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O governo ucraniano exigiu neste domingo (26) aos países do G7 reunidos em uma cúpula na Alemanha mais armas e sanções contra Moscou, após os novos ataques russos em um bairro próximo ao centro da capital Kiev.

"A cúpula do G7 deve responder com mais sanções contra a Rússia e mais armas pesadas para a Ucrânia", pediu no Twitter o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, pedindo para "derrotar o imperialismo russo doentio".

A Rússia bombardeou um bairro residencial em Kiev, capital da Ucrânia, neste domingo, deixando pelo menos quatro feridos. "Uma menina de 7 anos dormia pacificamente em Kiev até que um míssil de cruzeiro russo explodiu seu prédio", lamentou o ministro das Relações Exteriores ucraniano.

A capital ucraniana não registrava ataques russos desde o início de junho e, segundo jornalistas da AFP presentes no local, um incêndio ocorreu nos três últimos andares do prédio.

O prefeito da capital ucraniana, Vitaly Klitschko, denunciou que o ataque foi uma forma de "intimidar os ucranianos (...) dada a proximidade da cúpula da Otan", que acontece a partir de terça-feira em Madri.

"É extremamente importante que nas cúpulas desta semana, o G7 e a Otan demonstrem que seu compromisso com a defesa da Ucrânia nunca será mais fraco do que o desejo de [Vladimir] Putin de tomá-la", disse Kuleba em um artigo de opinião escrito em conjunto com sua colega britânica Liz Truss no domingo.

O ministro mais uma vez pediu mais armas pesadas e o endurecimento das sanções contra "todos que contribuem para a guerra de Putin". Ele também pediu a suspensão das importações de energia russa.

Os países do G7 anunciaram neste domingo (27) que estão prontos para adotar novas sanções contra a Rússia, após as medidas "devastadoras" comunicadas na quinta-feira, se Moscou não encerrar sua ofensiva contra a Ucrânia.

Durante uma reunião por videoconferência das potências ocidentais do G7 (Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos), os chefes da diplomacia exigiram que a Rússia ponha "fim imediatamente aos ataques contra a Ucrânia, sua população civil e suas infraestruturas civis, e retire rapidamente suas tropas", segundo um comunicado divulgado pela presidência rotativa do G7, que está com a Alemanha.

Os sete países alertaram Moscou que não reconhecerão nenhuma "mudança de status" na Ucrânia pela força, como seria o caso, por exemplo, de anexações territoriais.

Em declaração posterior, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que o grupo "nunca esteve tão alinhado em todo o mundo para defender e preservar a liberdade e soberania da Ucrânia e todos os seus Estados".

A Rússia anexou a península da Crimeia em 2014 e acaba de reconhecer a independência das duas autoproclamadas repúblicas de Donbass (leste da Ucrânia), controladas por forças separatistas pró-russas.

Os países ocidentais já endureceram suas sanções financeiras no sábado, ao excluir vários bancos russos da plataforma global de pagamentos interbancários Swift, o que poderia complicar as transações russas.

Também tomaram medidas para impedir que o banco central russo possa respaldar o rublo, a moeda russa, limitando seu acesso aos mercados internacionais de capitais.

O Japão anunciou neste domingo que também removeria certos bancos russos da plataforma Swift, ofereceu milhões de dólares em ajuda humanitária e irá congelar bens de Putin e outras autoridades russas. Segundo Blinken, as medidas japonesas mostram a "união e determinação" do G7 a "impor custos maciços à Rússia e conter sua capacidade de travar uma guerra" contra a Ucrânia.

O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, participou desta reunião com seus colegas do G7, de acordo com o comunicado. Os Estados do G7 também concordaram em fornecer ajuda humanitária à Ucrânia.

Uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU discutirá nesta segunda-feira a situação humanitária naquele país.

O Irã tem uma "última chance" de negociar seriamente para salvar o acordo nuclear, garantiu neste domingo (12) a ministra de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, ao final de uma reunião do G7 na qual também foram feitas advertências à Rússia contra uma invasão eventual da Ucrânia.

"Esta é a última chance para que o Irã compareça à mesa de negociações com uma solução séria para este problema", disse a ministra, cujo país preside atualmente o grupo das sete economias mais industrializadas do mundo.

"Ainda há tempo para que o Irã venha e aceite este acordo", mas "esta é a última chance", insistiu Truss, ressaltando que Teerã deve vir "com uma proposta séria".

"É vital que o façam" porque "não deixaremos que o Irã consiga uma arma nuclear", afirmou a ministra britânica em uma coletiva de imprensa em Liverpool, no norte da Inglaterra.

As negociações indiretas entre Irã e Estados Unidos, através da mediação dos europeus, foram retomadas em novembro em Viena, na Áustria, para tentar ressuscitar o acordo de 2015 que supostamente evitava que a República Islâmica conseguisse desenvolver uma bomba atômica.

Os americanos saíram do acordo em 2018, durante o mandato de Donald Trump, que restabeleceu as sanções contra Teerã. Em resposta, a República Islâmica passou a não cumprir as restrições impostas sobre seu programa nuclear.

- 'Enormes consequências' para a Rússia -

O atual presidente dos EUA, Joe Biden, diz estar disposto a retornar ao acordo se o Irã também voltar a cumprir seus compromissos, mas as negociações, que começaram em abril e acabam de ser retomadas após um hiato de cinco meses, parecem estar estagnadas.

A diplomacia americana suspeita que o Irã quer ganhar tempo para desenvolver paralelamente o seu programa nuclear, o que deixa o país cada vez mais perto de adquirir a bomba atômica.

Washington advertiu nos últimos dias que não permitiria que o Irã adotasse essa atitude e confirmou que estava preparando um plano B ainda impreciso.

Além da questão iraniana, Liz Truss assinalou que os ministros das Relações Exteriores do G7 também mostraram uma frente unida contra a Rússia, país que o Ocidente acusa, há várias semanas, de preparar uma possível invasão da Ucrânia, apesar dos desmentidos de Moscou.

