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Israel ampliou nesta segunda-feira (4) sua ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que aumenta a preocupação internacional com o número elevado de civis mortos na guerra, iniciada pelos ataques do grupo islamista em 7 de outubro.

O retorno a uma guerra aberta após o fim da trégua teve um efeito dominó em uma região à beira de uma grande conflagração.

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Desde o fim da trégua na sexta-feira (1), os combates em Gaza foram retomados entre os integrantes do Hamas e os soldados israelenses, assim como os lançamentos de foguetes contra Israel e os bombardeios aéreos contra o território palestino.

O Exército israelense relatou no domingo que vários foguetes foram lançados a partir de Gaza, a maioria dos quais foram interceptados.

O governo de Gaza, controlado pelo Hamas, e a agência oficial palestina Wafa informaram que a entrada do hospital Kamal Adwan, no norte do território, foi atingida por um ataque.

Várias pessoas morreram no local, segundo a Wafa. O Hamas acusou Israel de "grave violação" do direito humanitário.

Questionadas pela AFP, as Forças de Defesa Israelenses (FDI) não comentaram o suposto ataque.

Israel afirma que o Hamas utiliza os hospitais e outras instalações civis com objetivos militares, o que o grupo islamista nega.

"As FDI continuam expandindo sua operação terrestre contra as principais frentes do Hamas na Faixa de Gaza", declarou o porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari.

"Onde existe um reduto do Hamas, as FDI operam no local", acrescentou Hagari no domingo.

- Impasse nas negociações -

Israel prometeu aniquilar o Hamas como represália ao ataque de 7 de outubro, que deixou 1.200 mortos, a maioria civis, e 240 sequestrados, segundo as autoridades israelenses.

O Ministério da Saúde de Gaza, sob controle do Hamas, afirma que mais de 15.500 pessoas morreram no território desde o início da ofensiva israelenses - mais da metade mulheres e menores de idade.

Sob uma trégua obtida com a mediação do Catar, além do apoio do Egito e dos Estados Unidos, 80 reféns israelenses foram liberados em troca da saída de 240 detentos palestinos das prisões de Israel.

Mais de 20 reféns adicionais também foram liberados em Gaza, a maioria tailandeses que trabalhavam em Israel.

Os combates foram retomados na sexta-feira após o fim da trégua, sem um acordo para prorrogar a pausa, apesar da pressão internacional.

No sábado, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou a saída dos representantes israelenses do Catar "após um impasse nas negociações" para renovar a trégua.

Com 137 reféns ainda em Gaza, segundo o Exército israelenses, o Hamas descartou novas libertações até o anúncio de um cessar-fogo permanente.

As FDI informaram no domingo que efetuaram quase 10.000 bombardeios aéreos desde o início da guerra.

"Nas últimas horas, apenas 316 mortos e 664 feridos puderam ser retirados dos escombros e transportados para hospitais, mas muitos outros ainda estão sob os escombros", afirmou o porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, Ashraf al Qudra.

O número cada vez maior de mortes em Gaza gera preocupação internacional com a conduta de Israel na guerra para erradicar o Hamas.

No domingo, os hospitais no sul de Gaza estavam lotados de mortos e feridos, alguns gritando de dor.

"Estou ficando sem palavras para descrever os horrores que atingem as crianças aqui", disse James Elder, porta-voz da Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em um vídeo do hospital Nasser em Khan Yunes.

"Este é o pior bombardeio na guerra no sul de Gaza. Estou vendo muitas vítimas crianças", acrescentou no vídeo, publicado na rede social X.

Huda, de 9 anos, chegou ao hospital Deir al Balah em um comboio da Cruz Vermelha com vítimas do norte de Gaza. A menina sofreu "uma hemorragia cerebral e foi conectada a um respirador artificial em cuidados intensivos", contou seu pai à AFP. "Ela não está mais respondendo", repetiu Abdelkarim Abu Warda, sem conter as lágrimas.

- Drones no Mar Vermelho -

O governo dos Estados Unidos, que fornece bilhões de dólares em ajuda militar anual a Israel, intensificou os apelos por proteção aos civis de Gaza.

"Muitos palestinos inocentes morreram", declarou a vice-presidente Kamala Harris na COP28 em Dubai.

Eylon Levy, porta-voz do governo israelense, culpou o Hamas pelas mortes e disse que as vítimas "estariam vivas" se o grupo islamista não tivesse executado os ataques de 7 de outubro.

Em meio a temores de uma propagação do conflito pela região, um destróier americano derrubou vários drones sobre o Mar Vermelho quando auxiliava navios comerciais que foram alvos de ataques procedentes do Iêmen, informou o Comando Central dos Estados Unidos.

Rebeldes houthis no Iêmen, apoiados pelo Irã, afirmaram que atacaram dois navios. Também lançaram drones e mísseis contra Israel nas últimas semanas.

Israel ordenou neste domingo, 2, que civis se desloquem de Khan Younis, a segunda maior cidade da Faixa de Gaza, enquanto a ofensiva militar se desloca para a metade sul do território, onde as autoridades israelenses afirmam que os líderes do grupo terrorista Hamas estão escondidos. As ordens de esvaziamento pelo exército israelense também foram dadas a outras cinco áreas próximas à cidade.

Moradores disseram que os militares lançaram panfletos ordenando-lhes que se deslocassem para o sul, para a cidade fronteiriça de Rafah ou para uma área costeira no sudoeste. "A cidade de Khan Younis é uma zona de combate perigosa", diziam os panfletos.

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Palestinos na Faixa de Gaza disseram estar ficando sem lugares para ir. Muitos dos seus 2,3 milhões de habitantes estão amontoados no sul depois que Israel ordenou que os civis deixassem o norte nos primeiros dias da guerra. A ONU estima que 1,8 milhão de moradores de Gaza estejam desalojados.

Halima Abdel-Rahman, viúva e mãe de quatro filhos, disse que não atenderá mais às ordens de deslocamento. Ela fugiu de casa em outubro para uma área fora de Khan Younis, onde fica com parentes. "A ocupação diz para você ir para esta área, então eles a bombardeiam", disse ela por telefone. "A realidade é que nenhum lugar é seguro em Gaza. Eles matam pessoas no norte. Eles matam pessoas no sul."

Além dos panfletos, os militares têm usado telefonemas e transmissões de rádio e televisão para avisar os habitantes de Gaza a abandonarem áreas específicas. Israel diz que tem como alvo terroristas do Hamas e atribui as mortes de civis a eles, acusando-os de operar em bairros residenciais.

Fortes bombardeios foram relatados em torno de Khan Younis e da cidade de Rafah, bem como em partes do norte que tinham sido o foco da devastadora ofensiva aérea e terrestre de Israel.

Juliette Toma, diretora de comunicações da agência da ONU para refugiados palestinos, disse que quase 958 mil pessoas deslocadas estavam em 99 instalações das Nações Unidas no sul da Faixa de Gaza. O chefe dos direitos humanos da ONU, Volker Türk, apelou ao fim da guerra, dizendo que o sofrimento dos civis era "demais para suportar".

Os Estados Unidos, aliado mais próximo de Israel, pediram ao país que evitasse novos deslocamentos em massa significativos e que fizesse mais para proteger os civis. A vice-presidente americana, Kamala Harris, também disse ao presidente do Egito que, "sob nenhuma circunstância", os EUA permitiriam a realocação forçada de palestinos de Gaza ou da Cisjordânia, um cerco contínuo a Gaza ou o redesenho das suas fronteiras.

Sem esperanças para nova trégua

O Ministério da Saúde em Gaza, controlado pelo Hamas, disse que o número de mortos desde 7 de outubro ultrapassou 15,5 mil. O ministério não faz distinção entre mortes de civis e combatentes, mas disse que 70% dos mortos eram mulheres e crianças.

Afirmou ainda que mais de 41 mil pessoas ficaram feridas. Um porta-voz do Ministério da Saúde disse que centenas de pessoas foram mortas ou feridas desde o fim do cessar-fogo. "A maioria das vítimas ainda está sob os escombros", disse Ashraf al-Qidra.

Enquanto isso, as esperanças de outra trégua temporária em Gaza estavam desaparecendo. Um cessar-fogo de uma semana que terminou na sexta-feira, 1º, facilitou a libertação de dezenas dos cerca de 240 reféns israelenses e estrangeiros mantidos em Gaza em troca de palestinos presos por Israel. Mas Israel mandou os negociadores para casa, e o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu diz que a guerra continuará até que "todos os seus objetivos" sejam alcançados. Uma delas é retirar o Hamas do poder em Gaza.

Um alto funcionário do Hamas, Osama Hamdan, disse que a retomada das negociações com Israel sobre novas trocas deve estar vinculada a um cessar-fogo permanente. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse ao programa Meet the Press da NBC que os Estados Unidos estão trabalhando "muito duro" para uma retomada de negociações.

As hostilidades renovadas aumentaram as preocupações com os 137 reféns que os militares israelenses acreditam que ainda estão detidos pelo Hamas. Durante a recente trégua, 105 reféns foram soltos, e Israel libertou 240 prisioneiros palestinos. A maioria dos libertados por ambos os lados eram mulheres e crianças. As famílias dos reféns apelaram a uma reunião urgente com o Gabinete de Segurança de Israel, dizendo que o tempo "está se esgotando para salvar aqueles que ainda estão detidos pelo Hamas".

