Tópicos | Dia da Mulher

"Ela é louca." O diagnóstico duro, ouvido ao longo de sua trajetória, continha a frase machista que mais a impressionou. Não foram uma, duas, nem três vezes que ela recebeu um "parecer" assim. Perdeu até a conta. "Essa é a forma mais eficaz de desestabilizar a imagem de uma mulher", disse ao jornal O Estado de São Paulo a secretária da Cultura, Regina Duarte.

Convidada pelo presidente Jair Bolsonaro para ingressar na equipe, Regina não relacionou a frase à sua decisão de ser a quarta titular da secretaria em um governo com pouco mais de um ano. A atriz que deu vida à revolucionária protagonista de "Malu Mulher" - mas já admitiu nunca ter sido feminista como a personagem - afirmou ficar impressionada até hoje com o preconceito enfrentado por mulheres. O sentimento independe de classe social, profissão e hierarquia. No Dia Internacional da Mulher, comemorado neste domingo, as mulheres no exercício do poder, seja em Brasília, nos Estados ou nos municípios, têm de enfrentar ambientes de trabalho masculinizados.

##RECOMENDA##

No Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia e Rosa Weber são as únicas ministras entre os 11 integrantes da Corte. Cármen já reclamou até mesmo que os colegas homens interrompem seu raciocínio em plenário. Em abril de 2018, por exemplo, ela comandava uma sessão quando o colega Marco Aurélio Mello se irritou com sua decisão. O ministro a chamou de "toda poderosa". Ela não deixou passar: "Sou apenas presidente da Corte".

Na tese de mestrado apresentada por Cármen Lúcia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), nos anos 1980, o machismo também ficou registrado. "A aluna mulher raciocina brilhantemente como homem, por isso a nota total", escreveu o professor. Ao Estado, a ministra fez questão de destacar que notas em teses nunca são justificadas. "A minha, naquele caso, foi", lamentou. O nome do professor só será revelado, diz ela, em suas memórias.

A diretora da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Elisa Bastos disse, por sua vez, que não é raro um homem se apropriar da ideia de uma mulher sem dar o devido crédito. "Não importa se você está em um cargo de liderança ou não. Enquanto não houver uma mudança cultural, acontecerá com todas, independentemente de ser a estagiária ou a presidente de uma multinacional."

Levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo com números do Ministério da Economia revela que, na máquina do governo federal, somente 38% dos 32 mil cargos de direção e funções gratificadas - com exigência de diploma universitário - são preenchidos por mulheres. É um índice em decréscimo desde 2006, quando elas ocupavam 41,5% dos postos.

A desigualdade fica visível quando se observam os dados do Censo Escolar. Há mais de duas décadas as mulheres passaram os homens nos cursos superiores do País. Hoje, 57% dos estudantes são do sexo feminino.

Um dos nomes mais populares da gestão Bolsonaro, a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) conta que o mais forte ato de machismo vivenciado por ela ocorreu em novembro de 2018. Damares estava em Belo Horizonte quando, após receber o título de cidadã honorária de Minas Gerais, leu na internet que tinha perdido a chance de fazer sexo com Jesus ao subir em um pé de goiaba. O post se referia ao vídeo em que ela contou ter visto Jesus numa goiabeira. Era um relato sobre o tempo de menina, que encontrou na fé a força para encarar os traumas da violência sexual cometida por um falso pastor.

Deputada licenciada pelo DEM, a ministra Tereza Cristina aponta o Congresso como o ambiente onde mais percebeu hostilidade. "Em toda minha carreira, onde eu vi mais machismo foi no Parlamento", relatou.

A entrada na política de Brasília, por meio do voto, também não é das mais fáceis. Em 130 anos de República, a Câmara e o Senado nunca foram comandados por mulheres. Das 594 cadeiras do Congresso, apenas 77 foram ocupadas por mulheres nas últimas eleições. No comando de negociações, as mulheres assertivas muitas vezes recebem o carimbo de bélicas e complicadas. Vanessa Canado, assessora especial do ministro da Economia, Paulo Guedes, não está imune. Ela é uma das principais negociadoras do governo no debate da reforma tributária. A assessora, de 39 anos, observa que a idade é outro obstáculo que pesa mais para as mulheres. Enquanto para os homens jovens colocados em destaque é dado o adjetivo de talentoso, para as mulheres, paira a dúvida sobre o conhecimento técnico.

No Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha é a primeira e única ministra desde a criação da Corte por d. João VI, em 1808. Em 2014, a magistrada era vice-presidente do tribunal quando o titular se aposentou. Naturalmente, ela ascenderia ao comando, mas dois ministros se movimentaram para mudar o regimento e impedi-la.

A maioria não aceitou a manobra. "Claro que aquilo era uma discriminação de gênero", diz Maria Elizabeth. Foi durante julgamento de uma tentativa de estupro que outro episódio de machismo a marcou. Um cabo do Exército era julgado por atacar sexualmente a mulher de um oficial. Uma parte do plenário entendia que o crime não passava de uma "importunação sexual". "Diziam que a condenação do rapaz que tentou estuprá-la deixaria marcas e comprometeria sua ficha corrida", afirmou.

Primeira mulher a comandar o Superior Tribunal de Justiça, a ministra Laurita Vaz diz que, entre os 33 integrantes da instituição, somente seis são do sexo feminino. "Quando se chega ao ápice da carreira jurídica, a disputa não depende mais de provas e títulos, mas de abertura política e de reconhecimento dos próprios pares, na maioria homens, que, muitas vezes, dificultam o acesso das mulheres."

Na semana passada, a prefeita de Ilhabela, Maria das Graças Ferreira, a Gracinha (PSD), precisou pedir providências à polícia para cessar ataques racistas. A casa onde mora, o corte de cabelo e até as roupas que veste foram usados como ofensas. "A cidade já teve vários prefeitos. Ninguém nunca se preocupou se eles se vestiam bem ou mal".

No Rio Grande do Sul, Leany Lemos, secretária de Planejamento, foi barrada recentemente num evento em que acompanhava o governador Eduardo Leite (PSDB). Tentava ingressar em uma sala repleta de homens engravatados para uma importante reunião. "Isso já aconteceu várias vezes. Na cabeça das pessoas, não é um lugar de mulheres. Ouço muito: ‘Você é secretária de qual secretário?’". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com o estudo Por Elas Que Fazem a Música, divulgado pela União Brasileira de Compositores (UBC), cresceu 56% o número de novos associados do sexo feminino à entidade de 2018 para 2019. Considerando o total de novos associados, o incremento observado em 2019 em relação ao ano anterior foi de 34%. “O número de mulheres associadas cresceu em velocidade mais rápida”, afirmou à Agência Brasil a gerente de Comunicação e coordenadora da pesquisa da UBC, Elisa Eisenlohr.

Elisa ressalta, entretanto, que ainda existe um grande gargalo entre a participação de homens e mulheres na indústria fonográfica. A pesquisa revela, por exemplo, que apenas dez mulheres estão entre os 100 maiores arrecadadores de direitos autorais no país.

