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As novas regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) ajudarão a expandir o número de vagas para estudantes do ensino superior sem, entretanto, comprometer a viabilidade financeira do programa como vinha ocorrendo, de acordo com avaliação do diretor executivo do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), Rodrigo Capelato. "Na crise econômica, a capacidade do governo de aumentar as vagas é baixa, pois não há dinheiro. A mudança é uma forma criativa de aumentar o número de vagas", observou.

Capelato elogiou a diversificação do mix de recursos que irá compor a fonte de financiamentos para arcar com as mensalidades dos cursos. Além do Tesouro Nacional, o programa passará a contar também com a vinculação de fundos regionais, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de uma contribuição maior das universidades. "Entendemos que o saldo é positivo. Era necessário ter ajustes para o Fies voltar a ser sustentável. Havia risco de o programa morrer", comentou.

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De acordo com as regras anunciadas hoje, o Fies contará com um novo fundo garantidor, capaz de cobrir até 25% da inadimplência dos estudantes. Antes, eram apenas 10%. Agora, o fundo receberá R$ 500 milhões do Tesouro nos primeiros quatro anos, chegando a R$ 2 bilhões. Também haverá aportes maiores das universidades privadas. Hoje, essas instituições destinam 6,5% do valor das mensalidades para o fundo. Com as novas regras, esse patamar ficará entre 13% e 20%.

No entanto, Capelato pondera que esse patamar precisa ser calibrado em função do desempenho de cada universidade. Segundo o diretor, há instituições mais rígidas no acompanhamento da adimplência dos estudantes e, portanto, deveriam contribuir menos com o fundo. Outras, porém, não mantiveram controle efetivo e permitiram que a inadimplência atingisse níveis muito altos.

"Algumas instituições ofereceram o financiamento estudantil como se fosse uma bolsa gratuita. Elas abusaram e o programa todo foi prejudicado", apontou. "Mas se a instituição é responsável, não há por que ter uma participação alta no fundo. É preciso haver uma participação relativa ao índice de inadimplência", defendeu.

Distribuição

O diretor executivo do Semesp ainda criticou que 210 mil, do total de 300 mil vagas de ensino, foram concentradas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, segundo o anúncio feito hoje. "Essas regiões são mais carentes, embora a grande massa de estudantes esteja no Sul e Sudeste. Isso vai acabar gerando um prejuízo grande. Há jovens carentes no Brasil todo".

As novas regras do Fies valerão a partir de 2018, e os detalhes do funcionamento do programa constarão na Medida Provisória (MP) sobre o tema, prevista para ser publicada amanhã no Diário Oficial da União.

A Força Aérea Brasileira (FAB) afirmou por meio de nota que o avião interceptado com 500 Kg de cocaína neste domingo, 25, decolou da Fazenda Itamarati Norte, no município de Campo Novo do Parecis (MT). A Itamarati Norte pertence ao Grupo Amaggi, empresa da família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, segundo informações publicadas no site do grupo. A informação sobre a interceptação da aeronave foi veiculada pelo site MidiaNews, de Mato Grosso.

Segundo a FAB, o avião bimotor, matrícula PT-IIJ, decolou da Fazenda Itamarati Norte com destino a Santo Antonio Leverger (MT). Quando a informação chegou à imprensa, a assessoria de imprensa do ministro afirmou que divulgaria uma nota sobre o assunto na sequência.

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A interceptação da aeronave se deu na Operação Ostium. A investigação é coordenada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (Comae), da Aeronáutica, em conjunto com a Polícia Federal e outros órgãos de segurança e mira voos irregulares que possam estar ligados a crimes como o narcotráfico.

Veja a seguir a nota distribuída pela FAB:

"O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica comunica que neste domingo (25/06) um avião A-29 Super Tucano da Força Aérea Brasileira interceptou o avião bimotor, matrícula PT-IIJ, na região de Aragarças (GO), resultando na apreensão de cerca de 500 kg de cocaína. A ação faz parte da Operação Ostium para coibir ilícitos transfronteiriços, na qual atuam em conjunto a Força Aérea Brasileira, a Polícia Federal e órgãos de segurança pública.

O avião decolou da Fazenda Itamarati Norte, no município de Campo Novo do Parecis (MT) com destino a Santo Antonio Leverger (MT).

A interceptação, feita pela aeronave de defesa aérea A-29 Super Tucano da FAB, iniciou-se às 13h17 da tarde deste domingo. O piloto de defesa aérea seguiu o protocolo das medidas de policiamento do espaço aéreo, conforme estabelece a Lei 7565/1986 e o Decreto 5.144/2004, interrogando o piloto do bimotor e comandando, na sequência, a mudança de rota e o pouso obrigatório no aeródromo de Aragarças (GO).

Inicialmente, a aeronave interceptada seguiu as instruções da defesa aérea, mas ao invés de pousar no aeródromo indicado, arremeteu. O piloto da FAB novamente comandou a mudança de rota e solicitou o pouso, porém o avião não respondeu. A partir desse momento, foi classificado como hostil. O A-29 da FAB executou o tiro de aviso - uma medida de persuasão para forçar o piloto da aeronave interceptada a cumprir as determinações da defesa aérea - e voltou a comandar o pouso obrigatório.

O avião interceptado novamente não respondeu e pousou na zona rural do município de Jussara, interior de Goiás.

Um helicóptero da Polícia Militar de Goiás foi acionado e faz buscas no local. O avião será removido para o quartel da Polícia Militar de Goiás em Jussara. A droga apreendida será encaminhada para a Polícia Federal em Goiânia."

Maggi diz que piloto deve explicações

Em nota publicada em suas redes sociais, o ministro disse que o local da decolagem ainda está sendo investigado e que as informações devem ser prestadas pelo piloto da aeronave. Confira a nota na íntegra:

"Boa tarde! Quero esclarecer a respeito das notícias veiculadas sobre a interceptação de uma aeronave, carregada de entorpecentes, que, supostamente, teria decolado de uma pista localizada na fazenda Itamarati, na parte arrendada pela AMAGGI. Para isso, compartilho a nota oficial da Força Aérea Nacional, onde afirma que o local exato da decolagem será objeto de investigação. As informações devem ser prestadas pelo piloto da aeronave, mas ele ainda não foi localizado.