Os militares de Israel disseram que seus caças e helicópteros atingiram alvos na Faixa de Gaza, incluindo "poços de túneis, centros de comando e instalações de armazenamento de armas", enquanto um drone matou cinco combatentes do Hamas. Oficiais militares reconheceram "extensos ataques aéreos na área de Khan Younis".

Os corpos de 31 pessoas mortas no bombardeio israelense no centro de Gaza foram levados para o hospital Al-Aqsa em Deir al-Balah, disse Omar al-Darawi, funcionário administrativo do hospital. Do lado de fora de um necrotério em Khan Younis, o residente Samy al-Najeila carregava o corpo de uma criança. Ele disse que seus filhos estavam se preparando para sair de sua casa, "mas a ocupação não nos deu tempo.

"O prédio de três andares foi completamente destruído, todo o quarteirão foi totalmente destruído." Ele disse que seis dos corpos eram de seus parentes. "Cinco pessoas ainda estão sob os escombros", disse ele.

Sem nova trégua

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, destacou que não há novas negociações oficiais sobre uma trégua e troca de reféns no conflito que envolve Israel e o grupo palestino Hamas. Ainda assim, reforçou que os Estados Unidos seguem trabalhando para que isso ocorra.

Em entrevista à NBC, Kirby afirmou que os Estados Unidos não tinham conhecimento sobre os planos de ataque do Hamas a Israel. A declaração veio em resposta a notícias de que o governo israelense já sabia sobre a possível investida, após matéria divulgada pelo The New York Times nesta semana. (COM NATÁLIA COELHO)

Israel intensificou neste sábado, 2, os bombardeios no sul da Faixa de Gaza, onde tinha orientado os civis residentes no norte do território palestino a se refugiar. Os militares israelenses ordenaram aos moradores da divisa entre as duas áreas a abandonar suas casas, sinal de uma possível incursão terrestre no sul. A ordem veio em meio a pedidos dos EUA para que Israel proteja os civis de Gaza após o colapso da trégua de uma semana com o Hamas.

A exigência se parece a ordens dadas por Israel antes de entrar no norte do enclave no final de outubro. Em um comunicado, os militares israelenses informaram que atingiram mais de 400 alvos do Hamas em Gaza, incluindo mais de 50 ataques em Khan Younis, a maior cidade do sul de Gaza, onde centenas de milhares de deslocados se abrigaram depois de terem sido instruídos a deixar o norte. O Ministério do Interior de Gaza disse que Al Qarara, uma cidade próxima, também foi atingida.

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O Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas, disse em um comunicado na tarde de ontem que 193 pessoas foram mortas nos bombardeios. E acrescentou que, desde os ataques terroristas do Hamas ao território israelense em 7 de outubro, mais de 15.000 pessoas morreram em Gaza, um salto acentuado em relação à contagem anterior de mais de 13.300 em 20 de novembro.

Deslocamento

Alguns palestinos perto de Khan Younis disseram que aviões militares israelenses lançaram panfletos orientando as pessoas a se retirar para abrigos na área de Rafah, uma cidade na fronteira de Gaza com o Egito.

Os folhetos, que tinham a insígnia das Forças de Defesa de Israel, declaravam Khan Younis como "uma zona de combate perigosa".

As forças terrestres israelenses já capturaram partes do norte de Gaza e as autoridades afirmaram durante semanas que a sua infantaria pretende se dirigir-se para o sul na direção de Khan Younis.

As aldeias do sul que receberam ordem de retirada ontem ficam entre a fronteira israelense e Khan Younis, sugerindo que as forças israelenses podem estar se preparando para avançar através delas. Entre elas estão Al Qarara, Bani Suheila, Abasan e Khuza'a.

Cerca de 1,8 milhão de habitantes de Gaza, mais de três quartos das pessoas que vivem no território, já foram deslocados pela guerra, segundo a ONU, e muitos dizem que não há mais lugar de refúgio.

Ainda assim, no início da tarde de ontem, multidões de residentes de Al Qarara começaram a fugir para o sul, alguns deles deslocados pela segunda vez desde o início da guerra.

Também ontem, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, declarou que os EUA se opõem à realocação forçada de residentes de Gaza para o Egito ou para campos de refugiados fora do enclave.

Em meio à retomada dos bombardeios após o colapso da trégua que permitiu a troca de prisioneiros palestinos por reféns israelenses, o Hamas anunciou que não haverá mais trocas até o fim da guerra. O vice-chefe político do grupo terrorista, Saleh al-Arouri, exige um cessar-fogo definitivo para a manutenção das trocas, uma condição que Israel não dá sinais de concordar.

Lula fala em genocídio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a ofensiva israelense em um entrevista ao canal de televisão do Catar Al Jazeera. Lula disse que as respostas israelenses aos ataques terroristas de 7 de outubro são "ainda mais sérias" que o ataque do grupo terrorista Hamas e voltou a falar em "genocídio". As declarações foram transmitidas na noite de sexta-feira. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os combates foram retomados nesta sexta-feira (1) na Faixa de Gaza após o fim da trégua de uma semana entre Israel e Hamas, com quase 30 mortos palestinos até o momento, segundo as autoridades do movimento islamista no território.

"O Hamas violou a pausa operacional e disparou contra o território israelense", afirmou o Exército do país em um comunicado.

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"As FDI (Forças de Defesa Israelenses) retomaram os combates contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza", acrescenta nota.

O anúncio aconteceu depois que as FDI interceptaram um foguete lançado a partir de Gaza, o primeiro desde 24 de novembro, quando começou a trégua.

Uma fonte próxima ao Hamas declarou à AFP que o braço armado da organização recebeu "a ordem de retomar o combate e defender a Faixa de Gaza".

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, anunciou que 29 pessoas morreram na Faixa desde a retomada dos combates.

A pasta citou sete mortes no norte do território - Jabaliya e Cidade de Gaza -, 12 em Khan Yunes e Rafah, no sul, e 10 em Al Maghazi, no centro da Faixa.

O reinício dos combates acabou com a esperança de uma prorrogação da trégua de sete dias que permitiu a libertação de dezenas de reféns em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel, além de ter facilitado a entrada de ajuda na Faixa de Gaza.

Ao mesmo tempo, as negociações entre os dois lados, com mediadores do Catar e Egito, prosseguiam nesta sexta-feira, segundo uma fonte informada sobre as conversações.

Na quinta-feira, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, se reuniu com autoridades palestinas e israelenses. Ele fez um apelo a favor da extensão da trégua e alertou que, em caso de retomada dos combates, os civis palestinos devem ser protegidos.

A trégua representou uma pausa nos combates iniciados em 7 de outubro, quando combatentes do Hamas invadiram o território de Israel. O ataque surpresa deixou 1.200 mortos, a maioria civis, e 240 sequestrados, segundo as autoridades israelenses.

Em resposta, Israel prometeu aniquilar o Hamas e iniciou uma campanha de ataques aéreos e terrestres em Gaza que, segundo o governo do Hamas, deixou mais de 15.000 mortos, a maioria civis.

Durante a trégua mediada pelo Catar, 80 reféns israelenses foram liberados em troca de 240 prisioneiros palestinos.

Mais de 20 estrangeiros, a maioria tailandeses que trabalhavam em Israel, foram liberados à margem do acordo de troca.

Na quinta-feira à noite, seis israelenses foram liberadas, horas depois da saída de duas reféns.

O número de reféns libertados na quinta-feira chegou a oito, menos dos 10 por dia que o Hamas deveria liberar segundo o acordo de trégua. Uma fonte do grupo islamista indicou que foram incluídas na contagem duas mulheres com dupla cidadania, russa e israelense, liberadas na quarta-feira.

A libertação foi um alívio para Keren Shem, cuja filha Mia foi uma das reféns que deixou o cativeiro. A família divulgou imagens de Keren chorando de alegria ao ser informada sobre a liberdade iminente da jovem.

- Prorrogação frustrada -

Pouco depois da chegada dos reféns a Israel, o serviço penitenciário do país anunciou a libertação de mais 30 detentos palestinos, 23 menores de idade e sete mulheres.

Blinken afirmou que Washington desejava o "avanço" do processo e outro dia de trégua.

Uma fonte próxima ao Hamas declarou que o grupo apoiava mais uma prorrogação e os mediadores tentaram estender a pausa, mas o processo parece ter fracassado.

Israel sempre insistiu que a trégua era uma pausa temporária para garantir a libertação de reféns.

"Juramos (...) eliminar o Hamas e nada vai nos impedir", afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um vídeo divulgado por seu gabinete após a reunião com Blinken.

O governo israelense enfrenta uma pressão cada vez maior para explicar como protegerá os civis do território palestino, que enfrentam um bloqueio e não tem como sair da região.

Blinken alertou que a retomada das ações militares israelenses "deve colocar em prática planos que minimizem as mortes de palestinos inocentes" e "delimitar de forma clara e precisa áreas e locais no sul e centro de Gaza onde possam estar seguros e longe da linha de fogo".

Organizações internacionais pediram mais tempo para transportar suprimentos médicos, alimentos e combustível para Gaza, onde 1,7 milhão de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas.

A trégua permitiu que as pessoas retornassem para observar as casas destruídas e tentar recuperar alguns pertences entre os escombros.