##RECOMENDA##

Em sua terceira edição, o estudo mostra que apesar do crescimento de 56% no número de novas associadas à UBC, permanece a desigualdade porque, dentre todos os mais de 33 mil associados da entidade, somente 15% são mulheres, contra 85% de homens. Em 2018, o sexo feminino no mercado fonográfico participava com 14%.

Concentração

A maior concentração das cerca de 5 mil associadas da UBC está na Região Sudeste (64%), seguida do Nordeste, com 14%. Nas demais regiões do país, as mulheres estão presentes com 9% (Sul), 7% (Centro-Oeste) e 2% (Norte). Elisa Eisenlohr aponta que o relatório mostra para o mercado onde as mulheres estão menos representadas. A migração para o Sudeste é consequência natural das carreiras ligadas à indústria fonográfica. “O artista, quando quer fazer show, acaba se mudando para cá”, comentou.

Por faixa etária, a maioria das mulheres que atuam nesse mercado tem entre 30 e 39 anos de idade (29%), 20 e 29 anos (20%) e 40 e 49 anos (19%). Apenas 3% estão abaixo de 20 anos e 12% se encontram entre 50 e 59 anos.

O estudo constata que os recebimentos como intérprete continuam tendo o dobro da importância econômica para as mulheres (27%) do que para os homens (14%). Elisa informou que a UBC representa quase 60% do volume arrecadado pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) em direitos autorais. Do total de recursos distribuídos pela UBC em 2019, 91% foram para homens e 9% para mulheres. Do total distribuído, as maiores participações para o sexo feminino foram observadas nas profissões de versionista (29%), contra 71% dos homens; e intérprete (17%), contra 83% de homens. O sexo masculino domina também nas profissões de autor ou compositor (92%), músico executante (93%) e produtor fonográfico (93%).

Rubrica

O estudo revela ainda que, em relação ao ano anterior, foi registrada expansão no número de obras e fonogramas cadastrados que têm participação de mulheres como produtoras fonográficas (+15%), autoras e músicos executantes (+11% cada) e intérpretes (+9%). A TV aberta foi a rubrica com menor participação feminina no ano passado (7%), contra 93% de homens. Entretanto, essa foi a segunda maior fonte de rendimentos dentre o total arrecadado pelas mulheres. A primeira fonte foi o rádio, com 25%. Entre os homens, a TV aberta foi a maior fonte de rendimentos, com 28% do total arrecadado, seguido por show, com 22%.

A pesquisa também cita que o canal da UBC no YouTube (focado em carreiras e tutoriais) tem 78% dos expectadores do sexo masculino, contra 22% de mulheres.

Segundo a coordenadora do estudo, como a mulher tem poucas referências nessa área musical, um dos desafios para elevar a representatividade feminina na música nacional “é quebrar esse estreitamento e abrir os horizontes na indústria”. Outro desafio é adentrar nesse ambiente super masculino de estúdio para que a mulher seja considerada tão apta como os homens para desempenhar atividades como compositora, músico executante, baterista, por exemplo. É preciso também “inspirar as novas gerações para que as mulheres se sintam também capazes”, porque o homem está bem ambientado e a mulher é muito mais vista como intérprete e versionista, ou seja, pessoa que faz a versão de obras que não são dela. “É isso que a gente quer mudar”, afirmou Elisa.

Mariana Bridi decidiu publicar uma foto nua e refletiu sobre a importância do Dia da Mulher em seu Instagram. A esposa de Rafael Cardoso escreveu na legenda que acompanha o clique:

"Estou aqui despida completamente para dizer que a sua beleza é única e incomparável! Ninguém jamais será bela igual você, pois todas somos lindas, cada uma com a sua particularidade. A sua beleza carrega a sua história, as suas marcas, cada sorriso e cada lágrima, um universo inteiro dentro de uma única mulher, é isso o que te torna tão bela. Por isso, não se compare, não tente ser como aquela ou aquela outra, porque você já é você e isso é tudo o que o mundo precisa agora. Aceite as suas ondas, as suas curvas, os seus detalhes e seja livre para se amar! Viva a mulherada".

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Meghan Markle fez um passeio bem especial em comemoração ao Dia da Mulher. A Duquesa de Sussex palestrou para 700 estudantes na escola Robert Clark, no Reino Unido, sobre o significado da data.

De acordo com a revista People, durante o discurso ela explicou o motivo pelo qual decidiu passar o dia lá. "Quando pensei no que gostaria de fazer para o Dia Internacional da Mulher neste ano, para mim foi incrivelmente importante estar junto às mulheres do nosso futuro. E essas são todas as jovens mulheres aqui, assim como os jovens homens que desempenham um grande papel nisso".

##RECOMENDA##

Das Filipinas ao Paquistão, milhares de pessoas se manifestaram neste domingo (8) na Ásia, pelo Dia Internacional dos Direitos da Mulher, embora várias marchas tenham sido canceladas pelo medo do coronavírus.

Na China, onde surgiu a epidemia que causou mais de 3.500 mortes em todo mundo, a emissora pública decidiu valorizar o trabalho das mulheres na linha de frente da luta contra a doença Covid-19.

Também houve marchas na Tailândia, na Indonésia e na Filipinas. Centenas de pessoas também se reuniram em Lahore, no nordeste do Paquistão.

No Quirguistão, porém, um pequeno país da Ásia Central, a polícia local prendeu dezenas de mulheres que se manifestavam contra a violência de gênero, depois de serem atacadas por homens mascarados.

A polícia disse à AFP que os manifestantes foram presos por sua própria segurança e por não avisarem da manifestação, já que um tribunal proibiu aglomerações na capital Bishkek devido ao coronavírus. As mulheres foram soltas depois, e três de seus agressores, presos.

Na Índia, uma maratona exclusivamente feminina agendada foi cancelada. Na Coreia do Sul, país com o maior número de casos depois da China, vários eventos também foram cancelados, devido à epidemia.

"Embora não possamos estar fisicamente juntas, nossa determinação em obter igualdade entre homens e mulheres é mais forte do que nunca", disse a ministra da Igualdade, Lee Jung-Ok, em um vídeo.

Várias organizações feministas optaram por ações on-line em vez de aglomerações físicas, compartilhando as hashtags #FemaleStrike, #PowerUp ou # 38InternationalWomensDay para tentar conscientizar a causa da igualdade entre homens e mulheres.

Em Bangcoc, os manifestantes pediram uma melhor proteção no local de trabalho para combater a epidemia. Por medo do vírus, o número de pessoas nas ruas foi menor do que no ano passado.

Centenas de homens e mulheres se reuniram em Manila, onde queimaram até a efígie do presidente filipino, Rodrigo Duterte, acusado de misoginia.

"A pobreza e a violência contra as mulheres são cada vez mais sérias", disse à AFP Joms Salvador, do movimento feminista Gabriela.

Em Jacarta, cerca de 600 pessoas, algumas pintadas com as cores do arco-íris, pediram ao governo que revogue leis consideradas discriminatórias e adote leis contra a violência sexual.