Mato Grosso é um estado continental que se torna vulnerável à ação do tráfico internacional pelas fronteiras que possui. E, o local da fazenda (região de Campo Novo do Parecis) enfrenta o mesmo problema. A propriedade é extensa e tem 11 pistas autorizadas, assim sendo, quando a FAB conseguir confirmar o local exato da decolagem, compartilho com vocês!"

A Polícia Federal vai investigar a chacina e os atos de violação a direitos humanos ocorridos no dia 24 de maio no município de Pau D'Arco, no Estado do Pará, quando dez trabalhadores rurais foram brutalmente assassinados.

A atuação da Polícia Federal foi autorizada pelo Ministério da Justiça, após solicitação formalizada no dia 29 de maio pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH). "Desde o início achamos que o fato era muito grave e que, como havia uma flagrante violação do direito à vida, era fundamental a participação da Polícia Federal no caso. Posteriormente, com o surgimento de boatos de que há listas de pessoas ameaçadas, motoqueiros com fotos das testemunhas e vítimas fazendo buscas, a entrada da Polícia Federal se faz ainda mais necessária", disse o presidente do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, Darci Frigo.

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Na terça-feira, um relatório realizado por deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Pará concluiu que agentes da polícia militar e civil violaram direitos humanos, desobedeceu protocolos legais e descaracterizou a cena do crime.

Policiais sustentam que chegaram à fazenda para cumprir ordens de prisão e foram recebidos a tiros pelos ocupantes da terra. Por isso, teriam reagido. A história é contestada pelos familiares das vítimas e sobreviventes. Eles afirmam que o grupo estava refugiado na mata e foi surpreendido pelos policiais, que já teriam chegado atirando. Alguns conseguiram fugir, mas as vítimas foram torturadas e mortas.

Na madrugada da quinta-feira (25), a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, e o presidente do CNDH, Darci Frigo, se deslocaram até a área em missão emergencial para acompanhar a perícia, exigir celeridade na investigação e a responsabilização dos culpados pelo massacre. A realização da missão foi aprovada pelo Plenário do colegiado na tarde do dia 24. O procurador-geral de Justiça do Estado do Pará, Gilberto Martins, e a Defensora Pública, Ingrid Noronha, também se juntaram à missão.

O grupo apurou que são da mesma família sete dos dez trabalhadores rurais assassinados na manhã da última quarta-feira. Teria havido tentativa por parte das Polícias Civil e Militar de registrar as mortes como autos de resistência - à ação policial seguida de morte - e simplesmente arquivar o caso. A Polícia está fazendo uma busca pelas testemunhas vivas, porque havia 28 pessoas no local naquele momento. Dez morreram, uma está hospitalizada e outras três testemunhas foram ouvidas pelo Ministério Público.

Na semana passada, o secretário de segurança do Pará, Jeannot Jansen, determinou o afastamento dos 29 policiais - 21 militares e oito civis - envolvidos no conflito. Eles não podem mais participar de qualquer missão policial e devem colaborar com as investigações para esclarecer os fatos. Os policiais afirmam que cumpriam ordem judicial de prisão e de busca e apreensão de armas contra invasores da propriedade quando foram recebidos a tiros. Eles prestaram depoimento sigiloso ao Ministério Público Estadual.

A autorização do MJ é assinada pelo novo ministro da Pasta, Torquato Jardim. "Diante da necessidade de apuração de responsabilidade dos envolvidos na violação de direitos humanos no caso do assassinato de dez trabalhadores rurais do dia 24 de maio de 2017, no município de Pau D'Arco, Estado do Pará, determino a atuação da Polícia Federal no caso em comento", afirma o ministro no despacho.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório Regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) condenaram a violência que se alastra em disputas de terra pelo País. A chacina em Pau D'Arco, elevou para 37 o número de mortes no campo apenas nos primeiros cinco meses de 2017, segundo informações da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Outros cinco casos ainda estão sob investigação da CPT e não foram inseridos no banco de dados da entidade. Os números já superam a metade das ocorrências de assassinatos no campo registrados em 2016, que foram de 61 mortes.

Os corpos dos dez agricultores mortos na última quarta-feira (24) em confronto com a polícia na Fazenda Santa Lúcia, em Pau D´Arco, no sudeste do Pará, foram velados no ginásio da escola municipal Otávio Batista Arantes, em Redenção, na manhã desta sexta-feira (26). Oito vítimas foram enterradas no cemitério municipal Parque da Paz, naquela cidade. Os corpos de outras duas pessoas seguiram para a cidade de Pau D´Arco, onde serão enterrados. O enterro teve a presença de representantes dos Direitos Humanos.

O promotor de Justiça de Redenção, Erick Fernandes, esteve na fazenda Santa Lúcia, juntamente com os procuradores da República Deborah Duprat e Igor Spindola. Representantes de movimentos sociais e da Comissão Nacional dos Direitos Humanos também estiveram no local. O objetivo da visita foi acompanhar o trabalho de peritos que buscavam cápsulas de bala, marcas de sangue e outras informações que podem contribuir para a elaboração do inquérito policial.

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Antes da visita, o Ministério Publico do Pará (MPPA) reuniu familiares das dez pessoas mortas na operação policial. O encontro foi iniciado na Promotoria de Justiça de Redenção e foi concluído na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no município. Os promotores de Justiça Jane Cleide Silva e Alfredo Amorim, que são lotados em outros municípios mas estão reforçando a atuação da instituição neste caso, também participaram da reunião.

As famílias pediram rigor nas investigações. Foram identificadas as seguintes vítimas: Hércules Santos Oliveira, Ronaldo Pereira de Souza, Antônio Pereira Milhomem, Bruno Henrique Pereira Gomes, Regivaldo Pereira da Silva, Wedson Pereira da Silva, Nelson Souza Milhomem, Clebson Pereira Milhomem, Oseir Rodrigues da Silva, Jane Julia de Oliveira. O MPPA vai aguardar o resultado da perícia para instruir os devidos procedimentos. 

As mortes dos agricultores ocorreram nesta quarta-feira (24) durante uma operação da polícia militar que cumpriam 16 mandados de busca e apreensão na fazenda Santa Lúcia, distante 50 km de Redenção, sudeste paraense. Dez pessoas morreram na operação. Não houve policiais feridos.

