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A inflação avançou com menor intensidade na segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M). O indicador subiu 0,50% em outubro, segundo informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em setembro, a segunda prévia do índice mostrou alta de 0,52%.

A taxa acumulada do IGP-M é usada no cálculo de reajuste nos preços dos aluguéis. Até a segunda prévia de outubro, o IGP-M acumula aumentos de 4,67% no ano e de 6,92% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo da segunda prévia do IGP-M deste mês foi do dia 21 de setembro a 10 de outubro.

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O resultado mensal de 0,50% de outubro ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pela Agência Estado (de 0,35% a 0,57%) e levemente abaixo da mediana das expectativas (0,51%).

No caso dos três indicadores que compõem a segunda prévia do IGP-M de outubro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo - Mercado (IPA-M) subiu 0,66% na prévia anunciada hoje, após subir 0,59% em igual prévia do mesmo índice em setembro. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor - Mercado (IPC-M) teve alta de 0,23% na segunda prévia deste mês, em comparação com a taxa positiva de 0,52% na segunda prévia do mês passado. Já o Índice Nacional de Custos da Construção - Mercado (INCC-M) registrou taxa positiva de 0,12% na segunda prévia do indicador deste mês, após registrar elevação de 0,09% na segunda prévia de setembro.

Agropecuária e indústria

A inflação agropecuária perdeu fôlego no atacado. Os preços dos produtos agropecuários atacadistas subiram apenas 0,07% na segunda prévia do IGP-M de outubro, em comparação com o avanço de 1,33% na segunda prévia do mesmo índice em setembro. Segundo a FGV, os preços dos produtos industriais assumiram trajetória contrária a dos agrícolas, e voltaram a acelerar, com alta de 0,87% na segunda prévia de outubro, em comparação com o aumento de 0,33% na segunda prévia de setembro.

No âmbito do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais caíram 0,24% na segunda prévia de outubro, após avançarem 0,42% na segunda prévia de setembro. Já os preços dos bens intermediários apresentaram alta de 0,99% na prévia divulgada hoje, em comparação com o recuo de 0,13% na segunda prévia do IGP-M de setembro. Por fim, os preços das matérias-primas brutas tiveram taxa positiva de 1,27% na segunda prévia de outubro, em comparação com a elevação de 1,72% na segunda prévia de setembro.

A inflação anual no Reino Unido se acelerou em setembro e atingiu a maior alta desde 2008, segundo dados divulgados hoje pelo Escritório para Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês). O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 5,2% em comparação com setembro do ano passado, acima da alta de 4,5% de agosto. Em relação a agosto, o avanço foi de 0,6%.

A taxa de inflação anual de setembro é mais do que o dobro da meta do Banco da Inglaterra (BOE) e foi maior do que a alta de 4,9% prevista pelos economistas consultados pela reportagem. Uma medida alternativa de inflação, o índice de preços no varejo, subiu 5,6% - a maior alta desde junho de 1991. As informações são da Dow Jones.

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A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) acelerou levemente de setembro para outubro. Neste mês, o indicador subiu 0,64%, contra 0,63% em setembro, segundo informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Até outubro, o índice acumula altas de 4,68% no ano e de 7,25% em 12 meses. O período de coleta de preços para o IGP-10 desse mês foi do dia 11 de setembro a 10 de outubro.

A taxa de 0,64% em outubro ficou dentro das previsões dos analistas do mercado financeiro ouvidos pela Agência Estado (de 0,50% para 0,75%) e abaixo da mediana das expectativas (0,65%).

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No caso dos três indicadores componentes do IGP-10, o Índice de Preços ao Produtor Amplo - 10 (IPA-10) subiu 0,81% neste mês após avançar 0,73% em setembro. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor - 10 (IPC-10) apresentou alta de 0,37% em outubro, em comparação com o aumento de 0,58% no mês passado. Já o Índice Nacional de Custos da Construção - 10 (INCC-10) avançou 0,16% em outubro, contra aumento de 0,10% em setembro.

