.

Sobre a greve, a atriz disse que busca por igualdade salarial e igualdade nas condições de trabalho. “Deveria ser óbvio, mas parece que não, por isso é preciso relembrar o necessário: a greve de 8 de março é muito importante, é preciso apoiá-la”, concluiu.

Para celebrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres no Brasil e no mundo, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, na próxima quinta-feira (8), o Teatro Nelson Rodrigues, localizado na Vila Galvão em Guarulhos, contará com uma programação especial e gratuita, com atividades abertas para toda a comunidade.

Música, grafite, artesanato sustentável e palestras com profissionais da área de comunicação estão entre as atividades que serão oferecidas ao público.

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O teatro também abre inscrições para a oficina de artesanato sustentável e aulas de Coral, atividades ministradas por artistas ligados às temáticas. Os interessados devem levar cópia do documento de identidade, comprovante de residência e ter idade mínima de 12 anos para participação.

Serviço

"A Arte de ser Mulher"

Dia: 8 de março (quinta-feira)

Horário: das 14 às 17 horas

Local: Teatro Nelson Rodrigues (Rua dos Coqueiros, 74 - Vila Galvão, Guarulhos-SP)

Evento gratuito

Classificação: 12 anos

A premiada diretora de cinema Tizuka Yamazaki escolheu o Dia Internacional das Mulheres, nesta quinta (8), para o lançamento de seu novo filme, o 12° da carreira. Encantados conta a história real de Zeneida Lima, uma mulher que precisou enfrentar a família e o preconceito da sociedade para seguir seu dom, até tornar-se uma líder espiritual. O longa entra em cartaz no Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. 

Inspirado no livro O mundo místico dos Carunas da Ilha do Marajó, o filme é uma livre adaptação da história de Zeneida, focando no momento em que ela vive a transição de menina para adolescente, quando seus dons para curar com elementos da natureza afloram. A menina sofreu preconceitos por suas crenças e convicções, mas transpôs barreiras e tornou-se uma das líderes espirituais mais importantes do estado do Pará, no Norte do Brasil. 

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O elenco traz Carolina Oliveira, Letícia Sabatella, Dira Paes, José Mayer, Thiago Martins, Ângelo Antônio, Anderson Muller, Laura Cardoso e Cássia Kiss Magro, entre outros. A produção é uma parceria entre a Globo Filmes e a Scena Filmes e já conquistou prêmios na 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e no 31° Festival de Cinema de Trieste, na Itália. 

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Nesta terça-feira (6), a Mattel anunciou o lançamento de uma nova coleção de Barbies nomeada ‘Inspiring Women’, que traz bonecas que fizeram parte da história de alguma forma, como a artista Fridda Khalo, a aviadora Amelia Earhart e a matemática da NASA Katherine Johnson.

Além dessa linha, foi divulgada também a ‘Sheroes’, que conta com ícones femininos contemporâneos, que são exemplos e fazem história em seus respectivos campos de trabalho. Entre essas bonecas estão as das diretoras Ava DuVernay e Patty Jenkins, esta última responsável por dirigir ‘Mulher-Maravilha’.

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“Com 86% das mães americanas preocupadas com os tipos de ‘modelos’ que suas filhas estão expostas, nós nos comprometemos em exaltar mulheres empoderadas, tentando fazer com que elas sirvam de exemplo para inspirar mais nossas meninas”, escreveu a empresa.

A lista com as demais mulheres que inspiraram as novas coleções da Barbie pode ser vista no site da Mattel.

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Um levantamento realizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) mostra um crescimento de 106% no número de mulheres com licenças ativas emitidas pela ANAC, excluindo a carreira de comissário de bordo que, historicamente, sempre teve mais profissionais do sexo femino. Entre 2015 e 2017, o número de mulheres com licença de piloto de avião (PPR) pulou de 297 para 470, aumento de 165% nessa categoria. O número de Pilotos Privados de Helicóptero (PPH) também é outra categoria que teve um aumento expressivo. Saiu de 47 em 2015 para 167 em 2017, ou 255% no período.

Outras categorias tiveram um crescimento menor, como as de Piloto de Linha Aérea - Avião (PLA) de 29 em 2015 para 41 em 2017 e Piloto de Linha Aérea - Helicóptero (PLH) de 14 para 22 no mesmo périodo. Ao todo, o Brasil possui 1.465 mulheres pilotos contra 46.556 profissionais masculinos. O número de mecâncias apresentou um crescimento de 30% nesta mesma época, passado de 179, em 2015, para 233, em 2017. Contudo, o número é pequeno quando comparado aos profissionais do sexo masculino, 8092 em 2017. Já as comissárias de bordo dominam a categoria. No total, são 6.485 profissionais contra 3.335 homens.