Segundo a ministra britânica, a reunião de Liverpool mostrou "a voz uníssona dos países do G7, que representam 50% do PIB mundial, dizendo claramente que haverá enormes consequências para a Rússia em caso de incursão na Ucrânia".

Em uma declaração conjunta, os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, assim como o alto representante da União Europeia, pedem à Rússia uma "desescalada" e que busque "soluções diplomáticas".

"Estamos unidos em nossa condenação à intensificação militar e a retórica agressiva da Rússia com a Ucrânia", escreveram, reafirmando seu "compromisso inabalável com a soberania e a integridade territorial da Ucrânia".

A ameaça de sanções sem precedentes foi formulada nos últimos dias por Washington, inclusive pelo próprio presidente Joe Biden, que se reuniu com o chefe de Estado russo Vladimir Putin.

Um funcionário americano presente em Liverpool havia garantido no sábado (11) que ainda era possível resolver esta nova crise ucraniana "através da diplomacia".

Para isso, o governo americano anunciou que enviaria sua secretária de Estado adjunta para Assuntos Europeus e Eurasiáticos, Karen Donfried, a Ucrânia e Rússia esta semana para buscar "avanços diplomáticos para pôr fim ao conflito em Donbass", no leste da Ucrânia, "aplicando os acordos de Minsk".

Esses acordos, alcançados em 2015 para acabar com a guerra que explodiu um ano antes nessa região ucraniana entre as forças governamentais e os separatistas pró-Rússia, nunca foram respeitados.

O papa Francisco declarou neste domingo que estava fazendo orações pela "querida Ucrânia", esperando "uma solução para as tensões através de um diálogo internacional sério e não pelas armas".

A nova ministra alemã de Relações Exteriores, Annalena Baerbock, alertou por sua vez neste domingo que o gasoduto russo-alemão Nord Stream 2 não poderia operar em caso de uma nova "escalada" na Ucrânia, segundo um acordo entre Berlim e Washington.

O Japão anunciou nesta segunda-feira (29) o fechamento de suas fronteiras a todos os visitantes estrangeiros para frear a variante ômicron da Covid-19 e, durante o dia, os ministros da Saúdo do G7 se reunirão em caráter de urgência para tentar estabelecer uma estratégia comum diante do avanço da pandemia.

Três semanas após flexibilizar algumas restrições, o Japão decidiu implantar controles rígidos de fronteira, algo que muitos consideram coisa do passado.

"Vamos proibir a entrada de estrangeiros de todo o mundo partir de 30 de novembro", afirmou o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida.

A variante ômicron, detectada inicialmente no sul da África, já está presente em vários países.

Nesta segunda-feira, os ministros da Saúde do G7 (França, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido) se reunirão "para discutir a evolução da situação sobre a ômicron", em um encontro organizado em caráter de urgência em Londres, que tem a presidência temporária do G7.

Com mais de cinco milhões de mortes em todo o mundo desde que a pandemia foi declarada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou a ômicron como uma variante de "preocupação".

"Sabemos que estamos em uma corrida contra o tempo", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, antes de destacar que os fabricantes de vacinas precisam de "duas a três semanas" para avaliar se as vacinas existentes continuam sendo eficazes contra a nova variante.

Vários países adotaram restrições para viajantes procedentes do sul da África, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Indonésia, Arábia Saudita, Kuwait e Holanda.

- Dano econômico -

O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, pediu no domingo aos países que suspendam as restrições "antes que provoquem mais danos a nossas economias".

Na mesma linha, o diretor da OMS para a África fez um apelo para que os países priorizem a ciência, em vez de impor restrições de voo para conter a nova variante.

"Com a variante ômicron detectada em várias regiões do mundo, a aplicação de restrições de viagens para a África é um ataque à solidariedade global", declarou diretor regional da OMS, Matshidiso Moeti.

Poucos dias depois do anúncio por cientistas da África do Sul sobre a descoberta da nova variante, que tem mais mutações que as anteriores detectadas do coronavírus, o hospital Bambino Gesu de Roma conseguiu a primeira "imagem" da ômicron e confirmou que efetivamente tem mas mutações que a delta, mas isto não significa que é mais perigosa, de acordo com os pesquisadores.

As autoridades holandesas afirmaram que identificaram ao menos 13 casos de ômicron entre 61 passageiros que testaram positivo para covid-19 depois que desembarcaram da África do Sul no sábado.

A polícia de fronteira da Holanda anunciou a detenção de um casal em um avião com destino a Espanha, depois que os dois fugiram de um hotel em que estavam em quarentena.

O casal, um espanhol de 30 anos e uma portuguesa de 28, retornou à quarentena e pode ser acusado de "ataque à segurança pública".

Apesar da nova ameaça, dezenas de milhares de pessoas protestaram na Áustria contra a vacinação obrigatória no país, o primeiro da UE a aplicar a medida.

O chanceler Alexander Schallenberg considerou o protesto uma "interferência menor" para o país com uma das menores taxas de vacinação na Europa ocidental.

No Reino Unido, o ministro da Saúde, Sajid Javid, anunciou que na terça-feira entrarão em vigor novas regras sanitárias, incluindo o uso de máscaras em estabelecimentos comerciais e nos transportes públicos, assim como restrições para os passageiros procedentes do exterior.

- Sintomas leves -

E enquanto os cientistas tentam determinar o nível de ameaça da nova variante, uma médica sul-africana destacou que dezenas de pacientes suspeitos de portar a variante ômicron mostraram sintomas leves, como fadiga.

Angelique Coetzee, presidente da Associação Médica Sul-Africana declarou à AFP que observou 30 pacientes nos últimos 10 dias que testaram positivo para covid-19 e se recuperaram sem a necessidade de hospitalização.

O conselheiro do governo dos Estados Unidos para a pandemia, Anthony Fauci, afirmou que continua "acreditando que as vacinas existentes devem fornecer um grau de proteção contra casos severos de covid".

Diante do que considera um risco crescente, Israel anunciou algumas restrições mais severas, incluindo o fechamento das fronteiras a todos os estrangeiros, quatro semanas depois da reabertura para os turistas.

"Estamos levantando a bandeira vermelha", disse o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett.