 

Em mensagem divulgada pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro faz referência ao Dia Internacional da Mulher, celebrado neste domingo (8).

"Em nome da Sra. Olinda Bonturi Bolsonaro, minha mãe que fará 93 anos dia 28 de março, saúdo todas as mulheres do nosso Brasil", escreveu o presidente, antes de concluir com citação de "Provérbios 14:1" - "A mulher sábia edifica o lar".

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Pelo Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse neste domingo (8), quando se celebra o Dia Internacional da Mulher, que "lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na Justiça e Segurança Pública".

À mensagem do ministro estava anexado um breve vídeo institucional da Força Nacional que destacava a imagem de uma policial - o vídeo termina com a expressão "Força Mulher!". "Homenagem da Força Nacional/MJSP no Dia Internacional das Mulheres", escreveu o ministro, no post.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Por muito tempo, boa parte da população feminina ficou estacionada em apenas um estilo de vida: crescer, casar, ter filhos e ser dona de casa. Mesmo que de maneira lenta, esse cenário mudou e através da troca de informações e conhecimentos, as mulheres vêm conquistando independência em diversos âmbitos da vida, em especial a financeira. Mas isso não quer dizer que as responsabilidades com a casa e família ficaram para trás, e sim que cada vez mais mulheres buscam acrescentar, em sua rotina, negócios que resulte em uma grana extra e até em uma renda para se manter. 

As transformações sociais e econômicas têm provocado mudanças no perfil do empreendedor brasileiro que atualmente, além de homens adultos, engloba jovens e mulheres. Mônica Salgado, profissional da área de estética com especialização em depilação à cera, relata que empreende desde o ano de 2015 e essa carreira tem gerado mais que um lucro adicional.

##RECOMENDA##

 “Tudo iniciou com um curso gratuito oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Atuo na área de depilação à cera com atendimento domiciliar por ainda não ter focado em abrir negócio físico, mas também pela flexibilidade de poder fazer meus próprios horários e não ficar presa ao trabalho, além de dar o mesmo nível de atenção aos meus familiares. O máximo que cheguei a lucrar foi em média R$ 1.500 e o mínimo R$ 500, a lucratividade é bem relativa, vai de acordo com a quantidade de clientes”, revela Mônica. A profissional ainda comenta que optou por empreender pelo fato de ter sido na mesma fase em que esteve grávida e não queria parar de trabalhar e nem ser ausente no crescimento do filho. 

Levantamento realizado pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora, na pesquisa “Empreendedorismo no Brasil: Um recorte de gênero”, mostra que mulheres procuram predominantemente abrir um negócio pela flexibilidade de horário e por necessidades, enquanto homens são motivados por renda extra e vocação. Esta diferença entre necessidade e oportunidade tem grande influência sobre a estruturação do negócio e suas chances de sucesso.

O último levantamento nacional em relação ao quantitativo de mulheres empreendedoras, realizado pelo instituto, foi em agosto de 2019 e identificou que 59% das mulheres que empreendem são casadas e 52% têm filhos. A pesquisa ainda mostra que a maioria delas inicia um negócio depois dos 30 anos de idade.

Além de serviços com atendimento a domicílio e feitos por conta própria, existem diversos negócios em que mulheres se unem para iniciar um empreendimento, como é o caso do estúdio 'Medusa Body Art', localizado na Rua José de Alencar, Edifício Ambassador, nº 44, 8º andar, bairro da Boa Vista, área central do Recife. Composto por quatro mulheres e fundado pela Body Piercer Hadassa Quirino, o ambiente oferece serviços de aplicação de piercing e tatuagens.

[@#video#@]

As tatuagens são feitas por Eduarda Oliveira, Bruna Nascimento e Sarah Bernardes. “Na maioria das vezes os estúdios que se aplicam tatuagens são compostos por homens, mas com o passar do tempo, mais mulheres começaram a se interessar por esse mundo e buscaram entender um pouco mais de como funciona essa arte. Já cheguei a ouvir ‘Nossa, eu não confiaria em uma mulher me tatuanto’. Mas hoje em dia percebo que a procura de homens pelo meu trabalho é bem razoável.” comenta Bruna Nascimento, uma das sócias do espaço.

Medusa Body Art foi inaugurado há cerca de três anos. A chave para o negócio iniciar foi pelo fato da co fundadora Hadassa Quirino sentir a necessidade de sair do ambiente em que trabalhava onde a maioria dos funcionários era de homens. “No meu antigo ambiente de trabalho não sentia que minha opinião valia alguma coisa, a minha voz não tinha vez. Muitas vezes, chegavam conversas um pouco chatas, não falavam diretamente para mim e essas pequenas coisas foram virando uma grande bolha, e foi aí que coloquei na minha cabeça que queria um estúdio formado apenas por mulheres”, relata a profissional. 

Esses e outros fatos ocorrem constantemente de diferentes formas na vida da mulher presente no mundo dos negócios. É uma luta diária e que a sociedade ainda busca se reeducar a entender que o sexo feminino é capaz de ter sucesso e conseguir o que realmente quer com as próprias ideias, esforços e conhecimentos. 

“Em comparação aos homens, as mulheres começam a empreender bem mais cedo, isso ocorre porque existe um empreendedorismo por necessidade, então acaba que elas iniciam um negócio mais jovens, muitas vezes atendem a domicílio e com carga horária de trabalho menor, por ter outras atividades para cumprir”, destaca a economista Sylvia Siqueira. 

O LeiaJá entrou em contato com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para saber o quantitativo no Brasil e especificamente no Estado de Pernambuco de mulheres que empreendem. O último levantamento realizado pela instituição foi no ano de 2018.

De acordo com os dados informados, o país contou com 9,3 milhões de mulheres empreendedoras, em que 1.255,1 milhões trabalhavam empregadas e as outras 8,1 milhões por conta própria. Já para o Estado de Pernambuco, a pesquisa apontou 380,4 mil empreendedoras, em que 43,9 mil são empregadas e 336,5 mil trabalhavam por conta própria.  

No ar em Éramos Seis como a batalhadora Lola, Gloria Pires vem arrancando suspiros e elogios na internet pelo modo que conduz a sua protagonista. Embora tenha enfrentado momentos angustiantes na novela, a personagem transita pela garra de viver intensamente. Assim como Gloria, outras atrizes ganharam o carinho do público com interpretações arrebatadoras.

Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, neste domingo (8), o LeiaJá relembra cinco papéis femininos que foram pilotados com vigor em tramas de sucesso da TV Globo.

##RECOMENDA##

Jô Penteado (Christiane Torloni)

Na década de 1980, a novela A Gata Comeu fez sucesso entre os telespectadores. Com direção de Herval Rossano, a trama abocanhou a atenção do público pela atuação da atriz Christiane Torloni. A personagem Jô Penteado, apesar de ser bastante mimada pelo pai Horácio, não media esforços para viver sua liberdade. Forte e decidida, Jô expressava seus amores e ódios sem medo do que as pessoas ao redor iriam falar.

