Um estudo realizado pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior (Semesp) indica que caso a edição 2021 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seja adiada para o próximo ano, universidades federais poderão ter que desembolsar R$ 500 milhões. Segundo entidade, o gasto seria necessário para que as instituições de ensino criassem seus próprios vestibulares, já que não teriam a nota do Exame para usar como meio de ingresso.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia responsável pela organização da prova, ainda não definiu o cronograma do Enem. O Ministério da Educação (MEC), por meio do ministro Milton Ribeiro, afirma que o processo seletivo será realizado ainda em 2021, entretanto, não estabeleceu datas para a aplicação.
##RECOMENDA##A pesquisa do Semesp traz uma análise em que, se o Enem for realizado em 2022, algumas situações poderão ser inviabilizadas, entre elas a utilização da nota do Exame no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O estudo sugere, ainda, que a entrada em universidades privadas que usam o resultado do Enem também poderá ser atrapalhada, assim como o Programa Universidade Para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) correm o risco de ter seus calendários afetados.
A presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, em entrevista ao G1, reiterou que o adiamento do Enem pode ocasionar uma série de prejuízos. “Considerando todos os ingressos em instituições públicas federais, estaduais e municipais, e também em privadas, incluindo Prouni e Fies, são mais de 1,1 milhão de alunos que ficarão sem aulas [em 2021], aguardando a definição do Enem. Fora estruturas físicas e corpo docente, que ficarão ociosos sem esses alunos", comentou a presidente.
No dia 17 deste mês, o Semesp enviou três ofícios aos Ministérios da Economia e Educação, bem como ao Inep. Por meios dos documentos, o Sindicato expressou preocupação com a possibilidade de adiamento da prova para 2022.
“Nas mensagens encaminhadas, a presidente do Semesp, Profª. Lúcia Teixeira, afirmou que o adiamento do Enem ‘afetará a vida e o futuro de milhares de estudantes que vivem em condições mais vulneráveis, e que contam com a graduação como forma de melhoria na qualidade de vida, levando muitos deles até mesmo a desistir completamente do cursar o ensino superior, impactando na já baixa taxa de escolarização líquida do país’. Os ofícios destacaram que anualmente o Enem é responsável pelo ingresso de cerca de 1,8 milhão de novos estudantes no ensino superior, sendo a principal porta de entrada para universidades privadas e públicas. A nota do exame é utilizada como base de importantes programas educacionais do país, como o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que em 2020 teve 237 mil matriculados nas instituições de ensino superior federais; o Prouni (Programa Universidade para Todos), com 252 mil bolsas ofertadas; e o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), que teve 340 mil inscritos e 54 mil vagas preenchidas”, detalhou o Sindicato em seu site oficial.