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A Polícia Federal (PF) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) depoimento prestado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero na quarta-feira, 23, em Brasília, sobre o episódio de suposto tráfico de influência do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Cabe à Corte decidir sobre eventual abertura de investigação sobre o ministro Geddel e outras autoridades com prerrogativa de foro.

O ex-ministro acusa Geddel de pressioná-lo para liberar a construção de um prédio em Salvador (BA) para atender a um interesse pessoal. Geddel comprou um apartamento na planta, em área de interesse histórico, mas o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) embargou a obra.

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O STF deve enviar as declarações de Calero ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que opine sobre a abertura, ou não, de inquérito criminal sobre o caso. Uma eventual recomendação a favor da investigação dificulta que algum ministro arquive o caso de ofício. O ex-ministro não quis falar sobre o caso.

A Justiça Federal determinou a imediata paralisação das obras e a suspensão da comercialização das unidades habitacionais do edifício La Vue, em Salvador, sob pena de incidência de multa no valor de R$ 10 mil por dia em caso de descumprimento.

A decisão da juíza substituta da 4ª Vara Federal, Roberta Dias do Nascimento Gaudenzi, ratifica a determinação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que havia embargado a obra na quinta-feira passada (17).

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A ação é de autoria do Instituto dos Arquitetos da Bahia. A entidade entende que o edifício está localizada no entorno de patrimônios tombados, como a Igreja e o Outeiro de Santo Antonio e que, por isso, o edifício não poderia ter mais que 13 pavimentos. O projeto original previa um total de 31 andares.

O edifício La Vue está no centro da polêmica envolvendo o ministro-chefe da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima. No último fim de semana, ele foi acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de tráfico de influência para liberar a construção do empreendimento, onde o peemedebista diz ter comprado um apartamento, com um gabarito superior ao estipulado pelo Iphan. Geddel nega a pressão contra o ex-colega.

A construtora Cosbat, responsável pelo empreendimento, afirmou por meio da assessoria que as obras e as vendas estão paralisadas temporariamente desde o embargo do Iphan. A empresa afirma que tomará as medidas judiciais cabíveis.

Na decisão, datada desta terça-feira, 22, a juíza atendeu às recomendações do Ministério Público Federal, exceto a que pedia o depósito judicial do valor equivalente às vendas das unidades, para efeito de indenização. A magistrada entendeu que o caso se trata de interesse individual, fora da competência do MPF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O escritório de um primo do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, atua em favor do edifício La Vue, em Salvador, ao menos desde 2014. Em 18 de fevereiro daquele ano, o advogado Igor Andrade Costa, sócio de Jayme de Souza Vieira Lima Filho, primo do ministro, assinou o contrato de criação da empresa instituída especificamente para a construção do edifício. A informação foi publicada nesta quarta-feira (23) pelo jornal Folha de S.Paulo.

O La Vue está no centro da polêmica envolvendo Geddel. No sábado (19) ele foi acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de tráfico de influência para liberar a construção do empreendimento embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), onde tem apartamento. Geddel nega ter agido para favorecimento pessoal.

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O nome do sócio do primo de Geddel também aparece em diversos documentos relacionados ao empreendimento, como na ata da primeira assembleia para constituição do condomínio do edifício, ocorrida em 15 de setembro de 2015. Igor Costa assina como secretário da assembleia.

No mesmo documento, assina como comprador do apartamento n.º 1.101 um representante da Upside Empreendimentos, empresa que, segundo o jornal O Globo, é registrada em nome de Fernanda Vieira Lima Paolilo Calazans. Ela, ainda segundo a reportagem, é irmã de Jayme, sócio de Geddel no restaurante Al Mare, em Salvador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Autores do pedido de impeachment que culminou com a cassação de Dilma Rousseff da Presidência, a advogada Janaina Paschoal e o ex-ministro da Justiça Miguel Reale cobraram nesta quarta-feira (23) medidas do presidente Michel Temer em relação ao ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, no episódio que levou à demissão de Marcelo Calero do Ministério da Cultura.

