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O Guia Michelin, bíblia de gastronomia, provocou polêmica ao rebaixar o restaurante Paul Bocuse, símbolo da cozinha tradicional francesa, que perdeu sua cobiçada terceira estrela.

O "papa" da gastronomia francesa, que faleceu há dois anos, detinha essas três estrelas desde 1965 sem interrupção, um recorde, em seu famoso restaurante perto de Lyon (centro-leste).

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A aura do chef foi muito além das fronteiras francesas, graças em particular à criação do Bocuse d'Or, o maior concurso de gastronomia do mundo lançado em 1987 por Paul Bocuse.

"Monsieur Paul", como era carinhosamente conhecido, se definia como "um seguidor da cozinha tradicional". "Amo a manteiga, o creme de leite, o vinho e não ervilhas cortadas em quatro", disse ele em "Paul Bocuse, le Feu sacré".

Para o Guia Michelin, cuja edição de 2020 será revelada em 27 de janeiro, "a qualidade do estabelecimento continua sendo excelente, mas não ao nível de um três estrelas".

Gwendal Poullennec, responsável pelo guia, foi ontem ao restaurante, na localidade de Collonges-au-Mont-d'Or, na região de Lyon, para comunicar a decisão, informou a diretora de Comunicação do Michelin, Elisabeth Boucher-Anselin.

"Embora consternados com o julgamento dos inspetores, há uma coisa que nunca queremos perder: é a alma do Sr. Paul", reagiram em um comunicado a família Bocuse e a equipe do restaurante que defendem seu processo de modernização.

- "Patético" -

Alguns críticos já antecipavam, muito antes da morte do chef Paul Bocuse, aos 91 anos em janeiro de 2018, que seu restaurante havia deixado de estar à altura de suas três estrelas.

Mas tocar em um monumento da culinária francesa, um ano após o rebaixamento pelo Guia Michelin do restaurante do chef Marc Veyrat - que se opôs vigorosamente a essa decisão desde então - já tem provocado polêmica.

Na região de Lyon, a tristeza prevalece enquanto a capital da gastronomia tradicional francesa parece perder o protagonismo no prestigiado guia.

O residente do Bocuse d'Or Olivier Ginon expressou "sua tristeza e seu renovado respeito pelo trabalho do Sr. Paul".

"Estou triste pela equipe que assumiu o desafio em Collonges", tuitou Georges Blanc, o chef três estrelas de Vonnas, vilarejo mais ao norte, cuja rivalidade com Bocuse era lendária.

"É dramático, é patético", trovejou na emissora Europe 1 Marc Veyrat, conhecido por sua franqueza, que acusa os inspetores do guia de ignorarem a importância do "terroir".

Para o crítico gastronômico Périco Legasse, o guia Michelin cometeu "o irreparável". Diante da competição na Internet, a edição impressa do guia "está em queda livre" e em busca do "burburinho da mídia", lançou na rádio RTL.

Os esforços de modernização do restaurante - "a tradição em movimento", conforme definido pelas equipes de gestão desta instituição - não foram, portanto, suficientes.

"Os chefs trabalharam e reformularam os pratos. Eles os refinaram por mais de um ano, fazendo-os evoluir, mantendo o DNA e o sabor original", disse o gerente-geral Vincent Le Roux há alguns dias ao jornal "Progès".

A apresentação de lagosta inteira passou a ser mais contemporânea e a quenelle mais leve, acompanhado por um molho de champanhe.

Grandes reformas também estão em fase de conclusão. O restaurante deve reabrir após três semanas de fechamento, em 24 de janeiro, três dias antes do lançamento oficial do novo guia.

O chef francês Marc Veyrat processou na Justiça o guia Michelin, a bíblia da gastronomia, depois de perder sua terceira estrela, considerando-se "desonrado" e "deprimido".