"Tememos que a trégua acabe e que os problemas e bombardeios retornem", declarou na quinta-feira à AFP Mohamad Naasan, morador de Gaza. "Espero que a trégua seja retomada para que a paz prevaleça e possamos voltar para casa".

- Violência em Jerusalém e na Cisjordânia -

A trégua não impediu a violência em outras regiões.

Na manhã de quinta-feira, dois homens armados abriram fogo contra um ponto de ônibus em Jerusalém e mataram três pessoas, um ataque reivindicado pelo Hamas. Os dois agressores foram mortos.

Dois soldados israelenses ficaram feridos quando um veículo avançou contra um posto de controle na Cisjordânia ocupada, informou o Exército.

A violência em Gaza também elevou a tensão na Cisjordânia, onde quase 240 palestinos morreram em ações de soldados ou colonos israelenses desde 7 de outubro, segundo a Autoridade Palestina, que tem sede em Ramallah.

O jornal The New York Times publicou na quinta-feira que Israel recebeu informações de que o Hamas estava preparando um grande ataque, antes da incursão de 7 de outubro que desencadeou a guerra, mas ignorou o alerta.

burs-sah/mas/avl/fp

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (30) que há um refém brasileiro com o Hamas, que poderá ser liberado "por esses dias". Lula deu a declaração depois de conversar com o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, que tem influência sobre o grupo extremista.

Lula disse que o Catar é um parceiro importante e que o país ajudou na liberação de brasileiros que queriam repatriação e estavam retidos na Faixa de Gaza, por isso agradeceu ao emir. Depois, declarou o seguinte: "tem brasileiro lá ainda. Na liberação de um refém que ainda pode ser liberado por esses dias. Eu vim agradecer a ele [al-Thani]", declarou o presidente da República. A assessoria de imprensa do Planalto confirmou que Lula se refere a um refém do Hamas.

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O Hamas é um grupo extremista palestino com presença principalmente na Faixa de Gaza. Ataques da organização a Israel, em outubro, fizeram o conflito com o país escalar. O Hamas fez uma série de reféns, enquanto as forças armadas do país bombardeiam Gaza.

O Catar é o país com relações mais próximas com o Hamas, por isso seu governante tem influência sobre ações do grupo. Foi o Catar, por exemplo, que anunciou no começo da semana o acordo para estender a trégua entre Hamas e Israel.

Lula falou na capital do país, Doha. Antes, o petista estava na Arábia Saudita. A viagem ainda incluirá Dubai, nos Emirados Árabes, onde participa da Conferência do Clima, e a Alemanha.

A trégua entre Israel e o Hamas foi prorrogada por um dia, até sexta-feira, anunciaram os dois lados poucos minutos antes do fim da pausa nesta quinta-feira (30), informação confirmada pelo Catar, que atua como país mediador.

Inicialmente acordada para quatro dias e prorrogada por mais 48 horas, a trégua terminava às 7H00 (2H00 de Brasília) desta quinta-feira, mas os países mediadores do conflito pressionaram por conseguir uma extensão, obtida quase no final do prazo.

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Minutos antes do horário programado para o fim da trégua, o Exército de Israel anunciou que, "à luz dos esforços dos mediadores para continuar o processo de libertação dos reféns (...) a pausa operacional continuará".

Em seguida, o movimento islamista Hamas confirmou em um comunicado um acordo para "prorrogar a trégua pelo sétimo dia", mas sem revelar detalhes.

Algumas horas antes, o Hamas havia acusado Israel de rejeitar a extensão da pausa quando o movimento propôs libertar sete reféns e entregar os corpos de três vítimas do conflito.

O Ministério das Relações Exteriores do Catar, principal mediador do conflito, que tem o auxílio dos Estados Unidos e do Egito, confirmou "um acordo para prorrogar a trégua humanitária na Faixa de Gaza por um dia adicional sob as mesmas condições".

O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ratificou a prorrogação depois que recebeu uma nova lista de "mulheres e crianças" reféns que devem ser libertadas nesta quinta-feira, segundo os termos do acordo.

O anúncio aconteceu horas depois da chegada a Israel do secretário de Estado americano, Antony Blinken, que viajou à região para pressionar as partes a prorrogar a pausa.

- Preparados para o combate -

O acordo permitiu uma interrupção dos combates iniciados em 7 de outubro, quando militantes do Hamas atacaram o sul de Israel, assassinaram 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 240, segundo as autoridades do país.

Israel respondeu com uma ofensiva aérea e terrestre contra a Faixa de Gaza, uma operação que matou quase 15.000 pessoas, a maioria civis, segundo o governo do território controlado pelo Hamas.

O acordo de trégua anunciado na semana passada prevê prorrogações caso o movimento islamista liberte 10 reféns por dia, que são trocados por 30 prisioneiros palestinos, mas os dois lados alertaram antes da extensão que estavam prontos para retomar os combates.

O braço militar do Hamas determinou que seus combatentes mantenham a "preparação militar (...) com a previsão de uma retomada dos combates se (a trégua) não for renovada".

O porta-voz das Forças Armadas de Israel, Doron Spielman, disse que as tropas entrarão "em modo operacional muito rapidamente e prosseguirão com os objetivos em Gaza" caso a trégua expire.

Na quarta-feira à noite, o Hamas libertou mais 10 reféns israelenses, além de quatro tailandeses e dois russo-israelenses à margem do acordo.

Entre as pessoas liberadas estava Liat Beinin, que também tem cidadania dos Estados Unidos. O presidente americano Joe Biden declarou estar "profundamente satisfeito" e insistiu que o acordo de trégua "trouxe resultados significativos".

Pouco depois, a autoridade penitenciária de Israel anunciou a libertação de mais 30 detentos palestinos. O Catar informou que o grupo inclui 16 menores de idade e 14 mulheres.

Entre as pessoas liberadas estava Ahed Tamimi, uma ativista de 22 anos que virou símbolo da causa palestina contra a ocupação israelense.

- "Verdadeiro cessar-fogo" -

Desde 24 de novembro, o acordo de trégua permitiu a libertação de 70 reféns israelenses e de 210 detentos palestinos (mulheres ou menores de 19 anos).

Além disso, quase 30 reféns estrangeiros, em sua maioria tailandeses que vivem em Israel, foram liberados à margem do acordo.

A comunidade internacional pressiona por uma trégua duradoura.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu um "verdadeiro cessar-fogo humanitário" e disse que os moradores de Gaza sofrem uma "catástrofe humanitária épica". A China fez um apelo por uma "trégua humanitária prolongada e duradoura", assim como um "cessar-fogo integral" e a "libertação de todos os civis e reféns".

A trégua permitiu aumentar consideravelmente o envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, que enfrenta um "cerco total" de Israel, que cortou o fornecimento de alimentos, água, energia elétrica e combustível.

A ONU afirma que 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza foram deslocados pela guerra e mais da metade das casas foram danificadas ou destruídas.

- Ataque em Jerusalém -

Na manhã desta quinta-feira, três pessoas morreram e seis ficaram feridas, três delas em estado grave em um ataque com armas de fogo contra um ponto de ônibus em Jerusalém Ocidental.

O ataque, executado segundo a polícia por "dois residentes de Jerusalém Oriental" ocupada e anexada por Israel, aconteceu pouco depois do anúncio da prorrogação da trégua entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza pelo sétimo dia.

"Dois terroristas em um carro, um armado com um M-16 e o outro com uma pistola, abriram fogo por volta das 7H40" (2H40 de Brasília), afirmou o chefe de polícia de Jerusalém, Doron Torgeman.

O Magen David Adom (Mada), equivalente israelense da Cruz Vermelha, identificou um dos três mortos como "uma jovem de 24 anos".

Os dois agressores "foram neutralizados" no local, afirmou a polícia em um comunicado.

burs-sah/kma/dbh/zm/fp

Madleen Sabagh, grávida de sete meses, chora no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, a morte de seu marido, uma das últimas vítimas da violência entre Israel e os palestinos, e teme que isso se transmita como uma maldição para seus filhos.

Sentada perto de uma janela com vista para o superlotado campo de refugiados, a mulher explica que parou de comer após a morte de Mohamed, de 30 anos, em uma operação das forças israelenses no início de novembro.

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"Meu marido foi morto sem motivo", diz à AFP. Mas "o que nos preocupa agora não é o que aconteceu, mas o que vai acontecer", afirma, acrescentando que os soldados israelenses "têm como alvo os homens jovens".

O casal tinha três filhos, mais o que está a caminho. "Como mãe, me preocupo com a segurança deles", explica a viúva de 24 anos. "Agora sou a mãe e o pai deles", acrescenta.

Centenas de palestinos - combatentes, meros transeuntes e menores - morreram este ano em operações israelenses, dezenas deles em Jenin, considerada há muito tempo um foco da "resistência" palestina.

A violência eclodiu na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967 e bastião do movimento Fatah do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, após o ataque sangrento do movimento islamista Hamas em 7 de outubro em Israel, que respondeu com uma ofensiva poderosa em Gaza.

Os Sabagh são uma das muitas famílias que perderam entes queridos. "Isso não é vida: os mártires têm sorte, porque são os vivos que estão realmente mortos", diz Eman Sabagh, mãe de Mohamed, que assegura que seu filho não tinha "nada a ver" com a "resistência".