Sem citar o nome do ministro, Janaina comparou a condução do caso por Temer à forma com que, segundo ela, sua antecessora tratava desvios de conduta de seus subordinados. "Os sinais indicam que o presidente pretende trilhar o caminho de sua antecessora, passando a mão na cabeça de quem precisa ser afastado."

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Um dos autores do código de conduta da alta administração e integrante da primeira composição da Comissão de Ética Pública da Presidência na gestão de Fernando Henrique Cardoso, Reale disse que o homem forte do presidente Temer infringiu um ponto básico do documento. "Sem dúvida nenhuma existe um conflito de interesse, que é o ponto básico sobre o qual se baseia o código de conduta da alta administração. É uma infração", disse em entrevista ao Estado. O jurista evitou, porém, opinar sobre qual seria a punição ideal ao ministro pelo episódio.

"Cabe ao presidente tomar alguma medida de repreensão. A Comissão de Ética não impõem sanção ao ministro, mas sugere."

Geddel foi acusado por Calero de pressionar para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão subordinado à pasta da Cultura, autorizasse a construção de um empreendimento em Salvador próximo a patrimônios tombados. O ministro admitiu ter adquirido um apartamento no condomínio. O imóvel é avaliado em mais de R$ 3 milhões.

'Providências'

Já Janaina, advogada e professora da Universidade de São Paulo (USP), foi além e afirmou que "para conduzir o Brasil, um verdadeiro líder precisa ter a sensibilidade de notar que o País mudou". "Sei que o presidente Michel Temer já manifestou que não pretende afastar pessoas com base, apenas, em alegações. Dilma também dizia isso.", escreveu ela em sua conta no Twitter.

Em outro post, ela prosseguiu. "Não adianta o governante se apegar ao princípio da presunção da inocência. Esse princípio vale para o processo penal, não para gestão pública."

A advogada afirmou que, "por mais que um presidente da República goste e confie em determinadas pessoas, ele tem o dever de tomar providências diante de denúncias".

Protagonista de discurso inflamado no julgamento do impeachment no Senado, Janaina voltou a lembrar a presidente cassada em sua última postagem. "O primeiro crime de responsabilidade atribuído a Dilma foi não afastar os envolvidos no escândalo do Petrolão, nunca vou cansar de lembrar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), saiu em defesa do ministro de Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, nesta terça-feira, 22. Para Renan, a polêmica envolvendo o seu correligionário "já está superada".

Geddel se tornou alvo de um processo na Comissão de Ética da Presidência após ser acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de pressioná-lo para liberar um empreendimento imobiliário de luxo em Salvador, onde o ministro teria comprado um apartamento.

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Renan declarou que houve "interpretação indevida" de Calero. "Eu acho que esse é um fato superado. Parece que houve uma interpretação indevida. O bom é que isso fique para trás e que a convergência seja novamente construída", disse Renan.

O presidente do Senado evitou fazer comparações com casos de outros ministros que foram demitidos ou pediram para sair do governo Michel Temer em meio à escândalos. Em seis meses de gestão Temer, Calero foi o quinto ministro a deixar o governo. Segundo Renan, a prioridade agora é focar nas pautas do Congresso.

"Cada caso é um caso. Importante é ter humildade e sensibilidade nesta hora para somar esforços em favor do Brasil", afirmou. "O que nós temos é que avançar nas reformas (...) para que nós possamos num curto espaço de tempo retomar o crescimento econômico do Brasil, gerando renda, gerando emprego", afirmou.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também demonstrou apoio ao ministro. Nesta terça-feira, Maia afirmou que o Congresso precisa que Geddel continue no cargo por ser fundamental na articulação política do governo junto aos parlamentares. Segundo ele, o ministro tem o apoio e a confiança do parlamento.

