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O técnico Dunga deu indício na tarde desta quinta-feira (noite no Brasil) que o zagueiro Miranda deverá ser poupado no jogo de estreia da seleção brasileira na Copa América Centenário, neste sábado, contra o Equador, em Pasadena (Califórnia). Ele colocou Marquinhos entre os titulares. Embora também tenha testado Rodrigo Caio, a tendência é que o zagueiro do Paris Saint-Germain seja o escolhido.

Miranda sentiu dores musculares após um treinamento da semana e foi submetido a um exame de imagem, que afastou o risco de corte. Mas nesta quinta-feira ele não participou das atividades na UCLA - o treino no campus foi liberado no dia seguinte a um ataque em que um aluno assassinou um professor e se suicidou.

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A CBF informou que o volante Walace, do Grêmio, convocado para o lugar de Luiz Gustavo, cortado por motivos particulares, vai chegar aos Estados Unidos apenas no domingo. Se apresenta em Orlando, para onde a seleção viaja depois da partida contra o Equador e inicia a preparação para o jogo contra o Haiti, que será na próxima quarta-feira.

Dunga também definiu que Casemiro, do Real Madrid, será o substituto de Luiz Gustavo e Elias, o outro volante para a estreia na Copa América Centenário.

Pouco depois da Copa do Mundo de 2014, Dunga reassumiu uma seleção brasileira humilhada pelo fracasso retumbante em casa e sob um clamor quase geral de caça às bruxas. Um de suas primeiras preocupações foi defender os jogadores. "Não pode mudar tudo a toda hora. Não pode colocar como terra arrasada. Temos jogadores de qualidade", decretou. Quase dois anos depois, o treinador mudou quase tudo. Daquele grupo formado por Luiz Felipe Scolari, só há três remanescentes entre os 23 que disputarão a Copa América Centenário, nos Estados Unidos.

Os sobreviventes são o lateral-direito Daniel Alves, o meia Willian e o atacante Hulk. Seriam quatro se o volante Luiz Gustavo não tivesse pedido dispensa nesta quinta-feira por problemas pessoais. E um quinto jogador que participou da frustrante Copa do Mundo de 2014 e não está no grupo atual é Neymar. Neste caso, apenas por circunstâncias, pois descansará durante a Copa América Centenário para jogar a Olimpíada do Rio, em agosto.

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Desta vez, a mudança é mesmo radical. Em todas as convocações anteriores, Dunga manteve entre 8 e 10 jogadores da "era Felipão". Agora, parece ter resolvido deixá-los de lado, em sua grande maioria, definitivamente. Há atletas que perderam espaço tanto dentro como fora do campo. Às falhas somaram-se reações que desagradaram o treinador. São os casos de Jefferson, que reclamou por ser barrado por Alisson; de Thiago Silva, que ficou chateado por perder a condição de capitão (e falhou feio contra o Paraguai na Copa América passada); e de Marcelo, que não comunicou à comissão técnica estar apto fisicamente para atender a convocação para os jogos das Eliminatórias da Copa de 2018 contra Paraguai e Uruguai, em março.

Outros se "queimaram" por não renderem o que deles se esperava. Nesse grupo estão Oscar e Fernandinho (que pelo menos entraram no grupo dos 40 pré-convocados para a Copa América Centenário, mas, apesar dos cortes, não foram lembrados), além de David Luiz e Ramires.

Também existem aqueles que Dunga simplesmente não considera em condições de servir à seleção. São eles Henrique, Maxwell, Jô, Fred, Bernard, Paulinho e Dante. Já Victor e o veterano Julio Cesar saíram do baralho porque o treinador considera que há goleiros melhores. Hernanes perdeu espaço porque também há melhores opções no meio de campo e o lateral-direito Maicon caiu em desgraça por ter cometido indisciplina logo na primeira convocação feita por Dunga.

Mesmo quem permaneceu não tem assegurado lugar de titular. Hulk é reserva e tudo indica que, se tivesse ficado, Luiz Gustavo perderia a posição para Casemiro. Com moral com o chefe mesmo só Willian, titular absoluto e que Dunga quer levar para a Olimpíada, e Daniel Alves, até porque há poucas opções na lateral direita.

DISCURSO ABANDONADO - No início de seu trabalho, quando recheava a seleção com jogadores da Copa do Mundo de 2014, o treinador dava seu próprio exemplo a eles como maneira de mostrar que, em 2018, poderiam se recuperar do tombo que levaram. "Em 1990, eu sofri para caramba, assim como outros jogadores da seleção. Mas quatro anos depois tive a chance de dar a volta por cima", dizia.

Dunga se referia ao fracasso na Copa do Mundo de 1990, quando o Brasil caiu diante da Argentina nas oitavas de final e a seleção foi bastante criticada (sobretudo ele), e à redenção em 1994, quando levantou a taça pelo tetracampeonato. Detalhe: do grupo que foi à Itália, 10 jogadores tiveram uma segunda chance nos Estados Unidos. E teriam sido 11, se o zagueiro Ricardo Gomes não tivesse se machucado às vésperas do Mundial.

O ex-goleiro Rogério Ceni se apresenta à seleção brasileira na manhã desta terça-feira, em Manhattan Beach, para iniciar sua participação como auxiliar pontual. Ceni vai substituir Juninho Paulista, pentacampeão mundial em 2002 que acompanhou a seleção na primeira semana de treinamentos em Los Angeles para a Copa América Centenário e retornará ao Brasil na quarta-feira.

"A gente fica na expectativa de como vai poder ajudar. O ambiente de seleção é bacana. Constatei isso aqui. Obviamente tem a questão da mudança dos profissionais, mas eu percebi que o Gilmar (Rinaldi) e o Dunga têm a questão da meritocracia. Não só entre os jogadores, mas também em toda a equipe", afirmou Juninho ao site da CBF.

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Apesar de ser um dos melhores goleiros de sua geração, Rogério não teve longa carreira na seleção. Foram apenas 17 jogos. Mesmo assim, o ex-jogador contabiliza duas conquistas de expressão: a Copa das Confederações de 1997 e a Copa do Mundo de 2002, ambas como reserva.