- 'As crianças gritam' -

No início dos anos 2000, o campo de Jenin foi um dos focos da segunda Intifada, a "revolta" contra a ocupação israelense.

Em 2002, o Exército israelense sitiou este assentamento por mais de um mês. Nos confrontos, 52 palestinos e 23 soldados israelenses morreram, e centenas de casas foram destruídas.

Fotos de jovens palestinos vítimas das forças israelenses cobrem as paredes, perfuradas por balas.

Os filhos de Sabagh brincam, sem reagir aos tiros de honra disparados durante o funeral de um jovem de 21 anos, morto em um recente ataque israelense.

Vários moradores de Jenin dizem à AFP que a violência tem impacto em toda a sociedade, especialmente na saúde mental dos habitantes.

"A maioria das crianças não consegue dormir à noite, e suas mães também ficam acordadas. As crianças gritam quando as sirenes tocam", explica Majd Abu Salameh, funcionária de um centro para mulheres.

"Quase todos os 'mártires' eram frequentemente o único sustento da família", diz. "Ao percorrer o campo de refugiados, você só vê crianças" e "idosos".

- Uma cama vazia -

Israel ocupa a Cisjordânia há 56 anos, e o processo de paz israelense-palestino está há anos em um impasse.

Às vezes, aqueles que se levantam contra as forças israelenses são apenas adolescentes, como Yamen Jarar, de 16 anos, morto em 3 de novembro. Ao lado de sua cama vazia, há dezenas de fotos dele.

"Enquanto outros sonham em viajar, por exemplo, ele sempre quis se tornar um mártir", explica sua mãe, Jihan Jarar. "Quando alguém está profundamente ligado à sua terra, não se pode detê-lo", acrescenta.

Enquanto um de seus irmãos olha as fotos com os olhos marejados, sua mãe diz que não quer "outro mártir" entre seus descendentes.

As dificuldades econômicas, que tornam praticamente inacessíveis o custo das mensalidades escolares, e a dor da família repercutem nas crianças.

"Quando não há escola nem nada para fazer, o que os jovens podem fazer?", pergunta Samiha Zued, avó de Yamen Jarar.

Pouco depois da entrevista da família com a AFP, as sirenes tocaram em Jenin, alertando que as forças israelenses estavam se aproximando. Tiros e explosões, juntamente com o zumbido constante de drones militares, são uma constante durante a noite.

No dia seguinte, três homens são enterrados. O Exército israelense afirma ter matado cinco.

Madleen Sabagh afirma que "sempre terá medo". "Não sabemos o que pode acontecer com nossos filhos".

O adolescente franco-israelense Eitan Yahalomi, de 12 anos, libertado na noite de segunda-feira (27) como parte de um acordo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, viveu "horrores" durante seu cativeiro em Gaza, disse sua tia ao canal francês BFMTV.

"Eitan viveu horrores lá", disse Deborah Cohen. "Alguns civis o espancaram quando chegou a Gaza", embora "ele seja um menino de 12 anos", disse a sua tia, que conseguiu falar com a mãe do seu sobrinho.

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"O Hamas forçou-o a assistir" aos crimes que os seus combatentes cometeram e filmaram em 7 de outubro em solo israelense, acrescentou. "Cada vez que uma criança chorava, eles a ameaçavam com uma arma para mantê-la quieta", acrescentou Deborah.

"Eu esperava que eles o tratassem bem. Mas aparentemente não foi o caso. Eles são monstros", disse sua tia. "Ontem ficamos muito felizes (com a libertação dele). Mas agora estou preocupada. O pai dele ainda está lá", mantido como refém. "Como ficar bem depois de ter vivido uma experiência desse tipo? Haverá muito trabalho pela frente", afirmou.

Além de Eitan Yahalomi, os irmãos Erez e Sahar Kalderon, de 12 e 16 anos, também foram libertados na noite de segunda-feira, como parte de um acordo de troca de reféns por prisioneiros palestinos entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

A ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, disse à rádio RTL que eles estão fisicamente bem, mas citou o "choque psicológico" sofrido devido aos quase dois meses de cativeiro.

As condições dos cativeiros do Hamas

Outros israelenses cujos familiares foram libertados nos últimos dias descreveram na terça-feira, 28, a privação do seu cativeiro e a fragilidade emocional da sua libertação. Quatro familiares de Shahar Mor, 52 anos, foram sequestrados em 7 de outubro; três deles, incluindo Ohad Munder Zichri, 9, já foram libertados. Mas o patriarca da família, Avraham Mundar, 78 anos, não.

No cativeiro, disse Mor, seus parentes sobreviviam principalmente com pão pita, que se tornou mais escasso com o passar das semanas. Alguns reféns libertados durante a trégua relataram ter perdido até sete quilos durante os 50 dias presos.

Merav Raviv, que teve três familiares soltos na sexta-feira, 24, disse ouviu dos familiares que alguns deles dormiam em cadeiras enfileiradas. Alguns deles precisavam esperar horas antes de ir ao banheiro.

Emily Hand, uma menina israelense-irlandesa de 9 anos libertada no sábado, 25, pelo grupo terrorista Hamas, depois de passar quase dois meses como refém, tem medo de fazer barulho e agora apenas "sussurra" ao falar, declarou seu pai, Tom Hand, em entrevista ao jornal britânico The Sun.

"Ela era uma criança normal, feliz e barulhenta, mas agora ela sussurra. Ela movimentava os lábios sem nenhum volume ou mesmo ar saindo", acrescentou. "Devem ter ordenado que ficasse em silêncio durante todo o tempo e ainda tem medo de fazer barulho."

No total, cerca de 240 pessoas foram feitas reféns pelo grupo terrorista Hamas em Israel nos ataques de 7 de outubro e 50 foram libertadas até agora. Em troca, Israel libertou cerca de 150 prisioneiros palestinos. Fora desse acordo, outros 19 reféns, a maioria trabalhadores estrangeiros, foram libertados pelo Hamas. (Com agências internacionais).

O grupo terrorista Hamas sinalizou que está disposto a prolongar por mais quatro dias a trégua com Israel e libertar mais reféns em troca de prisioneiros palestinos, anunciou nesta quarta-feira, 29, uma fonte próxima ao grupo terrorista à AFP, em meio a pressão de mediadores internacionais para que um cessar-fogo duradouro seja acordado no conflito.

A trégua entre Israel e Hamas entrou no sexto dia nesta quarta-feira, com a previsão de uma nova troca de reféns israelenses e presos palestinos. Iniciada na sexta-feira, 24, e com um prazo inicial de quatro dias, a trégua foi prorrogada por 48 horas, até quinta-feira de manhã, dia 30, para permitir a troca de 20 sequestrados por 60 prisioneiros palestinos, segundo informações do governo do Catar, principal mediador da guerra.

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"O Hamas informou aos mediadores que deseja estender a trégua por outros quatro dias e que, durante este período, está em condições de libertar prisioneiros israelenses que tem em seu poder em conjunto com outros movimentos da resistência e outras partes, nos mesmos termos da atual trégua", afirmou a fonte.

A prorrogação permitiu a entrega na terça-feira à noite, 28, de 12 reféns que estavam sob poder do grupo terrorista (10 israelenses e dois tailandeses) e de 30 presos palestinos, incluindo um adolescente de 14 anos. A imprensa israelense informou que o governo já recebeu a lista dos reféns que serão liberados pelo Hamas nas próximas horas, mas nenhuma fonte oficial confirmou a notícia.

Até o momento, a trégua, que também foi negociada com o apoio de Catar, Egito e dos Estados Unidos, permitiu a libertação de 60 reféns israelenses - assim como de 20 tailandeses, um filipino e um russo-israelense à margem do acordo. Israel liberou 180 presos de suas penitenciárias, em uma proporção de três palestinos para cada refém israelense.

Musa Abu Marzuq, um dos líderes do grupo terrorista Hamas, anunciou que "vários" reféns com cidadania russa serão libertados do cativeiro na Faixa de Gaza nesta quarta-feira, em um gesto ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. A soltura dos russos não entra no acordo de libertação de reféns com Israel, que inclui apenas mulheres e crianças.

O único homem libertado do cativeiro foi o russo-israelense Roni Krivoi, de 25 anos, que retornou a Israel no domingo, 26. "Hoje serão liberados muitos outros, fora do acordo de trégua e em reconhecimento pela posição do presidente Putin", afirmou Marzuq.

Blinken afirmou que busca extensão da trégua

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, anunciou nesta quarta-feira em Bruxelas (Bélgica) que durante a sua viagem a Israel, nos próximos dias, se concentrará em tentar prolongar a trégua entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

"Queremos que esta pausa seja prolongada, porque nos permitiu libertar reféns e trabalhar na assistência humanitária para aqueles que dela precisam desesperadamente", disse Blinken durante uma coletiva de imprensa na sede da Otan.

Diplomatas e funcionários dos serviços secretos estavam trabalhando para negociar uma pausa mais longa. Na terça-feira, autoridades do Egito, Estados Unidos, Israel e Catar se reuniram em Doha para tentar uma nova extensão do acordo.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, segue afirmando que o objetivo do país é destruir a capacidade militar do grupo terrorista Hamas, após os ataques do dia 7 de outubro, que deixaram mais de 1.200 pessoas mortas no sul de Israel. Segundo dados do ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas, 13 mil pessoas morreram no enclave palestino após o inicio da guerra. (Com agências internacionais).

