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Uma moção de apoio ao pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) foi aprovada na tarde desta terça-feira pela Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB). A entidade realiza um evento em Brasília nesta semana com 24 mil pastores credenciados.

O presidente da CGADB, José Wellington, encaminhou de maneira favorável a moção e afirmou que só há uma "celeuma" em relação à Comissão de Direitos Humanos pelo fato de um evangélico estar à frente dos trabalhos. A moção defende a permanência de Feliciano no cargo e afirma que ele sofre discriminação.

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Feliciano agradeceu o apoio e afirmou que a Comissão de Direitos Humanos é a que mais recebe orações. "Nunca houve uma comissão com tanta oração. Os pastores estão orando pela minha vida e pela comissão", disse o deputado.

Ele previu ainda que os evangélicos ocuparão outros cargos de poder no País. "Chegará o tempo em que nós evangélicos vamos ter voz em outros lugares", disse. Ele voltou a criticar um seminário realizado pela Comissão em outubro do ano passado, no qual se discutiu diversidade sexual na primeira infância. "Isso para mim chamava-se pedofilia", comentou.

O pastor Marco Feliciano (PSC-SP) saiu da reunião de líderes nesta terça-feira dizendo ter apoio da maioria dos presentes para continuar na presidência da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara. Ele confirmou que vai abrir as reuniões da comissão, mas reafirmou que pode retirar manifestantes ou trocar a sessão de plenário caso os protestos atrapalhem o trabalho. O pastor reagiu ainda às críticas feitas pela ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), que defende a saída de Feliciano da comissão.

"É um elogio ela (Maria do Rosário) falar mal de mim. Ela é a favor do aborto e outras coisas, é um elogio", disse Feliciano. Ele afirmou não conhecer a ministra Luiza Bairros (Igualdade Racial), que assinou moção de repúdio contra o deputado do PSC.

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Feliciano afirmou que vai seguir à frente da comissão e que não aceitará protestos que impeçam os trabalhos. "Vamos tentar trabalhar. Vamos pedir para os ativistas manterem o equilíbrio. Vou abrir as sessões, mas uma vez que as sessões abertas tiverem qualquer tipo de atrapalhamento vamos usar um artifício e fazer como fiz na últimas semanas, ou retiro as pessoas ou mudo de plenário".

O pastor afirmou que vai por em votação "proposições positivas e do interesse da sociedade". Questionado sobre como argumentou aos líderes por sua permanência, respondeu: "Eu disse que estou aqui eleito pelo voto do povo".

Depois de reunião de cerca de duas horas com líderes partidários, o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) manteve sua disposição de continuar na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e cedeu apenas aos apelos para que a realização de reuniões fechadas na comissão não seja uma regra.

O colégio de líderes acabou se dividindo sobre a permanência de Feliciano, o que lhe deu ainda mais argumentos para que continuasse no cargo. Na reunião, o pastor chegou a ironizar que só deixaria a presidência da comissão se João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP) saíssem da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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A reunião ocorreu sob clima de forte tensão. Diferente do esperado, porém, não houve uma pressão maciça por uma renúncia. Líderes de PMDB, PR, PSD, PRB e PMN defenderam que o pastor tinha o direito de continuar no cargo. Do outro lado, além do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ficaram, basicamente, os líderes de PT, PPS, PDT, PCdoB e PSOL. Alguns líderes não chegaram a se pronunciar diante da insistência do pastor em continuar. O PSDB tomou uma decisão partidária de nem sequer participar do encontro após avaliar não haver saída regimental para resolver o problema.

Segundo o relato de parlamentares, Feliciano portou-se como vítima de uma perseguição. Afirmou que nada ia demovê-lo da posição de comandar a comissão e chegou a pedir "misericórdia" dos adversários. O pastor chegou a dizer que irá se policiar em declarações futuras. Ele cedeu apenas ao apelo para que recuasse da decisão de fechar todas as reuniões da comissão. Feliciano disse que fará reuniões abertas, mas que pode recorrer novamente a medidas como a retirada de manifestantes ou a mudança de plenário caso os protestos impeçam o trabalho do colegiado.

Os deputados contrários à permanência de Feliciano defendem a partir de agora que se busque uma alternativa regimental para permitir a retirada de um presidente de comissão. Pelas regras atuais, isso só é possível ao final de um processo no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.

Na saída da reunião, dois deputados bateram boca de forma agressiva. Ivan Valente, líder do PSOL, dava entrevista com críticas a Feliciano e foi interrompido por gritos de Jair Bolsonaro (PP-RJ). "Você é um torturador, deveria estar preso", reagiu irritado Valente. "Se você tivesse participado daquele momento estaria no saco, imbecil", disse Bolsonaro. "Torturador", rebateu Valente. "Se tem alguma prova denuncie", afirmou o deputado do PP.

Em meio às polêmicas que o pastor e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados Marco Feliciano (PSC-SP) vem gerando nas redes sociais, desde domingo (7) repercute nas teias um vídeo em que Feliciano diz que Deus matou o músico inglês John Lennon, assassinado a tiros em 1980.