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), confirmou que o crime de homicídio qualificado atribuído ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi retirado do parecer final da CPI. A acusação surgiu a partir de evidências sobre aglomerações, medicamentos de tratamento precoce ineficazes e motociatas promovidas pelo mandatário. As declarações foram feitas durante entrevista à imprensa, minutos antes da sessão desta quarta-feira (20). 

Já o crime de genocídio contra indígenas, segundo Renan, também passou por uma “permuta” e se tornou mais uma acusação de crime contra a humanidade no relatório. No total, são três acusações por crimes contra a humanidade: no caso da Prevent Senior, no atentado contra as vidas indígenas e sobre as questões da pandemia no estado de Manaus. As mudanças foram definidas durante jantar do G7 na casa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), na noite de ontem (19), para debater os detalhes finais do relatório. 

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“Nós pacificamos divergências com relação à permuta do indiciamento por genocídio contra indígenas, que foi substituído por mais um tipo de indiciamento de crimes contra a humanidade. E pela retirada do crime de homicídio, em função da sua qualificação, e de termos e argumentos técnicos apresentados pelo senador Alessandro Vieira”, disse Calheiros. 

No total, 69 pessoas foram indiciadas na investigação coletiva parlamentar, sob 29 tipos penais diferentes. Segundo o relator, apenas o nome do pastor Silas Malafaia foi retirado na lista de indiciados. “As consistências jurídicas estão todas postas, e o procurador-geral da República tem o dever de observar tudo o que for investigado na Comissão Parlamentar de Inquérito”, completou o parlamentar. 

Desta forma, Bolsonaro deve responder por cerca de nove crimes, de acordo com o parecer da CPI. São eles: infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documento particular, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, crime contra a humanidade, violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo.  

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O senador Eduardo Braga (MDB-AM) foi excluído do chamado G-7 da CPI da Covid, que reúne senadores de oposição e independentes. Nesta semana, a cúpula da comissão criou um novo grupo no WhatsApp, sem a presença do emedebista, e passou a operar como G-6, conforme o Estadão/Broadcast apurou.

O grupo majoritário da CPI viu um alinhamento maior de Eduardo Braga com o governo Bolsonaro nos últimos dias. O senador criticou as quebras de sigilo fiscal e bancário de empresas e autoridades do Amazonas e se ausentou de depoimentos desgastantes para o presidente, como a audiência com o deputado Luis Miranda (DEM-DF).

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Além disso, uma disputa pelo governo do Amazonas acabou contaminando o clima entre Braga e o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). Os dois são apontados como pré-candidatos a governador em 2022. Omar Aziz considera também a tentativa de concorrer novamente ao Senado - o mandato de Eduardo Braga na Casa só acaba em 2026.

A primeira reunião de cúpula, em Genebra, entre os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, foi "construtiva", afirmou esse último ao comentar o encontro de três horas e meia.

"As conversas foram absolutamente construtivas", afirmou Putin durante uma coletiva de imprensa em Genebra.

Os dois líderes concordaram com o retorno de seus respectivos embaixadores, um gesto de apaziguamento nas tensas relações entre os dois países.

Os embaixadores "voltarão aos seus locais de trabalho. Quando exatamente é uma questão puramente técnica", disse Putin, que também apresentou possíveis "compromissos" para uma troca de prisioneiros.

As relações diplomáticas entre Moscou e Washington estavam muito abaladas desde que o atual presidente dos Estados Unidos chegou ao poder em janeiro.

Depois que Biden comparou Putin a um "assassino", a Rússia convocou o seu embaixador Anatoli Antonov para os EUA para uma conversa em março, e anunciou que o homólogo americano em Moscou, John Sullivan, deveria retornar a Washington.

- Aperto de mão -

Apesar das tensões, a cúpula realizada na elegante Villa La Grange começou com um aperto de mão entre os dois líderes.

Biden tomou a iniciativa e estendeu a mão para Putin. "É sempre melhor nos encontrarmos cara a cara", disse o presidente dos Estados Unidos no início da reunião, a primeira com o líder russo desde que o americano chegou à Casa Branca.

Putin chegou a Genebra nesta quarta-feira ao meio-dia, meia hora antes do início da reunião, e Biden o fez na terça-feira, procedente de Bruxelas, onde participou das reuniões de cúpula da Otan e com seus aliados na União Europeia.

Desde que assumiu o poder, o 46º presidente dos Estados Unidos adotou um tom firme em relação a Putin, para deixar clara a diferença com seu antecessor, Donald Trump.

Biden também prometeu que destacará ao russo quais as "linhas vermelhas" que não deve ultrapassar.

"Não busco um conflito com a Rússia, mas responderemos se a Rússia continuar com suas atividades prejudiciais", disse o presidente americano antes da cúpula.

Embora a Casa Branca tenha insistido que nenhum avanço espetacular deve ser esperado, o presidente de 78 anos sabe que em Genebra terá a oportunidade de polir sua imagem de excelente negociador.

Nos últimos dias, os observadores relembraram a famosa cúpula em Genebra entre os presidentes Ronald Reagan e Mikhail Gorbatchov em 1985, que marcou o início do degelo da Guerra Fria.

"Estou sempre pronto", declarou Biden ao chegar a Genebra e ser questionado sobre seu estado de espírito antes desta reunião que concentra as atenções do mundo.

Mas o presidente russo também tem uma longa experiência com encontros de cúpula. Desde que assumiu o poder, no final de 1999, ele conheceu quatro presidentes americanos. Biden é o quinto.

Muitos especialistas concordam que Putin já conseguiu o que mais desejava: realizar a cúpula como um sinal da importância da Rússia no cenário mundial.

Em entrevista à NBC, Putin disse esperar que o presidente democrata seja menos impulsivo do que seu antecessor republicano. Mas ele aproveitou a ocasião para descrever Donald Trump como um homem "talentoso".

- "Sabia que estava infringindo a lei" -

O único ponto de acordo entre a Casa Branca e o Kremlin era que as relações entre os dois países estão em seu ponto mais baixo em décadas.