A figura do auxiliar pontual é uma das principais novidades da segunda passagem do técnico Dunga. O formato de atuação é simples. Inicialmente, o auxiliar pontual faz uma palestra. A conversa é estimulada por três perguntas feitas pela comissão técnica. O auxiliar pode acompanhar todas as atividades e conversar com os atletas.

No final, prepara um relatório para a comissão técnica. Já executaram a função Mauro Silva, Oscar, Lúcio, Clodoaldo, Edmilson, Careca, Mauro Galvão, entre outros.

A experiência tem agradado aos jogadores. "Eles contam a experiência na Copa, como é vestir a camisa da seleção, isso é muito importante", diz o meia Lucas Lima.

O técnico Dunga explicou uma das razões da rápida ascensão do goleiro Alisson, que era a terceira opção da seleção brasileira e será titular no amistoso deste domingo contra o Panamá e também na Copa América. Para o treinador, o principal diferencial do arqueiro é pensar como atacante.

"Tive a oportunidade de trabalhar com ele no Internacional e já o tinha escalado para jogar. "São informações que nós temos, observamos o jogador, os treinamentos. Conversando com o Tinga (ex-jogador do Inter), ele me disse que o Alisson pensava como atacante. Quando ele vai na bola, ele pensa como se estivesse no lugar do atacante, como vai chutar a bola. Comecei a observar. Ele se atira como goleiro, mas tem que pensar como atacante, se vai driblar, chutar na diagonal, tocar por cima. Essa é uma outra postura", explicou o treinador em entrevista coletiva neste sábado em Denver, local da partida contra o Panamá.

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O treinador também destacou a personalidade do goleiro, que acabou de se transferir para a Roma. "Também tem a personalidade. Às vezes, você chega para falar com o jogador e ele nem espera você acabar de falar e já responde: estou pronto. Então você percebe a personalidade do jogador", disse Dunga.

Alisson assumiu o gol do Internacional no dia 12 de outubro de 2014. Depois de um ano, tornou-se titular da seleção brasileira. Chamado como o terceiro goleiro para as Eliminatórias, ele via à sua frente Jefferson, do Botafogo, que era o titular, e Marcelo Grohe, do Grêmio, o seu reserva imediato.

Jefferson não foi bem na derrota para os chilenos, por 2 a 0, em Santiago, e já vinha sendo contestado por atuar na Série B no ano passado. Grohe sofreu uma lesão no ombro nos treinos e foi cortado. Alisson atuou contra Venezuela, depois segurou a Argentina em Buenos Aires. Na Copa América, seu grande concorrente será Diego Alves, do Valencia, que retorna após um longo período de afastamento causado por uma grave contusão.

Após a goleada do Santa Cruz sobre o Cruzeiro, por 4x1, nesta quarta-feira (25), no Arruda, o assunto principal não poderia ser diferente: Grafite. Autor de dois gols, essa é a média do centroavante com o total de seis tentos marcados em três jogos disputados na Série A 2016. E o técnico Milton Mendes, orgulhoso do trabalho realizado pelo comandado, concedeu entrevista coletiva e disparou, com semblante de convicção: “Se eu fosse treinador da seleção brasileira, levaria ele”. Discurso que ele destrinchou, falando do comportamento do atacante fora de campo e, como de costume, estendendo os méritos ao lado coletivo do time coral.

“Posso dizer que sou muito feliz em ter o Grafite conosco. Ele é totalmente diferente dos atacantes que temos por aí. Iria agregar muita coisa à seleção, com a experiência e a qualidade que tem. Mas também deixo claro que respeito o trabalho do Dunga”, disse. E completou: “Quando cheguei, comentavam que ele não fazia gols há alguns jogos. Mas a qualidade sempre esteve ali. Precisava de alguns ajustes somente. Além disso, como o nosso conjunto cresceu, ele também evoluiu. Nosso coletivo é muito forte. Estamos bem porque todos os setores estão atuando de forma eficiente”.

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Questionado sobre as especulações de propostas de times do eixo Sul-Sudeste para o artilheiro coral, Milton Mendes foi sucinto e direto. “Ele disse que fica, não foi? Grafite é homem de palavra. Próxima pergunta, por favor”, minimizou, voltando à análise do momento do atleta de forma conclusiva. “Ele tem muita qualidade, mobilidade e sabe usar o corpo. Está com um nível de confiança elevado e é um líder no grupo. Dá exemplo”, finalizou. 

Nos dias iniciais de treinamentos da seleção em Los Angeles para a Copa América Centenário, o técnico Dunga tem se mostrado tranquilo, controlado e cordial, mesmo com a pressão trazida pelas dificuldades nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, torneio em que o Brasil está apenas em sexto lugar. Na primeira entrevista coletiva, quando questionado sobre essa situação desconfortável, ele disse que todos os técnicos anteriores passaram por isso e que não havia novidade. Afirmou isso sem se alterar.

Continuou de forma paciente e educada ao longo de todas as respostas, durante quase meia hora. Esse comportamento cordial faz contraste com a primeira passagem do treinador pela seleção, entre 2006 e 2010. Naquela época, a maioria das perguntas era respondida com uma "patada".

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Em um programa do SporTV, na semana passada, Dunga pediu "democracia" para interromper uma discussão entre o ex-jogador Casagrande e o coordenador de seleções Gilmar Rinaldi.

Essa versão soft e aveludada, uma espécie de Dunga paz e amor, não é propriamente nova, mas representa a confirmação de uma tendência dos últimos anos. Nos treinos, ele conversa sempre com o auxiliar Andrey Lopes, seu braço direito, e também com o auxiliar pontual. Nesta primeira semana em solo norte-americano, o posto de conselheiro é ocupado por Juninho Paulista, pentacampeão mundial com a seleção em 2002. Dunga sempre diz que as decisões são compartilhadas.