No vídeo, publicado no youtube, sem data identificada e com quase 65 mil visualizações, o pastor comenta polêmica e fala do ex-integrante dos Beatles, que afirmou que a banda era mais popular que Jesus Cristo na década de 1960. Além disso, na imagens, que são de um culto evangélico presidido por Feliciano, o hoje deputado diz: “A minha bíblia diz que Deus não recebe esse tipo de afronta e fica impune. Passou um tempo depois dessa declaração, estava ele (John) entrando em seu apartamento, quando abre a porta e escuta alguém chamar ele pelo nome. Ele vira e é alvejado com três tiros no peito”.

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Na época, a declaração do músico inglês rendeu críticas e cancelamento de concertos dos Beatles, que acabaram se desculpando publicamente depois. “Eu queria estar lá no dia em que descobriram o corpo dele. Ia tirar o pano de cima e dizer me perdoe John, mas esse primeiro tiro foi em nome do Pai, esse em nome do Filho e esse é em nome do Espírito Santo”, ressalta Feliciano no vídeo.

Além da morte de John Lennon, o pastor afirma também em outro vídeo que Deus matou o grupo Mamonas Assassinas.

Confira os vídeos:

Embalado na polêmica em torno do deputado pastor Marco Feliciano (SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos, o PSC ganhou visibilidade e faz planos para sair da sombra de seu maior aliado, o PMDB. Tradicional coadjuvante nas alianças capitaneadas pelos peemedebistas, o PSC já fala em lançar candidato próprio à sucessão da presidente Dilma Rousseff em 2014. A candidatura faz parte da estratégia do partido de ampliar as bancadas federais e eleger, pelo menos, um governador. Internamente, Feliciano e o vice-presidente e homem forte do PSC, pastor Everaldo Pereira, disputam a vaga de candidato.

"A decisão é que teremos candidatura própria à presidência da República", afirma Everaldo. "Ser inteligente é fazer o que outros inteligentes fizeram. E o PT foi inteligente em fazer o Lula ser candidato à Presidência três vezes, antes de ganhar a eleição", completa. Cauteloso, ele desconversa ao ser questionado sobre a própria candidatura: "Sou soldado do PSC, que é um partido democrático. Todos os que quiserem podem disputar".

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Embora o nome de Everaldo seja referendado pelas principais lideranças, Marco Feliciano, acusado de racismo e homofobia, também colocou seu nome à disposição do partido. Em uma reunião de presidentes de diretórios em Salvador no ano passado, ele se entusiasmou. Declarou que conhece bem o Brasil, já que percorre todo o País em suas pregações a milhares de pessoas. Por isso, teria condições de impulsionar a candidatura. Recentemente, seus apoiadores passaram a estimular a ideia nas redes sociais.

Mesmo assim, aliados e companheiros de partido defendem que o deputado aproveite o destaque e volte à Câmara com uma votação estrondosa. "Do jeito que conheço o meio evangélico, o Feliciano se elege com mais de um milhão de votos no ano que vem e traz com ele uns três deputados", diz o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 1,2 mil pessoas protestaram na manhã deste domingo em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, contra a permanência do deputado federal e pastor evangélico Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. A manifestação reuniu parlamentares, artistas e representantes de diferentes organizações religiosas e movimentos sociais.

Gritando palavras de ordem pedindo pela saída de Feliciano, eles caminharam pela orla de Copacabana em um protesto que durou mais de duas horas. "Tire sua fobia do caminho, que eu quero passar com o meu amor", diziam alguns dos cartazes empunhados pelos manifestantes.

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Para o diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil, Átila Roque, a postura autoritária e intolerante de Feliciano à frente da CDH revela sua pretensão de capturar a comissão para uma agenda restrita e fundamentalista. "Isso só reforça a importância do Congresso e dos partidos políticos se darem conta do enorme erro que cometeram ao colocar a Comissão dos Direitos Humanos como moeda de troca numa barganha política pelas posições no Congresso".

O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) reconheceu que a eleição de Feliciano não fere os regimentos internos da Câmara, mas afirmou que os parlamentares estão se mobilizando para tentar demovê-lo do cargo. " O PSC tem outros nomes para indicar. Nós sugerimos até o nome do Hugo Leal, que apesar de ser conservador é um cara do diálogo", afirmou Wyllys, criticando a recente atitude de Feliciano em impedir o acesso do público às reuniões da comissão.

Wyllys também afirmou que Feliciano tem adotado a estratégia de entregar a relatoria das proposições que chegam à CDH para análise a aliados que possivelmente irão barrá-las. "Não é que vamos banir o ponto de vista conservador do debate político. O Marco Feliciano nem conservador é, ele é um reacionário".