As questões polêmicas são numerosas e as discussões prometiam ser ásperas e difíceis, principalmente em relação à Ucrânia e Belarus.

Um dos tópicos mais delicados é a desinformação online e os ataques cibernéticos.

Putin assegurou neste sentido que acordou com Biden sobre "abrir uma conversa sobre cibersegurança".

Além da tentativa de interferência na eleição de 2016, os ataques cibernéticos recentes registrados contra empresas como SolarWinds, Colonial Pipeline e JBS e atribuídos a Moscou ou grupos de hackers russos irritaram Washington.

Genebra está sob forte segurança, mas um pequeno grupo de manifestantes quis mostrar seu apoio a Alexei Navalny, líder da oposição russa que está na prisão após sobreviver a um envenenamento que atribuiu ao Kremlin. Muitos gritavam "Uma Rússia sem Putin".

Na terça-feira, de Bruxelas, Joe Biden emitiu um claro alerta sobre o ativista russo. A morte de Navalny "seria uma tragédia", disse.

Navalny "sabia que estava infringindo a lei" por não respeitar as condições de uma condenação em suspenso quando foi tratado na Alemanha por envenenamento, afirmou o presidente russo após a cúpula desta quarta-feira.

"Isso deterioraria as relações com o resto do mundo e também comigo", alertou.

O presidente da Suíça, Guy Parmelin, por sua vez, mostrou-se otimista com este encontro.

"O mundo está há 18 meses em uma pandemia que atingiu terrivelmente. A reunião de Genebra representa uma oportunidade para os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia inspirarem um pouco mais de otimismo, um pouco mais de esperança na política mundial", disse ele.

Vacinas, prevenção de pandemias, emergência climática, ameaças russas e chinesas: estas são as principais conclusões da cúpula do G7 na Cornualha, no sudoeste da Inglaterra.

Saída da pandemia

O G7 prometeu distribuir "mais de um bilhão de doses" de vacinas contra a covid-19 até o final de 2022, de acordo com Boris Johnson, seja diretamente (870 milhões de doses) ou por meio de financiamento. Isso elevará seu compromisso total desde o início da pandemia para dois bilhões de doses.

A França garantiu que está dobrando sua promessa, aumentando para 60 milhões de doses até o final de 2021.

Os líderes também pediram uma investigação mais aprofundada da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a origem da covid-19 na China.

Além disso, discutiram os meios para prevenir outros desastres sanitários, aumentando a capacidade de produção de vacinas e melhorando os sistemas de detecção.

A meta é poder desenvolver testes, tratamentos e vacinas em menos de 100 dias, ante 300 para a pandemia do coronavírus.

Acelerar sobre o clima

As grandes potências querem acelerar o ritmo, mas não estabeleceram objetivos específicos.

Apoiam a ideia de uma "revolução verde" criando empregos e limitando o aquecimento global a 1,5 grau, um limite além do qual os cientistas acreditam que as mudanças climáticas se tornarão incontroláveis.

Os países do G7 se comprometem a se tornar neutros em carbono até 2050, o mais tardar, e a reduzir suas emissões de CO2 em 50% até 2030, em comparação com 2010.

E pedem o fim até 2021 do financiamento de projetos de carvão para produzir eletricidade que não usariam tecnologias (captura e armazenamento de CO2) para reduzir suas emissões.

E querem ser mais rápidos na proibição de novos veículos a diesel e gasolina e na transição para veículos elétricos.

Sobre a biodiversidade, a meta é preservar ou proteger pelo menos 30% das terras e oceanos até 2030.

O G7 reafirma o objetivo dos países desenvolvidos de mobilizar 100 bilhões de dólares por ano em fundos públicos e privados até 2025 para ajudar na transição energética dos países pobres.

Plano de infraestruturas

As grandes potências querem ajudar os países em desenvolvimento, seja em clima, saúde, segurança, tecnologia digital ou igualdade.

Prometem propostas concretas no outono, para um projeto visto como uma resposta à influência da China sobre os países pobres por meio de seu projeto de investimento "Novas Rotas da Seda".

Ao mesmo tempo, o G7 gostaria de poder mobilizar 100 bilhões de dólares para ajudar os países desfavorecidos, especialmente na África, a se recuperar da pandemia, redirecionando parte da nova emissão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 650 bilhões de dólares em direitos especiais de saque (SDRs).

China

O G7 pediu a Pequim que "respeite os direitos humanos" da minoria uigur muçulmana na região de Xinjiang e em Hong Kong, embora esteja disposto a cooperar com Pequim quando "for de interesse mútuo".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e seu homólogo francês, Emmanuel Macron, tomaram cuidado logo após a conclusão da cúpula de esclarecer que o G7 não está em "conflito" com a China.

Rússia

O G7 apela Moscou a "cessar suas atividades desestabilizadoras", incluindo interferência política, a respeitar os direitos humanos e "responsabilizar" os autores de ataques cibernéticos em seu solo.

Valores democráticos

O G7 pretende representar a democracia, a liberdade, a igualdade, o Estado de Direito e o respeito pelos direitos humanos.

Insiste na defesa da igualdade de gênero e quer dar educação a 40 milhões de meninas, mobilizando pelo menos 2,75 bilhões de dólares.

Impostos

Os líderes apoiaram um sistema tributário internacional mais justo.

Isso é o que seus ministros das Finanças propuseram na semana passada, por meio de um imposto global mínimo de pelo menos 15% sobre as empresas, e uma tributação mais eficaz dos gigantes digitais.

Jogos Olímpicos

O G7 apoia a realização das Olimpíadas de Tóquio (23 de julho a 8 de agosto), adiadas por um ano devido à pandemia.

Os líderes querem que o evento seja "um símbolo de unidade global para superar a covid-19".

Milhares de ambientalistas marcharam neste sábado (12) em uma manifestação ruidosa e colorida em Cornwall, o condado no sudoeste da Inglaterra onde a cúpula do G7 está sendo realizada, para pedir aos seus líderes que intensifiquem os esforços contra a mudança climática.