Após a abertura na Comissão de Ética de processo para apurar a conduta do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, a oposição pede ao órgão ligado à Presidência da República que recomende o afastamento imediato do ministro.

A reportagem teve acesso à petição feita por parlamentares do PT e do PCdoB, que argumentam que Geddel só pôde agir contra o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero em razão do cargo que ocupa. Por isso, a petição pede que a Comissão de Ética da República tome providências urgentes. A ação será protocolada na tarde dessa terça-feira, 22.

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Diferentemente do Judiciário, a Comissão de Ética não pode determinar o afastamento de Geddel, mas pode fazer uma recomendação ao presidente Michel Temer, além de uma censura pública. Entretanto, o órgão se colocou em desfavor de Geddel ontem, quando a maioria dos conselheiros votaram pela abertura do processo. A votação foi interrompida por um pedido de vistas, mas depois de recuo do ministro, ela foi retomada e concluída com unanimidade.

A petição pede ainda que a Comissão promova a realização de diligências, como a oitiva de Marcelo Calero e da presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa.

O ministro da Cultura se demitiu na última sexta-feira. De acordo com Calero, o motivo foi a pressão que sofreu do titular da Secretaria de Governo para liberar um empreendimento imobiliário de luxo em Salvador no qual Geddel tinha comprado um apartamento. Geddel nega as acusações, mas um processo para apurar o caso já foi aberto na Comissão de Ética da Presidência da República.

Ao receber apoio dos líderes dos partidos da base aliada na Câmara, em reunião no Palácio do Planalto, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, se emocionou e chorou. Ele dava explicações aos deputados sobre as acusações feitas pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de que fez tráfico de influência para tentar conseguir liberar um empreendimento em Salvador, onde comprou um apartamento na planta. Geddel, depois de ouvir desagravo público dos líderes a seu favor, agradeceu o apoio de todos e contou que "herdou de seu pai", o ex-deputado Afrísio Vieira Lima, "este jeito despachado que tem".

O ministro Geddel está sendo investigado pela Comissão de Ética Pública da Presidência e não quer mais falar sobre o tema alegando que "esse assunto está encerrado". "Peço que me respeitem", declarou, ao voltar de uma reunião com o presidente Michel Temer, para a qual foi convocado, interrompendo o encontro com os líderes, por causa de uma manifestação de índios que ocorria em frente ao Palácio do Planalto.

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O líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), ao relatar a emoção do ministro lembrou "que este é o jeito dele". "Ele é assim mesmo. Ele chora e chorou ao falar do pai (que morreu no início do ano)", comentou o deputado.

O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), ao sair da reunião, avisou que um documento a favor de Geddel está pronto e será entregue a ele por todos, em ato solene, no Planalto hoje à tarde. Ele explicou que a carta somente não foi entregue ainda porque aguarda as últimas assinaturas de parlamentares que não tinham chegado à capital federal. "Vamos entregar o manifesto pessoalmente esta tarde, em bloco", avisou.

O deputado Jovair Arantes (GO), que é líder do PTB, abriu a reunião defendendo o ministro e os demais presentes endossaram o teor do discurso. Pauderney reconheceu que o ministro errou ao levar ao governo federal um tema "pequeno", "paroquial", mas justificou que "todos somos falíveis". Para Pauderney, Geddel cometeu uma "falha humana" ao "tratar de um assunto que não caberia", mas destacou que "é preciso passar por cima disso e pensar nos grandes problemas nacionais, ainda mais que o pedido (para interceder na manutenção da obra) não foi aceito".

Pauderney reconheceu que o comportamento de Geddel "não foi adequado", mas minimizou dizendo que "temos problemas enormes no País para resolver". O parlamentar amazonense disse ainda que Geddel deu explicações e todos entenderam. Para ele, houve uma "interpretação de forma equivocada" por Calero. Pauderney afirmou ainda que conversou com o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Neto, sobre o assunto e este lhe assegurou que "não há nenhum problema com o empreendimento".