Para o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Assembleia Legislativa do Rio, posturas semelhantes à de Feliciano, que mistura o seu fundamentalismo com um projeto de Estado e de poder, já custaram muito caro a outras nações. "São muitos lugares no mundo que estão pagando um preço muito alto por não terem um estado laico. Estamos falando de bandeiras históricas que sempre tiveram, no estado laico, a garantia de sua existência, e hoje estão ameaçadas".

As polêmicas declarações de Feliciano têm causado desgastes dentro do próprio partido. No início deste mês, a deputada federal Antônia Lúcia, integrante da CDH há três anos, ameaçou renunciar ao cargo de vice-presidente da comissão após Feliciano afirmar que o colegiado era "dominado por Satanás".

Aliados de Feliciano argumentam que o pastor evangélico estaria sendo perseguido por uma espécie de "cristofobia", o que é contestado por representantes de diferentes entidades religiosas que estiveram presentes ontem à manifestação. "Esse movimento não é de forma alguma contra uma igreja ou uma religião. A homofobia e o racismo negam os valores essenciais do cristianismo", disse o padre Ricardo Resende, um dos fundadores do Movimento Humanos Direitos.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), prestou depoimento nesta sexta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) em ação na qual é acusado de estelionato. O depoimento foi antecipado em cerca de duas horas para evitar o assédio da imprensa. Feliciano foi ouvido por um juiz instrutor sobre a acusação.

Na quinta-feira (4), o relator do processo, ministro Ricardo Lewandowski, tinha anunciado que o depoimento ocorreria a portas fechadas a partir das 14h30 para "preservar a tranquilidade e intimidade" do congressista. No entanto, o deputado chegou à Corte por volta do meio dia, depôs perante um juiz instrutor por cerca de meia hora e deixou a Corte muito antes do horário divulgado por Lewandowski para o início do depoimento.

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A estratégia adotada no caso Feliciano contrasta com depoimentos colhidos no passado por integrantes do Supremo de pessoas conhecidas, como a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello e a cantora mexicana Glória Trevi. As duas deram suas versões sobre os processos a que respondiam durante audiências públicas que puderam ser assistidas inclusive por jornalistas.

Além de ter determinado que o depoimento de Feliciano seria fechado, Ricardo Lewandowski não liberou nesta sexta a transcrição do que foi dito pelo deputado no STF. A divulgação do teor do depoimento deverá ocorrer na próxima semana. De acordo com os advogados do parlamentar, ele negou que tenha praticado estelionato. No processo em tramitação no Supremo, Feliciano é acusado de ter recebido R$ 13 mil para ministrar um culto religioso, mas não compareceu. Segundo a defesa, ele devolveu o dinheiro.

O advogado Rafael Novaes garantiu que a antecipação do depoimento não teve o objetivo de evitar os jornalistas. "Nós chegamos um pouquinho mais cedo. Como o juiz chegou, o procurador chegou e todos nós estávamos lá, então o juiz resolveu realizar a audiência", disse a outra advogada que atua no caso, Fabiana Pires Carlos. Feliciano negou qualquer ilegalidade.

Em defesa relacionada a outra acusação que tramita no STF, Feliciano afirmou, conforme revelou a Folha de S.Paulo, que não é homofóbico nem tem preconceito contra negros. No entanto, ele reafirmou que na sua opinião há uma maldição contra africanos. "Citando a Bíblia, africanos descendem de Cão (ou Cam), filho de Noé. E, como cristãos, cremos em bênçãos e, portanto, não podemos ignorar as maldições", disse. Nesse caso, o deputado é acusado de preconceito e discrição em uma nota veiculada no Twitter.

Direito de criticar

 

Durante aula magna na Universidade de Brasília (UnB) nesta sexta pela manhã, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, afirmou que a sociedade tem o direito de criticar a escolha de Feliciano para a Comissão de Direitos Humanos.

"A minha resposta é de quem viveu, durante anos e anos nesse ambiente de liberdade. É simples. O deputado Marco Feliciano foi eleito pelos seus pares para assumir um determinado cargo dentro do Congresso Nacional. Perfeito. Os deputados fizeram porque está previsto regimentalmente. Agora, a sociedade tem o direito de se exprimir, como tem feito, contrariamente à presença dele neste cargo. Isso é democracia", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Federação Brasileira de Defesa dos Direitos Humanos (FBDH), com sede em Salvador, entregou na noite dessa quinta-feira (4) ao deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos, um diploma em que o parlamentar é reconhecido como "defensor dos direitos humanos". Em seu perfil no Twitter, o deputado disse ter ficado "emocionado" com a homenagem.

A federação, composta por representantes da sociedade civil e de líderes de igrejas católica, evangélica, entre outras, fez a entrega do diploma - que identifica o deputado como "Marcos" e não Marco - durante a visita do deputado a Salvador, onde participou de um culto. Segundo o presidente da FBDH, Elizeu Rosa, esse tipo de diploma é entregue a qualquer pessoa que desenvolva atividades sociais e tenha o nome aprovado pelos membros da federação. Anualmente são homenageadas sete pessoas. Além de Feliciano, seis representantes de ativistas da causa gay na cidade também teriam recebido o diploma.