A marcha, organizada pelo grupo de desobediência civil Extinction Rebellion, percorreu a cidade costeira de Falmouth, localizada a cerca de 40 quilômetros do encontro das sete maiores economias em Carbis Bay e onde o centro de imprensa da cúpula está localizado.

Frases como "ações, não palavras" e "se o mar morrer, morreremos" estampavam as faixas.

"Não podemos fazer com que eles nos ouçam", lamentou Sas Joyce, moradora de Falmouth que veio com seus dois filhos.

“Tenho um neto de um ano e quero que ele tenha uma vida que não seja afetada pela mudança climática e poluição”, disse à AFP David Oliver, aposentado de 62 anos que viajou do noroeste da Inglaterra.

Em sua opinião, os líderes do G7 não parecem dispostos a fazer os sacrifícios "radicais" necessários para evitar uma mudança climática catastrófica.

Dezenas de pessoas vestidas completamente de vermelho para representar o ritmo acelerado de extinção de espécies lideraram a caminhada por Falmouth.

O G7 deve discutir formalmente a luta contra as mudanças climáticas e a conservação da biodiversidade no domingo, preparando o terreno para a conferência climática da ONU, COP26, que será realizada em novembro na cidade escocesa de Glasgow.

Os líderes devem discutir como proteger pelo menos 30% das terras e oceanos do mundo até 2030, depois de se reunir com grandes empresas na sexta-feira para discutir a intensificação dos esforços para o desenvolvimento sustentável.

Mas os ativistas querem que planos mais detalhados sejam implementados rapidamente, junto com o aumento da ajuda às nações menos favorecidas.

"Temos que pressionar o G7 aqui na Cornualha para fazer muito mais para reduzir suas emissões de carbono", disse Max Lawson da ONG Oxfam, "mas também para tomar as medidas necessárias para ajudar os países pobres que precisam lutar contra a mudança climática".

Disfarçados de líderes mundiais em trajes de banho, os ativistas da Oxfam deitaram na praia, zombando de sua inércia.

Do clima à pandemia, os líderes do G7 buscarão respostas comuns para as crises mundiais em sua primeira reunião de cúpula em quase dois anos nesta sexta-feira (11), começando pela distribuição de um bilhão de doses de vacinas contra a Covid-19.

Após meses de videoconferências, os encontros presenciais retornam, com direito a várias reuniões bilaterais até domingo (13), uma recepção com a rainha Elizabeth II e um churrasco na praia.

A reunião de cúpula inclui os chefes de Estado e de Governo da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido na cidade de Carbis Bay, sudoeste da Inglaterra.

Esta é o primeiro encontro de cúpula do presidente americano Joe Biden, que aposta com força no multilateralismo após o mandato isolacionista de Donald Trump. Também é a primeira reunião do tipo para o italiano Mario Draghi e o japonês Yoshihide Suga.

Mas a última para Angela Merkel, que deixará nos próximos meses o posto de chefe de Governo da Alemanha, que ocupa há 16 anos.

Apesar do evento presencial, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, cujo país exerce a presidência do G7, não apertará as mãos dos demais líderes: para evitar os contágios a reunião obedece restrições, que incluem testes diários de covid-19.

As medidas são necessárias no momento em que o Reino Unido, com quase 128.000 mortes provocadas pelo coronavírus, enfrenta um aumento de casos da variante Delta, o que ameaça atrasar a última fase da flexibilização das restrições.

- Um bilhão de vacinas -

No centro das conversas estarão a recuperação de uma economia mundial paralisada pela pandemia e uma distribuição mais equitativa das vacinas contra a covid-19 por parte dos países ricos.

Diante dos crescentes apelos por solidariedade, os líderes devem anunciar a distribuição "pelo menos um bilhão de doses", compartilhadas ou financiadas, e aumentar a capacidade de produção, com o objetivo de "acabar com a pandemia em 2022", segundo Downing Street.

"Chegou o momento para que as democracias mais importantes e as mais avançadas tecnologicamente assumam suas responsabilidades e vacinem o mundo. Porque ninguém está protegido enquanto o mundo inteiro não estiver protegido", disse Boris Johnson.

O governo dos Estados Unidos já se comprometeu a doar 500 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTech a 92 países. O Reino Unido distribuirá 100 milhões de doses de excedente, principalmente por meio do programa Covax.

Mas para as ONGs isto é insuficiente e o G7 deveria aprovar a suspensão das patentes para permitir a produção em larga escala. Uma proposta apoiada por França e Estados Unidos, mas que tem a oposição da Alemanha.

"Com o atual ritmo de vacinação, os países de baixa renda demoraria 57 anos para alcançar o mesmo nível de proteção que o países do G7. Isto é moralmente inaceitável, mas também contraproducente", destacou a Oxfam.

O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu aos laboratórios farmacêuticos a doação de 10% das doses vendidas e acredita que a reunião de cúpula vai apoiar o objetivo de ter 60% dos africanos vacinados até o fim do primeiro trimestre de 2022.

De acordo com a agência Bloomberg, o G7 também solicitará uma nova investigação da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a origem do coronavírus.

- "Plano Marshall" climático -

A luta contra a mudança climática será outra prioridade da reunião, que promete ser neutra em carbono, antes da grande conferência da ONU sobre o clima, a COP26, prevista para novembro na Escócia.

Johnson aspira um "Plano Marshall" para ajudar os países em desenvolvimento, segundo o jornal The Times, similar ao grande financiamento americano para a reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial.

Em maio, os ministros do Meio Ambiente do G7 se comprometeram a acabar com os subsídios públicos às centrais de energia elétrica que utilizam carvão este ano, com a promessa de "esforços ambiciosos e acelerados" para reduzir as emissões de CO2.

Mas os ecologistas, que pretendem organizar protestos nos arredores da reunião, lamentam as promessas imprecisas.

Na quinta-feira, Johnson e Biden demonstraram unidade a respeito da emergência climática e aprovaram uma nova "Carta do Atlântico" que também ressalta a necessidade de enfrentar os ciberataques.