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O levantamento é realizado a partir da extração das licenças ativas emitidas exclusivamente pela ANAC. A agência determina padrões para os profissionais da aviação civil que devem ser licenciados por meio de processos de formação prática e teórica. Para saber como se tornar um profissional da aviação civil, basta consultar o portal da ANAC.

A segunda edição da Semana Arte Mulher começa na próxima segunda (5), maior em dias de duração - serão sete -, e em número de atrações, mais de 70. O festival joga luz sob a produção de artistas mulheres, de diversas linguagens; nesta edição, em polos descentralizados e 95% da programação gratuita. 

A programação passa pelo Cinema São Luiz, Centro Apolo-Hermilo, Morro da Conceição, Parque da Jaqueira e Compaz Alto Santa Terezinha. O objetivo da Semana é reverenciar a arte produzida pelas mulheres além de utilizá-la como meio de convívio, diversão e denúncia.

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Além de literatura, cinema, debates, exposição, espetáculos de dança e shows com grandes nomes da música brasileira como Leci Brandão, Isadora Melo, Isaar e o espetáculo Elas Cantam Rossi, com Kelly Rosa e Sheila Toy, o festival também dedica parte de suas atividades para as crianças. No polo da Jaqueira, a garotada poderá ver a banda Mini Rock, a Fada Magrinha e As Levianinhas. No Compaz Alto Santa Terezinha haverá contação de histórias, oficinas, cinema e circo. A programação completa da Semana Arte Mulher pode ser vista no site do evento. 

Serviço

Semana Arte Mulher

Segunda (5) a  domingo (11)

Cinema São Luiz, Centro Apolo-Hermilo, Morro da Conceição, Parque da Jaqueira e Compaz Alto Santa Terezinha

Gratuito (exceto atrações no Centro Apolo-Hermilo)

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O Dia Internacional da Mulher é comemorado nesta quarta-feira (8) com o propósito de conscientizar homens e a sociedade sobre igualdade de gênero em todos os âmbitos, bem como pregar mais respeito às mulheres.  

As agressões e assédios cometidas por homens às mulheres são consideradas crimes e, embora sejam combatidas, ainda existem no mundo vários casos que refletem o machismo. Na maioria dos casos, com esposas e namoradas, ocorridos em locais públicos ou até mesmo em casa. Somente no último ano, o Mapa de Violência de Mulheres no Brasil constatou que a cada cinco minutos uma mulher sofre agressão no Brasil.

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No mundo da fama, algumas celebridades masculinas também contribuem para essa estatística e escondem por trás de um sorriso amável a realidade de um ser machista, que desrespeita os direitos das mulheres e até a admiração e carinho de fãs.

A lista de homens famosos acusados de agredir e violentar mulheres por vezes passa despercebido, geralmente devido à fama dos envolvidos. O LeiaJá reuniu uma lista de alguns famosos que já agrediram ou assediaram mulheres e causaram polêmica, confira:

Chris Brown

O cantor já tem histórico recorrente de desrespeito e agressões a ex-namoradas.  A primeira vez ocorreu em 2009, com a cantora Rihanna, antes da festa de premiação do Grammy. Chris agrediu a estrela do pop, que divulgou uma imagem do seu rosto bastante machucado. Já no último mês, o astro americano de hip-hop foi proibido pela Justiça de se aproximar da modelo Karrueche Tran, depois que ela o acusou de tê-la agredido e ameaçado de morte.

Netinho de Paula

O cantor de pagode agrediu sua ex-mulher Sandra Mendes, com socos, por ela se recusar a assinar sem ler documentos em que ela concordava em desistir de seus direitos conjugais. O caso aconteceu em 2005, e o próprio artista admitiu ter batido na esposa alegando ter sido um “momento de fúria”.

Kadu Moliterno

O ator e surfista foi acusado de agressão por duas de suas companheiras. Brisa Ramos. A ex-namorada de Kadu chegou a afirmar ao Uol, em 2014, que foi agredida três vezes por ele, chamando-o de machista e ciumento. 
Em 2006, a ex-mulher dele, Ingrid Saldanha, divulgou na capa de uma revista semanal o rosto machucado pelo espancamento que sofreu pelo artista. Kadu chegou a comentar do assunto justificando-o como acidente, alegando que o prejudicou muito.