Equipes da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará também estiveram na área da fazenda Santa Lúcia. O objetivo é garantir maior imparcialidade e rigor nas investigações. “A Polícia Militar, a Polícia Civil e o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves estão aqui para garantir a lisura e a imparcialidade nas investigações. Tanto quanto a sociedade, o sistema de segurança do Pará deseja que este caso seja resolvido com absoluta transparência”, afirmou o coronel Leão Braga, segundo a Agência Pará.

A operação buscava cumprir 14 mandados judiciais, mas com a resistência e reação do grupo, segundo relatos policiais, dez pessoas acabaram mortas durante o tiroteio. Antes da diligência até a área da fazenda, os responsáveis pela operação se reuniram com o subcomandante da Polícia Militar, coronel Leão Braga; o delegado da Divisão de Operações Especiais, Aurélio Paiva; dois peritos do CPC Renato Chaves; e três agentes de inteligência do Comando de Missões Especiais. Pouco depois, o grupo também se reuniu com o procurador geral do Ministério Público do Estado (MPE), Gilberto Valente, que foi até Redenção e já anunciou que vai determinar a abertura de inquérito para apurar se houve excessos na operação, que também é objeto de inquéritos da própria PM e da Polícia Civil.

A incursão preliminar dos peritos revelou a existência de dois acampamentos: um ponto de apoio para subsistência, onde estavam guardadas dezenas de cestas básicas, e um ponto de convivência, onde os invasores se reuniam e dormiam. Os peritos encontraram neste local cápsulas deflagradas de projéteis calibre 380, que coincidem com o calibre de algumas armas apreendidas com os posseiros. As marcas de bala na vegetação também indicam que pode ter ocorrido um tiroteio na área. Os técnicos voltarão nesta sexta-feira, 26, ao local.

As armas apreendidas durante a operação policial na Fazenda Santa Lúcia, município de Pau d’Arco, na quarta-feira, 24, já estão à disposição do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, em Belém. São 11 armas: espingardas, cartucheiras, um fuzil e uma pistola Glock, estas duas de uso restrito das forças policiais. As armas e coletes dos policiais civis e militares que participaram da operação na fazenda já foram apresentados e também serão encaminhados para perícia.

Com informações da assessoria do MPPA e da Agência Pará.

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Em meio a mais grave crise política de seu governo, o presidente Michel Temer ainda não fez comentários públicos ou oficiais a respeito de mais um caso de violação de direitos humanos ocorrido em seu governo. O massacre de dez trabalhadores sem-terra durante uma ação policial de reintegração de posse, em um acampamento na Fazenda Santa Lúcia, no município de Pau d'Arco, no Pará, no último dia 24, também foi um assunto evitado pelos ministros do núcleo que mais discutem conflitos sociais com o presidente.

Os ministros Raul Jungmann (Defesa), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) e Osmar Serraglio (Justiça) foram questionados sobre a chacina numa entrevista coletiva no Planalto, na manhã desta sexta-feira, marcada para discutir o problema da violência no Rio de Janeiro. Único a responder pergunta sobre o assunto, Serraglio disse que a sua pasta está acompanhando o caso com a "presença" da Polícia Federal, sem dar detalhes. Nenhum deles falou de solidariedade ou formação de grupo de trabalho para apurar o caso, como era comum em governos passados.

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Não é a primeira vez que Temer demora a dar respostas públicas em assuntos relacionados aos direitos humanos. No início do ano, após pressão de vários setores da sociedade civil, Temer comentou com cinco dias de "atraso" o massacre ocorrido no dia 1º de janeiro no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.

Na ocasião, a repercussão negativa do silêncio do governo fez com que Temer realizasse uma reunião com ministros da área de segurança. Na abertura do encontro, o presidente chamou a chacina no presídio de "acidente pavoroso", o que gerou uma nova onda de críticas.

O silêncio de Temer com situações de violência não ocorre, por exemplo, com acontecimentos internacionais. No último dia 23, o presidente divulgou uma mensagem de solidariedade à primeira-ministra da Grã-Bretanha, Theresa May, após o atentado terrorista ocorrido no dia 22, na cidade de Manchester, na Inglaterra. Temer disse estar consternado com o fato, e que o "Brasil está com o Reino Unido nesta hora de dor".

O governo conta com duas autoridades de ponta para o problema dos Direitos Humanos: a ministra Luislinda Valois e a Secretaria especial de Direitos Humanos, Flavia Piovesan. As duas, entretanto, são criticadas pelo baixo protagonismo no governo. Luislinda foi designada para pasta no dia 2 de fevereiro, mas, de acordo com fontes, ainda não tem o controle total da área. Já Flavia, que o governo tenta emplacar numa vaga no Conselho Interamericano de Direitos Humanos, evita pronunciamentos sobre casos emblemáticos da área.

A assessoria de imprensa do Planalto foi procurada para dar um posicionamento a respeito do assunto, mas, até o momento, não respondeu.

Nove homens e uma mulher foram mortos por policiais militares e civis do Pará na manhã desta quarta-feira, 24, durante o cumprimento de uma liminar de reintegração de posse a favor do proprietário da fazenda Santa Lúcia, localizada a 60 km do município de Pau D' Arco, no sudeste do Estado. Segundo a versão policial, as vítimas estavam armadas e teriam reagido a tiros contra a desocupação.

A operação para cumprir a decisão judicial era comandada pela Delegacia de Conflitos Agrários de Redenção (Deca), município vizinho de Pau D' Arco. O grupo de posseiros, de acordo com as informações, vinha aterrorizando empregados da fazenda e quinze dias atrás matou um segurança da propriedade, além de atear fogo na sede e no curral.

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Policiais envolvidos na operação relataram na delegacia de Redenção que eles, em várias viaturas, foram recebidos a bala quando se aproximavam da fazenda. Os homens correram para a mata, onde se entrincheiraram, mas continuaram a disparar tiros contra os policiais. Após intenso tiroteio, ainda na versão policial, os agentes avançaram até a mata e localizaram os dez corpos.