Mas se os dois grandes aliados estão em sintonia sobre grandes temas internacionais como os desafios representados por China ou Rússia, as tensões persistem sobre a Irlanda do Norte, que está no centro de uma disputa pós-Brexit entre Londres e a União Europeia.

Biden, de ascendência irlandesa, reiterou o apoio aos compromissos comerciais assumidos entre as partes, que considera uma garantia de paz na província britânica. De acordo com a polícia local, 3.000 pessoas protestaram na quinta-feira à noite em Belfast contra as novas decisões pós-Brexit.

Os líderes do G7 se comprometerão a distribuir um bilhão de doses de vacinas contra a Covid-19 aos países pobres com o objetivo de "acabar com a pandemia" até 2022, anunciou nesta quinta-feira (10) o governo britânico.

Reunidos de sexta a domingo no sudoeste da Inglaterra, "os líderes mundiais devem anunciar que proporcionarão pelo menos um bilhão de doses de vacinas contra o coronavírus, compartilhando e financiando-as", informou o Reino Unido, que tem a presidência rotatória do grupo.

Os países do G7 também devem "estabelecer um plano para ampliar a produção de vacinas para cumprir este objetivo", completou.

"Ao vacinar mais pessoas ao redor do mundo, não ajudaremos apenas a deter a pandemia de coronavírus, mas também reduziremos o risco para as pessoas no Reino Unido" ao "reduzir a ameaça representada por variantes resistentes à vacina e encontradas em áreas com grandes surtos", acrescentou.

Por sua vez, Londres vai doar 100 milhões de doses em excesso de vários laboratórios graças ao avanço de seu programa de vacinação, que já administrou quase 70 milhões de injeções.

Cinco milhões de doses serão entregues antes de setembro e o restante até 2022, principalmente por meio do programa internacional Covax.

Os Estados Unidos já se comprometeram a fornecer 500 milhões de doses da vacina Pfizer/BioNTech, incluindo 200 milhões este ano, e o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu às empresas farmacêuticas que doassem 10% das doses vendidas a países desfavorecidos.

A presidência britânica do G7 também quer pedir aos grandes laboratórios que forneçam vacinas a preço de custo durante a pandemia, a exemplo da AstraZeneca/Oxford.

Em maio, Pfizer/BioNTech, Moderna e Johnson & Johnson se comprometeram a fornecer 3,5 bilhões de doses a preço de custo ou com desconto para os países mais pobres em 2021 e 2022, incluindo 1,3 bilhão neste ano.

Os líderes do G7 também discutirão o estabelecimento de "mecanismos para prevenir futuras pandemias".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quarta-feira (9) que irá anunciar um "plano de vacinas" para o mundo durante a sua visita à Europa.

Sem dar muitos detalhes, o mandatário fez a afirmação aos jornalistas antes de embarcar no Air Force One para sua primeira viagem internacional.

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A "diplomacia da vacina" será um dos principais pontos de debate das reuniões do G7, marcadas para 11 a 13 de junho, no Reino Unido. Biden, ao lado do premiê anfitrião, Boris Johnson, quer que o assunto da vacinação de países pobres seja uma das principais pautas.

Washington, inclusive, já anunciou a doação de 80 milhões de doses, sendo que 25 milhões delas serão entregues ainda neste mês - e 19 milhões serão enviadas pelo Covax Facility.

No entanto, a mídia norte-americana ressalta que o país - que já tem vacinas mais do que suficientes para todos os cidadãos - pode ter que jogar doses de imunizantes fora por conta da validade.

Conforme o jornal "Wall Street Journal", são milhões de doses da Janssen, braço da Johnson & Johnson, próximas a vencer e essas seriam as fórmulas enviadas para os países em desenvolvimento. A revelação vem provocando ainda mais críticas ao governo Biden por conta do prazo ser curto e, provavelmente, por não haver capacidade técnica para a distribuição.

Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado sobre a Covid-19, o ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, que havia anunciado a antecipação da entrega de 3 milhões de doses da vacina compradas da Janssen para esse mês, informou que as doses que podem ser enviadas ao país têm vencimento em 27 de junho - e que, se houver demora na liberação da FDA, a agência regulatória norte-americana, essa antecipação não será enviada.

Da Ansa

Um mês depois de sua chegada ao poder com a promessa da uma diplomacia norte-americana no extremo oposto da adotada por Donald Trump, Joe Biden participa nesta sexta-feira (19) de seu primeiro encontro com seus aliados do G7, encontro que se concentrará na resposta à pandemia e, sobretudo, nas vacinas.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, preside esta reunião que acontecerá na tarde de hoje, de forma virtual, entre os líderes de Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Canadá, Itália e Japão e na presença dos mais altos representantes da União Europeia.

Londres assumiu a presidência temporária do grupo e espera sediar em junho uma cúpula de líderes no balneário da Cornualha.

Este encontro é o primeiro desde abril de 2020, já que a situação sanitária mundial levou ao cancelamento da cúpula que estava sendo organizada por Trump.

Enquanto isso, a chegada à Casa Branca de seu sucessor democrata encerrou quatro anos de unilateralismo forçado, como demonstra o anúncio de Washington de retornar às organizações e aos compromissos multilaterais, como o Acordo de Paris sobre o Clima e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em suas primeiras entrevistas e discursos, Biden traçou as principais linhas da evolução da diplomacia norte-americana: posição mais dura com a Rússia de Vladimir Putin, distanciamento da Arábia Saudita, disposição para voltar ao acordo nuclear com o Irã e sinais de reaproximação com aliados maltratados no último governo republicano.

Como um sinal de sua vontade de reparar as relações transatlânticas, Biden deve falar com Boris Johnson e Angela Merkel na Conferência de Segurança de Munique nesta sexta-feira, um fato sem precedentes para um presidente americano neste evento anual que reúne chefes de Estado, diplomatas e especialistas em segurança.

Em sua intervenção no G7, o democrata espera "se concentrar na resposta internacional à pandemia da covid-19, incluindo a coordenação da produção, distribuição e entrega de vacinas", disse a Casa Branca em um comunicado.

A chanceler alemã, Angela Merkel, espera que o "G7 assuma a responsabilidade" pela pandemia, segundo seu porta-voz.