A lista de convocados também mostra concessões. Depois de ter sido colocado na geladeira porque teria simulado uma lesão para não ser convocado, Hulk pode ser titular na Copa América.

Dunga ainda mantém suas desavenças com alguns atletas, como Marcelo e Jefferson, por exemplo, que não voltaram a ser convocados. Evita ao máximo o contato com jornalistas e proíbe a presença dos assessores dos atletas na concentração, mas vem tomando atitudes que são o oposto do Dunga turrão e zangado da primeira passagem pela seleção.

A relação com o torcedor ainda não pôde ser medida. O treinador teve pouco contato com fãs por causa do forte esquema de segurança por onde passa. No hotel Belamar, concentração luxuosa e sofisticada da equipe, quem não é hóspede nem entra no saguão. Nos dois dias de apresentação dos jogadores, ninguém apareceu pedindo fotos ou autógrafos. No complexo esportivo SportHub Center, estádio do Los Angeles Galaxy cedido para os treinamentos da seleção, portões fechados.

Funcionários mais antigos da CBF, que acompanharam as 60 partidas do primeiro ciclo do treinador com 42 vitórias, 12 empates e seis derrotas, recomendam que é melhor esperar até o início da Copa América. Alertam que o humor do chefe muda de acordo com os resultados do time dentro de campo.

A possibilidade de perder Daniel Alves deixou Dunga bastante preocupado. Afinal, o jogador do Barcelona é um dos líderes do grupo que montou para a Copa América Centenário, encarregado entre outras coisas de passar aos outros atletas as instruções durante a partida e de relembrá-los daquilo que é feito nos treinamentos. Se o lateral-direito for mesmo cortado por causa das dores que sente no calcanhar, Fagner, do Corinthians, será chamado.

Daniel Alves irá se apresentar nesta quarta-feira (25), como estava programado. Entregará aos médicos da seleção relatório feito pelos médicos do Barcelona e passará por avaliação que decidirá se permanece ou não no grupo.

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Dunga já sabia que o lateral sofre com as constantes dores, decorrência de uma fascite plantar. Mas, nos últimos contatos feitos com o jogador, a comissão técnica recebeu sinais positivos. Daniel Alves disse o mesmo que afirmou em entrevista coletiva nesta terça-feira: que as dores incomodam, mas não o impedem de jogar.

"Estou há seis meses com dores. Elas incomodam, mas não me impedem de jogar. Temos feito tratamento para jogar. É uma honra servir à seleção e, por isso, quando te chamam não há cansaço (que atrapalhe)", declarou o jogador.

O problema que aflige Dunga e os integrantes da comissão técnica e que Daniel Alves também afirmou que se não estiver 100% fisicamente não jogará a Copa América. Como ele não se apresentará em perfeitas condições, a expectativa aumentou.

Ironicamente, no ano passado Daniel Alves não fazia parte do grupo inicial que disputou a Copa América no Chile. Já estava de férias e só foi chamado porque o lateral-direito Danilo se machucou em um amistoso preparatório contra o México, disputado em São Paulo. Acabaria virando titular. Fagner vai ser o substituto de Daniel Alves, se for o caso, porque está entre os 40 pré-inscritos pela CBF para disputar a competição.

No primeiro dia de treinamentos em Los Angeles para a Copa América, o técnico Dunga evitou fazer distinções entre os jogadores com idade olímpica - são sete ao todo - e os mais experientes. "No momento, estamos pensando na Copa América. Não temos atletas olímpicos, temos atletas da seleção brasileira na Copa América. Todos fazem parte da seleção da Copa América", disse o treinador em entrevista coletiva.

Dunga esclareceu o papel que espera que os líderes realizem na equipe, principalmente com a ausência de Neymar. "Todos os jogadores têm a condição de ser o protagonista. Temos outros que podem se tornar referência na seleção. Estamos buscando mais líderes tecnicamente, competitividade, comando. O líder tem de recordar o que treinamos, o que combinamos antes do jogo. Queremos jogadores que relembrem o que treinamos", disse.

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O treinador afirmou que a condição física dos atletas vai definir a escalação da equipe no amistoso de domingo, contra o Panamá. "É o primeiro dia de treinamento, estamos focados em ver as condições físicas em que cada um se apresenta. Vamos fazer um trabalho individualizado para verificar como cada um vai poder contribuir", afirmou o treinador em entrevista coletiva nesta segunda-feira. "Temos um grupo em que alguns estão no meio e outros no fim da temporada. Temos de pensar no desgaste, mas pensar individualmente", completou o treinador.

Nesta segunda-feira, já são 19 jogadores concentrados em Los Angeles. Na manhã desta segunda-feira, a delegação recebeu mais um grupo de jogadores. Foram oito atletas vindos de voo de São Paulo. Na terça-feira, chegará Elias; na quarta, Daniel Alves. Os últimos a se apresentarem serão Filipe Luís e Casemiro, que vão disputar a final da Liga dos Campeões.

Neymar, Messi e Luizito Suárez tentam ajudar neste domingo (22) o Barcelona a conquistar a Copa do Rei espanhola. Depois, o argentino e o uruguaio defenderão as suas seleções na Copa América Centenário. O brasileiro não. Vai descansar para recuperar as baterias após temporada desgastante dentro e fora do campo. Seleção para Neymar, agora, só na Olimpíada do Rio, em agosto.

Como se sabe, o técnico Dunga queria contar com Neymar na competição em que o Brasil estreia no dia 4 de junho contra o Equador - o grupo começa a se apresentar neste domingo, em Los Angeles, para dar início à preparação. O Barcelona, porém, disse não.

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A negativa encerrou uma negociação em que o treinador e o coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi, chegaram a apresentar uma programação pela qual o craque jogaria tanto o torneio dos Estados Unidos como a Olimpíada e ainda teria um bom período de férias. O técnico do Barcelona, Luis Henrique, foi contra e sua palavra prevaleceu.