Agropecuária e indústria

A inflação agropecuária perdeu força no setor atacadista. Os preços dos produtos agropecuários no atacado subiram 0,76% neste mês, quase a metade do aumento de 1,48% apurado em setembro, segundo a FGV. Mas, segundo a entidade, a inflação do setor industrial atacadista assumiu trajetória oposta e acelerou, de 0,46% para 0,82% de setembro para outubro.

Ao detalhar a movimentação de preços por estágios da produção, a FGV informou que os preços dos bens finais tiveram queda de 0,23% este mês, em comparação com a alta de 0,95% em setembro. Já os preços dos bens intermediários no atacado subiram 0,91% em outubro, após deflação de 0,20% em setembro. Por fim, os preços das matérias-primas brutas no atacado mostraram alta de 1,86% em outubro, após subir 1,67% em setembro.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apresentou variação de 0,27% na segunda quadrissemana de outubro, ante 0,23% no primeiro levantamento do mês. Houve ainda ligeira aceleração em relação à segunda prévia de setembro, que foi de 0,25%. O indicador, que mede a inflação da cidade de São Paulo, ficou dentro das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções, que iam de 0,20% a 0,31%, e acima da mediana projetada de 0,25%.

Os preços do grupo Habitação tiveram elevação: de 0,28% no primeiro levantamento de outubro para 0,43% na segunda prévia - na variação ponderada, foi o item que mais contribuiu para a inflação nesta quadrissemana. No grupo Alimentação, os preços também registraram elevação para 0,46%, de 0,39% na pesquisa anterior

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Já o grupo Transportes teve novo recuo, com deflação de 0,05% nesta prévia, ante deflação de 0,01% na anterior. No grupo Despesas Pessoais, os preços seguiram em forte alta. Passaram de 0,31% na primeira prévia de outubro para 0,51% no atual levantamento.

O grupo Saúde apresentou baixa: saiu de 0,51% na primeira prévia para 0,31% na segunda quadrissemana de outubro. Em Vestuário, os preços seguiram em forte desaceleração. Saltaram de uma deflação de 0,29% na prévia anterior para uma deflação de 0,75% no segundo levantamento do mês - foi ainda o item que, na variação ponderada, menos contribuiu para o IPC. Finalmente, em Educação, os preços ficaram praticamente estáveis: saíram de uma deflação de 0,02% na primeira leitura de outubro para índice 0% nesta segunda prévia.

Veja como ficaram os grupos que compõem o IPC na 2ª quadrissemana de outubro:

Habitação: 0,43%

Alimentação: 0,46%

Transportes: -0,05%

Despesas Pessoais: 0,51%

Saúde: 0,31%

Vestuário: -0,75%

Educação: 0,00%

Índice Geral: 0,27%

O mercado financeiro elevou a projeção para a inflação em 2012, segundo o Boletim Focus, divulgado na manhã de hoje pelo Banco Central (BC). A expectativa para a inflação oficial no ano que vem subiu de 5,59% para 5,61%, em um patamar distante do centro da meta de inflação para 2012, que é de 4,50%. A meta tem margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.

A projeção para a inflação em 2011 seguiu em 6,52%. A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro deste ano passou de 0,46% para 0,45%. A estimativa para o IPCA de novembro seguiu em 0,50%.

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O mercado financeiro também reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, de 3,50% para 3,42%, segundo o boletim Focus. Para o ano que vem, a projeção para o crescimento da economia foi reduzida de 3,70% para 3,60%. A estimativa para o crescimento da produção industrial em 2011 recuou de 2,26% para 2,04%. Para 2012, a projeção para a expansão da indústria caiu de 4,30% para 4,15%.

Juros e dólar

De acordo com a pesquisa Focus, os analistas mantiveram a previsão para a Selic (a taxa básica de juros da economia) para o fim de 2011 em 11,00% ao ano. Já a projeção para a Selic no fim de 2012 permaneceu em 10,50% ao ano.

Para o mercado de câmbio, os analistas preveem que o dólar encerre 2011 em R$ 1,75, patamar igual ao estimado na semana anterior. A projeção do câmbio médio no decorrer de 2011 passou de R$ 1,67 para R$ 1,66. Para o fim de 2012, a previsão para o câmbio seguiu em R$ 1,75. A média prevista para o dólar no ano que vem passou de R$ 1,72 para R$ 1,74.