Dado Dodabella

O ator foi acusado duas vezes por suas ex-companheiras de agressão física. Em 2008, ele foi gravado pela câmera de segurança de uma boate empurrando a então namorada, Luana Piovani, que levou o caso à polícia. Na ocasião, uma camareira de teatro, amiga de Luana, também foi empurrada e teve de enfaixar os braços. Em 2010, Viviane Sarahyba, que tem um filho com o ator, também o acusou de agressão. Dado foi inocentado em 2012, depois que a Justiça aceitou o argumento de que ele teria apenas segurado o braço da ex-mulher para impedi-la de tirar o filho dos dois da casa dele.

MC Biel

Apesar de bastante jovem, Biel também já deu o que falar e assediou uma jornalista. Durante uma entrevista, o cantor teen disse a repórter "se te pego, te quebro no meio", a xingou de "cuzona" e depois lhe pediu um beijo. Biel persistiu no erro e disse em uma entrevista que a repórter que o acusou “prejudicou muito sua carreira”. 

Victor

O cantor da dupla Victor e Leo, foi acusado no último mês, pela sua esposa, Poliana Bagatine, de agressão física. Grávida do artista, ela disse ter sido jogada no chão e agredida com chutes por ele, mas dias depois, por meio de uma carta no Instagram, ela negou  a agressão e disse que o marido “nunca a machucaria”, alegando que a situação ocorreu devido a um "um grande desentendimento familiar" a abalou "profundamente" e que a discussão foi com a sogra. 

 

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Senadoras, deputadas e servidoras organizam uma programação especial para essa quarta-feira, 8 de Março, em que se celebra o Dia Internacional da Mulher. Simpatizantes da causa vão aderir à Greve Geral de Mulheres, movimento internacional com atos em pelo menos 40 países. Além disso, mulheres do Congresso Nacional vão participar de eventos ao longo do dia para denunciar a violência e a desigualdade de gênero no mundo.

Os movimentos são organizados pelas parlamentares de oposição, que vão se manifestar também contra a reforma da Previdência, que está atualmente em discussão na Câmara. Na visão das parlamentares, o projeto é mais prejudicial para a aposentadoria das mulheres do que dos homens. Entretanto, senadoras e deputadas da base do governo também vão aderir a alguns atos da programação do Dia Internacional da Mulher.

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As manifestações começaram às 9h com piquetes nas entradas dos prédios anexos da Câmara dos Deputados e do Senado. O objetivo é que senadoras, deputadas e simpatizantes informem às pessoas que visitarem o Congresso nesta quarta-feira os motivos da Greve Geral de Mulheres.

Como nem todas as mulheres que trabalham no Congresso terão condições de parar integralmente durante o 8 de Março, as servidoras realizarão um "apitaço" às 12h30 em solidariedade àquelas que não puderam aderir à greve. O ponto alto das manifestações será às 16h, quando parlamentares e funcionárias farão uma descida coletiva da rampa do Congresso e se unirão às mulheres que participam do Ato Unificado na Praça dos Três Poderes.

Paralisação de votações

Nessa terça-feira, as senadoras propuseram ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que fosse feita uma paralisação das votações da Casa no Dia Internacional da Mulher. Não houve acordo com os demais senadores, majoritariamente homens, para interromper as votações. Dessa forma, o Senado deve votar nesta quarta o projeto que a reabre o programa de repatriação de recursos de brasileiros no exterior.

Em contrapartida, as senadoras conseguiram aprovar na véspera do Dia Internacional da Mulher um pacote de quatro projetos com temas femininos, que tratam do atendimento à mulher vítima de violência e do reconhecimento de heroínas nacionais. As propostas vão à sanção presidencial.

A reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desta quarta-feira também será dedicada à apreciação de projetos feministas. As senadoras pediram que propostas que atualizam a Lei Maria da Penha e que determinam cotas para mulheres em empresas públicas fossem priorizadas. O presidente da comissão, Edison Lobão (PMDB-MA), afirmou à reportagem que irá acatar o pedido.

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Em pleno Dia das Mulheres, um grupo de trabalhadoras do campo se reuniu na manhã desta quarta-feira (8) na Rua da Aurora, área central do Recife. Elas seguiram em passeata pelas ruas da cidade em direção ao Prédio da Previdência Social, localizado na Avenida Mário Melo. A finalidade do ato é protestar contra a reforma da previdência. 