"Fui desonrado, vi minha equipe chorando... eles ligam para você um dia sem aviso, sem nada por escrito, para lhe dizer que acabou", disse Veyrat à rádio Inter France nesta terça-feira.

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Seu restaurante "La Maison des Bois", localizado em Manigod, no leste da França, é especializado na cozinha com plantas silvestres.

Ele ganhou a terceira estrela em 2018 - a máxima recompensa gastronômica - mas em janeiro o guia a retirou.

Veyrat já havia criticado publicamente a decisão do guia Michelin, pedindo a retirada do seu restaurante do guia.

Segundo o chef, a perda da terceira estrela foi motivada porque os inspetores pensaram que ele havia colocado cheddar - um queijo inglês frequentemente preparado industrialmente - no 'suflê' de reblochon, beaufort e tomme, três queijos franceses.

"Coloquei açafrão e o homem que veio achou que era cheddar porque era amarelo. É assim que se chama conhecer o lugar? É uma loucura", disse Veyrat à rádio francesa.

Seu advogado também denunciou que a decisão do guia foi anunciada "sem qualquer notificação prévia", de acordo com um comunicado enviado ontem à noite à AFP.

"É pior do que uma ferida. É uma ofensa profunda. Caí em depressão. Vi minha equipe chorar. É irreparável para mim", disse Veyrat à rádio France Info, garantindo que, com sua queixa judicia pretende forçar o guia a justificar sua decisão.

"Durante décadas, Marc Veyrat se acostumou a ter sua cozinha avaliada, comparada, e sabe muito bem que não pode possuir suas estrelas para sempre (...) Aceite tudo isso, desde que as críticas sejam rigorosas", destacou o advogado Emmanuel Ravanas, para quem Veyrat até agora obteve apenas "respostas aproximativas" do guia.

O guia tomou nota desse processo judicial, lamentando as "acusações" do chef.

"Entendemos o desapontamento de Veyrat, ao qual ninguém questiona seu talento, enquanto lamentamos sua perseverança irracional quando se trata de acusar e se comunicar ruidosamente (...) Vamos estudar suas queixas com cuidado e responder com calma", declarou o guia.

A primeira audiência ocorrerá em 27 de novembro.

Não é a primeira vez que um chef critica a Bíblia da gastronomia.

burs-app/bl/mr

Nova York perdeu o posto de primeiro destino gastronômico dos Estados Unidos para San Francisco, segundo o ranking de três estrelas do celebrado Guia Michelin.

A edição 2018 do Guia rebaixa o renomado chef Jean-Georges Vongerichten tirando-o as três estrelas que tinha, deixando a capital cultural e financeira americana com somente cinco restaurantes três estrelas.

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Em San Francisco são sete os restaurantes três estrelas, mais do que qualquer outras cidade dos Estados Unidos. Chicago conta com dois restaurantes nessa categoria e Washington não tem nenhum.

Com uma população expressivamente menor do que a de Nova York, San Francisco é uma das cidades mais caras do país, extremamente turística, famosa pela Golden Gate Bridge e cuja "área da baía" se tornou nos anos 90 o centro de expansão das empresas ".com".

A "bíblia da gastronomia mundial", o guia Michelin, lançou nesta quarta-feira, na China, sua primeira edição dedicada a Xangai, capital econômica do país, que pode se orgulhar de ter um restaurante premiado com três estrelas e um "dois estrelas mais barato do mundo".

O guia já possuía uma versão em Hong Kong, mas que não incluía a China comunista.

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T'ang Court, um restaurante com apenas seis meses situado no hotel The Langham, foi o primeiro a merecer três estrelas no país..

O chef Justin Tan oferece pratos cantoneses clássicos, mas com inspiração decididamente moderna, segundo o guia, que chama a atenção para o prato de pepinos do mar assados ou a carne de rã japonesa.