Contas externas

A previsão do mercado financeiro para o déficit em conta corrente neste ano passou de US$ 55,75 bilhões para US$ 55,30 bilhões. Para 2012, o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos estimado foi de US$ 68,20 bilhões para US$ 68,00 bilhões.

A previsão de superávit comercial em 2011 subiu de US$ 26,00 bilhões para US$ 26,40 bilhões. Para 2012, a estimativa para o saldo da balança comercial avançou de US$ 18,00 bilhões para US$ 18,45 bilhões. Analistas elevaram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2011 de US$ 59 bilhões para US$ 60,00 bilhões. Para 2012, a previsão seguiu em US$ 50 bilhões.

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) perdeu força. O índice subiu 0,39% até a quadrissemana finalizada em 15 de outubro, taxa inferior à apurada no resultado anterior do indicador, referente à quadrissemana finalizada em 7 de outubro, quando subiu 0,50%.

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que anunciou hoje o índice, cinco das sete classes de despesa usadas para cálculo do indicador apresentaram decréscimos em suas taxas de variações de preços, entre a primeira e a segunda quadrissemana de outubro.

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A inflação menos intensa nos preços dos alimentos (de 0,47% para 0,17%) levou à desaceleração do IPC-S. Segundo a FGV, no setor de Alimentação, foram apuradas taxas de inflação mais fracas e quedas de preços em produtos de peso no cálculo da inflação varejista. É o caso de frutas (de 1,75% para 0,03%), hortaliças e legumes (de -4,42% para -5,47%) e laticínios (de 1,78% para 1,44%)

Outros quatro grupos apresentaram desaceleração de preços. É o caso de Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,57% para 0,44%), Educação, Leitura e Recreação (de 0,20% para 0,14%), Vestuário (de 0,95% para 0,82%) e Despesas Diversas (de 0,40% para 0,35%).

Em contrapartida, houve aceleração de preços em Habitação (de 0,69% para 0,70%) e em Transportes (de 0,12% para 0,13%) no mesmo período.

Entre os produtos pesquisados, as mais expressivas altas de preço foram apuradas em taxa de água e esgoto residencial (2,71%); condomínio residencial (1,31%); e gás de botijão (1,88%). Já as mais significativas quedas de preço ficaram concentradas nos alimentos, como alho (-17,59%); tomate (-9,19%); e abobrinha (-27,32%).

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou hoje para baixo a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2011. Para a entidade, a economia brasileira deve crescer apenas 3,4% este ano. Em julho, a estimativa era de uma expansão de 3,8%.

A produção industrial também foi revista para um patamar inferior ao previsto anteriormente. A projeção que era de 3,2% há três meses, agora passa a ser de apenas 2,2%. No ano passado, o PIB brasileiro cresceu 7,5% e o PIB industrial aumentou 10,1%.

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Os investimentos devem ser os mais afetados pelo menor crescimento da economia este ano. Enquanto a previsão da CNI para o crescimento do consumo das famílias foi mantida em 4,5%, a estimativa para a formação bruta de capital fixo caiu de 8,5% em julho para 5,5%. Em março, essa estimativa era de 9,0%. Apesar disso, a previsão para a taxa de desemprego no País ficou estável em 5,9%.

Inflação e juro

Já a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano deve chegar ao teto da meta do governo de 6,5%, segundo estimativas da CNI. A estimativa anterior, de julho, apostava em uma inflação de 6,0%.

Com o ciclo de queda da taxa Selic, iniciado pelo Banco Central no fim de agosto, a previsão da CNI para a taxa básica de juros ao fim do ano recuou de 12,5% para 11,0%. Com as duas revisões, a taxa real de juros no País deve ficar em 4,8% na média deste ano.