Tieta (Betty Faria)

Escrita por Aguinaldo Silva, Tieta, entre 1989 e 1990, liderou o horário nobre com as histórias surrealistas da pacata Santana do Agreste. Baseada na obra de Jorge Amado, a novela é lembrada até hoje pela entrega potente da atriz Betty Faria. A protagonista não tinha medo de enfrentar os questionamentos maldosos dos moradores da cidade. Expulsa pelo pai quando era jovem, Tieta retornou à cidade decidida, pronta para encarar o desafio de se vingar de quem a humilhou.

Helena (Vera Fischer)

Manoel Carlos, longe da Globo desde 2014, soube dosar na medida certa os tons dos seus personagens. Entre junho de 2000 e fevereiro de 2001, o Brasil se concentrava na frente da TV para acompanhar os dramas de Laços de Família. Protagonizada por Vera Fischer, a trama de Maneco explorou a vida de altos e baixos da esteticista Helena. Dona de uma clínica de beleza, Helena ia a fundo nos seus sentimentos. Travando uma batalha com a própria filha, a estudante Camila, a personagem de Vera não dava o braço a torcer quando era confrontada. Sempre com uma resposta na ponta da língua, Helena mostrava no folhetim toda sua bravura em querer ao máximo viver com intensidade cada minuto que lhe era proporcionado.

Preta (Taís Araújo)

Em 2004, João Emanuel Carneiro fez história na TV Globo com mais uma clássico da teledramaturgia. A novela Da Cor do Pecado, que teve no elenco Lima Duarte, Giovanna Antonelli, Tuca Andrada, Reynaldo Gianecchini, Rosi Campos e Aracy Balabanian, conquistou a audiência ao mostrar a luta diária da sonhadora Preta, interpretada por Taís Araújo. Lutando contra o racismo e todas as armações da vilã Bárbara, a personagem de Taís não engolia desaforo. Pronta para viver intensamente ao lado dos seus amores, o filho Raí e o galã Paco, Preta estava sempre disposta a conquistar os seus sonhos com muita determinação e verdade.

Maria do Carmo (Susana Vieira)

Sucesso de crítica, Senhora do Destino, de Aguinaldo Silva, fez da personagem Maria do Carmo (Susana Vieira) uma verdadeira heroína. Apesar de passar anos em busca da filha roubada por Nazaré Tedesco (Adriana Esteves/Renata Sorrah), a protagonista lutava com unhas e dentes para ajudar as pessoas que lhe cercavam. Incansável, Maria do Carmo sempre colocava metas na sua vida, mas sem passar por cima de ninguém. Odiada pela vilã Nazaré, e apelidada por ela de anta nordestina, a personagem de Susana driblava qualquer situação embaraçosa com muita sabedoria.

Em 2018, 3.529 mulheres foram vítimas de feminicídio em 15 países da América Latina e do Caribe, segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal). O homicídio de mulheres com 15 anos ou mais, mortas por razão de gênero, vem ocorrendo de maneira assustadora na região: uma vítima foi morta a cada duas horas na América Latina e Caribe apenas pelo fato de ser mulher.

A luta contra o feminicídio faz parte da pauta de grupos feministas latino-americanos que retomam sua agenda de protestos a partir de hoje, Dia Internacional da Mulher. "Todos os anos, as mulheres comemoram esse dia e, dessa vez, é um ano de movimentação social. É um momento importante para denunciar muitas coisas", afirma Marcela Betancourt, chilena de 48 anos, do movimento Las Tesis Senior, de mulheres com mais de 40 anos que replicaram a coreografia Um Violador em seu Caminho, em um vídeo que viralizou na internet.

##RECOMENDA##

No Chile, o grupo Las Tesis ganhou notoriedade no ano passado, quando rompeu as fronteiras e chegou à Europa. Mas a história começou em Valparaíso como um grupo de artes cênicas. "A

transformação social não tem incluído o feminismo, o direito das mulheres. Então, as meninas de Valparaíso fizeram uma performance para passar a mensagem de como somos abusadas e tratadas como culpadas por esse abuso. E elas fizeram algo que já há muito sabemos, falaram do Estado como cúmplice porque não fornece cuidados com o bem-estar da mulher", disse Marcela.

Muitos outros grupos feministas traduziram a letra para seus idiomas e a coreografia Um Violador em seu Caminho escapou das ruas chilenas e ganhou o mundo. No Brasil, no ano passado, a interpretação foi feita no Rio de Janeiro e em São Paulo. "Em todo mundo, as mulheres têm medo de caminhar sozinhas, de pegar um Uber à noite, de ficar por último no trabalho. Muitas sofrem abusos dentro do próprio relacionamento. Essa explosão é assim porque temos um elemento em comum: o medo de caminhar sozinhas", resume Marcela, que convocou a realização da performance no ano passado em frente ao Estádio Nacional, em Santiago.

"O Estádio Nacional foi um centro de abuso durante a ditadura. Nossa performance foi uma homenagem a essas mulheres assassinadas lá. Fizemos o convite e cerca de 10 mil mulheres participaram", lembra a ativista.

No Chile, uma decisão do Senado, na semana passada, foi vista como uma vitória para esses grupos: a aprovação, por 28 votos a favor, 6 contra e 4 abstenções do projeto de lei que "garante a paridade de gênero nas candidaturas que podem vir a integrar a nova Constituinte". Agora, a lei deve ser promulgada pelo presidente, Sebastián Piñera.

A Constituinte escreverá uma nova Carta Magna para substituir a escrita ainda na ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), uma das demandas mais presentes nas manifestações sociais do ano passado. Um plebiscito sobre o tema será realizado no dia 26 de abril.

"Nunca tivemos uma Constituição cidadã, sempre a mesma oligarquia que decide e muitos direitos não são respeitados. Agora, é um momento histórico para mudar a Constituição com paridade de gênero. A mulher tem de ficar dentro dessa transformação. Não podemos ficar segregadas novamente", afirma a ativista.

Vizinhança. No México, grupos feministas também convocaram marchas para hoje e uma paralisação para amanhã denominada #Undíasinnosotras (#UmDiaSemNós). Recentemente, dois feminicídios na Cidade do México - o de uma jovem de 25 anos, esfaqueada por seu parceiro, e o de uma menina de 7 anos, vítima de abuso sexual - abalaram o país e impulsionaram os movimentos.

O protesto contra a violência de gênero chegou até as igrejas. Situada em um bairro da capital, a Igreja de São Cosme e São Damião decidiu retomar a tradição católica de cobrir na Quaresma todas as imagens e esculturas religiosas com mantos roxos. Neste ano, porém, foram recobertas apenas as figuras femininas.

Enquanto grupos feministas exigem do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador políticas públicas para combater a violência contra as mulheres, o mesmo se repete no Peru, onde o número de feminicídios, em 2019, foi o mais alto em uma década: 168 casos. Grupos feministas peruanos também convocaram marchas para o Dia Internacional da Mulher.

Na Argentina, os protestos de movimentos feministas coincidem com a retomada da discussão sobre a despenalização do aborto. Nesta semana, o presidente argentino, Alberto Fernández, apresentará um projeto de legalização da prática ao Congresso.