As vítimas foram transportadas nas carrocerias de caminhonetes da polícia para o necrotério do Hospital Municipal, em Redenção. A polícia ainda não revelou a identidade dos mortos, apenas adiantou que o grupo era liderado por Ronaldo Pereira, o "Lico", e Antônio, o "Tonho". A PM não soube informar se os dois citados estão entre os mortos. Nenhum policial saiu ferido.

O Ministério do Trabalho resgatou quatro trabalhadores indígenas de uma fazenda em Criciúma, em Santa Catarina, onde eles eram mantidos em condições análogas à escravidão. Contratados para a colheita de frutas, os trabalhadores não recebiam o salário combinado, estavam em situação trabalhista irregular e eram mantidos em condições degradantes. 

De acordo com o ministério, os trabalhadores foram atraídos para a fazenda pela proposta de receber diárias de R$ 80, mas receberam apenas alimentação de baixa qualidade e em quantidade insuficiente. As instalações sanitárias do local eram inadequadas e foram encontradas fezes de rato próximo ao local de preparação da comida. 

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Os empregados não tinham as Carteiras de Trabalho assinadas pelo empregador e não foram submetidos aos exames médicos exigidos pela lei. O empregador também não forneceu os documentos relativos ao contrato de trabalho.

Os trabalhadores foram retirados do local e receberam guias de encaminhamento para receber o seguro desemprego especial para trabalhadores resgatados, que é de um salário mínimo durante três meses. O empregador foi notificado para regularizar a situação com o pagamento dos valores devidos pelos serviços prestados e pela rescisão dos contratos. Ele também foi multado e poderá responder criminalmente e pode pegar uma pena de dois a oito anos de prisão.

“Continuaremos empenhados em garantir a dignidade, a segurança e o salário justo para o trabalhador”, afirmou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. “Persistiremos em nossos esforços de combate a essa prática nefasta, que é um atentado contra a dignidade humana”, complementou.

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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, diz ter certeza de que a reforma da Previdência, aprovada na semana passada na comissão especial da Câmara, passará também pelo plenário. E afirma que não há mais espaço para mexer em nada na proposta que resulte em perda financeira para os cofres públicos. "Negociação política sempre existe. Você me apoia para lá, eu te apoio para cá... Mas não negociação fiscal", diz. Segundo ele, tudo que foi negociado até agora está dentro do que era esperado pelo governo, e todas as disputas em torno do projeto fazem parte da democracia. "Não há reforma sem controvérsia."

A reforma da Previdência embolou com interesses políticos e foi se desfigurando. Isso não joga por terra a tentativa de retomada da economia?

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Acredito que não. O que estamos vendo é o que se chama na economia de evento de alta frequência. Aquela volatilidade de curto prazo. Há a onda de superfície e as correntes de profundidade, que são as mais importantes. A confiança (dos investidores) não aumentou apenas pela reforma da Previdência, mas por uma série de mudanças fundamentais. Qual o fato objetivo da Previdência? O relatório foi aprovado. E com o número de votos suficientes que, se mantido no plenário, vai levar à aprovação. Eu estaria preocupado se o relatório tivesse sido derrotado.

Os deputados aproveitam para apresentar demandas que não têm nada a ver com a reforma. Isso vai custar muito caro para o governo?

Está tudo dentro do esperado. Não existe reforma feita sem controvérsia. É legítimo a sociedade debater, mas também quer ter acesso à informação correta. No sentido do que está em jogo hoje, não é somente a questão em que idade a pessoa vai se aposentar, mas principalmente a garantia que todos vão receber a aposentadoria.

As exceções abertas não preocupam? O sr. já disse que a margem de mudanças tinha chegado ao limite. Mas, depois, essa margem aumentou.

Não aumentou. O nosso cálculo, desde o início, é que estaríamos estabilizando o relatório com cerca de 75% dos benefícios fiscais acumulados em 10 anos previstos na proposta inicial. O que é absolutamente razoável e dentro das expectativas. O número é esse. Está bastante balanceado. Eu encaro com bastante tranquilidade a proposta como está.

Qual é estratégia para aprovação em plenário?

Tem a estratégia da ação política do governo. Estamos trabalhando juntos. Mas eu sou o ministro da Fazenda. O que estou mostrando aos parlamentares é a questão da sustentabilidade. A Previdência pode ter problema de insolvência e estamos vendo isso em alguns Estados brasileiros. À medida em que se aprova a reforma, isso aumenta a confiança, o crescimento e os empregos. É algo que vai beneficiar a todos os parlamentares que apoiam as reformas na eleição de 2018. Eu pergunto a eles: "O que é melhor para você na hora de disputar a eleição, dizer que com a sua colaboração o País está crescendo, que a renda real está aumentando, ou dizer para o eleitor desempregado que a economia está indo para baixo porque a Previdência não foi aprovada?".

Mas os parlamentares acreditam nisso?

Minha experiência diz que sim. Tenho tido uma experiência boa de diálogo. Me reuni com todas as bancadas e com grupos menores. Eu estou otimista.

Ainda há margem de negociação?

Existem questões diversas que estão sendo tratadas. Parlamentares que têm interesse num determinado projeto que vai ser votado na Câmara. Tem todo um processo lá normal de conversa, absolutamente legítimo. Isso faz parte da democracia. Em qualquer votação importante, em qualquer lugar do mundo, é assim. Seria absolutamente surpreendente para mim, que vi essas reformas em outros países, que 10, 15, 20 dias antes da votação já existisse uma grande maioria dizendo: "sou favorável à reforma da Previdência".

Mas ainda há como negociar a proposta?

A minha expectativa é que mudanças tenham sido feitas e negociadas no período da aprovação do relatório. No plenário, a minha expectativa é que não haja muito espaço para negociação.

E pode ter outro tipo de negociação?

Que outro tipo? Veja, negociação política sempre existe. Você me apoia para lá, eu te apoio para cá... Não negociação fiscal. É isso que eu estou dizendo.

Parlamentares da bancada ruralista negociam o Funrural, outros aprovaram o Refis na comissão. Estão cobrando a fatura. No caso de Refis, essa fatura inclui perdão de multas que...