O bom desempenho da arrecadação dos tributos no ano levou a CNI a revisar sua projeção para o superávit primário do setor público de 2,70% do PIB para 3,0%. Com isso, a projeção para o déficit público nominal, que era de 3,2% em julho, caiu para 2,9%. Da mesma forma, a previsão para dívida pública líquida, que era de 39,5% do PIB, caiu para 39,2%.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apresentou variação de 0,23% na primeira quadrissemana de outubro, ante 0,25% no fechamento de setembro. Houve ainda desaceleração em relação à primeira prévia de setembro, que foi de 0,36%. O indicador, que mede a inflação da cidade de São Paulo, ficou dentro das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções, que iam de 0,21% a 0,32%, mas abaixo da mediana projetada de 0,28%.

Os preços do grupo Habitação tiveram alta: de 0,17% em setembro para 0,28% no primeiro levantamento de outubro. Já no grupo Alimentação, os preços registraram pequena elevação para 0,39%, de 0,37% na pesquisa anterior - na variação ponderada, foi o item que mais contribuiu para a inflação nesta quadrissemana.

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O grupo Transportes teve recuo, com 0,06% no encerramento de setembro, e agora apresentando uma deflação de 0,01%. No grupo Despesas Pessoais, os preços seguiram em elevação. Passaram de 0,15% no mês passado para 0,31% no atual levantamento.

O grupo Saúde apresentou baixa: saiu de 0,61% em setembro para 0,51% na primeira prévia. Em Vestuário, os preços tiveram forte desaceleração. Saíram de 0,64% no fechamento do mês passado para uma deflação de 0,29% nesta prévia - foi o item que, na variação ponderada, menos contribuiu para o IPC. Finalmente, em Educação, os preços também mostraram recuo e deflação: de 0,05% em setembro para uma deflação de 0,02% na primeira leitura de outubro.

 

Veja como ficaram os grupos que compõem o IPC na 1ª quadrissemana de outubro:

Habitação: 0,28%

Alimentação: 0,39%

Transportes: -0,01%

Despesas Pessoais: 0,31%

Saúde: 0,51%

Vestuário: -0,29%

Educação: -0,02%

Índice Geral: 0,23%

Nos últimos cinco anos, a inflação dos serviços tem ficado acima da inflação total, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 12 meses até setembro, a inflação dos serviços ficou em 9,84% e o IPCA acumula alta de 7,31%.

"Neste ano e no próximo não deverá ser diferente", diz o economista da consultoria Tendências Thiago Curado, lembrando o elevado nível de indexação, na casa de 40%, que persiste na economia, sustentado especialmente pelo salário mínimo. Para um IPCA projetado pela consultoria de 6,6% em 2011 e de 6% em 2012, ele estima que os preços dos serviços devem subir 8,5% a cada ano.

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A dificuldade de reduzir a inflação de serviços se deve ao aumento da própria procura por serviços, mantida em boa parte pela nova classe média, que mudou a estrutura social do País. "Entre 2003 e 2011, cerca de 40 milhões de pessoas terão ingressado na classe média", calcula o coordenador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri.

Com mais emprego e renda no bolso, proporcionada pelo próprio setor de serviços, essa população emergente ampliou sua lista de despesas, que anteriormente estava concentrada em produtos. Com isso, ajuda a manter a demanda aquecida por serviços. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Aumentos em preços administrados levaram à aceleração do Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) de agosto para setembro (de 0,33% para 0,55%). Segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz, acréscimos nas variações de preços em quatro das sete classes de despesa usadas para cálculo do indicador puxaram para cima o indicador. Mas o impacto da inflação mais intensa nos preços de Habitação (de 0,43% para 0,89%) de agosto para setembro foi preponderante, de acordo com o especialista.

O destaque entre os reajustes ficou com a elevação mais intensa em taxa de água e esgoto residencial (de 1,28% para 1,54%). Braz ressaltou ainda que, entre os preços de Habitação, o comportamento da taxa de inflação de gás de botijão chamou atenção, e saltou de 1,28% para 1,54% de agosto para setembro. Ele lembrou que, em junho deste ano, o Banco Central (BC) previu, em seu Relatório Trimestral de Inflação estabilidade para os preços deste produto.