Usando bandanas verdes, as ativistas em favor da legalização do aborto devem fazer uma greve de mulheres e uma marcha até o Congresso argentino amanhã. Hoje, será realizada uma missa na Basílica de Luján, a 75 quilômetros de Buenos Aires, com o lema "Sim às mulheres, sim à vida", organizada pelos grupos contrários à legalização do aborto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com olhar atento e empoderamento de seus direitos, Luana Maria da Luz Barbosa, 19, que é mulher trans, transcende o ‘cistema’ rumo a uma trajetória que usa a educação para alçar voos altos e ocupar espaços estratégicos na sociedade. Neste domingo (8), comemoramos o Dia Internacional da Mulher. A data tem a ver com a conquista de direitos das mulheres, sejam cis [pessoas que se identificam com o sexo biológico] ou trans [pessoas que têm identidade de gênero oposta a biológica]. 

[@#galeria#@]

##RECOMENDA##

Driblando as estatísticas

Em 2019, no Brasil, foi registrado um aumento da violência direta no cotidiano das pessoas transsexuais e travestis, chegando a 11 vítimas agredidas por dia no país. As informações são de acordo com o Dossiê Assassinatos e Violência contra Travestis e Transexuais Brasileiras, realizado pela Associação Nacional de Travesti e Transexuais.  

Esse dado reflete nas oportunidades e caminhos percorridos por pessoas transsexuais e travestis, sobretudo para mulheres pertencentes a esse grupo. A trajetória de Luana, que começa em sua casa, bem antes do ingresso no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Campus Recife, localizado no bairro da Cidade Universitária, traz como contraponto as dificuldades superadas através da educação, tendo como motores o amor da família e a persistência nos objetivos traçados.

Diferente de algumas histórias, Luana tem o apoio da família desde do início do processo de afirmação da identidade como mulher trans. A mãe da estudante, Maria José Vieira, nos conta que a compreensão e apoio da família são as principais fórmulas para lidar com a situação e fala com orgulho sobre as conquistas da filha.

“Aos 17 anos eu decidi ser mãe, era meu sonho, deixei de estudar e ir à faculdade para cuidar dos meus filhos. Não foi fácil entender que meu filho se via como uma mulher. Mas respeito a identificação e do mesmo jeito que lutei por ela antes eu continuo a lutar. Incentivando para que ela estude e isso me enche de felicidade por ela batalhar por uma vida melhor”, comemorou. Em casa, esse sentimento é coletivo, pois o pai de Luana compartilha do mesmo pensamento e se orgulha da filha que tem. 

Desafios no espaço acadêmico

Para as mulheres trans, a valorização da sua identidade de gênero é uma das garantias de direitos dentro da sociedade. Desde 2016, o executivo federal vem editando normas nesse sentido, a partir do decreto Nº 8.727. Em 2019, ficou assegurado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o regulamento sobre o uso do nome social de pessoas trans e travestis e o reconhecimento da identidade de gênero nos serviços e órgãos do judiciário brasileiro. A medida é válida para todo território do país, nas instâncias municipal, estadual ou nacional. 

Nos último três anos, durante o processo de retificação dos documentos, Luana enfrentou algumas dificuldades que marcam a jornada de superações e empoderamento dos direitos previsto por lei. Uma desses desafios se deu no ambiente acadêmico, local onde ela presenciou momentos de transfobia. A jovem relata que foram situações em que se sentiu desrespeitada, mas se manteu empoderada no ambiente acadêmico.

Após aprovação na instituição de ensino, a estudante teve contratempos em sua matrícula, devido às documentações que já tinham sido retificadas. O obstáculo foi superado através de medidas administrativas que ajudaram a estudante a acessar o espaço de ensino, com as devidas retificações do nome social em sua matrícula, em uma semana. “A não captação [do nome retificado em documento] me fez passar por transfobia no ato da matrícula, funcionários alegando que eu era uma pessoa falsa, pois o nome que passei foi o nome antigo. E eu levei os meus documentos todos atualizados”, desabafou. 

Em atitude aos acontecimentos, o IFPE, que desde 2015 promove ações dentro da unidade para conscientizar todo o campus sobre o respeito à diversidade, passou a reforçar as campanhas realizadas. Como exemplo, há o artigo 9 da resolução nº 39/2015, que tem como ação afirmativa o uso do banheiro de acordo com a identidade de gênero. Os conflitos são tratados através do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais.

Agora, no segundo período do curso técnico em saneamento ambiental, a estudante demonstra empolgação com os desafios e sente o respeito de todos na instituição, desde os alunos aos professores. “Sou a única na sala e umas das poucas no Campus. A relação com todos meus colegas é única e recebo total carinho e respeito de todos”, comemorou. 

A contribuição para o grupo LGBTQ+

Luana, que nasceu e foi criada no Ibura, bairro da Zona Sul do Recife, participa ativamente de debates e ações afirmativas que assegurem os direitos da população lésbica, gay, bissexual, transsexuais, travesti, queer e soro positivo (LGBTQ+), sobretudo para as mulheres trans que vivem em situação de marginalização por parte da sociedade civil. “Eu participo do coletivo Favela LGBTQ+, que é um coletivo da favela do Ibura, favela de onde eu vim e tenho orgulho”, enfantizou.

"A gente [coletivo] foca, principalmente, em trazer as temáticas da população trans e travestis. Que é a temática que está bem abaixo do ‘tapete’. A gente [coletivo] procura sempre trabalhar com arte, porque arte é onde a gente [pessoas trans e travestis] mais se encontra. Porque nosso corpo é uma arte viva”, destacou Luana.

Para além das contribuições ao grupo LGBTQ+ em movimento sociais, a estudante reserva tempo para outras atividades como integrante do Núcleo de Gênero e Sexualidade, no IFPE. Sem contar que, para ajudar outras pessoas a entenderem a importância de corpos trans ocuparem os espaços acadêmicos, a discente ainda criou um canal do YouTube, para falar sobre a formação técnica que está cursando e como essa formação pode influenciar o mundo atual. 

Pelo direito de um futuro melhor

O afastamento das mulheres trans e travestis de espaços acadêmicos e de oportunidades de emprego é motivado pelo preconceito direcionado ao grupo. A situação fica ainda mais complicada quando elas não têm apoio da família. E por muitas vezes o caminho “predestinado” é a prostituição.  

Como forma de incentivar outras mulheres, a estudante de saneamento ambiental decidiu reunir os conhecimentos adquiridos em sala de aula e compartilhar através da internet. Em seu canal de YouTube, Luana explica a importância do curso técnico e as áreas de atuação, usando esse meio de comunicação como uma ferramenta de aproximação com outras mulheres trans. Ela se intitula como uma porta dentro do campus, para que sua amigas possam acreditar em um futuro diferente, saindo da posição de marginalização, trilhando uma história de ascensão social e respeito à existência.

 "A maior conquista é eu estar aqui dentro [na instituição de ensino], porque a gente sabe que e a maioria das mulheres trans e travestis está na prostituição”, comenta.  