Espera aí, vamos devagar. São coisas diferentes. No caso do PRT, que é o Programa de Regularização Tributária, que não é um Refis, foi aprovado na comissão um relatório que nós não concordamos. A liderança do governo não concorda. Nossa orientação é para a base do governo votar contra no plenário. Mas o Congresso é soberano. Se aprovar, vou fazer a minha recomendação ao presidente, que pode ser por um veto. Não quero antecipar porque ainda não fiz a recomendação. E não tenho o hábito de anunciar decisões futuras. Não gosto de especulações.

O PRT Não está entrando na barganha?

Não está entrando. Como eu disse, a negociação, do meu ponto de vista, não é fiscal. E esta seria uma má negociação. O Funrural, sim, estamos conversando com o setor. Mas esta é uma outra história, porque o Funrural era alvo também de disputa judicial. A maior parte das empresas não estava pagando. Houve uma decisão do Supremo. Surgiu uma novidade, e em cima dela estamos trabalhando.

Como o senhor responde às críticas da oposição, que diz que o senhor e o governo fazem terrorismo em relação à Previdência?

Não é terrorismo. O que nos fazemos é deixar claro a realidade. Dizer a verdade. Não há dúvida de que a trajetória da dívida é de crescimento e que vai se estabilizar com a aprovação das reformas apenas aí por 2021, 2022. E, partir daí, começa a cair. Isso é uma realidade serena. E eu digo sim: Previdência pode ficar insolvente. Pode ser um desastre.

O sr. acha correto essa estratégia de atrelar a reforma da Previdência à trabalhista?

Não está atrelada não. São duas reformas importantes e diferentes. A trabalhista é fundamental para produtividade. Têm duas questões diferentes. Uma é a sustentabilidade fiscal e com isso a possibilidade de o País voltar a crescer. A segunda são as reformas microeconômicas, entre elas a trabalhista, que são propostas que visam aumentar a taxa de crescimento do País no futuro. São duas coisas fundamentais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mulheres integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) invadiram nessa quarta-feira (8) uma fazenda de Eike Batista em Itatiaiuçu, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). A Fazenda Santa Terezinha tem 3 mil hectares e estaria improdutiva, segundo o MST.

De acordo com a Polícia Militar (PM), um advogado de Eike registrou a ocorrência na Polícia Civil para entrar com pedido de reintegração de posse. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do empresário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A promotoria de Justiça Agrária de Redenção esteve em Tucumã, município localizado no interior do Estado do Pará. A inspeção judicial ocorreu no dia 9 de fevereiro na fazenda Caumé, cenário de constantes conflitos pela posse de terra.

Após a conclusão da vistoria, foi concluído que há 53 famílias instaladas no local. Os promotores de justiça agrária questionaram a situação de saúde e educação das pessoas que ocupam a área da fazenda. A promotoria também contestou temas jurídicos sobre o conflito agrário, frequentes na região.

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A infraestrutura é um grande problema nos assentamentos. Muitos possuem energia elétrica e água encanada, mas as estradas são precárias, assim como as escolas e a saúde. A população não tem acesso ao atendimento básico de saúde. Várias crianças possuem dificuldades de acesso à escola, tendo em vista a falta de transporte escolar.

A inspeção gerou um ofício com recomendação, propondo que haja disponibilização de serviços básicos de saúde e educação para os moradores da área, mesmo que se trate da região de conflito pela posse de terras. Foi sugerida a liberação de transporte escolar e de agentes de saúde conhecedores da área, enquanto a questão da posse de terra não é resolvida judicialmente.

Com informações do Ministério Público do Estado do Pará.

O Ministério da Fazenda reajustou taxas de fiscalização em cinco áreas, incluindo vigilância sanitária, mercado de seguros e vistoria de estabelecimentos financeiros. As portarias autorizando o aumento foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (30). Em 2015, o governo já havia anunciado o reajuste de várias taxas.

A taxa de fiscalização de vigilância sanitária foi atualizada monetariamente e o aumento chega a 96,77%. O reajuste acumulado pelo IPCA seria o dobro, mas lei de 2015 prevê que apenas metade da correção acumulada poderia ser repassada às taxas.

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A portaria prevê que os valores da taxa de fiscalização de vigilância sanitária atualizados monetariamente vigoram a partir da publicação da Lei nº 13.202, de 2015, que autorizou a correção de taxas de fiscalização em 11 áreas do governo. A taxa mais cara, para registro, revalidação ou renovação de registro de fumígenos, passou de R$ 100 mil para R$ 196,7 mil.

Valores pagos para vistoria de estabelecimentos financeiros, e empresas de segurança subiram 153,23% e, para cooperativas de crédito, o reajuste foi de 26,12%. A taxa de fiscalização dos mercados de seguro e resseguro, de capitalização e de previdência complementar aberta aumentou 19,28%.

Também foram corrigidas taxas de registro e porte de armas de fogo, com reajustes de 26,12% a 46,67%. Já as taxas de controle e fiscalização de produtos químicos aumentaram 68,90%.

Após uma medida cautelar do Tribunal de Contas da União (TCU) frustrar os planos dos prefeitos de terem autorizados nesta quinta-feira, 29, os repasses das verbas relativas à multa da repatriação de recursos do exterior, os representantes da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) agora querem que os pagamentos aos municípios sejam assegurados até esta sexta-feira, dia 30, último dia útil do ano. Para isso, contam com a apresentação de um recurso, pelo governo federal, para que o ministro Raimundo Carreiro, da corte de contas, possa reverter a decisão de proibir transferências antes do dia 2 de janeiro. O Tesouro havia anunciado ontem que as ordens de pagamento seriam emitidas hoje para que as prefeituras pudessem contabilizar os recursos ainda neste ano.

O presidente da FNP e prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), acompanhado dos prefeitos de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), e de Aparecida de Goiânia (GO), Maguito Vilela (PMDB), reuniu-se com Raimundo Carreiro no início da tarde desta quinta para tratar da decisão - tomada com base em um pedido do Ministério Público do Maranhão, o qual alegou descumprimento da medida provisória 753, que prevê a repatriação, e de exigências previstas nas leis orçamentárias.

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Depois do encontro, Marcio Lacerda afirmou que a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério da Fazenda estão preparando um agravo (recurso) à decisão do ministro Carreiro, para que ele volte atrás e permita o repasse nesta sexta-feira, dia 30, conforme previsto originalmente na medida provisória.