Em particular, será analisado o Covax, dispositivo da ONU criado por várias organizações internacionais, incluindo a OMS, ao qual Washington prometeu aderir. Na reunião, Biden anunciará a contribuição de US$ 4 bilhões para a Covax, antecipou a Casa Branca na quinta-feira (18).

Boris Johnson, que pode se gabar do sucesso de sua campanha de vacinação, prometeu redistribuir a maior parte de seu excedente por meio da Covax.

Para além da covid-19, o líder britânico deverá defender uma cooperação sanitária reforçada, de modo a reduzir para 100 dias o tempo necessário para desenvolver vacinas contra novas doenças.

Já Biden também quer aproveitar o encontro para reiterar a prioridade que seu governo dará à questão climática.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) espera que os Estados Unidos e os demais países mais ricos do mundo que compõem o Grupo dos Sete (G7) anunciem na sexta-feira as doações para promover a vacinação global contra o covid-19.

O vice-diretor da Opas, Jarbas Barbosa, disse quinta-feira (18) que está confiante no apoio dos países do G7 ao mecanismo Covax, sistema apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa garantir uma distribuição justa de vacinas contra a covid-19 a todos os países do mundo.

“O acesso equitativo ainda não está garantido. É importante ter mais doações dos países ricos”, afirmou Barbosa durante conversa com internautas transmitida pelo Facebook e Twitter.

“Na reunião dos países do G7, os Estados Unidos provavelmente farão um anúncio de uma doação e outros países também, que serão fundamentais”, completou.

Os líderes do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) têm um encontro virtual na sexta-feira para discutir a pandemia do coronavírus.

Barbosa também pediu "maior solidariedade" aos países mais desfavorecidos para superar a pandemia, lembrando que há países que compram vacinas em quantidades "quatro ou cinco vezes maiores" do que o necessário.

“Seria muito importante que os países ricos que já compraram cerca de 75% das vacinas mundiais pudessem ter uma atitude de maior solidariedade e fazer com que parte dessas vacinas pudessem ser usadas imediatamente também pelo mecanismo da Covax”, disse.

Este gesto das nações permitiria que a vacinação através da Covax, que se iniciará "no final de fevereiro, início de março", pudesse cogitar alcançar para o segundo semestre de 2021 uma cobertura "capaz de controlar a transmissão da covid-19" , revelou Barbosa.

Ao comentar a reunião do G7, a Casa Branca disse no domingo que o governo do presidente Joe Biden "se comprometeu a que os Estados Unidos se unissem à iniciativa Covax para comprar e distribuir vacinas globalmente e por meio de um mecanismo multilateral".

Assim que assumiu o cargo, Biden anunciou o retorno dos Estados Unidos à OMS após a saída de seu antecessor, Donald Trump.

Na quarta-feira, durante reunião virtual do Conselho de Segurança da ONU sobre vacinação contra o coronavírus, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos vão destinar mais de 200 milhões de dólares à OMS até o final do mês.

A Opas, órgão regional da OMS, facilita a aquisição de vacinas contra a covid-19 por meio da Covax.

Das 337,2 milhões de doses que a Covax deseja distribuir no primeiro semestre de 2021, 35,6 milhões são destinadas a cerca de trinta países e territórios das Américas e do Caribe.

A chanceler Angela Merkel se nega a participar pessoalmente na reunião de cúpula do G7 nos Estados Unidos em junho, como propôs o presidente americano Donald Trump, devido à pandemia de coronavírus, confirmou neste sábado (30) à AFP um porta-voz do governo alemão.

"No momento, levando em consideração a situação geral da pandemia, ela não pode aceitar uma participação pessoal, uma viagem a Washington", declarou um porta-voz do governo alemão em Berlim, confirmando as informações antecipadas pelo site americano Politico.

"A chanceler federal agradece ao presidente Trump seu convite para a reunião de cúpula do G7", completou. Merkel, cientista de formação, é a primeira governante do G7 (Estados Unidos, Japão, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha e Itália) a recusar formalmente o convite.

A chanceler está mais exposta à Covid-19 devido a sua idade, 65 anos, a mesma do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. Estados Unidos, com mais de 100.000 mortos e 1,7 milhão de contágios, lideram a lista de países mais afetados pela doença no mundo.

Em um primeiro momento, a Casa Branca informou em março que desistia, devido à pandemia, de reunir pessoalmente os chefes de Estado e de Governo do G7 e pensava em uma reunião por videoconferência.

Mas na semana passada, Trump, 73 anos, anunciou que a reunião aconteceria em junho "essencialmente na Casa Branca", mas que alguns encontros poderiam ser organizados na residência presidencial de Camp David, no estado vizinho de Maryland.

O presidente americano, que pensa nas eleições presidenciais de 3 de novembro, deseja transformar a reunião de cúpula do G7 com os governantes presentes em um símbolo da normalização no país, com o objetivo de reativar uma economia abalada, algo que pode custar caro ao republicano nas eleições.

Na sexta-feira, a Casa Branca afirmou que Trump e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que passou alguns dias internado em consequência da covid-19, conversaram e concordaram com "a importância de reunir o G7 na presença dos governantes em breve".

As primeiras reações dos líderes do G7 à proposta de Trump foram bastante prudentes. O presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmaram que estão dispostos a participar "caso as condições de saúde permitam". O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, destacou que era necessário examinar "as recomendações dos especialistas".

Os ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G7 disseram nesta terça-feira (3) que estão monitorando de perto a disseminação do coronavírus e seu impacto nas condições econômicas e dos mercados.

Em comunicado divulgado após teleconferência realizada nesta manhã para discutir a questão do coronavírus, as autoridades do G7 reafirmaram o compromisso de "usar todas as ferramentas de política apropriadas para garantir crescimento forte e sustentável e se salvaguardar de riscos negativos", diante dos possíveis efeitos da doença na perspectiva econômica global.

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Junto com a expansão dos serviços de saúde, os ministros de finanças do G7 estão prontos para tomar medidas, inclusive no âmbito fiscal, em resposta à ameaça do coronavírus e para sustentar a economia nesta fase, afirma o comunicado.