Neymar tentou convencer comissão técnica e dirigentes do Barcelona a liberá-lo. Mas, ao encontrar resistência, teria, de acordo com pessoa que acompanha o dia a dia do clube catalão, "perdido o entusiasmo" e aceitado sem muita contestação a recomendação para que escolhesse uma das duas competições.

A CBF, por sua vez, não foi tão incisiva até por pensar no futuro. Os clubes são obrigados a ceder jogadores para a Copa América Centenário, mas não para a Olimpíada e o Barcelonaa poderia retaliar. Além disso, o relacionamento com os catalães tem sido bom. Em março, Rafinha Alcântara foi cedido à seleção olímpica mesmo em processo final de recuperação de grave lesão.

Neymar sempre teve a Olimpíada como objetivo principal. Sonha com o ouro inédito para o futebol brasileiro. No entanto, publicamente disse por diversas vezes que queria disputar as duas competições. Em contato com o jornal O Estado de S.Paulo, o pai do atacante, Neymar da Silva Santos, admitiu que a posição do técnico do Barcelona pesou. "Por ele (Neymar), jogaria os dois torneios e mais algumas peladas por aí", disse. "Mas ouvimos o Luis Henrique, que como técnico está certíssimo e tem de fazer valer sua opinião, de que ele precisa de mais férias. Tivemos de fazer uma escolha".

Neymar pai afirmou que se fosse agir como empresário e focar apenas o lado comercial, iria querer que o filho disputasse o torneio nos Estados Unidos, "onde o mercado é ávido para vê-lo em ação, com tantas oportunidades de negócios". Ele negou que tenha faltado empenho a Neymar para obter a liberação. "Como se mede esse ‘esforço’ pra conseguir e liberação?", questionou.

A CBF assegura que trabalho para que Neymar jogasse a Copa América Centenário não faltou. "O coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi, afirma que todos os esforços foram feitos por parte da CBF e tem a certeza de que o atleta não mediu esforços para tentar disputar a competição", afirmou, por meio de nota.

O atacante Ricardo Oliveira, do Santos, está fora da Copa América Centenário, que será em junho nos Estados Unidos, por contusão. Em seu lugar, o técnico Dunga convocou o atacante Jonas, artilheiro do Benfica na temporada portuguesa que acabou recentemente. A informação foi confirmada pelo site da CBF na noite desta sexta-feira.

A contusão de Ricardo Oliveira, uma tendinite no joelho direito, fez com que o atacante ficasse fora dos treinos do Santos ao longo da semana. Na tarde desta sexta-feira, o técnico Dorival Júnior informou que ele não estava confirmado para o jogo contra o Coritiba pelo Campeonato Brasileiro, neste domingo, na Vila Belmiro. O treinador também inclui o meia Lucas Lima na lista de dúvidas, mas o jogador treinou durante a semana e deverá jogar.

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"Ainda não estão confirmados. As lesões não são mais recentes. Estamos há muitos dias sem os jogadores nos treinamentos", afirmou Dorival Júnior, em entrevista coletiva nesta sexta-feira, no CT Rei Pelé.

Ricardo Oliveira atuou pela seleção brasileira nas duas últimas partidas nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 e foi nome constante nas últimas convocações. No ano passado, ele foi convocado depois de oito anos de ausência. Em 2015, depois de cinco temporadas no futebol árabe, voltou ao Brasil sob desconfiança, com um contrato válido apenas até o fim do Campeonato Paulista.

Marcou 11 gols e ajudou o Santos a levar o título estadual com os prêmios de artilheiro e melhor jogador da competição. Seu vínculo foi estendido até dezembro de 2017, acompanhado de uma valorização salarial. No torneio deste ano, foi novamente um dos destaques da equipe.

Já Jonas encerrou a temporada em Portugal em grande estilo. Nesta sexta-feira, marcou o primeiro gol do Benfica na goleada por 6 a 2 no Marítimo que valeu o título da Copa da Liga Portuguesa. No último domingo, o time de Lisboa conquistou o Campeonato Português, ficando apenas dois pontos na frente do rival Sporting. Nesta competição, o brasileiro foi o artilheiro com 32 gols. Ainda ficou na quarta posição na briga pela Chuteira de Ouro da Europa, prêmio entregue ao maior artilheiro entre as principais ligas europeias.

Não é de hoje que o comportamento de Neymar em campo gera preocupações para a seleção brasileira e para o clube em que o atacante atua. O técnico Dunga admite que os últimos episódios envolvendo o jogador, como as confusões em campo com a camisa amarela ou com a do Barcelona e as polêmicas extracampo, estão sendo monitorados por ele e sua comissão. Por isto, sinalizou mudanças e pode tirar a braçadeira de capitão do Brasil do craque.

"Tem algumas coisas que a gente vai modificar", resumiu Dunga em entrevista ao SporTV. "A questão é que tudo que envolve o Neymar toma amplitude muito maior. Isso não significa que ele não tenha se excedido já, mas conversamos. Os episódios que têm acontecido na seleção não são só na seleção. A questão da faixa é que eu achava que daria maior segurança para ele, se sentiria um personagem importante perante os jogadores."

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Apesar de admitir que mudanças deverão acontecer, Dunga minimizou o peso da faixa de capitão para Neymar. O treinador também preferiu não criar polêmica sobre a atitude do jogador depois de ser suspenso na partida contra o Uruguai em março, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Fora do jogo seguinte contra o Paraguai, o craque foi flagrado em uma festa em Santa Catarina enquanto seus companheiros atuavam em Assunção.

"Dar a braçadeira ou não, é fácil. Já conversamos com o Neymar. No Barcelona, ele não usa a faixa de capitão e acontece a mesma coisa", comentou. "Neymar tem uma responsabilidade, todo mundo espera que ele vá resolver sozinho, o que não é possível. Mas tudo tem uma repercussão enorme. Ele ter ido participar de uma festa ou não, é coisa dele, é jovem. Às vezes, no futebol, a gente mistura muito as coisas. Temos conversado sobre isso, ele é uma referência e em tudo que ele fizer, é preciso esse pensamento. É preciso saber conviver com isso também."