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Com carro de som, centenas de mulheres se concentraram no Monumento Tortura Nunca Mais e seguiram para o órgão com o objetivo de ocupá-lo. De acordo com o grupo, esse ato é realizado há mais de dez anos, todos os dias 8 de março, no Dia da Mulher, e visa dialogar com a sociedade e movimentos sobre as pautas do campo, além de fazer denúncias sobre a realidade vivida. A manifestação também acontece em vários municípios pernambucanos. 

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O ato é promovido pela Via Campesina, uma organização internacional de camponeses composta por movimentos sociais e organizações de todo o mundo. O intuito da organização é articular os processos de mobilização social dos povos do campo em nível internacional. O grupo ficará no prédio por tempo indeterminado e enquanto isso pretende realizar diálogo com a sociedade. 

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*Com informações de Brenda Alcântara

Para explicar a importância da igualdade entre gêneros para os homens, a socióloga Eva Blay diz que sempre conta uma historinha. “Eu fazia a conta. Você [homem] ganha R$ 20. A tua mulher ganha R$ 10. Quanto entrou na sua casa? R$ 30. Então ficou faltando quanto? Quem ficou com esses R$ 10 [que estão faltando]? Quando você joga essa pergunta: 'quem ficou com os R$ 10?' – e não foi nem você, nem sua mulher nem sua casa – era fantástico”, disse, em entrevista dada à Agência Brasil, na semana passada, no campus da Universidade de São Paulo (USP), na sede do escritório da USP Mulheres.

Eva prefere não falar de si, mas sua história de luta pelos direitos das mulheres é longa. Socióloga e professora titular da Universidade de São Paulo (USP), Eva Blay, 79 anos, foi senadora e atualmente coordena o Escritório USP Mulheres, que trabalha para o enfrentamento da violência contra a mulher, para a garantia da igualdade de gênero no Brasil e conta com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Para ela, o feminismo avançou muito ao longo dos anos, mas a consolidação dos direitos das mulheres no mundo nunca foi, de fato, consagrada. “Na sociedade não existe, nunca [houve] uma consolidação. O que existe é sempre um processo”, destacou.

Na entrevista, Eva fala sobre o surgimento do Dia Internacional da Mulher e diz que a data remonta a várias lutas femininas.

Ela destaca que a violência contra a mulher continua em todo o mundo, mas que no Brasil a distorção é ainda pior. “O Brasil está em quinto lugar no assassinato de mulheres”, destaca.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

Agência Brasil: Como teve início as comemorações pelo Dia Internacional da Mulher?

Eva Blay: O dia 8 de março não começou no dia 8 de março. Começou com a Clara Zetkin, uma socialista que apresentou em um congresso socialista [2º Congresso Internacional de Mulheres Socialistas], em 1911, uma proposta de um dia internacional para as mulheres. Então, como socialista, ela queria uma coisa geral. Naquela época, mais ou menos como agora, havia uma série de dificuldades. Mas acho que, naquela época, a situação era pior. As mulheres não tinham horário de trabalho. Então, trabalhava 12 horas, 15 horas, as crianças trabalhavam. Quando as mulheres, naquela época, saíram às ruas com essa proposta - ainda era época do czar - elas achavam, e aí já não eram as socialistas, que podiam conseguir do czar um certo apoio, uma certa redução da jornada, mas ele mandou a polícia para cima delas e foi um morticínio total. Depois disso, sempre do ponto de vista político, as mulheres continuaram a lutar por um dia de reivindicação, um dia de luta, não festivo. Mas em vez de pensar em luta, o que a sociedade capitalista inventou? Vamos dar bombons e flores. Ora, nós não queremos bombons e flores apenas. Venham os bombons e as flores, mas não só isso. O que nós queremos é a igualdade de direitos e de deveres como está na Constituição de 1988.

Agência Brasil: E quais foram os avanços conquistados pelas mulheres desde então?