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Elizeu Rosa explica que Feliciano foi homenageado em razão de seus trabalhos sociais, como apoio a usuários de droga. "Era para o deputado ter recebido esse diploma há seis meses, mas ele não tinha agenda. Ele é ficha limpa, tem um trabalho social também. Então a instituição achou por bem que ele recebesse o diploma", explica Elizeu Rosa. Na tarde desta sexta-feira o deputado presta depoimento ao Supremo Tribunal Federal em processo em que é denunciado por estelionato.

Feliciano vem sendo pressionado a deixar a presidência da comissão em razão de declarações consideradas racistas e homofóbicas. Para o presidente da federação, no entanto, o debate não inviabiliza a entrega do prêmio. "O deputado teve seus momentos de erro. Sou afrodescendente e sou contra a qualquer perseguição contra meus irmãos africanos. Mas não podemos pegar ao pé da letra. Ele já se desculpou", afirma.

A Conectas Direitos Humanos, organização não-governamental internacional, informou desconhecer a FDBH e definiu a premiação como uma "afronta". "O prêmio é uma afronta inaceitável aos milhares de brasileiras e brasileiros que se sentem discriminados pelas conhecidas declarações do deputado Feliciano e àqueles que lutam historicamente pelos direitos humanos no Brasil", disse a diretora-executiva da ONG, Lucia Nader.

Elizeu Rosa afirma que a federação é contrária às declarações recentes do deputado e que acompanhará sua atuação à frente da comissão. "Não concordamos de forma alguma com aquilo que ele disse. Se ele amanhã ficar contra homossexuais ou contra os negros, ficaremos contra ele. Se a Câmara julgá-lo por homofobia ou racismo, o diploma dele será cassado automaticamente."

Em nota publicada no site da FBDH, a federação afirmou que ainda é "muito sedo" (sic) para julgar o trabalho de Feliciano e considera sua eleição "legítima, democrática e legal". "Acredito que [quem o critica] deveria dar oportunidade a ele, no mínimo de três meses. Acho que deveria deixar ele trabalhar. Todo mundo está sujeito a erro", reforçou Elizeu Rosa, que acredita que o deputado vai saber separar sua visão religiosa de seu trabalho na comissão.

Durante sua passagem pela cidade, Feliciano evitou a imprensa. Durante o culto, falou sobre as críticas que vem recebendo e manteve seu posicionamento de continuar na presidência da comissão. "Deixem falar, deixem criticar, logo seremos exaltados, aqueles que debocham verão a nossa vitória", afirmou.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, afirmou nesta sexta-feira (6) em aula proferida na Universidade de Brasília (UnB), que a eleição do deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara e os protestos por sua saída são parte da democracia.

Barbosa teve de se manifestar sobre o tema ao ser questionado por uma das alunas da UnB. "Eu sabia que viria alguma saia justa", ironizou. "A minha resposta é de quem viveu durante anos e anos nesse ambiente de liberdade. É simples: o deputado Marco Feliciano foi eleito pelos seus pares para assumir um determinado cargo dentro do Congresso Nacional. Perfeito", disse. "Agora, a sociedade tem direito de se exprimir contrariamente à presença dele neste cargo. Isso é democracia", concluiu.

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O deputado é alvo de protestos por declarações tidas por homofóbicas e racistas. Feliciano deve prestar depoimento nesta sexta-feira no STF em inquérito que investiga denúncia de estelionato. Ele foi denunciado em 2009 pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por ter recebido R$ 13 mil para ministrar um culto religioso ao qual não compareceu.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski decidiu que será fechado o depoimento do pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Relator do processo contra o deputado, Lewandowski afirmou que é preciso "preservar a tranquilidade e intimidade" de Feliciano e disse que a sala onde será ouvido nesta sexta-feira (5) é pequena e não comportaria a presença de jornalistas.

O processo aberto contra Feliciano não tramita em segredo de Justiça, o que justificaria o depoimento a portas fechadas. Feliciano foi denunciado pela prática do crime de estelionato pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul em 2009, antes de ser empossado deputado federal. Conforme a denúncia, o deputado teria recebido o valor de R$ 13 mil para ministrar um culto religioso, mas não compareceu.

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No passado, os depoimentos colhidos no Supremo eram abertos e podiam ser acompanhados pela imprensa. Em 1996, foi público o interrogatório da ex-ministra da Zélia Cardoso de Mello, que atuou no governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello e era acusada de envolvimento com irregularidades.

Na ocasião, a ex-ministra chegou a passar mal por causa de uma crise de hipoglicemia no momento em que respondia a perguntas formuladas pelo relator do processo, o então ministro do STF Néri da Silveira. Foi providenciado um copo de suco de laranja para que ela se restabelecesse e pudesse voltar a depor. Em nenhum momento os jornalistas foram retirados da sala onde ocorria o interrogatório.