Já os BCs do G7 prometeram continuar cumprindo seus mandatos, "apoiando a estabilidade dos preços e o crescimento econômico" e, ao mesmo tempo, "mantendo a resiliência do sistema financeiro", segundo o comunicado.

As autoridades do G7 também disseram estar dispostos a ampliar a cooperação em "medidas oportunas e eficazes" contra a epidemia, conclui o comunicado.

Respondendo a fortes críticas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reverteu abruptamente o seu plano de receber a reunião de líderes do G7 do ano que vem no seu resort de golfe na Flórida.

"Acho que ele sabe que pessoas acham que ficava bem mal", disse o seu chefe de gabinete em exercício, Mick Mulvaney, neste domingo.

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Trump anunciou ontem à noite um raro recuo após enfrentar acusações de que ele estava usando a presidência para enriquecimento pessoal ao receber a cúpula internacional no resort privado que pertence a sua família.

"Com base em hostilidade amalucada e irracional tanto da mídia quanto dos democratas, não vamos mais considerar o Trump National Doral, em Miami, como o local para sediar o G7 em 2020", anunciou Trump em sua conta no Twitter. Ele disse que o seu governo "vai começar a busca por um outro local, incluindo a possibilidade de Camp David, imediatamente".

O recuo marcante eleva ainda mais dúvidas sobre a posição do principal assessor do presidente republicano, Mick Mulvaney, que realizou uma entrevista coletiva na quinta-feira anunciando a escolha de Doral para a cúpula. Ele insistiu que a sua equipe havia concluído que o resort era "de longe a melhor instalação física". Mulvaney disse que a Casa Branca chegou a essa conclusão depois de visitar 10 locais em todo o país.

Já hoje, Mulvaney alegou que Trump estava "honestamente surpreso com o nível de rejeição" após o anúncio de Doral. "No fim do dia, ele ainda considera estar no negócio de hospitalidade", disse Mulvaney ao programa Fox News Sunday.

As queimadas na Amazônia continuam sendo pauta levantada pela ambientalista Marina Silva (Rede), que nesta sexta-feira (30) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) “ainda não entendeu a gravidade da crise”.

Marina repercutiu o fato de empresas multinacionais e países ao redor do mundo estarem ameaçando boicotar a importação de produtos nacionais enquanto a problemática ambiental não for resolvida.

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“O presidente ainda não entendeu a gravidade da crise, em função do descuido com a destruição da Amazônia. Mostra que o seu discurso em cadeia nacional foi mesmo de fachada”, escreveu Marina em seu perfil no Twitter, fazendo menção ao pronunciamento em cadeia nacional feito por Bolsonaro na última sexta-feira (23).

A candidata à Presidência da República pelo Rede em 2018 também lembrou que “ontem chamou os recursos do G7 de esmola. É de uma irresponsabilidade sem tamanho”.

A polêmica criada entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do presidente da França, Emmanuel Macron, envolvendo as queimadas da Amazônia parece não ter fim. Nesta terça-feira (27), enquanto Bolsonaro dizia que esperava um pedido de desculpas de Macron, o francês ressaltou que há outros países, além do Brasil, que podem ser ajudados na região amazônica.  

O presidente francês, apesar de não citar Jair Bolsonaro, disse hoje que faltava tato de alguns dirigentes diante do significado de soberania de um país.

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"Notei que as inquietudes são sobretudo a falta de tato de alguns dirigentes que consideram que a soberania é, no fundo, agressividade, o que acredito profundamente ser um erro. Somos um país soberano, quando temos grandes acontecimentos, aceitamos com alegria e bons olhos a solidariedade internacional, porque é um símbolo de amizade", declarou Macron, durante uma conferência de embaixadores.

"Mas, sobretudo, há 9 países na Amazônia. Há muitos outros países que solicitaram nossa ajuda e então é importante mobilizá-la rápido para que a Colômbia, a Bolívia e todas as regiões brasileiras que desejarem ter acesso a essa ajuda internacional possam tê-la e possam reflorestá-la rapidamente", emendou o francês.

As afirmativas de Macron dizem respeito a ajuda de S$ 20 milhões dos países do chamado G7 para combater queimadas na Amazônia. Macron é presidente do grupo e Bolsonaro disse, na manhã de hoje, que só pretende considerar aceitar a ajuda caso o francês retire "insultos" proferidos contra ele. Desde a semana passada,  Macron e Bolsonaro trocam alfinetadas pelas redes sociais e por discursos ou entrevistas à imprensa.

O líder indígena Raoni, figura da luta contra o desmatamento da Amazônia, reuniu-se nesta segunda-feira à tarde com o presidente francês, Emmanuel Macron, conforme anunciou em entrevista coletiva em Biarritz ao fim do G7.

"Falei com o presidente Macron sobre muitos temas e tivemos uma boa conversa", disse. "Pedi ao presidente Macron que nos ajude a preservar nossas terras".

"Ele vai convencer os chefes de Estado a ajudarem a Amazônia com os incêndios e o estado crítico da floresta", acrescentou o cacique caiapó, de 89 anos.

Reunido em Biarritz, sudoeste da França, o G7 prometeu, na segunda-feira, uma ajuda de 20 milhões de dólares e o envio de aviões-tanque para combater os incêndios na Amazônia.

Além disso, o G7 acordou um plano de ajuda destinado ao reflorestamento, que será apresentado na Assembleia Geral da ONU, no fim de setembro.

"As florestas e as terras do Brasil ajudam todo o planeta a viver", informou Raoni Metuktire, defensor incansável dos direitos das comunidades indígenas.

De acordo com o cacique, o presidente Jair Bolsonaro "incitou agricultores e empresas mineradoras a incendiarem a Amazônia".

Na sexta-feira, em entrevista à AFP, Raoni pediu ajuda da comunidade internacional para fazer pressão e "tirar o Bolsonaro".

Em 7 de setembro, Raoni participará no Climax, reunião alternativa em Bordeaux, na França, com foco na Floresta Amazônica.

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