A Prefeitura do Recife realizou, nesta quinta-feira (17), a interdição e desocupação do prédio, localizado no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife, atingido por um incêndio na última segunda-feira (14). No local funcionava uma loja de instrumentos e abrigava também a associação de marceneiros, costureiras e outros negócios populares.
De acordo com Erivelton Paulino, representante da Associação dos Marceneiros, houve uma reunião com representantes da gestão municipal e, na ocasião, foi informado que o local deveria ser esvaziado.
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"O prédio será interditado pela Codecir. Mas, não deram um escape para a gente, não deram situação de relocar, de ir para algum lugar, não deram opção para a gente. Neste exato momento, a Guarda Municipal, o pessoal da Codecir, Defesa Civil estão aqui na frente e notificaram, interditaram o prédio e disseram que "agora é com vocês e o pessoal da prefeitura", afirma.
Erivelton relata que, durante a campanha eleitoral, o prefeito João Campos (PSB) esteve no local e prometeu melhorias no espaço. “O prefeito esteve aqui na campanha e disse que traria melhorias, inovação. Ele viu que o prédio precisava de melhorias. Agora, a gente está nessa situação”, conta à reportagem.
Auxílio
Além da incerteza de não ter para onde ir, nem todos os ocupantes do prédio receberão o auxílio, no valor de R$ 1.500, anunciado, por meio de nota, pela prefeitura na terça-feira (15).
"A Prefeitura do Recife informa ainda que os trabalhadores cooperados afetados receberão um benefício especial de R$ 1500. A gestão reforça que está trabalhando para dar suporte às pessoas afetadas e uma reunião será marcada para identificar as necessidades dos trabalhadores e oferecer condições para que eles continuem as produções o quanto antes", diz trecho do comunicado.
Sobre o benefício, o representante da Associação dos marceneiros expõe que na reunião foi dito que o auxílio seria pago em parcela única e será direcionado aos cooperados do galpão incendiado. “Todos os demais, que ocupam o espaço, não terão direito a nada”.
Protesto
Em resposta a decisão da Prefeitura do Recife, os trabalhadores do local realizaram um protesto na Avenida Norte. Interditando, nos dois sentidos, a via com pneus em chamas, eles tentam chamar atenção e conseguir uma nova instalação. “Fechamos a Avenida Norte nos dois sentidos para mostrar que estamos cobrando os nossos direitos”, explica Erivelton.
O que diz a Prefeitura
Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura do Recife afirma que, após vistoria da Defesa Civil, foi constatado um rico alto muito alto no imóvel e, por isso, foi necessário a interdição completa do local. "Os trabalhadores e comerciantes que utilizam o espaço foram notificados da necessidade de interdição completa, na tarde desta quinta-feira (17)", aponta trecho da nota.
Ademais, afirma-se que a "Secretaria de Governo e Participação Social (Segov) e Secretaria de Trabalho e Qualificação Profissional estão em diálogo com os ocupantes do imóvel para ouvir as necessidade e demandas, além de prestar todo o apoio para a necessária desocupação".
A gestão explica que o imóvel é objeto de estudo para melhorias estruturais e que uma licitação para contratação de projeto, que já estava em curso, foi finalizada nesta quinta. "O contrato com a empresa vencedora será assinado na próxima terça-feira (22) e o prazo de entrega do projeto é de 120 dias", finaliza.