Emily Hand, a menina israelense-irlandesa de nove anos libertada no sábado pelo Hamas, depois de passar 50 dias como refém do grupo islamista, tem medo de fazer barulho e agora apenas "sussurra" ao falar, declarou seu pai, Tom Hand, em entrevista ao jornal britânico The Sun.

"Quando retornou, literalmente eu tive que aproximar meu ouvido dos lábios dela para ouvir o que dizia", afirmou o pai.

"Ela era uma criança normal, feliz e barulhenta, mas agora ela sussurra. Ela movimentava os lábios sem nenhum volume ou mesmo ar saindo", acrescentou.

"Devem ter ordenado que ficasse em silêncio durante todo o tempo e ainda tem medo de fazer barulho".

"Ela se acostumou a falar assim nos últimos 50 dias e agora acho que não consegue parar", disse o pai, que prometeu fazer "o que for necessário" para ajudar na recuperação da menina.

Emily, que completou nove anos em 17 de novembro, quando ainda estava sob poder do Hamas, foi sequestrada em 7 de outubro no kibutz Beeri, quando dormia na casa de uma amiga, Hila, de 13 anos, que também foi liberada no sábado.

Emily, que perdeu a mãe para o câncer quando tinha apenas dois anos, foi considerada morta em um primeiro momento, antes da confirmação de que estava entre os reféns do Hamas.

Na entrevista ao The Sun, o pai afirma que o Hamas a transferiu diversas vezes de refúgio para escapar do Exército israelense.

A trégua entre Israel e o Hamas entrou no sexto dia nesta quarta-feira e uma nova troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos é aguardada.

Desde sexta-feira, o Hamas liberta a cada dia uma dezena de mulheres e crianças sequestradas no ataque de 7 de outubro em Israel, em uma troca por 30 prisioneiros palestinos.

O acordo de trégua, com mediação do Catar e negociado com o apoio do Egito e dos Estados Unidos, já permitiu a libertação de 60 reféns israelenses e de 180 prisioneiros palestinos.

As autoridades israelenses afirmam que 240 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza em 7 de outubro, durante o ataque sem precedentes do movimento islamista palestino, que deixou 1.200 mortos em Israel, a grande maioria civis.

Em represália, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e bombardeou a Faixa de Gaza de modo incessante até a trégua de 24 de novembro.

Segundo o governo do Hamas, 14.854 pessoas, incluindo 6.150 crianças e adolescentes, morreram em ataques israelenses.

O Hamas está disposto a prolongar por mais quatro dias a trégua com Israel e a libertar mais reféns em troca de prisioneiros palestinos, anunciou nesta quarta-feira (29) uma fonte próxima ao movimento islamista, enquanto aumentam as pressões dos mediadores internacionais para conseguir um cessar-fogo duradouro no conflito.

A trégua entre Israel e Hamas entrou no sexto dia nesta quarta-feira, com a previsão de uma nova troca de reféns israelenses e presos palestinos.

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Iniciada na sexta-feira (24) e com um prazo inicial de quatro dias, a trégua foi prorrogada por 48 horas, até quinta-feira às 7H00 locais (2H00 de Brasília), para permitir a troca de 20 reféns do Hamas por 60 prisioneiros palestinos, informou o governo do Catar, principal mediador da guerra.

A prorrogação permitiu a entrega na terça-feira à noite de 12 reféns que estavam sob poder do grupo islamista (10 israelenses e dois tailandeses) e de 30 presos palestinos, incluindo um adolescente de 14 anos.

A imprensa israelense informou que o governo já recebeu a lista dos reféns que serão liberados pelo Hamas nas próximas horas, mas nenhuma fonte oficial confirmou a notícia.

Na manhã desta quarta-feira, uma fonte próxima ao Hamas afirmou que o movimento islamista "concorda" em prologar a atual trégua por mais quatro dias.

"O Hamas informou aos mediadores que deseja estender a trégua por outros quatro dias e que, durante este período, está em condições de libertar prisioneiros israelenses que tem em seu poder em conjunto com outros movimentos da resistência e outras partes, nos mesmos termos da atual trégua", afirmou a fonte.

Até o momento, a trégua, que também foi negociada com o apoio do Egito e dos Estados Unidos, permitiu a libertação de 60 reféns israelenses - assim como de 20 tailandeses, um filipino e um russo-israelense à margem do acordo.

Israel liberou 180 presos de suas penitenciárias, em uma proporção de três palestinos para cada refém israelense.

As autoridades israelenses calculam que 240 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza durante o ataque sem precedentes do Hamas em 7 de outubro, que deixou 1.200 mortos, a maioria civis - o número também inclui mais de 300 militares.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e iniciou uma ofensiva contra a Faixa de Gaza, com bombardeios constantes e uma operação terrestre desde 27 de outubro, ações que deixaram 14.854 mortos, incluindo 6.150 menores de idade, segundo o governo de Gaza controlado pelo movimento islamista.

- "Trégua duradoura" -

Ao relatar as condições de vida dos reféns em Gaza, a avó de Eitan Yahalomi, um menino de 12 anos liberado na segunda-feira, disse que o neto ficou isolado por 16 dias.

"Os dias em que ele ficou sozinho foram horríveis", disse Esther Yaeli ao site de notícias israelense Walla. "Agora, Eitan parece muito reservado".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu na terça-feira "libertar todos os reféns" do Hamas, uma organização considerada terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Israel.

"Destruiremos essa organização terrorista e nos vamos assegurar de que Gaza deixe de ser uma ameaça para o Estado de Israel", acrescentou.

O comandante do Estado-Maior, Herzi Halevi, seguiu a mesma linha e declarou: "O Exército israelense está preparado para retomar os combates. Aproveitamos os dias de pausa (...) para reforçar nossa preparação".

Nos bastidores, no entanto, os mediadores tentam prorrogar a trégua.

"Nosso principal objetivo agora, e nossa esperança, é conseguir uma trégua duradoura que levará a novas negociações e, finalmente, ao fim da guerra", declarou o porta-voz da diplomacia do Catar, Majed al Ansari.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, visitará esta semana Israel e a Cisjordânia ocupada.

Uma fonte a par das negociações informou que os diretores dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e de Israel estão em Doha, capital do Catar, para discutir a "próxima fase" do acordo.

- "Risco de fome" -

A extensão da trégua permitiu a entrada de caminhões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, cercada e bombardeada durante sete semanas pelo Exército israelense.

Mas a situação continua sendo "catastrófica", afirmou o Programa Mundial de Alimentos (PAM), que alertou para o "risco de fome".

"Não temos água, comida ou farinha há 10 dias. A situação é muito difícil", afirmou Ashraf Selim, morador de Gaza, à AFP.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) constatou um "aumento expressivo" das doenças contagiosas, com 45 casos a mais de diarreia em crianças que o habitual, no momento em que muitos hospitais de Gaza estão sem condições de funcionamento.

Uma fonte do governo americano afirmou que a quantidade de ajuda humanitária enviada à Faixa de Gaza alcançou 2.000 caminhões, com um "ritmo de 240 caminhões por dia".

Submetido a um bloqueio terrestre, marítimo e aéreo desde 2007, este pequeno território densamente povoado está sob cerco total de Israel, que cortou o fornecimento de água, alimentos e energia elétrica.

Mais de metade das casas do território foram danificadas ou destruídas pela guerra, que provocou o deslocamento de 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa, segundo a ONU.

Milhares de palestinos deslocados para o sul da Faixa aproveitaram a trégua para voltar para suas casas no setor norte devastado, apesar da proibição anunciada pelo Exército israelense.

"Tento encontrar lembranças da minha casa", disse um palestino de Al Zahra, mostrando as montanhas de escombros onde antes ficava sua residência, destruída pelos bombardeios israelenses.

A trégua entre Israel e Hamas foi prorrogada nesta terça-feira (28) para permitir a libertação de mais reféns israelenses e detentos palestinos, assim como a entrada de ajuda adicional na Faixa de Gaza, onde a situação humanitária é considerada "catastrófica".

Em vigor desde a madrugada de sexta-feira (24), o acordo negociado pelo Catar, com apoio do Egito e dos Estados Unidos, permitiu até o momento a libertação de 50 reféns que estavam sob poder do Hamas na Faixa de Gaza e de 150 palestinos presos em Israel.

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Além disso, outros 19 reféns, em sua maioria trabalhadores estrangeiros em Israel, foram libertados pelo Hamas à margem do acordo que, a princípio, teria duração de quatro dias, até a madrugada desta terça-feira.

Poucas horas antes do fim do prazo, Estados Unidos e Catar anunciaram a extensão da trégua por mais dois dias, até a quinta-feira às 7H00 de Gaza (2H00 de Brasília). No prazo adicional devem ser libertados quase 20 reféns e 60 presos palestinos.

"As partes palestina e israelense alcançaram um acordo para prolongar a pausa humanitária em Gaza por mais dois dias", anunciou em um comunicado o porta-voz da diplomacia do Catar, Majed al Ansari.

A imprensa israelense informou que o governo do país já recebeu a lista com os nomes dos 10 reféns que o grupo islamista pretende liberar durante o dia, mas não revelou suas identidades.

Durante a noite de segunda-feira, 11 reféns israelenses foram libertados na Faixa de Gaza, incluindo seis de famílias argentinas: uma mãe e as duas filhas adolescentes e a mulher de um argentino que permanece sequestrado e suas duas filhas gêmeas de três anos.

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina, que identificou pelo menos 21 cidadãos desaparecidos ou sequestrados no ataque de 7 de outubro do Hamas, comemorou a libertação do grupo, mas pediu "a libertação imediata e incondicional de todos os reféns".

- "Alegria indescritível" -

Pouco depois, Israel libertou 33 palestinos de suas prisões, incluindo Mohamed Abu al Humus, que abraçou a mãe ao retornar para casa em Jerusalém Oriental.

"Não posso descrever o que sinto. É uma alegria indescritível", declarou aos correspondentes da AFP.

Em Beitunia, na Cisjordânia ocupada, a recepção aos presos liberados terminou em confrontos com as forças de segurança de Israel. Um jovem palestino morreu ao ser atingido por tiros, informou o Ministério da Saúde palestino.

Antes da extensão da trégua, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aprovou a inclusão de "50 prisioneiros" na lista de pessoas que podem ser liberadas, entre elas Ahed Tamimi, uma jovem que virou símbolo da causa palestina.

Os mediadores trabalham para prolongar a trégua além das 48 horas adicionais. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, viajará no fim de semana para Israel e Cisjordânia ocupada para reuniões com Netanyahu e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.

Apesar da pressão da sociedade civil para conseguir o retorno de mais reféns, tanto o Exército como o governo de Israel reiteraram nos últimos dias que pretendem retomar os combates para "eliminar" o Hamas.

O governo de Netanyahu solicitou ao Parlamento um orçamento "de guerra" de 30,3 bilhões de shekels (8 bilhões de dólares, 39 bilhões de reais).

Israel iniciou a ofensiva contra a Faixa de Gaza após o ataque do Hamas em 7 de outubro, quando 1.200 pessoas foram assassinadas por combatentes islamistas e outras 240 foram sequestradas, segundo as autoridades israelenses. Entre os mortos estão mais de 300 militares ou integrantes das forças de segurança.

Em Gaza, alvo de bombardeios incessantes e de uma ofensiva terrestre desde 27 de outubro, a operação israelense deixou 14.854 mortos, incluindo 6.150 menores de idade, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.

- "Catastrófica" -

A extensão da trégua deve permitir a entrada de mais caminhões com ajuda para a Faixa de Gaza, cercada e devastada por sete semanas de ofensiva israelense.

"A situação humanitária em Gaza continua sendo catastrófica e o território precisa da entrada urgente de ajuda adicional de forma fluida, previsível e contínua para aliviar o sofrimento insuportável dos palestinos em Gaza", afirmou o emissário da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland.

Mais de metade das residências do território foi danificada ou destruída pela guerra, que provocou o deslocamento de 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes, segundo a ONU.

A trégua ofereceu um alívio aos moradores de Gaza, mas a situação humanitária continua "perigosa" e as necessidades "sem precedentes", afirmou a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA).

"Sofremos porque não temos comida, água, não nos trazem nenhuma ajuda", lamentou Fouad Hara, um palestino pai de cinco filhos, deslocado pelos combates na Cidade de Gaza para o sul do território.

O russo-israelense Roni Krivoi, de 25 anos, que foi libertado pelo grupo terrorista Hamas de seu cativeiro na Faixa de Gaza no domingo, 26, ficou quatro dias foragido no enclave palestino, até ser novamente capturado pelos terroristas, segundo o relato de sua tia, Elena Magid, ao canal israelense Kan.

Segundo Magid, seu sobrinho estava em um prédio na Faixa de Gaza que acabou desabando por conta de um bombardeio das Forças de Defesa de Israel e conseguiu escapar dos terroristas do Hamas. "Ele conseguiu escapar e se escondeu sozinho por vários dias. No final, os habitantes de Gaza capturaram ele e o devolveram para o Hamas", apontou a tia de Krivoi.

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Krivoi foi libertado como um aceno do grupo terrorista ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. Segundo Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, a liberação dele foi resultado de uma negociação direta entre o Hamas e o governo russo, em um acordo diferente do firmado entre o grupo terrorista e Israel, que foi mediado por Estados Unidos e Catar.

A família de Krivoi é de origem russa e todos possuem cidadania, mas Krivoi nasceu em Israel. O país do Oriente Médio possui mais de 1 milhão de habitantes de origem russa, composta principalmente por judeus que emigraram após o fim da União Soviética.

O jovem trabalhava como técnico de som na rave brasileira Supernova, no dia 7 de outubro, quando os terroristas do Hamas atacaram a festa e mataram 260 pessoas, incluindo três brasileiros. Krivoi foi o primeiro homem com cidadania israelense a ser libertado pelo Hamas.

Krivoi foi liberado junto com outros 13 reféns israelenses e três sequestrados tailandeses, que foram libertados por conta de um acordo entre o governo da Tailândia e o Hamas.

Israel libertou neste domingo, 26, mais 39 prisioneiros palestinos em cumprimento ao acordo com o Hamas. Pouco antes, o grupo terrorista islâmico libertou 17 reféns, sendo 14 israelitas e três tailandeses. Foi o terceiro dia consecutivo de troca de reféns por prisioneiros em paralelo a um cessar-fogo temporário.

"Todos os prisioneiros foram libertados da prisão de Ofer e do centro de detenção de Jerusalém, exceto um prisioneiro de Gaza que foi libertado na passagem de Kerem Shalom", afirmou o serviço penitenciário israelense em comunicado.

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O Ministério das Relações Exteriores do Catar, que acompanha o processo, detalhou que os 39 palestinos libertados por Israel são menores de idade. "Todos os libertos das prisões israelenses são menores de idade", disse o porta-voz da pasta, Majed Al Ansari, na rede social X (ex-Twitter).

O Hamas anunciou a morte do responsável pelo norte de Gaza e membro do seu principal conselho militar, Ahmed al-Ghandour. Ele é o comandante de escalão mais alto conhecido por ter sido morto nos combates.

Al-Ghandour, que se acredita ter cerca de 56 anos, sobreviveu a pelo menos três atentados israelenses contra sua vida e esteve envolvido em um ataque transfronteiriço em 2006, no qual militantes palestinos capturaram um soldado israelense, de acordo com o Projeto Contra-Extremismo, grupo com sede em Washington.

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O Hamas disse que ele foi morto junto com três outros integrantes importantes do grupo, incluindo Ayman Siam, que Israel diz estar encarregado da unidade de lançamento de foguetes do Hamas. Os militares israelenses mencionaram ambos os homens em uma declaração de 16 de Novembro, dizendo que tinham como alvo um complexo subterrâneo onde os líderes do Hamas estavam escondidos.

Eles também afirmam ter matado milhares de militantes do Hamas, sem fornecer provas, incluindo vários comandantes de patente média identificados pelo nome.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que entre os reféns libertados neste domingo, 26, pelo grupo Hamas está a menina norte-americana Abigail Edan, de quatro anos, cujo os pais morreram no ataque do dia 7 de outubro, quando o conflito teve início. "Ela está livre e em Israel", disse.

Ao todo, nove crianças com 17 anos ou menos estavam na lista, segundo o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Os reféns tinham idades entre 4 e 84 anos.

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Após um primeiro dia bem-sucedido no cessar-fogo e troca de prisioneiros entre Israel e o grupo terrorista Hamas, na sexta-feira, o atraso na libertação do segundo grupo ontem expôs a fragilidade da trégua alcançada entre eles na guerra que já dura mais de sete semanas. Ontem, depois de sete horas de atraso, o Hamas entregou o segundo grupo de reféns composto por 13 israelenses - 8 crianças e 5 mulheres - e 4 tailandeses. Em troca, Israel libertou 39 prisioneiros palestinos, conforme o negociado.

No início do dia, o atraso na libertação levantou temores de que a trégua pudesse entrar em colapso total. O Hamas disse inicialmente que iria adiar o acordo, culpando Israel por não ter cumprido partes importantes da negociação envolvendo entrega de ajuda humanitária. Os militares israelenses negaram veementemente a acusação e ameaçaram retomar os bombardeios se os reféns não fossem soltos. Os termos do acordo entre os dois não foram detalhados, o que dificulta a verificação das afirmações do grupo terrorista.

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Já à noite, o Catar, que ajudou a mediar o acordo ao lado do Egito, informou que os lados tinham conseguido superar obstáculos não especificados que dificultavam sua implementação. O presidente americano, Joe Biden, chegou a conversar diretamente com o emir e com o primeiro-ministro do Catar sobre possíveis atrasos e mecanismos para resolvê-los, disse Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.

Assim como no primeiro dia, o novo grupo de reféns foi entregue à organização humanitária Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Gaza, que o levou em seus veículos para o Egito. De lá, os recém-libertados foram levados para Israel e encaminhados para hospitais. Pelo combinado, deverá haver nova troca de prisioneiros hoje e amanhã.

Ao longo do dia tenso, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, reuniu-se com os altos responsáveis pela segurança do país. O porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, disse que os esforços para libertar os reféns avançavam, mas "nada era definitivo até que realmente acontecesse".