Não há dados oficiais para mensurar a quantidade de mulheres trans que estão, ou não, em espaços acadêmicos, mas o esvaziamento é um ponto abordado com frequência quando tratamos do assunto. Mesmo com essas dificuldade, Luana não desiste e sonha com sua graduação no curso de farmácia. “Eu pretendo fazer o curso superior, farmácia, e pretendo trabalhar nessa área de meio ambiente mesmo", reforçou.

[@#video#@]

A mulher na nossa sociedade corre risco de morte e quem diz isso são dezesseis milhões de brasileiras. Esse é o número de mulheres com 16 anos ou mais que sofreram algum tipo de violência em 2018, no Brasil. O dado vem de uma pesquisa recente - divulgada em 2019 - feita pelo Datafolha, em parceria com a FioCruz e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento expõe como ainda estamos longe um sistema realmente seguro para quem é do sexo feminino.

 Porém, em tempos de conquistas tecnológicas importantes, o crescimento de startups que buscam soluções para enfrentar esse dado começa a aparecer e a tomar - ainda que em pequenos goles - força. É o caso de iniciativas recifenses como a NINA, o Mete a Colher e o - ainda embrionário - HEAR. Apesar de distintos, os três projetos foram criados com um objetivo: ajudar usuárias em situação de risco a encontrarem soluções para sair de cenários de assédio e violência.

##RECOMENDA##

 Uma NINA no ônibus

CEO da NINA, Simony César/ Foto: Júlio GomesFilha de uma ex-cobradora de ônibus, Simony César cresceu ouvindo histórias de assédios em coletivos. Ao entrar na universidade, no curso de publicidade e propaganda, teve a sensibilidade de enxergar no ambiente acadêmico a oportunidade de fazer algo pelas mulheres personagens da rotina de sua mãe, que ao entrar em ônibus da Região Metropolitana do Recife sofriam algum tipo de violência nos coletivos. Assim, nasceu a ferramenta NINA.

 "Eu venho de uma família que tem vários operadores na área de transporte, mas sempre na condição de empregados e não de tomadores de decisão. Quando eu entrei na universidade, um dos meus primeiros estágios foi em uma grande administradora de frotas ônibus e esse passou a ser meu dia a dia também. Acho que isso foi alimentando essa coisa da impotência. Enquanto usuária e agora rodoviária, eu me sentia tão impotente quanto. As leituras que eu fazia na universidade, de você cumprir o seu papel social, talvez tenham me dado mais coragem de iniciar a pesquisa", conta a CEO da NINA, que conseguiu transformar a ideia em uma empresa e está entre os brasileiros mais influentes com menos de 30 anos, de acordo com Forbes.

 A ferramenta criada por Simony ainda não funciona na capital pernambucana, mas faz a diferença no aplicativo “Meu ônibus Fortaleza”, no Ceará. Para as cearenses que usam a tecnologia, ela serve como um botão de denúncia tanto para quem sofre quanto quem presencia situações de assédio nos coletivos, paradas ou terminais de ônibus.  "A gente queria entender o contexto da mulher 'fortalezense' no ir e vir do transporte público. Elas (as mulheres) não confiavam no sistema que ofereciam, que era o número do sindiônibus ou da polícia", afirma Simony.

 A CEO explica que, quando a usuária ou a vítima, faz a denúncia estando dentro do coletivo, os agentes da NINA localizam esse transporte e de imediato notificam a companhia, que tem até 72 horas para encaminhar as imagens do trajeto para a Polícia Civil. “A NINA tem muito essa questão da mulher cearense agora saber o que ela faz. A gente fez entrevistas com as usuárias (sobre o funcionamento do app) e a frase recorrente era "foi a primeira vez que eu sabia o que fazer", conta.

[@#video#@]

 É preciso ouvir

Tratando outros tipos violência estão o aplicativo veterano Mete a Colher e o ainda embrionário Hear. O primeiro surgiu em 2016 e é fruto da iniciativa de mulheres empreendedoras recifenses que queriam desmistificar o ditado "em briga de marido e mulher ninguém mete a colher". O resultado foi uma rede de apoio que ajuda vítimas a saírem de relacionamentos abusivos oferecendo informações, assessoria jurídica e um dos mais importantes atos de acolhimento, a escuta. 

 "A gente ainda pensou em fazer um botão de denúncia, mas quando começamos a entender todos os processos de violência doméstica, quais eram as dificuldades, percebemos que um dos grandes problemas é que as mulheres não tinham uma rede de apoio entre as próprias mulheres", explica Renata Albertim, uma das fundadoras do aplicativo. Ela afirma que, na época, as participantes da startup viram que o apoio e o acesso à informação eram uma demanda mais urgente para as vítimas, que possuem diferentes perfis e que nem sempre sabem o qual atitude tomar mediante à violência.

 "Fazer uma denúncia é complicado. Não são todas as mulheres que querem denunciar. Existem dois lados, dois perfis. A que demora mais um pouco e a que vai de imediato. A gente acredita que enquanto rede de apoio, nós somos uma porta de entrada”, conta. Para ela, quando uma vítima entra para relatar um problema, mesmo que ela ainda não saiba exatamente que o que está sofrendo, é um indício que alguma coisa não está bem. “Aqui ela vai começar a conversar, a se entender e em algum momento a gente espera que ela se fortaleça um pouco. Costumamos dar orientações que há delegacias, pontos de referências, mas não existe um caminho único para a denúncia”, reflete.

 Qual é o panorama da violência contra mulher no Brasil?

E não há mesmo. De acordo com a pesquisa da FioCruz, apenas 10% das mulheres que sofreram algum tipo de violência doméstica, em 2018, relataram ter buscado uma delegacia da mulher após o episódio. Por mais que o cenário ideal seja o aumento das buscas por ajuda, 52% das vítimas alegam não ter feito nada, repetindo o mesmo resultado da pesquisa realizada dois anos antes. A tendência, infelizmente, é piorar.

 Desde dezembro de 2018, o Brasil possui um Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, aprovado pelo Conselho Nacional homônimo e válido por dez anos. Na teoria, o Plano estabeleceu que o Ministério da Justiça e da Segurança Pública deve dispor de recursos financeiros, além daqueles previstos no orçamento da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, para induzir a implementação de estratégias que reduzam todas as formas de violência contra a mulher. Porém, em fevereiro deste ano, o presidente Jair Bolsonaro informou que não pretende reforçar o orçamento para a área.

 Entre 2015 e 2019, o orçamento da Secretaria da Mulher do governo federal diminuiu de R$ 119 milhões para R$ 5,3 milhões, de acordo com a própria Câmara dos Deputados. O problema é que, no ano passado, os registros de feminicídios cresceram no país, com uma alta de 12% nos assassinatos de mulheres, contra uma queda de 6,7% nos homicídios dolosos do gênero.