Eva: Homens e mulheres são iguais perante a lei. E ser igual significa o que? As mesmas oportunidades de estudar, de não ter limitações nas carreiras, de não ter um teto de vidro que limita a ascensão das mulheres nas carreiras. Enfim, uma mudança geral na estrutura da sociedade. E estou falando especialmente da brasileira. Mas isso acontece em todas as outras sociedades. Por volta dos anos 50, essa reivindicação tornou-se o centro do movimento feminista no mundo todo. Não era só socialista, era feminista, era suprapartidária. E o movimento feminista incluiu todas essas reivindicações: a igualdade de direitos, a igualdade sobre, por exemplo, na família, de a mulher poder dizer quem é seu filho e quem é o pai do seu filho. Nós não podíamos fazer isso. A mulher, para trabalhar, precisava de autorização do marido. Para viajar, precisava de autorização. Ela não podia nem usar o próprio dinheiro. O movimento feminista começou a trabalhar todas essas questões. E, de uma certa maneira, avançamos. Avançamos do ponto de vista do direito, do ponto de vista da educação, as mulheres se tornaram altamente escolarizadas comparando com os homens e muitas foram para a universidade. O caminho da universidade é mais ou menos heterogêneo. Nas carreiras que são das ciências chamadas duras ou exatas, temos menos mulheres que homens. Mas estamos fazendo muita força para ampliar isso.

Agência Brasil: E o que falta conquistar?

Eva: Qual foi a área que não avançou? A violência. Na violência, nós não conseguimos avançar. Ela continua. Na pior situação, há o assassinato de mulheres, a violência dentro de casa, o estupro, o incesto. Tudo isso continua acontecendo e esta é a área que a gente menos conseguiu avançar. Não só no Brasil como na América Latina toda e no mundo, de forma geral. Mas aqui a distorção é muito pior.

Agência Brasil: Por que você diz que aqui é muito pior?

Eva: Por causa do número de mulheres. O Brasil está em quinto lugar no assassinato de mulheres.

Agência Brasil: A senhora tem escrito artigos destacando esse momento que o mundo vive com Trump [Donald Trump, presidente dos Estados Unidos] e Putin [Vladimir Putin, da Rússia]. Como a senhora enxerga épocas como essa que parecem de retrocesso?

Eva: Acho que vivemos um momento em que há várias forças em atuação. Evidentemente, quando você pega alguns grupos religiosos ou alguns indivíduos conservadores e muito conservadores, eles não admitem os avanços que nós conseguimos. Tem um aí que acha que a mulher tem que ser subserviente ao homem. Ou ele acha que o casamento entre homossexuais é uma aberração. Não concorda com o aborto mesmo em caso de anencéfalos. Até em coisas que já avançamos existem aqueles que querem voltar atrás. Por isso, acho muito importante a gente nunca perder de vista que o feminismo avançou, mas não consagrou os avanços. Você tem que estar sempre alerta porque senão volta para trás. Vide o Trump que, nos Estados Unidos, quem imaginaria que ia fazer as propostas tão retrógradas como ele está fazendo?

Agência Brasil: Há como recuperar o Dia Internacional da Mulher como um evento de luta? Esse ano parece um ano especial, de mobilização e de greves, em nível internacional. Tem como voltar a marca do dia de luta e não do dia de bombons?

Eva: Acho que hoje em dia ninguém ousa pensar o Dia Internacional da Mulher como o dia do bombom. Eu não vejo mais isso não. Se você andar pela rua ou mesmo aqui pelo campus [da USP], o que você vê? Frases e cartazes assim [ela mostra postais com frases que pedem o fim do assédio e da violência contra a mulher], de que isso tem que parar. A violência sexual tem que parar. Elas podem ser chefes no trabalho, elas podem andar como quiserem. Você deve apoiá-las. Isso nós estamos fazendo. Agora, elas podem sair à noite sozinhas. Hoje você pega uma adolescente e ela não aceita mais vir com essa conversa. Ela quer andar de shorts sim, decotada sim e ninguém tem nada a ver com isso. Elas já absorveram esse feminismo.

Agência Brasil: Esse é o momento que você falou que está faltando, da consolidação do feminismo?

Eva: Na sociedade não existe, nunca [houve] uma consolidação. O que existe é sempre um processo. É um processo que pode ir e voltar. Se você comparar hoje com, por exemplo, quando conquistamos o direito ao voto, quando a Bertha Lutz [biológa] lutou pelo direito ao voto, em 1920. Sabia que ela jogava panfletos por avião? Quem tinha avião naquela época? Ela fez todo um trabalho de direito ao voto. Então já era uma coisa forte. Havia muitas jornalistas feministas. Se você pegar de 1850 para frente, o número de mulheres jornalistas e feministas era muito grande. E depois teve um retrocesso.

Agência Brasil: As adolescentes podem ser um novo [avanço]?

Eva: Acho que estamos avançando. Por exemplo, na violência, a gente não superou os limites. Mas a gente tem a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio. Mas agora é uma questão de cultura. Você tem a lei, mas não tem ainda a cultura para implantar isso.

Agência Brasil: Tem alguma lei que pode ajudar?