"O que está combinado com a Fazenda é que a Fazenda vai fazer o agravo o mais rápido possível para que ele possa se manifestar nos autos. Colocamos todas as alegações práticas e legais para ele, para que ele possa reexaminar. Eles (AGU e Fazenda) vão contestar a decisão do ministro", afirmou Marcio Lacerda à reportagem.

"Nós dissemos já ao ministro que aparentemente há um mal entendido, porque não está sendo depositado hoje, e amanhã não é feriado bancário. Amanhã não tem expediente externo, mas tem expediente interno. Os bancos funcionam, só não estão abertos ao público. Então o depósito pode ser feito amanhã. É o último dia útil do ano, eles têm de fechar os seus balanços", disse Lacerda.

A conclusão dos prefeitos é que, no cenário atual, a melhor medida possível seria garantir, ao menos, o repasse dos recursos no último dia útil do ano. O dinheiro em caixa contaria no balanço anual e melhoraria o resultado fiscal dos municípios. "A esta altura nós não reivindicamos mais o depósito estar disponível hoje. Nós estamos reivindicando o mínimo, que é estar depositado amanhã", afirmou o presidente da FNP.

O dia 30 de dezembro era a data para a qual estava prevista inicialmente a transferência dos recursos, de acordo com a medida provisória 753.

Na decisão de Raimundo Carreiro, no entanto, há outros argumentos para adiar o repasse para o primeiro dia útil de 2017. O pagamento em 2016, com vistas a cumprir compromissos financeiros já firmados pelos prefeitos, descumpriria exigências previstas na legislação que disciplina a execução dos orçamentos públicos. Seria necessário, primeiro, cumprir toda uma burocracia prevista na norma: alterar o excesso de arrecadação e, em seguida, alterar as leis orçamentárias de 2016, prevendo as despesas a serem atendidas com o dinheiro. Na prática, às vésperas da virada de 2016 e com a maioria das Câmaras Municipais em recesso, não haveria tempo hábil para todos os procedimentos.

Carreiro acolheu as ponderações do Ministério Público do Maranhão quanto ao "aspecto temerário da transferência de recursos à guisa de receitas extraordinárias no último dia útil do mandato dos prefeitos". No despacho, ressaltou que os aportes nem estão previstos nas leis orçamentárias aprovadas pelos entes municipais. "Identifico que tal procedimento, sob as circunstâncias descritas, seria potencialmente afrontoso aos princípios da moralidade, da transparência e da economicidade. Por outro lado, a MP 753/2016 reza que a transferência desses recursos deve ser feita 'a partir de 30/12/2016', o que autoriza, ipso facto, a remessa dos valores em 2/1/2017", acrescentou o ministro do TCU.

Os municípios vão receber os recursos do programa de repatriação nesta quinta-feira (29). De acordo com o Ministério da Fazenda, as ordens de pagamento serão emitidas nesta quinta-feira para que os municípios possam contabilizar os recursos ainda em 2016. Segundo a pasta, serão depositados ao todo R$ 4,449 bilhões.

Os prefeitos estavam receosos de que os recursos só entrassem efetivamente nos cofres municipais em 2017. A Frente Nacional de Municípios (FNP) e o PSB chegaram a entrar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para antecipar esses recursos, mas a corte negou o pedido.

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Se o Tesouro Nacional autorizasse o pagamento apenas no dia 30 de dezembro, que, para o sistema bancário, é considerado o último dia útil do ano para realização de operações financeiras, haveria risco de que esses recursos só entrassem nas contas das prefeituras em janeiro. O Ministério da Fazenda descartou essa possibilidade.

Para evitar atrasos, o dinheiro da repatriação integrará a terceira parcela mensal de repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Nessa mesma data, o governo também vai depositar o valor devido aos municípios pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Esse pagamento somará R$ 1,053 bilhão.

Ao todo, considerando o dinheiro da multa da repatriação e do Fundeb, os municípios vão receber R$ 5,502 bilhões.

Inicialmente, o governo federal pretendia repassar os recursos da repatriação aos municípios apenas em 2017. Diante da reação dos prefeitos, a União retificou a Medida Provisória 753, que trata da divisão dos recursos.

Pela nova versão, publicada no dia 20 de dezembro, um dia depois da primeira publicação, os efeitos da medida para os municípios passam a valer ainda neste ano.

Impostos

O presidente Michel Temer vai receber hoje, às 10 horas, um grupo de prefeitos no Palácio do Planalto. Devem comparecer ao Planalto o prefeito de Belo Horizonte (MG), Márcio Lacerda; de Aparecida de Goiânia (GO), Maguito Vilela; de Canoas (RS), Jairo Jorge; de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho; de Manaus (AM), Arthur Virgílio; e de Palmas (TO), Carlos Amastha.

Os prefeitos defendem o aumento da lista de serviços submetidos ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), que não é atualizada há dez anos. Também estão na proposta a criação de uma espécie de Cide municipal, que incidiria sobre combustíveis, e a securitização de dívidas dos municípios.

Os prefeitos também exigem "esclarecimentos" e possíveis alterações no artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

O trecho proíbe os prefeitos de, "nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito". (Colaborou Carla Araújo)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os municípios vão receber os recursos do programa de repatriação na sexta-feira, dia 30 de dezembro. De acordo com o Ministério da Fazenda, as ordens de pagamento serão emitidas nesta quinta-feira, dia 29, para que os municípios possam contabilizar os recursos ainda no ano de 2016. Segundo a pasta, serão depositados R$ 4,449 bilhões.

Os prefeitos estavam receosos de que os recursos só entrassem efetivamente nos cofres municipais em 2017. Isso poderia ocorrer se o Tesouro Nacional autorizasse o pagamento apenas no dia 30 de dezembro, que, para o sistema bancário, é considerado o último dia útil do ano para realização de operações financeiras. De acordo com o Ministério da Fazenda, esse risco não existe.

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A Frente Nacional de Municípios (FNP) e o PSB chegaram a entrar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para antecipar o recebimento desses recursos, mas a corte negou o pedido nesta terça-feira, 27.