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"O gás de botijão é um dos principais recursos energéticos entre as famílias de baixa renda, e isso ajudou a puxar para cima o IPC-C1" afirmou. Para ele, ainda não há uma explicação clara para o avanço de preços no gás de botijão. "Aparentemente o custo de mão de obra aumentou e isso pode ter sido repassado para o preço", comentou.

Os alimentos in natura ajudaram a conter o avanço da inflação em setembro. De acordo com Braz, houve deflação mais fraca nos preços de hortaliças e legumes (de -6,34% para -4,56%). "Se fossem excluídos os itens in natura, o IPC-C1 teria subido 0,67% e não 0,55%", afirmou.

Para o especialista, a tendência é que os alimentos subam de forma "comportada" em outubro. Isso pode ajudar a diminuir o avanço do IPC-C1 este mês. No entanto, admitiu que o recente impacto da alta do dólar na inflação, ainda concentrado no atacado, deve ser percebido no varejo nos últimos meses de 2011 - o que pode elevar os preços dos alimentos, no final do ano.

A inflação percebida por famílias de baixa renda quase dobrou em setembro. É o que mostra o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 - (IPC-C1), apurado entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos. Segundo informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o índice mostrou alta de 0,55% em setembro, após subir 0,33% em agosto. Com este resultado, o índice acumula altas de 4,30% no ano e de 7,45% em 12 meses.

A taxa do IPC-C1 em setembro ficou acima da variação média de preços entre famílias mais ricas, com renda mensal entre um e 33 salários mínimos, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), e que subiu 0,50% no mesmo mês. Na inflação acumulada no ano, o IPC-C1 ficou abaixo do IPC-BR para o mesmo período (4,69%). Mas no acumulado em 12 meses até setembro, o IPC-C1 subiu de forma mais intensa do que o IPC-BR (7,14%).

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Quatro das sete classes de despesa usadas para cálculo do índice tiveram acréscimos em suas taxas de variação de preços, de agosto para setembro. É o caso de Habitação (de 0,43% para 0,89%), Alimentação (de 0,52% para 0,58%), Vestuário (de -0,66% para 1,22%) e Despesas Diversas (de 0,11% para 0,16%). Isso porque houve aceleração de preços; fim de queda de preços; ou deflação mais fraca em produtos de peso no cálculo da inflação em cada um destes grupos. É o caso de gás de botijão (de 0,03% para 1,49%), hortaliças e legumes (de -6,34% para -4,56%), roupas (de -0,52% para 1,47%) e alimento para animais domésticos (de -0,44% para 0,38%), respectivamente.

Em contrapartida, houve desaceleração de preços em Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,46% para 0,04%) e Educação, Leitura e Recreação (de 0,01% para 0,00%). Já o grupo Transportes permaneceu em estabilidade (0,0%) pelo segundo mês consecutivo.

Entre os produtos pesquisados, as mais expressivas elevações de preços foram detectadas em limão (26,36%); leite tipo longa vida (3,81%); e aluguel residencial (0,91%). Já as mais expressivas quedas foram registradas em alho (-18,40%); tomate (-9,39%); e cebola (-10,78%).

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) tornou-se mais intensa e foi de 0,75% em setembro, após avançar 0,61% em agosto, segundo dados divulgados hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o resultado, o indicador acumula altas de 4,30% no ano e de 7,45% em 12 meses.

A taxa mensal, de 0,75%, veio dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pela Agência Estado (de 0,57% a 0,83%), mas acima da mediana das expectativas (0,65%). O período de coleta de preços para o IGP-DI de setembro foi do dia 1º a 30 do mês passado.

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Embora não seja mais usada para reajustar a tarifa de telefone, a taxa acumulada do IGP-DI ainda é usada como indexadora das dívidas dos Estados com a União.

No caso dos três indicadores que compõem o IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo - Disponibilidade Interna (IPA-DI) subiu 0,94% em setembro, após avançar 0,77% em agosto. O Índice de Preços ao Consumidor - Disponibilidade Interna (IPC-DI) teve avanço de 0,50% no mês passado contra taxa positiva de 0,40% em agosto. Já o Índice Nacional de Custos da Construção - Disponibilidade Interna (INCC-DI) mostrou alta de 0,14% em comparação com o aumento de 0,13% em agosto.

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) diminuiu em seis das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), na quarta semana de setembro, em relação à semana anterior - na passagem do indicador de até 22 de setembro para o IPC-S de até 30 de setembro. Em Recife, a redução do índice de inflação foi de 0,10 ponto percentual, ao passar de 0,54% para 0,44%. A pesquisa foi divulgada nesta terça-feira (4).

Nesta edição, na capital pernambucana, quatro das sete classes de despesa componentes do índice apresentaram desaceleração em suas taxas de variação, entre as quais se destacam os grupos: Transportes e Vestuário, cujas taxas passaram de 0,48% para -0,41%, e de 2,32% para 1,56%, respectivamente. 

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A análise deste resultado mostra que as pressões acima da variação média foram exercidas pelos grupos: Vestuário; 1,56%, Alimentação; 0,68%, Saúde e Cuidados Pessoais; 0,52% e Despesas Diversas; 0,47%. Mostra também que se situaram em nível abaixo da variação média os grupos: Habitação; 0,34%, Educação, Leitura e Recreação; 0,32% e Transportes; -0,41%. 

O núcleo do IPC-S/Recife registrou variação de 0,49%. Em relação a agosto, quando a taxa ficou em 0,60%, o núcleo recuou 0,11 (p.p.). No ano, o indicador apresentou variação de 3,23%, e nos últimos 12 meses, 4,63%. Para efeito de cálculo do núcleo, foram excluídos os itens com variações inferiores a 0,14% e superiores a 0,96%.

Nas outras capitais pesquisadas, São Paulo teve a maior queda, pois a taxa de inflação caiu de 0,69% para 0,57% no período. A capital paulista representa quase 50% do total do IPC-S. Já em Salvador, única cidade que teve aumento na taxa de inflação, passou de 0,63% para 0,67%.

As demais cidades mostraram redução do índice de inflação. Brasília, a capital federal, passou de 0,51% para 0,42%; Belo Horizonte reduziu a taxa de 0,37% para 0,28%; no Rio de Janeiro a queda foi de 0,46% para 0,39% e, por fim, Porto Alegre, que passou de 0,63% para 0,59%.

 

O Banco do Japão (BoJ) deve projetar uma alta inferior a 1% do índice de preço ao consumidor no ano fiscal 2013 quando divulgar um relatório esperado para o fim de outubro, uma vez mais atendendo aos critérios para que a taxa de juro permaneça num nível ultrabaixo, informa o jornal Nikkei em sua edição desta segunda-feira.

Será a primeira vez que o banco central japonês revelará uma projeção de inflação para 2013 em sua pesquisa de atividade econômica e preços, diz o Nikkei. Os preços ao consumidor passaram a maior parte de 2011 com pouca alteração e as projeções para o ano fiscal 2012 são de inflação bem próxima de zero. As informações são da Dow Jones.

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Os principais índices do mercado de ações da Europa fecharam em queda forte hoje. O índice pan-europeu Stoxx Europe 600 teve uma queda no trimestre de 17,1%, e nesta sexta-feira recuou 1,19%, ou 2,72 pontos, para 226,18 pontos. As bolsas foram puxadas para baixo por temores sobre uma crescente inflação na zona do euro, dados fracos de vendas no varejo na Alemanha e desaceleração na atividade manufatureira na China.

Entre as piores quedas estavam os bancos, com a crise da dívida soberana seguindo à frente entre os temores dos investidores. Société Générale caiu 5,1% em Paris. O UBS rebaixou o banco francês de "comprar" para "neutro", dizendo que a ação entrou em um cenário de "estresse",em sua avaliação. Deutsche Bank fechou em queda de 6,8% na Alemanha.

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Os dois bancos estiveram entre as principais quedas em seus respectivos mercados, com o índice DAX 30, da Bolsa de Frankfurt, caindo 2,44%, para 5.502,02 pontos. Já o CAC 40, na Bolsa de Paris, recuou 1,51%, para 2.981,96 pontos. Os dois índices tiveram perdas de mais de 25% no trimestre.