O guia também atribui duas estrelas a sete restaurante, entre eles o Canton 8, onde se pode comer por 48 iuanes (6,5 dólares), o que faz dele "o dois estrelas mais barato do mundo", afirma Michael Ellis, diretor internacional dos guias Michelin.

O chef do restaurante, JIan Jieming, oferece uma variedade saborosa de ravioles e uma especialíssima sopa de lagosta.

bfc-azk-dl-bar/pa.zm/cn

O Guia Michelin concedeu nesta segunda-feira uma terceira estrela ao restaurante Plaza Athenée, do chef e empresário Alain Ducasse, mas retirou uma do Relais Bernard Loiseau, dirigido pela viúva do famoso chef que cometeu suicídio em 2003.

O árbitro francês da boa mesa anunciou em Paris sua colheita de 2016 para a França em meio a consternação causada na véspera pela morte, supostamente por suicídio, de um dos chefs de maior sucesso do momento, Benoît Violier.

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O chef franco-suíço foi encontrado morto no domingo em sua casa perto de Lausanne, na Suíça. Segundo a polícia, ele teria tirado a própria vida com uma arma, mas as circunstâncias do caso estão sendo investigadas.

A edição do guia de 2016, também concede uma terceira estrela ao restaurante Le Cinq, dirigido pelo chef Christian Le Squer em Paris.

Ducasse perde, no entanto, a mais alta classificação Michelin em outro de seus estabelecimentos parisienses, no famoso Hotel Meurice.

O restaurante Le Relais Bernard Loiseau, em Saulieu, na Borgonha, dirigido pela viúva desde o suicídio do chef em 2003, também perdeu sua terceira estrela, obtida em 1991.

"Estou chocada e muito decepcionada", reagiu Dominique Loiseau em um comunicado, antes de anunciar que vai trabalhar para obtê-la de volta junto com sua equipe, liderada atualmente pelo chef Patrick Bertron.

Embora todo suicídio deixe perguntas sem resposta, muitos evocaram o medo de Loiseau de perder a terceira estrela Michelin como um dos possíveis motivos.

No caso de Benoît Violier, seu restaurante do Hotel de Ville em Crissier (Suíça) manteve as três estrelas na versão suíça do guia, publicada em novembro.

O chef também foi coroado em dezembro como o melhor chef do mundo pela nova classificação gastronômica internacional La Liste, que elabora uma lista do que considera as mil melhores mesas do mundo.

O Guia Michelin apresentou nesta segunda-feira sua edição 2014, que marca a chegada de um novo chef ao exclusivo clube de 27 restaurantes "3 estrelas" na França, e o surgimento de uma nova geração de jovens cozinheiros.

Artífice de uma cozinha especialmente marinada à champanhe, Arnaud Lallement, chef de 39 anos do restaurante "L'Assiete Champenoise", em Reims (leste de Francia), é o único novo "3 estrelas" do ano.

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"L'Assiette Champenoise" é um restaurante familiar de Tinqueux. Arnaud Lallement aprendeu o ofício desde cedo, com seus pais, e depois de formar-se com alguns dos melhores chefs franceses, Roger Vergé, Michel Guérard e Alain Chapel.

Na categoria seguinte de "2 estrelas", foram indicados 79 restaurantes - seis deles estreantes na lista - e 505 receberam "1 estrela".

O restaurante La Vague d'or, do chef Arnaud Donckele, , localizado em Saint-Tropez, somou-se, nesta segunda-feira (18), à famosa lista de restaurantes "três estrelas" do guia Michelin francês. A coroação do chef, de 35 anos, que está desde 2005 à frente dos fogões do La Vague d'or, recompensa uma cozinha que celebra os países do Mediterrâneo e que se baseia em produtos regionais.

Donckele se converte no 27º membro do seleto clube de chefs três estrelas do célebre guia. Além disso, a publicação concedeu duas estrelas a 82 restaurantes, incluindo cinco novos nomes, e 487 "uma estrela" Michelín a 39 novos restaurantes.

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