No ano 2000, repórteres também puderam acompanhar o depoimento da cantora mexicana Glória Trevi, que estava presa no Brasil a pedido do México, onde era suspeita de participação de um esquema de corrupção de menores. Na ocasião também prestaram depoimento o então empresário da artista, Sérgio Andrade Sanches, e a secretária, Maria Raquenel Portillo, mais conhecida como Mary Boquitas. Os três estavam presos na Polícia Federal.

Lewandowski afirmou que não há espaço para os jornalistas acompanharem o depoimento. "A sala é mínima e não comporta presença de ninguém. Da mesma forma que o acusado é obrigado a comparecer para prestar seu depoimento, a lei processual penal também lhe garante a tranquilidade para prestar esse depoimento", disse o ministro. "É preciso que ele tenha livre trânsito, que os advogados e a procuradora e o juiz possam trabalhar com toda a tranquilidade para não tumultuar, não haver assédio. Quero garantir a tranquilidade do interrogando", afirmou Lewandowski.

O ministro acrescentou que o depoimento será gravado e depois de degravado, será publicado. Lewandowski disse que ainda avaliará se divulga, ainda na sexta-feira, a íntegra do depoimento. "Vocês (jornalistas) requeiram e vou analisar", restringiu-se.

Segurança

Em razão do depoimento de Feliciano, a Secretaria de Segurança, vinculada à Presidência do STF, montou um esquema de segurança para impedir o trânsito de jornalistas pelo tribunal. Os jornalistas não poderiam sequer ir ao prédio anexo ao tribunal onde o depoimento será colhido. Teriam de pedir autorização inclusive para ir ao restaurante do tribunal. Depois, a secretaria voltou atrás e liberou o acesso ao prédio de jornalistas credenciados. Eventuais manifestantes serão impedidos de entrar.

A medida teria o objetivo de garantir a integridade do parlamentar, que nas últimas semanas vem sofrendo uma série de críticas e é alvo de manifestações por ter dado declarações consideradas homofóbicas e preconceituosas. Em razão de suas posições e dessas manifestações, Feliciano é pressionado pelos líderes partidários a deixar a presidência da Comissão de Direitos Humanos.

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes, afirmou nesta quinta-feira que o fechamento ao público das sessões da Comissão de Direitos Humanos da Câmara "fere a democracia e precisa ser imediatamente revisto". Mas ponderou que o presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e os líderes partidários, saberão encontrar soluções regimentais para restabelecer o perfil democrático do colegiado. Defensora da saída do pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da comissão, ela prometeu resistência organizada enquanto a solução não vem.

"Nós e os movimentos sociais não vamos parar de avançar no Brasil e de construir políticas de direitos humanos por causa do deputado Feliciano", avisou a ministra, em entrevista, após abrir, nesta manhã, o seminário Brasil-União Europeia de Combate à Violência Homofóbica. "Vamos seguir defendendo os direitos humanos e convido a todos, independentemente de religiosidade, a participar da luta", convocou a ministra. Por orientação do Palácio do Planalto, todavia, ela adotou tom cauteloso nas críticas ao pastor.

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Acusado de defender posições homofóbicas e racistas, Feliciano vem sendo alvo de protestos desde que assumiu o cargo, no início de março. Por proposta dele, as sessões da comissão foram tornadas secretas para evitar os constantes atritos com manifestantes. "Não vou entrar no mérito da permanência ou não do deputado no cargo, mas posso garantir que, se depender de nós, não haverá retrocesso e vamos continuar defendendo as causas", ponderou. Rosário quer a sociedade mobilizada até que o Congresso encontre uma solução para o impasse em torno da comissão.

Segundo ela, a liberdade religiosa é um dos direitos humanos consagrados na Constituição, mas não justifica posições fundamentalistas. No seu discurso de abertura do seminário, ela dedicou alfinetadas a Feliciano. "A dignidade e a incolumidade da pessoa humana devem ser protegidas diante da violência de Estados ou dos fundamentalismos", disse ela. E acrescentou: "Nós não podemos desconhecer que esse encontro ocorre num momento em que o fundamentalismo de diferentes matizes e estruturas encontra-se mobilizado no mundo contemporâneo".

Seu discurso foi interrompido por aplausos e alguns gritos de "fora Feliciano" na plateia. O seminário termina nesta sexta-feira (5), com um relatório sobre proteção aos direitos das comunidades LGBT (gays, lésbicas, bissexuais e travestis). Estão presentes representantes de vários países e convidados especiais, entre os quais a diretora do Centro Nacional de Educação Sexual de Cuba, Mariela Castro, filha do presidente cubano Raul Castro e militante da causa LGBT.

 

Teses reacionárias

Maria do Rosário defendeu a aprovação de projeto de lei, em tramitação no Congresso, que criminaliza a homofobia, nos mesmos moldes do que ocorreu com o racismo. "Para enfrentar discursos antidemocráticos que justificam a violência de caráter homofóbico, é preciso que o Estado brasileiro aprove a lei e afirme que o enfrentamento à homofobia é igual à defesa da democracia", disse ela. "A religiosidade livre é um direito humano que a Constituição assegura e nós aspiramos que eles (os religiosos) somem conosco para defender os direitos de todos no Brasil".