Na edição de 2019 do Atlas da Violência, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com dados de 2017, há um indicativo de que houve um crescimento dos homicídios femininos. No Brasil, em 2017, aconteceram cerca de 13 assassinatos por dia. Ao todo, 4.936 mulheres foram mortas, o maior número registrado desde 2007. Considerando o período de dez anos, os estados em que esse número aumentou foram Rio Grande do Norte, seguido por Ceará e Sergipe (107,0%). Pernambuco segue no meio da lista.

É importante ressaltar que, entre o número de feminicídios, o maior índice de violência está entre as mulheres negras e pardas. Enquanto a taxa de homicídios de mulheres não negras teve crescimento de 4,5% entre 2007 e 2017, a taxa de homicídios de mulheres negras cresceu 29,9%. 

As mulheres negras são 66% de todas as mulheres assassinadas no país em 2017. Do total de homicídios contra mulheres, 28,5% ocorrem dentro da residência, segundo a pesquisa do Ipea. Ao que tudo indica, os números estão diretamente ligados a casos de feminicídios íntimos, que decorrem de violência doméstica.

  Inteligência artificial usada para prevenir

Startups e grandes corporações começaram a aplicar softwares de Inteligência Artificial para prevenir abusos. E é aí que entra o, ainda embrionário, projeto HEAR. Depois de vivenciar a violência doméstica dentro da sua própria casa, o analista de sistemas Lincon Ademir trouxe, para dentro de sua pesquisa de mestrado, a ideia de criar um app que não apenas registra os pedidos de socorro das vítimas, mas os escuta em tempo real. 

 Com uma equipe compostas por pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFPE), ele dá os últimos passos para o lançamento do HEAR, um aplicativo que deve ouvir em tempo real se uma mulher sofre algum tipo de violência no ambiente doméstico e assim pedir por ajuda. A premissa da ferramenta é, assim com o Mete a Colher, funcionar como uma rede de apoio, em que, outras usuárias próximas geograficamente à vítima, possam comprovar o bem-estar da mulher - literalmente - batendo na porta na hora que forem acionadas. De acordo com a professora Ana Paula Furtado, essa seria uma forma de prevenir a violência antes que ela, de fato, seja consumada. 

 Sobra intenção, mas falta verba

[@#podcast#@]

Além de lidar com a dor dos casos de assédio e violência, essas startups ainda sofrem com outra dificuldade: a falta de interesse de investidores para seus projetos. Tanto a NINA quanto o Mete a Colher e o HEAR dependem de editais públicos, cada vez mais escassos, ou de empresas interessadas em investir em seus projetos que precisam - acima de tudo - estar ligados à políticas públicas. 

 A solução encontrada por Renata Albertim foi a criação de outra plataforma, chamada TINA, feita para ajudar empresas a orientar suas funcionárias em casos de violência doméstica. "Como a gente é uma startup, somos um negócio e não estávamos encontrando uma forma de gerar receita com o aplicativo. Nosso app é gratuito e está disponível para todas as mulheres, mas a gente ainda precisa pagar funcionários para manter a aplicação. Trabalhar com tecnologia é bem caro", diz a empreendedora. 

  “Infelizmente, hoje, embora a gente utilize Inteligência Artificial, não existe investimento. Empresas privadas não entram porque não existe retorno para elas. É puramente social. Então o trabalho é a pesquisa de editais”, afirma Lincon. Para ajudar a fomentar o mercado local e mudar um pouco o cenário descrito pelo analista de sistemas, o Banco do Nordeste inaugurou, no último mês de fevereiro, um Hub de Inovação no Porto Digital - polo de tecnologia -, localizado no bairro do Recife.  

 A intenção da instituição é apresentar novas iniciativas para seus investidores e assim ajudar a colocar para frente ideias importantes como as criadas por Simony, Lincon e as mulheres do Mete a Colher. E, quem sabe, fazer parte de uma mudança sociocultural envolvendo a diminuição deste tipo de violência.

O Náutico vai receber a equipe do Retrô nos Aflitos pelo campeonato pernambucano no Dia Internacional da Mulher e vai 'presentear' as sócias do clube com ingressos gratuitos. Os sócios comum adquirem entradas para o jogo deste domingo (8) a partir de R$ 10. 

Todas as mulheres sócias 'Nação Timbu', dependentes ou titulares terão gratuidades nos ingressos para o duelo. Através de uma publicação nas redes sociais, o Náutico afirmou que esse é apenas o início das homenagens às mulheres. 

##RECOMENDA##

As bilheterias dos Aflitos estarão abertas no sábado (7) e no domingo (8), a partir das 9h. No sábado, os torcedores poderão fazer a compra física do ingresso até às 13h. Já no dia do jogo os bilhetes serão vendidos até 15 minutos do segundo tempo.

Quem optar por comprar as entradas em pontos descentralizados poderá fazer isso nos quiosques da Arena Torcedor nos shoppings Riomar e Recife. A venda nos dois centros de compras começam no sábado e o horário será de acordo com o funcionamento da loja. Confira, abaixo, os valores a serem pagos por cada categoria de sócio Nação Timbu e o horário de funcionamento das bilheterias.

Com informações da assessoria 

[@#video#@]

O Shopping Patteo Olinda vai adiantar as comemorações do Dia Internacional da Mulher, nesta sexta-feira (6), no feriado estadual da Data Magna. Em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos da cidade, o centro de compras, a partir das 16h30, terá uma programação especial.

Verônica Brayner, secretária Executiva da Mulher e Direitos Humanos de Olinda, recebeu a incumbência de abrir o evento, seguida da apresentação do Samba Soul Delas, grupo formado apenas por mulheres. Suely Araújo, coordenadora do Centro Especializado de Atendimento à Mulher Márcia Dangremon (CEAM), também estará presente na celebração.

##RECOMENDA##

Já às 17h20, o público irá acompanhar as performances de grupos musicais, além de conferir exposições de artesanatos de alguns artistas locais. O evento é gratuito e será realizado no piso L3 do shopping. O shopping fica na Rua Carmelita Muniz de Araújo, 225, bairro de Casa Caiada.

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a plataforma digital Spcine Play  colocará à disposição dos assinantes, a partir da próxima sexta-feira (6), um acervo com 26 títulos do cinema nacional dirigidos por mulheres. Divididos entre longas, curtas e uma série documental, as produções estarão disponíveis de modo gratuito por 30 dias. Na seleção estão as cineastas brasileiras Helena Ignez, Lúcia Murat, Tata Amaral e a costarriquenha Antonella Sudasassi Furnis.

No primeiro dia, serão disponibilizados seis títulos de Helena Ignez. Considerada uma das mais importantes diretoras do cinema nacional, a cineasta baiana assina “Poder dos Afetos” (2013) e “A Miss e o Dinossauro” (2005). Ainda na sexta-feira (6), dez obras da diretora Lúcia Murat, como “Brava Gente Brasileira” (2000) e “Olhar Estrangeiro” (2006) também farão parte da plataforma. O conteúdo do SpCine Play ainda recebe o documentário “Caso do Homem Errado” (2017) de Camila de Moraes e duas produções da paulistana Tata Amaral: o filme “Um Céu de Estrelas” (1996) e a série documental “Causando na Rua” (2016).