Uma das figuras proeminentes da política baiana, o hoje ministro Geddel Vieira Lima tem, em sua trajetória, casos polêmicos. Em 1993, então deputado federal, ele foi citado no escândalo dos Anões do Orçamento, episódio em que parlamentares foram acusados de manipular emendas para beneficiar empreiteiras, mas acabou inocentado na CPI que investigou o caso.

Na época, o ex-deputado João Alves foi apontado como articulador do esquema que envolveu 37 parlamentares e uma movimentação de R$ 100 milhões. Os parlamentares foram acusados de cobrar propina de empreiteiras para incluir obras no Orçamento da União ou conseguir recursos nos ministérios para garantir a realização dos projetos. Ao final seis parlamentares perderam o mandato.

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Em 2002, Geddel protagonizou um bate-boca com o ex-presidente Itamar Franco, na época governador de Minas. Após ser chamado por Geddel, então líder do PMDB na Câmara, de "desleal" e "nômade partidário", Itamar retribuiu a acusação classificando-o de "percevejo de gabinete", "vendedor de sigla" e "anãozinho do Orçamento".

Geddel e seu irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), cresceram no mundo político inspirados pelo pai, o ex-deputado Afrísio Vieira Lima, morto neste ano. Sua família era aliada de Antonio Carlos Magalhães e Geddel era próximo de Luís Eduardo Magalhães, filho de ACM, que morreu em 1998, quando despontava como possível presidenciável.

Rompido com o "carlismo", Geddel foi ministro da Integração Nacional do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no período de 2007 a 2010. Enquanto chefiou a pasta, foi acusado de destinar a maior parte dos recursos para seu Estado.

Geddel deixou a Esplanada dos Ministérios para concorrer ao governo da Bahia, mas perdeu a eleição de 2010 para o petista Jaques Wagner.

Voltou para o governo federal como vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica, de onde saiu em 2013, após divulgar uma mensagem em uma rede social pedindo que a então presidente Dilma Rousseff publicasse sua exoneração do cargo.

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu processo para investigar se Geddel Vieira Lima pressionou o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero para liberar a construção de um empreendimento em Salvador nos arredores de uma área tombada. Geddel disse ter comprado um apartamento no prédio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O secretário do Programa de Parceria de Investimentos, Moreira Franco, um dos assessores mais próximos do presidente Michel Temer, não garantiu, nesta segunda-feira, 21, a permanência do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, na Esplanada dos Ministérios, após as recentes denúncias que pesam sobre ele.

Falando em Paris, onde participa do 4º Fórum Econômico França-Brasil, o secretário informou que "o presidente está debruçado sobre a questão" e que uma solução "que sirva ao governo e ao País" será buscada nos próximos dias.

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Moreira Franco revelou que Temer "está muito preocupado" com as denúncias de corrupção e tráfico de influência feitas contra o articulador político de seu governo. "O PMDB não se organizou para fazer delito", frisou.

Geddel Vieira Lima foi acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de corrupção e tentativa de tráfico de influência por supostamente tê-lo pressionado a levantar o veto imposto pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) à construção de um condomínio residencial em uma área tombada de Salvador, na Bahia.

A informação veio a público em entrevista concedida por Calero ao jornal Folha de S.Paulo. Em resposta, o secretário de governo admitiu que comprou um dos apartamentos do empreendimento, mas desmentiu que tenha pressionado Calero a intervir em favor de seus interesses pessoais.

A crise aberta pela denúncia no interior do governo continua reverberando. Nessa segunda-feira, Moreira Franco deixou claro ao Broadcast Político que a permanência de Geddel está sendo discutida. O presidente está tratando dessa questão. Esse problema ocorreu no fim de semana.

"Ele está muito preocupado", afirmou o secretário, deixando claro que o assunto ainda está em aberto. "Certamente haverá de encontrar uma solução que sirva ao governo, que sirva sobretudo ao País, no sentido de se ter regras que sejam claras, transparentes."

Questionado sobre se já se poderia afastar a hipótese de que Geddel seja demitido, Moreira Franco reiterou: "Não afasto, nem afirmo. Como eu disse, o presidente vai estar debruçado sobre essa questão."

Abalo

A entrevista foi concedida por Moreira Franco em meio ao encontro com líderes do Movimento das Empresas da França (Medef), maior sindicato patronal do país.

Questionado se as denúncias que atingem membros do governo de Michel Temer - inclusive ele próprio e o presidente da República - não continuam a abalar a imagem do País no exterior, o secretário aproveitou para alfinetar a oposição. "O PMDB é um partido que vocês próprios veem como sendo uma federação. Eu não vejo muito assim, mas de qualquer forma isso expressa um ambiente democrático em que o partido não se organizou para fazer delito", afirmou.

"Algumas pessoas são acusadas, fizeram, são investigadas, alguns presos, outros não. São pessoas que praticam atos e que estão sendo investigadas dentro das regras legais."

Segundo Moreira Franco, as denúncias "existem" e devem ser enfrentadas. "O objetivo nosso é trazer o Brasil para um ambiente que existe no mundo, que é um ambiente de melhoria das práticas de governança, que tenham mais transparência, com regras de compliance que os valores são muito bem definidos, os limites são bem postos", alegou.

Além de Moreira Franco, outros dois ministros do governo Temer, Maurício Quintella, dos Transportes, e Marcos Pereira, do Desenvolvimento, estão em Paris.

Sobre as denúncias envolvendo Geddel Vieira Lima, Pereira pediu compreensão alegando que "o presidente teve uma semana para montar o governo" em razão do impeachment de Dilma Rousseff. "A vida é assim. Você vai limpando, selecionando", disse ele, afirmando que as denúncias do ex-ministro da Cultura "são muito recentes".

Antes mesmo de o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anular a autorização para o empreendimento La Vue Ladeira da Barra, em Salvador, a Procuradoria da República da Bahia recomendou a suspensão imediata das obras sob pena de R$ 5 mil por dia em caso de descumprimento.

A construção em meio a uma região histórica da capital baiana está no centro do imbróglio que motivou Marcelo Calero a se demitir do Ministério da Cultura na sexta-feira. Ele acusa o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, de pressioná-lo para que a obra tivesse aval do Iphan, órgão subordinado à pasta da Cultura. O ministro disse ter comprado um apartamento no local, mas nega a pressão.

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No parecer, o Ministério Público Federal também requer a suspensão das vendas dos imóveis, com multa de R$ 100 mil, e o depósito em juízo dos valores das unidades já comercializadas, para efeito de indenização. O parecer, assinado pelo procurador Pablo Coutinho Barreto, é do dia 10 deste mês, e aguarda decisão da 4ª Vara Federal, em Salvador. "Independentemente de a juíza ter se pronunciado ou não, a obra perdeu sua autorização", disse a presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Solange Araújo. O parecer do MPF está relacionado a uma ação civil pública de autoria do IAB.

Após a decisão do Iphan, na semana passada, pedreiros e engenheiros não trabalharam na obra na sexta-feira. Os corretores, no entanto, continuavam vendendo unidades do empreendimento, com 24 apartamentos, conforme apurou o Estado. O órgão entendeu que o prédio está no entorno de patrimônio público tombado e, por isso, não pode ultrapassar os 13 pavimentos - originalmente o projeto prevê 30.

Esta foi a segunda manifestação do Iphan pela irregularidade da obra. No início de 2014, o empreendimento foi avaliado pelo Escritório Técnico de Licenças e Fiscalização (Etelf), criado através de acordo de cooperação que incluía a Superintendência de Ordenamento do Uso de Solo de Salvador (Sucom) e o Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia (Ipac).

O parecer emitido pelo Etelf opinava pela rejeição da construção, tendo em vista o impacto da torre na paisagem urbana. O prédio fica muito próximo a monumentos tombados e seus entornos, como a Igreja de Santo Antonio da Barra, além do Forte de São Diogo.

Em outubro daquele ano, no entanto, o Etelf foi extinto. Em seguida, os empreendedores solicitaram uma nova avaliação. O engenheiro Bruno Tavares foi designado e emitiu parecer liberando o empreendimento com mais de 100 metros de altura, com o argumento de que ele estava longe do entorno da área tombada.

Ex-ministro

Em post publicado no Facebook, o ministro da Cultura à época, Juca Ferreira, disse que demitiu o superintendente do Iphan da Bahia, Carlos Amorim, por causa da atuação junto ao empreendimento.

"As evidências de desmandos eram tantas que, em outubro, determinei a demissão de Carlos Amorim e o prosseguimento das apurações e dos estudos técnicos, que mais tarde revelariam até falsificações e montagens grotescas. Carlos Amorim costumava mostrar uma fotomontagem para sustentar a falsa premissa de que as poligonais de tombamento dos bens localizados na vizinhança do prédio não alcançavam a área onde se localizaria o edifício", disse.

Amorim foi substituído por uma profissional da área técnica. Em maio deste ano, o engenheiro responsável pelo parecer favorável ao La Vue, Bruno Tavares, foi nomeado superintendente do Iphan local após Michel Temer assumir o governo. O engenheiro e Amorim foram procurados neste domingo, 20, pela reportagem, mas não foram localizados.

Em manifestação de apoio ao Iphan e ao ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, o IAB declarou que o desfecho do caso se deu por contrariar "explícitos interesses imobiliários pessoais de proprietário de parte do edifício a construir, integrante do alto escalão do governo federal".

O IAB se refere ao ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), acusado por Calero de fazer pressão pela liberação da construção de um imóvel em área tombada de Salvador.

Em nota assinada pelo presidente do IAB, Sérgio Magalhães, e pela secretária-geral do instituto, Fabiana Izaga, a entidade afirma que "a prática de influências na administração pública para proveito pessoal, com promiscuidade entre o interesse público e o interesse privado, em especial, no caso, em serviços de regulação e aprovação de obras com interferência sobre o Patrimônio Cultural e Arquitetônico nacional, torna ainda mais imperiosa a defesa da nomeação de técnicos experientes e qualificados para a direção do Iphan e de suas superintendências".

O IAB afirma que já apresentou um pedido de liminar contra a construção do edifício e teve três recursos indeferidos antes de procurar ajuda do Ministério Público Federal na Bahia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que demitiu-se nesta sexta-feira (18) após atritos com o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, já informou ao Ministério das Relações Exteriores que vai se reapresentar. Diplomata de carreira admitido no concurso de 2007, Calero é atualmente primeiro secretário. Ainda não está decidido onde o ex-ministro será alocado.

A Polícia Federal (PF) recuperou no telefone celular de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal e aliado do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mensagens trocadas com o empresário Lúcio Funaro, em 2012, que citam Geddel Vieira Lima, ministro do governo Michel Temer. Cleto é um dos delatores da Operação Lava Jato.

À época, Geddel ocupava a vice-presidência de Pessoas Jurídicas da Caixa e, segundo as mensagens, demonstrava "preocupação exacerbada" com um aporte de R$ 30,6 milhões à empresa JMalucelli.

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A estrutura societária da JMalucelli Energia é composta pela JMalucelli Energia Participações Ltda., com 59,19%, e pelo Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS) com 40,81%. Geddel foi membro do Conselho de Administração da Jmalucelli.

Relatório do Ministério do Trabalho, de 2012, aponta que o FI-FGTS ingressou no quadro societário da J. Malucelli Energia, "visando uma subscrição de 40,81% das ações, que correspondem ao aporte de R$ 330,61 milhões, liberados conforme as chamadas de capital, deliberadas pelos acionistas, para desenvolvimento dos projetos". Do total, R$ 30,61 milhões foram desembolsados em 2012.