Se as polêmicas envolvendo Neymar parecem contornadas por Dunga, o treinador deixou claro que ainda há um descontentamento quando o assunto é em relação ao goleiro Jefferson e o lateral-esquerdo Marcelo. No caso do atleta do Botafogo, o técnico da seleção admitiu incômodo com as reclamações públicas do jogador, que queixou-se da falta de novas oportunidades após ter falhado contra o Chile pelas Eliminatórias, mas voltou a garantir que este episódio não teve qualquer relação com a opção de deixar de chamá-lo nas convocações.

"O jogador tem que entender que dentro da seleção tem uma competição muito alta, então você jogar ou não vai depender do momento, da situação. E é preciso ter respeito e humildade em relação ao goleiro que está entrando, que esperou sua vez. Ele (Jefferson) tem a opinião dele, não tem problema, mas é preciso ter extrema certeza. Avaliamos o jogador dentro e fora do clube, a forma que atua, que toma ou faz gol, tudo é analisado para termos o mínimo de erro possível. Mas ninguém é dono da posição na seleção. É jogo, é competição" afirmou.

Sobre Marcelo, Dunga deixou no ar um episódio que teria acontecido após o duelo diante do Chile, na estreia das Eliminatórias. Já na rodada seguinte, contra a Venezuela, o lateral passou de titular a reserva. "Além da questão técnica, o jogador tem que ser comprometido e ter comportamento. Não vou falar tudo aqui, é só verem o que aconteceu depois do jogo do Chile na nossa chegada e vão entender tudo. Nós vamos fazer o que tem que ser feito para o futebol andar. O cara não pode fazer tudo só porque é bom. Respeitamos as individualidades, mas tem que ter cuidado com o que fala."

O coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi, endossou o discurso de Dunga e confirmou que questões de "comprometimento" são os motivos da ausência de Marcelo na última convocação, para enfrentar Uruguai e Paraguai. O dirigente ainda revelou que foi ele quem entrou em contato com o departamento médico do Real Madrid na época, no episódio que ficou marcado pelo desencontro de informações, uma vez que a seleção alegou que o jogador não tinha condições de jogo por estar lesionado, mas ele acabou entrando em campo pelo Real logo depois.

"Sobre o Marcelo, a culpa neste caso é minha, porque eu fiz a interlocução. Vou cometer uma inconfidência, mas tenho o WhatsApp (aplicativo de troca de mensagens instantânea por celular) do médico do Real Madrid. O Dunga ouviu o que eu passei para ele, que foi o que o médico me passou", explicou.

Dunga tem por hábito não falar sobre atletas que ficam de fora da convocações, mas nesta quinta-feira o treinador falou sobre a principal ausência da lista de 23 jogadores do Brasil chamados para a Copa América Centenário: Neymar. O atacante não foi liberado pelo Barcelona para jogar duas competições com a seleção, e Dunga preferiu contar com ele nos Jogos Olímpico do Rio, e não na competição continental. "Temos outros jogadores", resumiu.

"O Neymar não se precisa falar muito pra saber o jogador que ele é, mas temos jogadores muito competitivos, com qualidade, que já demonstram na seleção brasileira a sua competência, a sua qualidade. Nós jogamos as Eliminatórias, em alguns jogos, sem o Neymar", lembrou o técnico.

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"Gostaríamos de contar com ele, mas quando não for possível temos jogadores que podem dar a resposta que todos nós queremos. A seleção tem que ser uma equipe competitiva, que busca a vitória e, principalmente, usar nosso talento. Nós temos jogadores que têm esse potencial do drible, da criatividade, de jogar em triangulação, de buscar o gol", insistiu Dunga.

O técnico, no entanto, não apontou quem seriam esses jogadores. Na lista divulgada nesta quinta-feira, os atacantes - segundo definição da própria CBF - são Hulk, do Zenit, e Gabriel e Ricardo Oliveira, do Santos.

Apesar da ausência de Neymar, Dunga espera um futebol alegre na Copa América que será realizada nos Estados Unidos. "Quando o jogador vem pra seleção brasileira ele tem que se divertir e ser feliz. É um momento único. Quatro anos, quando você piscar o olho, passou. Tem que vir aqui, dar o melhor, se divertir, ser feliz, e quando chegar em casa contar as historias na seleção", comentou.

A seleção brasileira que disputará a Copa América Centenário terá sete jogadores com idade olímpica. Dentre eles, as novidades no grupo principal são o goleiro Ederson, do Benfica, o zagueiro são-paulino Rodrigo Caio e o atacante Gabriel, do Santos. Marquinhos (Paris Saint-Germain), Fabinho (Monaco), Douglas Santos (Atlético Mineiro) e Rafinha Alcântara (Barcelona) completam a lista.

A escolha, segundo o técnico Dunga, passou por um grande trabalho do "departamento de inteligência" da CBF, grupo formado por olheiros e membros da comissão técnica e que é responsável por monitorar o desempenho de centenas de jogadores mundo afora.

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Sobre o goleiro Ederson, o técnico classificou como "um goleiro moderno, que começou num clube pequeno em Portugal e depois foi para o Benfica para a vaga de um goleiro da seleção", fazendo referência a Júlio Cesar, goleiro do Brasil nas duas últimas Copas do Mundo.

"O Rodrigo Caio já esteve aqui. É um jogador que atua também como volante, é versátil, tem uma boa bola área e saída de jogo. Um perfil muito bom de profissional. O Gabigol nós vimos, eu e o Gilmar, em um torneio na Espanha logo que assumimos. Tinha um certo receio, uma coisa negativa sobre ele, mas nós decidimos apostar e deu certo. Nós conversamos com o clube, com o treinador, e ele deu uma resposta muito boa", explicou Dunga. O treinador, porém, disse que essa "coisa negativa" era de discussão interna.