O dinheiro da repatriação integrará a terceira parcela mensal de repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Nessa mesma data, o governo também vai depositar o valor devido aos municípios pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que somará R$ 1,053 bilhão.

Ao todo, considerando o dinheiro da multa da repatriação e do Fundeb, os municípios vão receber R$ 5,502 bilhões no dia 30 de dezembro.

O governo pretendia repassar os recursos aos municípios apenas em 2017, mas diante da reação dos prefeitos, retificou a Medida Provisória 753, que trata da divisão dos recursos. Pela nova versão, publicada no dia 20 de dezembro, um dia depois da primeira publicação, os efeitos da medida para os municípios passam a valer a partir de 30 de dezembro deste ano.

O Ministério da Fazenda informou que vai continuar a trabalhar em uma proposta para resolver o problema financeiro dos Estados. Com a decisão do presidente Michel Temer de vetar trechos do projeto de lei que prevê a renegociação das dívidas com a União, a pasta divulgou nota em que ressalta que vai buscar uma solução "que dê instrumentos aos necessários ajustes fiscais dos Estados".

De acordo com o Ministério da Fazenda, o veto atinge todo o conteúdo do Capítulo II do projeto de lei aprovado pela Câmara. Nesse trecho da proposta, foi incluído o regime de recuperação fiscal dos Estados e do Distrito Federal.

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No texto derrubado, a União exigia medidas dos governadores em troca da renegociação das dívidas. Caberia às Assembleias Legislativas aprovar um plano de medidas que contribuiriam para o ajuste das contas estaduais.

Muitas das exigências originais da equipe econômica, no entanto, foram retiradas do texto pelos deputados. Com essa mudança, os governadores passariam a receber muitos benefícios e fariam poucos sacrifícios pela União.

Depois de a Câmara dos Deputados aprovar a renegociação da dívida dos Estados retirando as contrapartidas para aqueles que pedirem a recuperação judicial, o presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira, 22, que o Ministério da Fazenda poderá exigir medidas que poderão ser superiores àquelas que estavam previstas originalmente na lei. Na avaliação de Temer, estão fazendo "tempestade em copo d'água" porque na verdade "não mudou nada" em termos da exigência de contrapartidas.

"A Fazenda vai examinar quais são as condições possíveis, e o presidente da República é quem homologa e, portanto, pode não homologar o pedido de recuperação judicial. Ora bem, nesse momento, é evidente que, quando passar pela Fazenda, a Fazenda vai exigir medidas que eu não sei até se não poderão ser superiores àquelas que estavam encartadas na lei, porque agora ficou livre", disse Temer a jornalistas.

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"Estivessem elas (as contrapartidas) encartadas na lei, a União não poderia exigir além delas. Se não encartadas na lei, eventualmente, diante da situação de cada Estado, de cada pedido, a União poderá dizer 'Preciso dessa, dessa e daquela medida'", prosseguiu o presidente.

Na última terça-feira, 20, a base aliada do governo entrou em acordo com a oposição e aprovou por 296 votos a 12 a renegociação da dívida dos Estados, já com a inclusão do regime de recuperação fiscal para entes mais endividados. Contrariando a orientação da área econômica do governo, foram retiradas do texto as contrapartidas para quem aderir à moratória. O projeto segue para sanção presidencial e há possibilidade de veto.

"É claro que é preciso contrapartida. A contrapartida é saudável pro Estado. O que a União tem é uma responsabilidade federativa. Acho que estão fazendo tempestade em copo d'água, porque na verdade não mudou nada", disse Temer.

Céu azul

O presidente afirmou que encontrou o País em uma "recessão profunda" ao assumir e destacou que a economia passa por um momento de saída da recessão para a retomada do crescimento. "Estamos começando, penso eu, a sair da recessão com essas medidas que estamos tomando no final de ano. Jamais nós anunciamos que, tão logo eu assumisse, que o céu ficaria azul e que o desemprego não se verificaria. Anunciamos, isso sim, a luta contra as dificuldades que nós encontramos", observou Temer.D

Após a Câmara dos Deputados ter retirado todas as contrapartidas que deveriam ser adotadas pelos governos estaduais que aderissem ao Regime de Recuperação Fiscal, desenhado para Estados em calamidade financeira, o Ministério da Fazenda afirmou em nota que o governo vai trabalhar para assegurar que as medidas de ajuste propostas pelos Estados candidatos sejam eficazes na busca pelo reequilíbrio fiscal e financeiro. "Serão aprovados os planos que, de fato, viabilizem esse equilíbrio", diz a pasta.

Nesta terça-feira, 20, a Câmara aprovou o projeto de renegociação da dívida dos Estados com a incorporação do regime especial. Mas os deputados derrubaram a lista de medidas amargas que deveria ser adotada pelos governadores que aderissem ao programa. O receituário incluía programa de desestatização, elevação da contribuição previdenciária de servidores para 14%, redução de incentivos tributários e postergação de reajustes já concedidos ao funcionalismo. Dessa forma, restaram apenas os benefícios, que incluem a suspensão do pagamento da dívida pelos Estados por até 36 meses.

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Sem diretrizes explícitas no texto, cada Estado que quiser se candidatar ao regime deverá enumerar, em seu plano de recuperação, as medidas a serem adotadas em busca do equilíbrio fiscal e financeiro, explicou a Fazenda. Mas essas propostas passarão pelo crivo do governo, que vai avaliar a eficácia do plano. "Compete ao Ministério da Fazenda a análise e recomendação para aprovação final do presidente da República", diz a nota.

Na declaração à imprensa, a Fazenda observa ainda que, além das vedações e condições que os Estados teriam de cumprir ao aderir o regime, a Câmara suprimiu a definição da situação financeira que tornaria um governo estadual elegível ao regime de recuperação. Na proposta aprovada pelo Senado, o critério era que o Estado tivesse, ao mesmo tempo, Receita Corrente Líquida (RCL) menor que a dívida consolidada, receita corrente menor que a soma das despesas de custeio e volume de obrigações contraídas maior que as disponibilidades de caixa de recursos não vinculados.