Coube ao deputado federal Nilmário Miranda (PT-MG), membro da comissão e também presente ao seminário, disparar as críticas mais contundentes ao pastor. "Um colegiado dedicado às minorias agredidas, a comissão de Direitos Humanos de repente foi usurpada por pessoas de concepções opostas", afirmou. "A defesa das minorias de repente foi entregue a pessoas que pregam a intolerância e o ódio. As teses reacionárias e as aberrações que ele (Feliciano) defende o tornam inabilitado ao cargo", acrescentou. "Não se trata de luta religiosa, mas de uma pessoa errada no lugar errado".

 

Vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a deputada Antônia Lúcia (PSC-AC) é amiga pessoal e visitou neste sábado (30), o ex-parlamentar e ex-coronel da Polícia Militar, Hildebrando Pascoal. Conhecido como o "homem da motosserra", ele liderou na década de 90 um esquadrão da morte no Acre na década de 90.

Preso há 13 anos, Hildebrando está internado no Hospital de Clínicas do Acre por enfrentar problemas de saúde. Foi no leito do hospital que ele recebeu a visita da deputada. Lúcia não respondeu as ligações para comentar a visita. Sua assessoria confirmou que ela é amiga e esteve com Hildebrando. Ele pediu a ela ajuda nos processos, que, em sua visão, estariam sendo encaminhados de forma política. Lúcia era cotada para substituir o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na hipótese de uma renúncia dele. Nessa semana, ela ameaçou deixar a comissão após a declaração dele de que o colegiado era dominado por Satanás.

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Por ter ordenado um assassinato em que foi utilizada uma motosserra e um facão para esquartejar a vítima o ex-policial militar foi condenado em 2009 a 18 anos de prisão. O total de condenações de Hildebrando já alcança 106 anos de prisão, mas a legislação brasileira limita a 30 anos o cumprimento de penas. Ele foi cassado pela Câmara dos Deputados em 1999, quando os fatos vieram à tona.

Mesmo preso, ele enviou duas cartas com ameaças e tentativas de extorsão. Em correspondências à desembargadora Eva Evangelista, do Tribunal de Justiça do Acre, e à procuradora de Justiça Vanda Milani Nogueira, ex-cunhada de Hildebrando, ele pede dinheiro e ameaça fazer denúncias ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de que as duas teriam participado de uma fraude em concurso público. Nas cartas, ele faz ataques ainda aos irmãos Jorge Viana (PT), senador, e Tião Viana (PT), governador, seus adversários políticos.

A ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, disse nesta quarta-feira, no Rio, que, diante do impasse na Comissão de Direitos Humanos da Câmara por causa da permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência do colegiado, começou a negociar diretamente com os líderes partidários e com o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Maria do Rosário citou a aprovação, na noite de desta terça-feira (02), do projeto que cria um sistema nacional de enfrentamento e prevenção à tortura. "Nosso diálogo no momento está acontecendo com o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves, com cada liderança. O plenário foi muito receptivo e aprovou um projeto da maior importância para o País. A agenda da Câmara em direitos humanos está avançando, independentemente da comissão. A população tem suas propostas e a Câmara vai encontrar solução. O impasse na Comissão de Direitos Humanos não está impedindo a Câmara de avançar. Vou continuar a propor matérias de direitos humanos à Câmara praticamente todos os dias. A sensibilidade do presidente da Câmara colocou um tema importantíssimo na pauta", afirmou ela, que esteve na capital fluminense para participar de um seminário internacional sobre o papel da mulher.

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A Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprovou nesta quarta-feira um requerimento verbal do pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) para que o órgão realize a partir de agora reuniões fechadas ao público em geral. Será autorizada a entrada apenas de deputados, funcionários e jornalistas. Feliciano disse que adota a medida com o "coração sangrando". "Faço isso com o coração sangrando, mas, se não for dessa forma, não conseguiremos trabalhar", disse, ao defender a aprovação do requerimento.

O encontro desta quarta-feira ocorreu nesse formato. Ele disse ter recebido autorização do primeiro-vice-presidente da Casa, André Vargas (PT-PR), mas o petista afirmou que apenas foi informado do fechamento da sessão. Há dúvidas regimentais sobre se é possível determinar o fechamento de todos os trabalhos.

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Como só havia apoiadores de Feliciano na reunião, a proposta foi aprovada em votação simbólica. A segurança para o encontro desta quarta-feira foi reforçada e os manifestantes foram barrados. Do lado de fora, a Polícia Legislativa teve de agir para que ativistas não invadissem a sala da presidência da comissão e o corredor que dá acesso ao plenário da Casa.

Após a sessão, o pastor e deputado federal do PSC de São Paulo justificou a medida. "Não é reservado, é aberto com restrições. Semana passada, nós tivemos tumulto e pessoas machucaram-se", disse. Feliciano afirmou que poderá ser autorizada a entrada de representantes de alguns grupos, se for feita uma identificação prévia, mas não esclareceu como seria dada.

Durante a reunião, a comissão aprovou oito requerimentos. O primeiro deles foi de uma moção de repúdio ao comportamento considerado homofóbico do presidente em exercício da Venezuela, Nicolas Maduro, que teria feito ataques dessa maneira ao adversário na eleição, Henrique Capriles. Uma das acusações de manifestantes contra Feliciano é justamente de homofobia.

Outro requerimento aprovado foi o de uma viagem do pastor à Bolívia para tratar da situação dos 12 torcedores corintianos presos. Feliciano disse que só irão ao país vizinho após a reunião de líderes convocada para a próxima semana para discutir a permanência dele no cargo. Questionado sobre se aceitaria algum pedido dos líderes, o pastor respondeu: "Desde que não seja para eu renunciar". O pastor comemorou o resultado da reunião. "Hoje, foi sucesso."

Deputados do PT e do PSOL planejam apresentar nesta quarta-feira (3) questões de ordem e pedidos de investigação contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Nesta terça-feira (02), a deputada Iriny Lopes (PT-ES) protocolou um processo disciplinar contra Feliciano pela declaração de que a comissão era dominada por "Satanás" antes de ser presidida por ele.

Na tarde desta quarta-feira, deputados do PT entregarão à Presidência da Câmara uma questão de ordem que contesta a validade da eleição de Feliciano como presidente. A deputada Erika Kokay (PT-DF) argumentará que, durante a sessão de eleição do deputado do PSC de São Paulo, três questões de ordem apresentadas não foram resolvidas, como prevê o regimento da Casa.

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Está prevista ainda a apresentação pelo PSOL de um pedido de investigação na Corregedoria da Câmara. O partido deve pedir apurações sobre a evolução patrimonial de Feliciano, o uso por ele de verba pública no mandato e a relação com uma produtora de vídeo. O PPS também deve entrar com pedido de investigação.

Ao longo das últimas semanas, o deputado do PSC vem reafirmando que não deixará o comando da comissão. A permanência de Feliciano é questionada em razão de declarações passadas consideradas preconceituosas. Na tarde desta quarta-feira, o deputado preside nova sessão da comissão. Na pauta da reunião, está prevista a discussão sobre a ida dele à Bolívia para tratar da prisão de torcedores corintianos.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta terça-feira um pedido do presidente da Comissão de Direitos Humanos, pastor Marco Feliciano (PSC-SP), para que fosse adiado depoimento marcado para esta sexta-feira (5) na Corte sobre processo no qual o congressista é acusado de estelionato.

Na ação, Feliciano é acusado de ter recebido R$ 13,3 mil para realizar dois cultos religiosos no Rio Grande do Sul, mas não teria comparecido. Para tentar adiar o depoimento, o deputado tinha sustentado que tem agendado para o mesmo dia um culto no interior do Estado do Pará.

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Ao recusar o pedido de adiamento, Lewandowski afirmou que marcou o depoimento para uma sexta-feira com o objetivo de não prejudicar a atuação parlamentar de Feliciano. "As atividades judiciárias preferem a quaisquer outras de natureza privada", justificou o ministro.

O pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) justificou sua declaração de que antes dele a Comissão de Direitos Humanos era dominada por satanás dizendo que falava em um ambiente espiritual. Ele disse se sentir "livre" para continuar o trabalho na comissão.

"Eu não disse nome de ninguém. Eu estava no culto, num ambiente espiritual. Eu falava sobre situações espirituais. Se vocês assistirem ao vídeo, minutos depois, eu falei que a comissão fez um seminário com apologia ao sexo para crianças de zero até seis anos. Isso para quem é espiritual não é coisa de Deus. E se não é coisa de Deus é do adversário. Satanás significa adversário. No culto, eu tenho liberdade de expressão", disse o deputado, participa nesta terça-feira de uma reunião da bancada do PSC.

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Feliciano informou que colocará em votação nesta quarta-feira, na comissão, o requerimento para que realize uma viagem para a Bolívia para discutir a situação dos 12 torcedores corintianos presos naquele país.

a deputada federal e ex-ministra de Políticas para as Mulheres Iriny Lopes (PT-ES) protocolou na Mesa Diretora da Câmara pedido de abertura de processo disciplinar contra o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que preside a Comissão de Direitos Humanos da Casa. O pedido foi motivado por causa de declaração do pastor de que, antes dele, a comissão era dominada por Satanás. Se a investigação seguir adiante, a punição pode ser até a da perda do mandato.

"É inaceitável que um deputado faça esse tipo de declaração, ferindo a honra e a imagem dos nobres colegas que atuam com dedicação e firmeza para a promoção e valorização dos direitos humanos", afirma Iriny, que foi presidente do colegiado em 2006.

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Na visão da deputada petista, Feliciano infringiu o Código de Ética e Decoro Parlamentar em dois incisos: o que zela pelo prestígio, aprimoramento e valorização das instituições democráticas e representativas e o que fala sobre tratar com respeito e independência os colegas e autoridades.

Pelo trâmite normal, o pedido deve ser encaminhado à Corregedoria da Casa. O órgão, porém, não tem titular desde que se decidiu pela criação de uma corregedoria autônoma. Por acordo de líderes, a indicação deve ser do deputado Átila Lins (PSD-AM). Caberá ao corregedor, dar um parecer sobre o caso e submetê-lo à Mesa Diretora, que decidirá pelo encaminhamento do processo ao Conselho de Ética ou arquivamento. No Conselho, o deputado seria investigado e, se considerado culpado, estará sujeito a penas que vão de uma advertência até a cassação do mandato, que teria de ser aprovada pelo plenário.

O líder do PSC na Câmara, André Moura (SE), afirmou nesta terça-feira que a deputada Antônia Lúcia (PSC-AC) recuou da decisão de deixar o cargo de vice-presidente da comissão de Direitos Humanos. Ela ameaçou deixar a função após a declaração do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) de que o colegiado estava dominado por satanás antes dele. Moura classificou a declaração do correligionário de "infeliz" e afirmou que cabe à Mesa Diretora da Câmara analisar a conduta dele, uma vez que já foi anunciada a apresentação de um pedido de investigação contra Feliciano na Corregedoria da Casa.

"A deputada Antônia Lúcia teve uma conversa conosco hoje pela manhã. Ela ontem deu uma declaração mediante aquilo que foi passado para ela, mas ela conversou com deputado Pastor Marco Feliciano na noite de ontem, teve uma conversa conosco hoje, e ela permanece na primeira-vice-presidência da comissão", afirmou Moura.

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O líder criticou as declarações feitas pelo colega no culto realizado em Passos (MG). "Eu entendo que são declarações infelizes da parte dele e disse isso ao deputado. Acho que agora cabe a ele um pedido de desculpas oficial e, logicamente, que a Mesa Diretora da Casa fará uma análise das consequências da declaração mesmo porque, apesar de ser num culto evangélico, ele fez referência a parlamentares que faziam parte da comissão no ano passado e alguns que continuam fazendo parte".

Moura esclareceu que a decisão da Mesa Diretora deverá ter como base um pedido de investigação que o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) anunciou que apresentará nessa semana. Ele afirmou que a bancada do PSC já pediu antes a Feliciano que reconsiderasse sua decisão de permanecer no cargo e ressaltou que a executiva do partido decidiu apoiar o pastor. O líder reconheceu que a continuidade das polêmicas incomoda a bancada.

"É uma situação que deixa o partido incomodado, toda a bancada incomodada. As declarações do pastor também nos deixam preocupados. Mas entendo que nesse momento a coisa tomou proporções maiores que fogem da alçada da bancada e da liderança e tem que ser resolvida pela Executiva Nacional do partido e, logicamente, pela Mesa diretora da Casa", disse Moura.

Ele acredita que a conversa de Feliciano com os líderes na próxima semana poderá ser "decisiva" para que ele possa ouvir os argumentos dos que pedem sua renúncia e expor os motivos que o levam a continuar. Moura disse que o pastor fez uma avaliação precipitada ao dizer que tem sido "achincalhado" pelos líderes.

O pastor Marco Feliciano (PSC-SP) disse, por meio de sua página no Twitter, que, ao afirmar que satanás estava na presidência da Comissão de Direitos Humanos antes dele, estava querendo dizer que eram adversários que ocupavam o espaço. Ele disse ter conversado com o líder do seu partido, André Moura (SE), e com a vice-presidente da comissão, Antonia Lucia (PSC-AC), para explicar a situação. A deputada chegou a falar em deixar o cargo após a nova declaração do colega.

No culto realizado na noite de sexta-feira (29) em Minas Gerais, o pastor, cuja permanência na presidência da comissão é alvo de protestos, causou nova polêmica ao fazer uma crítica direta a seus opositores na Câmara. "Pela primeira vez na história desse Brasil, um pastor cheio de Espírito Santo conquistou um espaço que até ontem era dominado por satanás", disse ele na ocasião.

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Por meio da rede social, o pastor afirmou nesta segunda-feira que manifestações atrapalharam o culto em que falou a polêmica frase. Segundo ele, os ativistas falavam palavrões e batiam tambor na porta do ginásio onde o evento foi realizado.

"Ver mães tapando os olhos e ouvidos de suas crianças para não verem os ativistas fazendo gestos obscenos e palavras de baixo calão, machuca. Mas isso não interessa, não é mesmo? Não vende, não cria curiosidade, afinal o que se quer é a anarquia, a bandalheira", afirmou Feliciano. "Duas mil pessoas tiveram seu direito de liberdade de culto violado. Mas o que interessa é que falei sobre satanás, que significa adversário", completou. Ele disse continuar contando com a oração de seus apoiadores e disse que pediu à polícia que não agisse contra os manifestantes.

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