Eva: Lei não adianta. A lei ajuda. Ela pune. Isso é importante. Mas nós vivemos em uma cultura patriarcal, uma cultura machista. Então, enquanto você viver em uma cultura machista, você não consegue acabar com isso. Vou dar um exemplo. Tem um fulano, que não quero citar, que matou a mulher e era uma pessoa notória porque ganha dinheiro. Dois dias depois, o que vejo nos jornais? A seguinte frase: 'fulano de tal [ela não diz o nome, mas ela está falando do goleiro Bruno, condenado por assassinato] está muito magoado com seus companheiros que não foram visitá-lo na prisão'.  Eu acho que os companheiros não foram visitá-lo na prisão porque não estavam de acordo por ele ser um assassino. Mas a mídia não está passando isso. A mídia está passando 'coitado, ele pagou o seu crime, então agora ele tem que ser recepcionado'. Você colocar na mídia essa tentativa de dizer vamos recuperá-lo? A moça sumiu. Nunca se achou o corpo dela.

Agência Brasil: E as transgêneras?

Eva: Gênero significa o seguinte: quando você está pensando em uma pessoa, em um corpo, até agora a gente pensava apenas do ponto de vista biológico. Hoje não pensamos mais do ponto de vista biológico. Hoje pensamos mais. Você vive em uma sociedade e é a sociedade que tem uma cultura que vai ensinar para você a ser mulher, a ser homem. Isso é gênero. Gênero é o contexto dentro do qual as pessoas estão. Ao lado disso você tem homens que podem ser biologicamente homens, mas não se sentem homens, se sentem mulheres. E vice-versa. Homens que são bissexuais, mulheres que são bissexuais. Hoje tem os crossdresser [termo que designa pessoas que se vestem com roupas associados ao sexo oposto], que é uma coisa muito interessante, que são homens que se vestem como mulheres. É raríssimo o caso contrário, mas tem também. Você vive em uma sociedade que, felizmente, as coisas agora estão aparecendo. Em vez de o cara ficar enrustido ou se suicidar, em vez de ele ficar sofrendo, hoje em dia não. Claro que não é todo mundo que hoje em dia aceita essa decisão. Porque a pessoa é o que ela é. Não importa. Desde os 3, 4 anos de idade, ela já começa a se definir. Ela não está escolhendo. Faz parte dela essa atuação, essa maneira de ser. 

Agência Brasil: O 8 de março é um dia de luta também para a mulher trans?


Eva: Elas podem, por que não? Acho que sendo um dia internacional, cada um vai para a rua fazer o que quer.

Cada vez mais mulheres têm se lançado como empreendedoras no País. O caminho do negócio próprio é uma das alternativas para aumentar a rendimento ou até mesmo tornar a atividade como principal fonte de renda. Nos últimos quatorze anos, o número de empresárias subiu 34%, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em 2014, o País tinha 7,9 milhões de empresárias.

Um levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que é a principal pesquisadora de empreendedorismo do mundo, aponta que, em 2014, 51,2% dos empreendedores que iniciam negócios são mulheres, o que contribui para o aumento da autonomia financeira das mulheres.

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Além disso, a renda obtida pelas mulheres tem ganhado cada vez mais importância no orçamento familiar. Isso porque quatro em cada dez lares brasileiros são chefiados por mulheres, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicíios (PNAD). Dessas, 41% são donas de negócios próprios.

A estimativa do Sebrae é de o que o faturamento de 75% das empreendedoras chegue a R$ 24 mil por ano. Elas já ocupam 43,2% dos cargos de gerência nessas micro e pequenas empresas.

Um levantamento do Sebrae traçou o perfil das empresárias, que são sobretudo jovens: 40% delas são mulheres com menos de 34 anos que estão concentradas principalmente em quatro áreas de atuação: restaurantes (16%), serviços domésticos (16%), cabeleireiros (13%) e comércio de cosméticos (9%). A maior parte empreendem dentro de casa (35%).

Para incentivar o trabalho das mulheres que atuam no setor, todos os anos o Sebrae promove o Prêmio Mulher de Negócios, que premia as vencedoras com um curso de capacitação na área. O Sebrae avalia o relato dessas empreendedoras e os desafios enfrentados por elas para impulsionar os negócios.

O Sebrae ainda oferece formação para as mulheres que decidem entrar nesse ramo. Os cursos do órgão passam noções de empreendedorismo para o desenvolvimento de novos negócios. 

Fonte: Portal Brasil, com informações do Sebrae

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