"O Congresso Nacional é soberano e respeitamos sua decisão, como o Ministério da Fazenda sempre fez. O próximo passo será a análise do presidente da República do texto aprovado para a sua eventual sanção", afirmou a Fazenda.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nessa quinta-feira (15) que o governo federal vai discutir medidas emergenciais "possíveis" antes do regime de recuperação dos Estados, já que a votação na Câmara do projeto que suspende por até três anos o pagamento de dívidas deve ficar para 2017.

"Em alguns Estados que estão em maior emergência, como o Rio, vamos discutir as medidas emergenciais possíveis antes do regime de recuperação", disse Meirelles ao apresentar o pacote de medidas para recuperar a economia. Segundo ele, o governo acredita que o trâmite do projeto de regime dos Estados no início da próxima legislatura será "muito rápido". "Mesmo se houvesse a aprovação agora, as assembleias também vão entrar em recesso e deveria ficar para o final de fevereiro, março", ponderou.

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), segurou a sessão para que fosse firmado um acordo em torno do projeto, mas não obteve sucesso. "Quando outros Estados estiverem sem condição de pagar os salários, talvez seja tarde para que a Câmara possa colaborar com uma legislação que resolva a crise fiscal", disse.

Líderes da base disseram que vão tentar mobilizar os deputados para que o texto seja apreciado na próxima semana, mas admitem que será difícil. "Acho complicado. Combinamos de encerrar os trabalhos esta semana. Muitos deputados já estão com viagens programadas", disse o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE).

Impasse

O projeto foi aprovado pelo Senado na quarta-feira e havia a expectativa de que fosse votado ontem na Câmara. As alterações feitas pelos senadores, porém, criaram um impasse na apreciação da matéria. O ponto que gerou mais polêmica foi a inclusão do chamado Regime de Recuperação Fiscal para os Estados que estão em situação crítica, como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio.

Um dos pilares do regime é a suspensão do pagamento de dívidas dos Estados com a União por até 36 meses. Quem estiver no regime poderá contrair novos empréstimos com garantias da União, desde que os recursos sejam usados para renegociação de dívida ou para atender as necessidades do próprio regime, como programas de demissão voluntárias (PDV).

Em troca desses benefícios, os Estados prometem cumprir medidas de ajuste para retomar o equilíbrio financeiro, como a elevação da contribuição previdenciária dos funcionários públicos, além da proibição de conceder reajustes aos servidores, criar cargos e realizar concursos públicos.

A mudança foi acatada pelo relator do projeto na Câmara, deputado Esperidião Amim (PP-SC), que destacou que o novo regime é uma opção dos Estados e exige um plano aprovado pelas assembleias.

As contrapartidas exigidas, porém, fizeram com que os deputados da oposição não aceitassem votar a proposta. O argumento deles é que o plano interessa apenas a alguns Estados e que prejudica demais os servidores públicos.

Meirelles destacou que "não há dúvida" de que o projeto já teve um avanço ao ser aprovado no Senado. "Será um tramite rápido no início da próxima legislatura", disse, destacando que já é um ganho o processo já estar em fase final. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (14) o projeto de renegociação da dívida dos Estados já incluindo o Regime de Recuperação Fiscal, anunciado mais cedo pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. A proposta prevê a suspensão por três anos dos encargos da dívida pelos Estados em dificuldades financeiras.

Com a modificação, o projeto terá de voltar para apreciação na Câmara dos Deputados. Mas, à pedido do presidente Michel Temer, os deputados podem tentar apreciar a proposta ainda nesta quarta-feira (14).

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O novo programa de recuperação beneficia diretamente Estados com situação fiscal mais grave, como o Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Os governadores Luiz Fernando Pezão (RJ) e José Ivo Sartori (RS) acompanharam a votação de perto, dentro do plenário do Senado.

O relator Armando Monteiro (PTB-PE) acolheu ainda uma emenda para ampliar de 90 para 120 dias o prazo para que os Estados se adaptem às novas regras. Além disso, o projeto prevê uma lista de sete contrapartidas que os Estados precisarão cumprir para aderirem ao plano de recuperação.

Como adiantou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, as contrapartidas são a criação de programa de privatização; elevação da contribuição previdenciária dos servidores para 14%; mudanças nos regimes previdenciários dos servidores estaduais; redução de incentivos tributários; revisão do regime jurídico único dos servidores para reduzir benefícios não previstos no regime jurídico único dos servidores da União e suspensão de reajustes salariais, entre outras.

A ministra Rosa Weber do Supremo Tribunal Federal (STF) universalizou a ordem de depósito judicial de valores da Repatriação que já havia beneficiado os Estados de Piauí e Pernambuco. Com a decisão liminar, ao todo 23 Estados e o Distrito obtiveram o bloqueio dos recursos.

Ontem à noite, a ministra decidiu conceder a outros entes que entraram com ação no Supremo liminares que determinam à União depositar em conta judicial um montante superior ao valor inicialmente destinado a essas unidades da Federação como cota do Fundo de Participação dos Estados (FPE) referente à arrecadação com a repatriação.

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Com isso, o dinheiro arrecadado com a multa de 15% sobre os valores legalizados dentro do programa terão de ficar depositados em juízo à espera da decisão sobre o mérito pelo STF. O julgamento final dos processos ainda não está marcado.

Além de Piauí e Pernambuco, estão entre os litigantes beneficiados: Distrito Federal, Rio de Janeiro, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Santa Catarina, Roraima, Pará, Rio Grande do Sul e Tocantins. Outros Estados que também entraram com ações semelhantes foram atendidos: Acre, Ceará, Maranhão, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte.

Após a aprovação da Lei da Repatriação, a então presidente Dilma Rousseff vetou a possibilidade de os Estados ficarem com parte da multa, determinando que apenas os valores arrecadados com os 15% do Imposto de Renda cobrados sobre os recursos seriam compartilhados com Estados e municípios.

Segundo o Ministério da Fazenda, o Programa de Repatriação arrecadou R$ 46,8 bilhões, dos quais R$ 4,026 bilhões ficaram com os Estados - o correspondente a 21,5% do Imposto de Renda, divididos na mesma proporção do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Outros 24,5% são repassados às prefeituras, por meio do Fundo de Participações dos Municípios (FPM), o correspondente a R$ 4,214 bilhões. Se os Estados conseguirem que o Supremo determine a divisão da multa também, esses valores dobram.

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