O técnico disse ainda que espera grande retorno dos atletas com idade olímpica na Copa América. "É bom esclarecer que esses jogadores que estão chegando agora à seleção principal é porque eles merecem. Quanto ao peso ou não, a seleção brasileira tem compromisso com a vitória. Temos que entrar sempre com essa ideia e mentalidade. As duas competições são importantes", declarou. "É importante eles entenderem que eles não estão aqui nas Olimpíadas. Eles estão na Copa América. O futuro vai depender do presente", profetizou o técnico.

Dunga também destacou que esses jogadores já adquiriram boa bagagem em seus clubes e na própria seleção. "Como o Gilmar (Rinaldi) me disse uma vez: 'Experiência se ganha praticando, e praticando poder ser na seleção brasileira'. Esses jogadores, apesar de jovens, já têm boa experiência e estão participando da seleção há algum tempo", disse o treinador da seleção.

O técnico Dunga convocou nesta quinta-feira (5) pela manhã a lista de convocados para a edição do centenário da Copa América. A lista do técnico contou com uma série de novidades como o goleiro Ederson, do Benfica, o zagueiro Rodrigo Caio, do São Paulo e o atacante Gabriel, do Santos. Neymar, que foi liberado pelo Barcelona apenas para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que terão início em agosto, foi uma das ausências sentidas na convocação.

Outro que vinha sendo constantemente relacionado para os jogos da seleção, o zagueiro David Luiz, também ficou de fora. Muito criticado pela torcida nos últimos jogos que atuou, o atleta não teve seu nome divulgado nem na pré-lista da seleção. Sobre o fato de ter deixado o defensor de fora da Copa América, Dunga preferiu não comentar. “Prefiro falar sobre aqueles atletas que foram convocados”, restringiu-se a dizer.

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Com realização do torneio continental de seleções entre os dias 3 e 26 de junho, o técnico quer aproveitar o período para avaliar alguns atletas que também poderão compor o elenco das olimpíadas por isso a convocação de tantos atletas abaixo dos 23 anos de idade. Confira a lista de convocados:

Goleiros

Alisson – Internacional  

Diego Alves – Valencia  

Ederson – Benfica 

Zagueiros

Miranda – Internazionale 

Marquinhos – PSG 

Gil - Shandong Luneng

Rodrigo Caio – São Paulo

Laterais

Daniel Alves – Barcelona 

Filipe Luis – Atlético de Madrid  

Fabinho – Monaco 

Douglas Santos – Atlético-MG

Meias

Luiz Gustavo – Wolfsburg 

Elias – Corinthians 

Renato Augusto - Beijing Guoan

Philippe Coutinho – Liverpool 

Lucas Lima – Santos 

Willian – Chelsea  

Casemiro – Real Madrid 

Rafinha Alcântara – Barcelona 

Douglas Costa – Bayern de Munique

Atacantes

Hulk – Zenit 

Gabriel – Santos 

Ricardo Oliveira – Santos 

Dunga divulga nesta quinta-feira, às 11 horas, na sede da CBF, no Rio, os 23 convocados para defender o Brasil na Copa América Centenário e a relação poderá dar pistas sobre os outros dois atletas com idade acima de 23 anos que levará à Olimpíada.

É certo que Neymar, que não disputará a competição continental marcada para acontecer de 3 a 26 de junho, nos Estados Unidos, estará nos Jogos do Rio-2016 e o técnico gostaria de contar também com o zagueiro Miranda e o meio-campista Willian.

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A Inter de Milão avisou que não libera Miranda para os dois torneios e o zagueiro pode ficar de fora nesta quinta. Willian, do Chelsea, dá preferência à Olimpíada, mas tem chance de jogar ambas as competições.

A estreia do Brasil na Copa América será no dia 4 de junho, contra o Equador, no Rose Bowl, em Pasadena. Em seguida, o segundo adversário brasileiro será o Haiti, no dia 8, no Orlando Citrus Bowl. Já o fechamento da primeira fase será contra o Peru, no dia 12, no Gillette Stadium, em Foxborough.

Anteriormente, Dunga havia anunciado uma lista de 40 pré-convocados para a Copa América Centenário, que será realizada neste ano para marcar os 100 anos de disputa da tradicional competição e também da Conmebol. Ou seja, o treinador irá cortar 17 nomes daquela lista inicialmente formulada.

O técnico da seleção brasileira, Dunga, criticou nesta segunda-feira as constantes mudanças de treinador no futebol do País e defendeu seu trabalho à frente da equipe nacional. Falando a um público formado principalmente por treinadores e dirigentes de federações do País, Dunga afirmou que a cultura da mudança não pode se restringir ao campo de jogo e foi taxativo: "Nós não queremos ter razão, nós queremos ganhar".

O treinador foi o primeiro a palestrar no evento "Somos Futebol - Semana de Evolução do Futebol Brasileiro", que está sendo realizado na sede da CBF. Dunga falou por cerca de trinta minutos, período em que apresentou o trabalho que vem sendo desenvolvido na entidade e, principalmente, à frente da seleção.

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Pressionado pela campanha ruim do Brasil nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2018 - a seleção é apenas a sexta colocada, com nove pontos em seis rodadas -, o técnico fez um paralelo com a fase de classificação ao Mundial de 2010, quando ele também comandou o Brasil. Dunga lembrou que, daquela vez, o Brasil chegou à sexta rodada com a mesma pontuação de agora. Na ocasião, o time brasileiro acabou se classificando em primeiro.

"A gente gosta de mudar de treinador, mas cadê nossas convicções?", questionou o técnico. "Todo mundo quer mudança, mas só falam de mudança dentro de campo. Todo mundo tem que mudar."

Para ele, a pressão da tabela pode ter um lado positivo. "Você forma um grupo vencedor nas dificuldades. Ele fica cascudo", defendeu, apontando ainda para a falta de experiência do grupo. Segundo Dunga, dos 35 jogadores que já foram convocados para os jogos das Eliminatórias, apenas Daniel Alves, Miranda e Filipe Luís já estiveram em campo por essa fase de classificação anteriormente. "Solução pra hoje não tem. Parece que nós sempre nos classificamos (para a Copa) com facilidade, e não foi assim. Nossas classificações sempre foram com dificuldades."