50 DIAS

A breve trégua - que entrou em vigor na manhã de sexta-feira - já é a pausa mais longa em um conflito de 50 dias que começou em 7 de outubro, quando um ataque do Hamas ao sul de Israel matou 1,2 mil pessoas - outras 240 foram sequestradas.

Como parte do acordo, o Hamas concordou em libertar durante quatro dias pelo menos 50 mulheres e crianças israelenses mantidas reféns em Gaza, enquanto Israel libertaria 150 mulheres e menores palestinos nas suas prisões, disseram autoridades de ambos os lados. Na sexta-feira, o Hamas libertou 13 reféns israelenses, enquanto Israel soltou 39 prisioneiros palestinos. Dez cidadãos tailandeses e um filipino - que trabalhavam nas fazendas do sul de Israel quando foram sequestrados - também foram soltos pelo grupo terrorista.

Ao anunciar o atraso de ontem, autoridades do Hamas acusaram Israel de não permitir que caminhões com ajuda suficiente chegassem ao norte de Gaza, onde estão concentrados os combates. Afirmaram ainda que Israel e não libertou prisioneiros palestinos segundo os termos do acordo.

Israel negou qualquer violação e deu a entender que o cessar-fogo de quatro dias terminaria mais cedo se o Hamas não libertasse o segundo grupo de reféns ainda ontem.

Apesar de não detalhado, o acordo entre ambos envolve também a entrega de mais ajuda a Gaza, onde a guerra causou grave escassez de combustível e alimentos para a população do enclave.

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS) informou no fim do dia, ontem, ter recebido 187 caminhões do Crescente Vermelho egípcio, que foram despachados para a Cidade de Gaza e para o norte do território, no maior comboio de ajuda já recebido na região desde 7 de outubro.

RETORNO

Os primeiros 13 reféns israelenses libertados na sexta-feira começaram a reunir-se com as suas famílias, pondo fim a quase sete semanas de incerteza e medo sobre o seu destino em Gaza.

Ontem, em um vídeo divulgado pelo hospital infantil Schneider, Yoni Asher pode ser visto abraçando sua mulher, Doron, e suas duas filhas em uma cama de hospital. As três foram soltas na sexta-feira.

"Você estava com saudades de mim? Você pensou no papai?", perguntou Asher a suas filhas - Raz, de 4 anos, e Aviv, de 2. "O tempo todo", respondeu Doron. "Sonhei que íamos para casa", disse Raz. "Iremos para nossa casa em breve", respondeu o pai.

Em outro vídeo divulgado pelo hospital, Ohad Munder Zichri, de 9 anos, corre pelo corredor do hospital e cai nos braços do pai. Sua família também compartilhou imagens de Ohad - sequestrado junto com sua mãe, Keren, e com a avó Ruti - brincando no hospital.

O professor Gilat Livni, que supervisiona o tratamento das crianças reféns tratadas no Schneider, disse que as quatro crianças israelenses que retornaram na sexta-feira estavam "em geral, em boas condições", apesar do que passaram.

Para muitas famílias - mesmo para aquelas cujos parentes foram libertados -, a alegria se misturou com a tristeza pelos mais de 200 reféns que se acredita permanecem ainda em Gaza. Algumas famílias foram divididas, com mulheres e crianças libertadas, enquanto parentes do sexo masculino ficaram para trás - incluindo o avô de Ohad, Avraham.

"Estamos felizes, mas não estamos comemorando. Ainda há outros reféns em cativeiro", disse Roy Zichri, irmão de Ohad, em um comunicado. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vários reféns que haviam sido sequestrados em solo israelense por milicianos do Hamas e depois levados à Faixa de Gaza foram liberados nesta sexta-feira (24), após o acordo negociado com a mediação do Catar e poucas horas depois da entrada em vigor de uma trégua entre Israel e o movimento islamista palestino.

"Os 13 reféns israelenses estão agora com os serviços de segurança israelenses", disse à AFP uma fonte de segurança israelense, depois que duas fontes próximas ao Hamas indicaram que os presos foram entregues na Faixa de Gaza ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

Por sua vez, a Tailândia anunciou que o Hamas liberou 12 de seus cidadãos reféns, que se somam aos israelenses liberados, em um "gesto" consentido pelo movimento islamista.

A trégua entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza entrou em vigor na manhã desta sexta-feira e inicialmente havia sido anunciada a liberação de 13 reféns, no que significa o primeiro sinal de distensão após semanas de guerra.

O Catar, principal mediador do conflito ao lado dos EUA e Egito, conseguiu na quarta-feira um acordo para uma trégua - que pode ser prolongada - de quatro dias, acompanhada de uma troca de 50 reféns mantidos em Gaza por 150 presos palestinos detidos em Israel.

A entrada em vigor do pacto estava prevista inicialmente para quinta-feira, mas foi adiada para sexta-feira às 07h locais (05h GMT, 02h no horário de Brasília), anunciou o Catar.

Ao amanhecer milhares de pessoas que fugiram das regiões próximas à fronteira com o Egito se preparavam para voltar para suas casas, reunindo seus pertences em bolsas de plástico e caixas de papelão.

Entre eles, Omar Jibrin, um jovem de 16 anos, que minutos depois do início da trégua saiu de um hospital do sul do território onde havia se refugiado com oito parentes.

"Vou para casa", disse à AFP.

No céu, aviões israelenses haviam cessado os bombardeios, mas lançaram panfletos de advertência: "A guerra não acabou (…) Retornar ao norte é proibido e é muito perigoso".

No sul de Israel, quinze minutos após o início da trégua, as sirenes de alerta antiaéreo foram ativadas em várias localidades próximas à fronteira com Gaza, disse o Exército sem dar mais detalhes.

- "Incrivelmente difícil" -

O Hamas anunciou "uma paralisação total das atividades militares" por quatro dias, durante a qual 50 reféns serão liberados. Para cada um deles, "três presos palestinos" serão soltos, indicou.

Na manhã desta sexta, uma fonte de segurança egípcia disse à AFP que uma delegação de segurança de seu país estará em Jerusalém e Ramallah para garantir o "respeito à lista" de presos palestinos liberados.

Uma fonte dentro do Hamas disse à AFP que a entrega destes reféns será feita "secretamente, longe da imprensa".

Maayan Zin soube na quinta-feira que suas duas filhas não faziam parte dos reféns que seriam liberados nesta sexta.

"É incrivelmente difícil para mim", disse na rede social X, antigo Twitter, apesar de ter se mostrado "aliviada pelas outras famílias".

Israel divulgou uma lista de 300 palestinos (33 mulheres e 267 menores de 19 anos) que podem ser soltos. Entre eles, há 49 membros do Hamas.

- Voltar à guerra? -

A comunidade internacional celebrou o acordo e confia no que seja um primeiro passo para um cessar-fogo duradouro.

Mas o governo e o Exército israelense disseram que "continuariam" os combates para "eliminar" o Hamas uma vez que termine a trégua.

"Não paramos a guerra. Continuaremos até a vitória", afirmou o chefe do Estado Maior de Israel, o general Herzi Halevi.

"Tomar o controle do norte da Faixa de Gaza é a primeira etapa de uma longa guerra e nos preparamos para as fases seguintes", disse o porta-voz do Exército, Daniel Hagari.

O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, declarou que a trégua "não pode ser apenas uma pausa" e pediu para usar esse respiro para impedir a retomada dos combates em Gaza.

A guerra estourou com o ataque dos milicianos do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, de uma magnitude e violência inéditas desde a criação do Estado israelense.

Segundo as autoridades do país, 1.200 pessoas, em sua maioria civis, foram assassinadas e cerca de 240 foram tomadas como reféns e levadas à Faixa de Gaza.

Israel lançou uma ofensiva contra Gaza, com bombardeios constantes e uma operação terrestre desde 27 de outubro, que causaram a morte de 14.854 pessoas, entre elas 6.150 crianças, segundo o governo controlado pelo Hamas.

- Bombardeios antes da trégua -

As hostilidades persistiram até o último momento. Duas horas antes do início da trégua, um responsável do governo do Hamas disse à AFP que soldados israelenses "realizaram uma invasão ao Hospital Indonésio" em Gaza, onde há cerca de 200 pacientes.

Os bombardeios devastaram o território palestinos e deslocaram 1,7 dos seus 2,4 milhões de habitantes, segundo a ONU, que denuncia uma grave crise humanitária.

A população encontra-se submetida desde 9 de outubro a um "cerco total" por parte de Israel, que cortou os fornecimentos de comida, água, eletricidade e medicamentos.

A trégua deve permitir a entrada de "um maior número de comboios humanitários e de ajuda, incluindo combustível", segundo o Catar.

Mas um grupo de ONGs internacionais asseguraram que será "insuficiente" para levar a ajuda necessária e pediram um verdadeiro cessar-fogo.

A guerra também chega à fronteira norte de Israel, onde, nas últimas semanas, foram registradas trocas de tiros quase que diárias entre o Exército israelense e o movimento libanês Hezbollah, aliado do Hamas.

Um cessar-fogo de quatro dias na guerra entre Israel e Hamas começou na madrugada desta sexta-feira, 24, em Gaza, como parte de um acordo que o Catar ajudou a intermediar. O acordo também inclui a libertação de dezenas de reféns mantidos por terroristas do Hamas e palestinos presos por Israel, o que deve ocorrer ainda nesta sexta-feira.