##RECOMENDA##

O catálogo do Spcine Play ainda será reforçado no dia 19 de março. As obras “Mar de Rosas” (1977), "Das Tripas Coração” (1982) e “Sonho de Valsa” (1987) da diretora Ana Carolina, estarão disponíveis junto ao filme “Despertar das Formigas” (2019), da costarriquenha Antonella Sudasassi Furnis.

Para quem não conseguir assistir aos filmes no período de gratuidade, a programação estará acessível aos assinantes no valor de R$ 3,99. Confira toda o conteúdo da plataforma no site da Spcine Play.

A Spcine Play é a única plataforma pública de streaming do Brasil e disponibiliza conteúdos culturais da cidade de São Paulo, como shows, espetáculos e filmes das principais mostras e festivais de cinema de São Paulo.  

 

Cartazes colados na Escola Estadual Padre Humberto Piacente, em Vila Velha, no Espírito Santo, causaram polêmica nas redes sociais ao longo da semana. Com frases como “Aprenda a se vestir a se comportar e a dar limites” e instruções sobre como a mulher deve se vestir, os materiais confeccionados por alunos foram espalhados na instituição pública de ensino e logo viralizaram na internet.

Após a revolta nas redes sociais, a escola se posicionou em publicação no Facebook e alegou que foi vítima de uma enorme injustiça. “Abaixo destas duas fotos tem o mural enaltecendo as mulheres e condenando as atitudes machistas muito forte atualmente. Infelizmente as fotos tiradas estavam incompletas e o projeto ficou sem sentido”, contou a professora responsável pela atividade.

##RECOMENDA##

[@#galeria#@]

Em entrevista ao portal de notícias G1, a diretora da escola, Fernanda Kelly Barbosa, afirmou que os cartazes fazem parte de um projeto sobre violência contra a mulher trabalhado com os alunos. Ela disse, ainda, que essa é apenas a primeira parte, intitulada de "o que as mulheres devem fazer para não serem desvalorizadas". A segunda parte, por sua vez, vai falar sobre "o que os homens estão fazendo com as mulheres". Ela esclareceu, ainda, que na atividade referente aos cartazes que viralizaram nas redes, a professora pediu que os alunos representassem frases que escutavam no convívio familiar que ofendiam as mulheres e dissessem o que pensavam sobre.

  Nesta sexta-feira (15), foi realizado a 5º edição ‘RioMar Entre Elas’. O encontro em celebração ao Dia da Mulher contou com a presença da jornalista Glória Maria e, atrizes Bárbara Paz e Fabiana Karla.

As globais dividiram histórias inspiradoras e falaram sobre suas trajetórias. Temas como religião, espiritualidade, força feminina, violência contra mulher, transformação de pensamento e empoderamento foram abordados no evento.

##RECOMENDA##

“Nós mulheres precisamos também mudar a nossa forma de pensar porque se a gente esperar que essa mudança parta dos homens, não vai partir. O homem é gerado e criado por nós, mulheres, então nós precisamos nos levantar”, disse Glória Maria.

O encontro aconteceu no teatro do Shopping RioMar, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife.

*Com informações da assessoria

Uma multidão saiu em passeata da Praça do Derby, área central do Recife, pelas ruas do Recife em manifestação pelo Dia Internacional das Mulheres, nesta sexta-feira (8). Movimentos dos Sem-Terra e Sem-Teto, professores, sindicatos e vários políticos prontos para pedir por mais direito, igualdade de gêneros, contra o feminicidio e por “Lula Livre”, ex-presidente da república que está preso na sede da Polícia Federal desde o ano passado. 

[@#galeria#@]

##RECOMENDA##

A estudante Luara Siridó está participando pela primeira vez da mobilização e acredita ser muito importante a reunião das mulheres para mostrar a sua força para todos. “Isso mostra que estamos unidas e que não vamos parar por conta dos problemas. Mesmo aquelas pessoas que não estão aqui, vendo essa mobilização podem sentir mais força para continuar lutando”, reforça Siridó.

Lésbicas, trans, bissexuais, brancas ou pretas. Para Ana Luiza, a importância é “estarmos juntas no meio de tantos caos é tanta porcaria que está acontecendo no mundo. Aqui todo mundo é igual e não existe ninguém para fazer distinção. Estamos unidas por várias causas porque o 8 de março não é só para parabenizar a mulher - é o dia que temos que lutar”, acrescenta a estudante.

O ato na capital pernambucana é um entre os dezenas esperados por todo o país nesta sexta-feira. Como aconteceu no Carnaval, é aguardado um grande número de reivindicações contra o governo de Jair Bolsonaro. 

O Dia Internacional das Mulher ganhará uma comemoração rimada, em 2019. Neste sábado (9), o evento Mulheres de Repente vai reunir nove repentistas, na sede do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, às 21h, para celebrar a data, mostrando o que sabem fazer de melhor.

Estão escaladas para a festa Fabiane Ribeiro & Toinha Brito, Minervina Ferreira & Santinha Mauricio, Mocinha de Passira & Maria Soledade, e Lucinha Saraiva & Luzia dos Anjos. Quem apresenta o evento é Mariana Teles.

##RECOMENDA##

Serviço

Mulheres de Repente

Sábado (9) | 20h

Sindicato dos Bancários de Pernambuco (Av. Manoel Borba, 564 - Boa Vista)

Com uma greve e centenas de protestos e concentrações em toda a Espanha, o movimento feminista acredita que repetirá este ano o sucesso de 2018 por ocasião do Dia Internacional da Mulher, que deste vez assume um tom político em função das eleições legislativas de 28 de abril.

"Se nós pararmos, o mundo vai parar". Com esse slogan, os grandes sindicatos do país, Comissões Operárias (CCOO) e UGT, convocaram paralisações de duas horas por turno, enquanto que os menores, como CGT e CNT, convocaram uma greve de 24 horas.

Também estão previstas marchas em várias cidades, que tiveram início nas primeiras horas da manhã.

Em Madri está prevista a maior manifestação do país com o objetivo de obter o histórico êxito do ano passado, quando milhões de pessoas participaram em uma inédita greve feminista nas passeatas de 8 de Março na Espanha.

Desde março de 2018 houve uma mudança de governo na Espanha, agora socialista e com mais mulheres no gabinete, mas no país ainda existe uma brecha salarial de 14,2% entre homens e mulheres (dois pontos abaixo na média europeia).

Além disso, a violência machista continua matando mulheres no país: 47 no ano passado e ao menos 975 desde 2003.

"Queremos uma Espanha feminista porque somente a partir do feminismo vamos acabar com a violência baseada em gênero e alcançar a igualdade real. Somente a partir do feminismo alcançaremos a democracia plena", tuitou o presidente do Governo, Pedro Sánchez.

No entanto, nem tudo é consenso. No domingo foi convocada uma contra-manifestação em Madri organizada pela "Plataforma Global Mulheres do Mundo", que reúne organizações católicas e antiaborto, contra o "feminismo rançoso da esquerda".

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando