JOÃO PESSOA (PB) - O Tribunal de Justiça da Paraíba decretou, nesta segunda-feira (9), a ilegalidade da greve dos servidores da educação de Campina Grande, na região do agreste do Estado. Mesmo com esta decisão, os professores não devem voltar ao trabalho, segundo informou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste da Borborema (Sintab), Napoleão Maracajá.
De acordo com o texto assinado pelo desembargador Frederico da Nóbrega Coutinho, a paralisação está causando graves prejuízos à educação do município e colocando em risco o direito ao ensino público. Caso os funcionários não acatem a ordem, será gerado uma multa diária à classe.
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Napoleão Maracajá informou que o Sintab ainda não foi notificado e que quando for informado oficialmente o departamento jurídico estará pronto para contestar a decisão “Esta mesma sessão deu ganho de causa outras quatro vezes também de forma monocrática, quando determinou que é preciso pagar o piso aos servidores, então como agora decide pelo inverso?”, questionou.
Após esta contestação encaminhada, a classe terá uma assembleia convocada para a próxima sexta-feira (13), às 9h, na AABB, quando decidirá se irão ou não se manter em greve. “Na minha opinião, iremos continuar como estamos, afinal não tivemos nenhum avanço nestas questões”.
Para o procurador geral do Município, José Fernandes Mariz, trata-se de ações de malícia do Presidente do Sintab, que também é vereador, para com o Prefeito Romero Rodrigues. “A maldade não foi feita ao prefeito, apesar do movimento grevista idealizado pelo vereador Napoleão ter sido direcionada a ele”. O procurador completou que “a maldade plantada pelo vereador acabou por atingir milhares de crianças carentes do município, que não somente estavam perdendo a merenda escolar – que hoje constitui uma das principais fontes de alimentos – mas impedindo o pão do saber. Faça-se política com tudo, menos com a vida do povo carente e muito menos com a educação dos que precisam”, afirmou Mariz”.
Respondendo as declarações, em contato com a equipe do LeiaJá, Maracajá foi enfático: “Há maldade quando a gestão não cumpre com o pagamento do piso, há maldade quando não cumpre com plano de cargos e carreiras. Se é pra falar neste termo, isso que eu chamo de maldade”, rebateu. “Mas não entro nessas discursões rasteiras que o procurador assinalou. Eu discuto ideias e não insinuações”.
Os professores paralisaram as atividades na última terça-feira (3). Eles pedem que o pagamento seja feito com base em 30 horas semanais, cinco a mais do que é praticando atualmente, enquanto a Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG) oferece aumento de duas horas em novembro e outras três horas em novembro de 2014.