O técnico também criticou o que chamou de "paternalismo em excesso" de alguns treinadores. Ele se referia àqueles conhecidos como "paizões" entre os atletas. "Eu tenho que ser pai em casa, com meus filhos. Aqui eu tenho que ser profissional. Tenho que respeitar, tratar bem, saber que o jogador tem problemas, mas acima de tudo eu tenho que ter profissionalismo. Tenho que tratar como homens", afirmou Dunga.

"É preciso hierarquia com diálogo, não só com os jogadores, mas com todos os setores que trabalham com o esporte. A ideia tem que ser mais importante que o indivíduo. Nós temos que ganhar."

DEL NERO - Antes da palestra de Dunga, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, falou por dois minutos e deu as boas-vindas aos presentes. "No dia que eu tomei posse, a nossa manifestação foi de que nós deveríamos fazer um grande simpósio do futebol para entender, e com cada um dos senhores, melhorar dentro daquilo que nós temos. E hoje é o pontapé inicial", afirmou Del Nero. Logo depois, ele saiu do auditório e não acompanhou as discussões.

O técnico Dunga considerou "equilibrado" o grupo do Brasil na primeira fase dos Jogos Olímpicos do Rio. Logo após o sorteio, realizado na manhã desta quinta-feira (14), no Maracanã, o treinador disse que está confiante para a competição porque "pela primeira vez a seleção está desenvolvendo um trabalho longo" visando o ouro olímpico.

"Acho que todos os grupos são equilibrados, é uma competição que vai afunilando. Os jogadores nessa idade, no momento de pressão, às vezes têm um rendimento abaixo, em outras, um rendimento maior. Mas estou muito confiante", afirmou o técnico.

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Ele já avisou que contra a África do Sul, dia 4 de agosto, no Mané Garrincha, o Brasil terá que sair de campo vitorioso e, mais do que isso, com bom futebol. "Na estreia você precisa vencer, fazer um bom jogo para adquirir confiança dentro de campo e também para ter a torcida ao nosso lado", ponderou.

Questionado sobre a presença de Neymar nos Jogos Olímpicos, o treinador preferiu uma resposta genérica. "A gente tem que conversar com vários clubes, não só aqueles com jogadores abaixo de 23 anos. A gente tem respeito muito grande e tem que buscar um entendimento", declarou o técnico. "Estamos monitorando muitos jogadores, não só nos clubes, mas também tem acompanhamento na seleção."

Pressionado pelos maus resultados nas Eliminatórias da Copa do Mundo, Dunga procurou demonstrar serenidade. "Pressão existe sempre. Até no par ou ímpar tem que ganhar. É normal", disse. "Eu participei de duas Olimpíadas, em 1984 nos Estados Unidos e depois na China, em 2008. Sem dúvida nenhuma é um enorme prazer representar aqui dentro do nosso País e buscar a tão sonhada medalha. Pela primeira vez a gente se preparou com um bom tempo, temos jogadores de qualidade, um trabalho bem longo, e com muita confiança."

Confira como ficaram os grupos do futebol na Olimpíada do Rio:

MASCULINO

GRUPO A: Brasil, África do Sul, Iraque, Dinamarca.

GRUPO B: Suécia, Colômbia, Nigéria, Japão.

GRUPO C: Ilhas Fiji, Coreia do Sul, México, Alemanha.

GRUPO D: Honduras, Argélia, Portugal, Argentina.

FEMININO

GRUPO E: Brasil, China, Suécia, África do Sul.

GRUPO F: Canadá, Austrália, Zimbábue, Alemanha.

GRUPO G: Estados Unidos, Nova Zelândia, França, Colômbia.

INGRESSOS - Logo após a definição dos grupos, o Rio-2016 recebeu grande procura por ingressos. Nos primeiros dez minutos, dois mil bilhetes para o torneio de futebol foram comercializados. Nesta quinta-feira, o Rio-2016 colocou à venda um novo lote de ingressos. Mil deles para a final do futebol.

O coordenador de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi, confirmou na noite desta segunda-feira que Rogério Micale será auxiliar técnico de Dunga nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto. Acompanhado do preparador físico do time sub-23, Marcos Seixas, Micale vai reforçar a comissão técnica que já conta com Andrey Lopes, auxiliar de Dunga na seleção principal.

Com carreira consolidada como treinador de times de base, Micale se tornou técnico das seleções sub-20 e sub-23 no ano passado, em substituição a Alexandre Gallo. Ele ganhou mais espaço na CBF ao levar o time sub-20 ao vice-campeonato mundial. Cogitou-se até manter Micale como treinador da seleção olímpica no Rio-2016.

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Contudo, Rinaldi decidiu por colocar Dunga no comando do time olímpico ainda no ano passado. Desde então, o treinador passou a fazer as convocações da equipe, sempre em parceria com Micale, que comanda o time olímpico em amistosos que coincidem com datas dos jogos da seleção principal.

O coordenador de seleções da CBF também comentou a presença de Neymar tanto na Copa América Centenário quanto na Olimpíada. Rinaldi revelou parte do plano proposto pela CBF aos clubes europeus para conseguir a liberação do atacante e de outros jogadores que podem atuar nas duas competições - Dunga pode convocar até três jogadores acima de 23 anos para o Rio-2016. "O problema [para liberar Neymar] são as férias. O Barcelona está muito preocupado com isso e nós também, porque o jogador tem que ter o seu descanso", afirmou o dirigente, em entrevista ao canal Fox Sports.

Rinaldi comparou o tempo de descanso que os brasileiros terão com as férias dos jogadores que disputarão a Eurocopa, entre junho e julho deste ano, na França. "Nós temos uma planilha na qual é muito fácil perceber que os jogadores que irão participar da Eurocopa vão ter menos tempo de férias do que os jogadores que irão participar da Copa América e da Olimpíada. Quem participar da Copa América e da Olimpíada terá cerca de 21 ou 22 dias de férias. Quem participar da Euro terá cerca 15 dias", declarou.