A interrupção dos combates promete um certo alívio para os 2,3 milhões de habitantes de Gaza, que enfrentaram semanas de bombardeios israelenses, bem como para as famílias em Israel, que temem pelo destino de seus entes levados em cativeiro durante o ataque do Hamas em 7 de outubro, que desencadeou a guerra.

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O cessar-fogo iniciou às 7h da manhã, horário local, e deve durar pelo menos quatro dias. Durante esse período, o grupo terrorista Hamas, que governa Gaza, prometeu libertar pelo menos 50 dos cerca de 240 reféns que ele e outros militantes fizeram em 7 de outubro. O Hamas disse que Israel libertaria 150 prisioneiros palestinos.

Ambos os lados libertarão mulheres e crianças primeiro. Israel disse que a trégua seria estendida por mais um dia para cada 10 reféns adicionais libertados.

A trégua em troca de reféns foi alcançada em semanas de intensas negociações indiretas, com o Catar, os Estados Unidos e o Egito atuando como mediadores. Se for mantido, marcará a primeira pausa significativa nos combates desde que Israel declarou guerra ao Hamas, há sete semanas.

O acordo aumentou as esperanças de que a guerra, que arrasou vastas áreas de Gaza, alimentou uma onda de violência na Cisjordânia ocupada e despertou o temor de uma conflagração mais ampla no Oriente Médio, acabe.

Israel se opôs a essas especulações, dizendo que estava determinado a retomar sua ofensiva maciça assim que a trégua terminasse. O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse aos soldados na quinta-feira (23) que o descanso seria curto e a guerra seria retomada com intensidade por pelo menos mais dois meses.

Um primeiro grupo de 13 mulheres e crianças detidas pelo Hamas será libertado na tarde de sexta-feira (11h da manhã em Brasília), de acordo com Majed al-Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar. Três prisioneiros palestinos, também mulheres e menores de idade, serão libertos para cada refém libertado.

O Ministério da Justiça de Israel publicou uma lista de 300 prisioneiros que podem ser libertados, principalmente adolescentes detidos no ano passado por atirar pedras e outros delitos menores.

O retorno dos reféns pode aliviar a crise em Israel, onde a situação dos cativos tem dominado o debate público sobre o conflito no país. As famílias dos reféns realizaram manifestações em massa para pressionar o governo a trazê-los de volta. O gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que notificou as famílias dos reféns listados para libertação na sexta-feira.

Ajuda humanitária

A ajuda humanitária aos palestinos começará a entrar em Gaza "o mais rápido possível", disse al-Ansari na quinta-feira. A esperança é que o "impulso" desse acordo leve ao "fim da violência", disse ele aos repórteres.

O Hamas disse que 200 caminhões por dia entrarão em Gaza levando ajuda. O Catar disse que a ajuda incluirá combustível, mas não deu detalhes sobre as quantidades.

Israel cortou todas as importações para Gaza no início da guerra, com exceção de uma pequena quantidade de alimentos, água e suprimentos médicos permitidos pelo Egito. A falta de combustível causou um apagão em todo o território, deixando as casas e os hospitais dependentes de geradores que estão falhando.

A guerra eclodiu quando terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel, matando pelo menos 1.200 pessoas, a maioria civis, e fazendo dezenas de reféns, incluindo bebês, mulheres e idosos, além de soldados. Espera-se que o Hamas exija um grande número de prisioneiros de alto escalão em troca dos soldados.

Os bombardeios israelenses, que entraram na sétima semana, mataram mais de 13.300 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, que retomou a contagem detalhada de vítimas da guerra em Gaza. O ministério havia parado de publicar a contagem de vítimas desde 11 de novembro, dizendo que havia perdido a capacidade de fazê-lo devido ao colapso do sistema de saúde no norte do país.

Os novos números não foram detalhados, mas as mulheres e os menores de idade sempre representaram cerca de dois terços dos mortos, porque são maioria na região. Os números não incluem os dados atualizados dos hospitais do norte. O ministério diz que cerca de 6 mil pessoas foram dadas como desaparecidas, temendo-se que estejam sob os escombros.

O ministério não faz distinção entre civis e militantes em seu número de mortos. Israel afirma ter matado milhares de combatentes do Hamas.

A trégua entre Israel e Hamas vai começar na manhã de sexta-feira e um primeiro grupo de 13 reféns nas mãos do grupo islamista palestino será libertado à tarde, anunciou, nesta quinta (23), um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar.

"A pausa humanitária começará às 7h de sexta-feira [02h00 no horário de Brasília] (...) e o primeiro grupo de reféns civis será entregue aproximadamente às 16h do mesmo dia", informou Majed al Ansari, especificando que treze mulheres e crianças serão libertadas.

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O braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedin al Qassam, confirmou a "interrupção de todas as operações militares" durante quatro dias a partir de sexta-feira e a troca de um total de 50 reféns, incluindo mulheres e crianças, pela libertação de três presos palestinos por cada pessoa sequestrada.

Israel confirmou que recebeu uma "primeira lista de nomes" de reféns e que está "em contato com todas as famílias".

O Catar, que atua como mediador no conflito, havia anunciado na quarta uma trégua de quatro dias, acompanhada de uma troca de reféns mantidos em Gaza por presos palestinos detidos em Israel.

O acordo prevê uma "troca de 10 reféns por 30 prisioneiros" no primeiro dia da trégua, e um total de 50 reféns civis libertados em quatro dias por 150 palestinos.

Israel divulgou uma lista de 300 prisioneiros palestinos que podem ser libertados: 33 mulheres e 267 jovens com menos de 19 anos.

A comunidade internacional recebeu a notícia do acordo com otimismo, por considerá-lo um primeiro passo para um cessar-fogo duradouro.

A ONU considerou o acordo um "passo importante", mas observou que "ainda há muito a ser feito".

- Bombardeios em Khan Yunis -

O acordo foi anunciado após quase sete semanas de uma guerra desencadeada por um ataque, em 7 de outubro, do Hamas em território israelense que deixou 1.200 mortos, a maioria civis.

Além disso, 240 pessoas foram sequestradas no dia da agressão do movimento islamista palestino e levadas para a Faixa de Gaza.

Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva contra Gaza que, segundo o Hamas, deixou quase 15.000 mortos no território palestino, incluindo mais de 5.000 crianças.

Os combates prosseguiram durante toda a noite no pequeno território de 360 quilômetros quadrados, sobre o qual Israel impõe desde 9 de outubro um "cerco total", cortando o fornecimento de água, comida, energia elétrica e combustível.

Durante a madrugada de quinta-feira, a agência palestina Wafa relatou bombardeios israelenses que deixaram "dezenas" de mortos em diferentes setores de Gaza.

A Jihad Islâmica Palestina, que participa nos combates, citou confrontos no coração da Cidade de Gaza, no norte da Faixa. No sul, os ataques atingiram a localidade de Khan Yunis.

"Calculo que há cerca de 20 pessoas embaixo dos escombros", contou à AFP um palestino que buscava sobreviventes em um prédio destruído nesta cidade.

O diretor do Hospital Al Shifa, o maior de Gaza, foi detido ao lado de outros dirigentes, segundo um funcionário do hospital.

O médico Mohamed Abu Salmiya foi "levado para ser interrogado", o que foi confirmado nesta quinta-feira pelo Exército israelense, que controla o hospital, onde inspeciona a infraestrutura militar subterrânea utilizada, segundo ele, pelo Hamas.

- "Uma decisão difícil" -

O governo israelense aceitou o acordo de trégua, apesar da oposição interna.

"Cidadãos de Israel, muitas vezes tenho que optar entre uma decisão difícil e outra ainda mais difícil, e este é particularmente o caso dos reféns", disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O presidente do Irã, Ebrahim Raissi, que apoia o Hamas e cujo país não reconhece Israel, afirmou que "o cessar-fogo temporário é uma grande vitória para o movimento islamista".

"Isto me dá esperança de que minhas filhas voltem", declarou Maayan Zin, mãe de duas meninas sequestradas em Gaza.

- Trégua insuficiente -

O acordo, mediado por Catar, Estados Unidos e Egito, deve proporcionar um alívio para a população e facilitar a entrada de ajuda humanitária, que tem chegado de forma limitada em caminhões procedentes do Egito.

Entre 200 e 300 caminhões entrarão em Gaza, oito deles com combustível e gás, segundo Taher al Nunu, funcionário do Hamas.

Várias ONGs internacionais afirmaram que o cessar-fogo não será suficiente para que a ajuda necessária chegue, além de "não ser suficiente em termos de direitos humanos".

Apesar do acordo, Israel afirmou que continuará a guerra para "eliminar o Hamas e garantir que não haja ameaça ao Estado de Israel vinda de Gaza".

"Confirmamos que nossos dedos permanecerão no gatilho", alertou, por sua vez, o movimento islamista, classificado como organização terrorista por Estados Unidos e União Europeia.

"Falam de trégua, mas... que trégua? Uma trégua com feridos, mortos e casas destruídas? Não queremos trégua se não pudermos voltar para nossas casas, não queremos trégua por um pouco de comida", afirmou Maysara al Sabbagh, refugiado em Khan Yunis.

A guerra também provoca o temor de um conflito regional, em particular entre Israel e o grupo libanês Hezbollah.

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