"Em princípio, trata-se de uma transação típica de negócio da Caixa, porém, analisando-se os diálogos constantes do Relatório de Análise-RA N° 16/2016, verifica-se que Geddel Vieira, demonstrava uma preocupação exacerbada a esse aporte à J. Malucelli, segundo palavras de Fábio Cleto", aponta a PF.

"Chamou atenção ainda a comunicação de aporte financeiro de R$ 30,6 milhões que Fabio Cleto recebera da Diretora Executiva de Fundos da Caixa, Sra. Deusdina Pereira, operação de grande interesse, segundo Cleto, do vice-presidente da Caixa, Sr. Geddel Vieira Lima, atual ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República do Governo provisório Michel Temer."

O relatório é de 6 de junho de 2016, data em que Michel Temer ainda era presidente em exercício.

O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), afirmou que o presidente da República em exercício, Michel Temer, pediu aos líderes da base aliada da Câmara que façam a defesa do governo peemedebista, deixando claro a herança "maldita" que ele recebeu dos governos do PT. Temer e Geddel participaram de almoço com lideranças aliadas nesta terça-feira, 31, na residência da família do líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF).

"(Ele passou uma mensagem) de otimismo, de continuar nessa batida, de mostrar de forma clara no debate no Congresso Nacional que somos um governo de 20 dias, que herdamos um País no caos", afirmou o ministro na saída do evento. "Temos que deixar de forma bastante clara que ninguém pode esquecer o que estamos herdando e que essa gente que hoje faz pose de maior oposição do mundo foi a grande responsável por tudo isso que está acontecendo no País", acrescentou.

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Geddel ressaltou que Temer herdou um governo com R$ 170 bilhões de déficit nas contas públicas, com inflação de dois dígitos e com o desemprego atingindo mais de 12 milhões de pessoas. De acordo com o ministro, Temer pediu que os líderes aliados mostrem para a sociedade que o governo está tomando as medidas corretas para a retomada do crescimento econômico e não medidas "populistas".

Delação

O ministro afirmou ainda que qualquer integrante do governo Temer que eventualmente seja citado na delação premiada do empresário Marcelo Odebrecht terá de dar explicações do tamanho do problema que tiver.

"Deixa ver o que vem, se vem e como vem (sobre delação de Odebrecht). Esse negócio que falam, falam muitas coisas. Então deixe vir. Cada um vai ter quer dar explicações do tamanho do problema que tiver", afirmou.

De acordo com Geddel, qualquer ministro que "efetivamente" tiver cometido algum ilícito ou equívoco, será como o presidente em exercício Michel Temer já avisou na primeira reunião: "deixa o governo e a vida continua. Vai entrar outro no lugar e tocar o governo". "Ninguém é insubstituível", disse.

Questionado se o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), terá de deixar o governo por ser investigado pela Operação Lava Jato, Geddel Vieira Lima afirmou apenas que, na hora que surgir algum "problema específico, e se surgir", Michel Temer tomará "medidas cabíveis".

O ministro da Secretaria de Governo evitou comentar os áudios gravados pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e que provocaram a queda de dois ministros de Temer em menos de 20 dias de governo. "Ele foi presidente da Transpetro por 13 anos no governo deles (do PT), nomeado por eles", afirmou.

Uma petição online pede que o Supremo Tribunal Federal suspenda a nomeação dos ministros do governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) que são citados ou estão sendo investigados pela Operação Lava Jato. Criada no último dia 12, por uma pessoa identificada apenas como Danilo P., até o fechamento desta matéria a petição já tinha 201 mil assinaturas. 

Como justificativa para a suspensão dos atos, o autor utiliza como exemplo o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que teve a nomeação como ministro-chefe da Casa Civil sustada pelo ministro do STF, Gilmar Mendes. A intervenção judiciária aconteceu após os partidos de oposição alegarem que a posse de Lula ao cargo era para garantir foro privilegiado e dificultar as investigações do envolvimento dele no esquema de corrupção na Petrobras.