Os empates contra Uruguai e Paraguai, que jogaram a seleção brasileira para o sexto lugar nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, abalaram o prestígio do técnico Dunga dentro da CBF. O treinador jamais esteve tão vulnerável como agora. Ainda assim, ele deve ser mantido no comando, embora em situação delicada e com a pressão sobre os dirigentes para que mudem a comissão técnica seja grande.

Uma fonte ligada à CBF confidenciou ao jornal O Estado de S.Paulo que Dunga correu grande risco de ser demitido caso tivesse perdido para o Paraguai. O sentimento na cúpula da entidade é que o treinador não está conseguindo obter tudo que pode da equipe e tem tido algumas posturas equivocadas.

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O relacionamento com o atacante Neymar também é algo que tem incomodado e a mudança de comando poderia fazer todos "acordarem", além de ser uma forma de conseguir recuperar parte do apoio da torcida, perdido até mesmo no Nordeste, onde a seleção sempre gozou de muito prestígio. As vaias ao final do jogo contra o Uruguai, na Arena Pernambuco, no Recife, surpreenderam.

O ponto fundamental para manter Dunga no comando é a amizade com Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções. O ex-goleiro é defensor ferrenho do capitão do tetra e por isso não cogita a possibilidade de dispensá-lo. A visão da comissão técnica é que o Brasil vive um momento de instabilidade em decorrência da boa forma das outras seleções e não por problemas do time.

A demissão de Dunga teria que passar por Gilmar. A única exceção seria se ele também deixasse o cargo, algo que parece, por enquanto, distante. O fato de terem escolhido o hotel Vila Ventura, em Viamão (RS), onde Lúcio é um dos sócios, também criou uma saia justa já que o ex-zagueiro atuou como membro pontual da comissão técnica nos jogos contra Uruguai e Paraguai.

Outro ponto desfavorável para o treinador é o relacionamento com os jogadores. Alguns atletas não aprovam a maneira como a seleção joga e as opções táticas feitas pelo treinador. Entretanto, no grupo ninguém admite que exista qualquer complô para tentar derrubar o treinador, mas sim divergências naturais do trabalho.

Daniel Alves, um dos líderes do grupo, afirmou após o jogo contra o Paraguai que o momento não é de analisar se o jogador está contente ou não com o treinador. "Temos outra filosofia e outro estilo de jogo (no clube) e temos de nos adaptar. Não se trata de estar contente ou infeliz. Se a gente está aqui, tem de abraçar a causa, o treinador e a comissão técnica para evoluir. Se acharmos que nada presta, não sairemos do lugar".

RUSGAS - O relacionamento entre Dunga e Neymar, por exemplo, já foi mais intenso e, por conta dos últimos acontecimentos, está mais frio. Existe um consenso na CBF de que o atacante não tem se dedicado como poderia à seleção e Dunga, embora precise muito do jogador e tenha a fama de rígido, deveria exercer maior autoridade sobre o garoto.

O fato de ter sido flagrado em uma balada em Florianópolis, horas depois de ter levado um cartão amarelo evitável diante do Uruguai, que o suspendeu do jogo contra o Paraguai, é um exemplo do quanto o atacante parece estar disperso. Vale lembrar, porém, que ele e David Luiz foram dispensados por não terem condição de jogo, mas os dirigentes da CBF esperavam uma atitude diferente do astro do Barcelona.

Quando questionado sobre o assunto, Dunga desconversou e disse que não poderia cobrar de seus atletas a mesma postura que tinha quando era jogador, dando leve alfinetada no craque.

O técnico Dunga prometeu, antes da partida contra o Uruguai, que passado os dois jogos da seleção brasileira nas Eliminatórias, pediria para o médico Rodrigo Lasmar mostrar a troca de mensagens com o lateral-esquerdo Marcelo onde comprovaria que o jogador havia dito que estava machucado e que por isso não foi convocado. Entretanto, após o jogo com o Paraguai, o médico da seleção disse que o treinador se confundiu do início ao fim da história.

Lasmar explicou que a conversa com Marcelo foi por telefone e que na véspera da convocação, no dia 2, Marcelo havia explicado que não tinha sido relacionado nos dois últimos jogos, mas estava otimista para voltar em breve, antes mesmo de a seleção se apresentar na Granja Comary, algo ocorrido no dia 21.

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"Dunga se confundiu um pouco. Conversei com o Marcelo diretamente, já que antes da convocação, o contato é mais detalhado do que uma troca de mensagem no Whatsapp. Na véspera (da convocação), liguei para o jogador e perguntei como ele estava. O Marcelo me disse que havia dois jogos em que não era relacionado por um problema médico. Durante a recuperação no ombro, ele sofreu uma na panturrilha, mas disse que estava se recuperando bem e que havia possibilidade de jogar no fim de semana. Caso isso não ocorresse, na semana seguinte com certeza estaria em campo contra a Roma", disse o médico.

Lasmar ainda negou que tivesse vetado a escalação do lateral do Real Madrid. "O critério de convocar ou não é do treinador. Nosso trabalho é passar a condição em que o atleta se encontra naquele momento da convocação", explicou. Dunga, ao ser questionado o motivo de não ter convocado Marcelo, disse que o jogador estava machucado, o que causou irritação no jogador e na comissão técnica do clube espanhol.

Na ocasião, o técnico do Real, Zinedine Zidane, assegurou que ninguém da seleção entrou em contato com o clube para saber a real condição do jogador, por isso, acreditava que a justificativa dele ter uma lesão não era válida. "Houve sim. Sou médico da seleção e falei com o Marcelo, jogador do Real. Eu o conheço há anos e o que ele me falou por telefone era o suficiente para passar as informações ao Dunga e ao Gilmar", contou Lasmar.

A expectativa fica para um possível retorno do lateral na lista dos convocados para a Copa América e na sequência do trabalho do técnico Dunga no comando da seleção.

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