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“Assim como Lula, alguns ministros indicados pelo presidente interino Michel Temer também tiveram seus nomes citados nessa operação, razão pela qual deve o Supremo se manifestar sobre a legitimidade destes para a posse nos cargos públicos e obtenção ou manutenção de foro privilegiado”, afirma o texto. “Não aceitaremos posições contraditórias da Suprema Corte”, acrescenta.

Segundo o documento online, devem ser suspensas as posses de Geddel Vieira Lima, Romero Jucá, Henrique Eduardo Alves, Bruno Araújo, Ricardo Barros, Raul Jungmann, Eliseu Padilha e José Serra.

Presidente estadual do PMDB da Bahia e primeiro secretário nacional da legenda, Geddel Vieira Lima ingressará no Conselho de Ética do partido na terça-feira, 5, com pedido de expulsão da ministra Kátia Abreu (Agricultura).

"Além de ela descumprir uma decisão do diretório nacional, ela tem tido um comportamento provocativo, desafiador, em relação ao partido. É um comportamento inapropriado", afirmou Geddel à reportagem. Segundo ele, o processo será acompanhado de uma liminar com pedido de suspensão imediata da ministra.

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A ministra Kátia Abreu recorreu na semana passada às redes sociais para dizer que não pretende deixar o governo. As mensagens foram publicadas após a decisão do diretório nacional do PMDB que determinou a "saída imediata" dos integrantes da legenda do governo Dilma. "Continuaremos no governo e no PMDB. Ao lado do Brasil no enfrentamento da crise", disse a ministra no Twitter. "Deixamos a presidente à vontade caso ela necessite de espaço para recompor sua base", afirmou. "O importante é que na tempestade estaremos juntos", concluiu.

Além do ministério da Agricultura, o PMDB detém o comando das pastas de Minas e Energia, Saúde, Ciência e Tecnologia, Aviação Civil e Portos.

Segundo Geddel, os processos contra os ministros que insistirem em ficar no cargo devem ser encaminhados somente após o dia 12 de abril, quando se completará 30 dias da decisão do diretório nacional. "Num determinado momento será feito. Não dá para fazer dez de uma vez. Além disso, os demais ministros têm sido mais discretos", ressaltou o dirigente.

O vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, Geddel Vieira Lima (PMDB), solicitou através do twitter, nesta quinta-feira (26), que a presidente Dilma Rousseff (PT) aceite o pedido de exoneração do cargo. O desejo de sair do cargo é respaldado pela postulação de Geddel ao governo da Bahia em 2014. 

“Cara Presidenta Dilma, por gentileza, determine publicação minha exoneração função q ocupo, e cujo pedido já se encontra nas mãos de V Excia”, postou no microblog. Ainda no twitter Vieira Lima diz que fez "um apelo dramático" ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para que "agilize a publicação" da exoneração.

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Geddel pediu ainda que o correligionário e senador Roberto Requião, cobrasse a autorização para se desligar do cargo que ele espera desde setembro. “@requiaopmdb Cobra para mim essa exoneração Estou esperando desde Setembro Quero sair, não entrar”, afirmou. Requião em resposta a Vieira Lima postou, “mais vale um diretor da Caixa na mão do que um Geddel candidato na Bahia”.

Ministro no governo Lula, o peemedebista Geddel Vieira Lima, gravou alguns comerciais para o rádio e a TV na Bahia, ressaltando o governo de possíveis adversários da presidenta Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial, no próximo ano. Deixando ainda mais estreita a relação entre o PT e o PMDB, que está cada vez mais abalada. 

Nas inserções Geddel enaltece os governos de Aécio Neves (PSDB), em Minas Gerais entre 2003 e 2010, e de Eduardo Campos (PSB), em Pernambuco. Geddel lidera o PMDB baiano e, segundo informações da Folha de São Paulo, é pré-candidato ao governo estadual, cargo para o qual já concorreu em 2010.

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