O estrategista-chefe de mercados da IG Index, David Jones, disse que a resposta demorada dos políticos à crescente crise continua a descontentar os operadores de mercado. "Eu estou surpreso com o mercado ser tão paciente com os políticos. O risco é que nós cairemos mais, já que as coisas parecem tão obscuras", acrescentou.

As perdas para os bancos e no restante do mercado pioraram após um inesperado aumento no índice de inflação de preços ao consumidor na zona do euro, que subiu em setembro para 3%, em número anualizado, de 2,5% em agosto.

As companhias de artigos de luxo também estavam entre as piores performances, por temores sobre a China, um importante mercado em crescimento para o setor. Dados da China mostraram que o setor de manufatura se contraiu pelo terceiro mês seguido em setembro. As ações do Burberry Group caíram 2,2% em Londres, ajudando a empurrar o FTSE 100 para fechar em -1,32% aos 5.128,48 pontos.

Em Paris, a proprietária da Gucci PPR recuou 6,1%, enquanto a fabricante de relógios Swatch recuou 7% no mercado suíço. Os fabricantes de carros alemães, que também dependem da China para crescer, foram bastante afetados. BMW caiu 5,3%, e a Volkswagen, 5,9%. As ações do grupo supermercadista alemão Metro AG caíram 4,3%, após o Escritório de Estatísticas Federal informar que as vendas no varejo sazonalmente ajustadas caíram 2,9% em agosto, em comparação a julho, bem acima da previsão de declínio de 0,1%.

O melhor desempenho entre as ações que integram o Stoxx 600 ficou com a Lundin Petroleum, que disparou mais de 32% após informar sobre reservas de petróleo no Mar do Norte da Noruega, que podem conter entre 800 milhões e 1,8 bilhão de barris, quando as estimativas anteriores eram de entre 100 milhões e 400 milhões de barris. As ações da Statoil, que possui uma parcela dessa descoberta, subiram 3,4%.

Na Espanha, o governo anunciou que completou o plano para a recapitalização dos bancos do país e o governo vai assumir o controle de três problemáticos bancos de poupança. O índice Ibex 35, da Bolsa de Madri, fechou em queda de 0,53%, para 8546,60 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 recuou 1,25%, em 5.891,06 pontos. As informações são da Dow Jones.

Se o Relatório Trimestral de Inflação não convenceu o mercado de que o IPCA, o índice oficial da inflação, convergirá para o centro da meta de 4,5% em 2012, pelo menos deixou claro que a intenção do Banco Central, neste momento, não é a de intensificar os cortes da Selic para além do 0,5 ponto porcentual adotado na reunião de agosto. Com isso, a percepção de que o juro básico terminará 2011 em 11% cresceu e provocou avanço das taxas projetadas pelos DIs. Aqueles que apostavam na possibilidade de um ajuste mais profundo da Selic reviram suas posições e os juros de curto prazo subiram, ainda que de forma moderada. Os longos reagiram, momentaneamente, à aprovação pela Alemanha das mudanças na Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês), mas encerraram o dia sem uma posição definida.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012 (278.380 contratos) estava em 11,18%, nivelado ao ajuste. O DI janeiro de 2013 marcava 10,47%, de 10,41% na véspera, com giro de 476.340 contratos. O DI janeiro de 2014 (98.870 contratos) subia a 10,88%, de 10,82% no ajuste. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (30.050 contratos) indicava 11,33%, ante 11,34%, e o janeiro 2021 (1.490 contratos) permanecia nivelado ao ajuste, em 11,35%.

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A quase certeza do mercado sobre a manutenção do ritmo de corte da Selic veio do trecho do Relatório em que a autoridade monetária diz que "o Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, ajustes moderados no nível da taxa básica são consistentes com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012". "Pelo que o BC informou, uma aceleração do ritmo de corte só ocorrerá se houver uma piora muito grande do ambiente externo", frisou um operador.

O documento também trouxe projeções de mais inflação e menor crescimento em 2011. O banco revisou a previsão de expansão do PIB de 2011 de 4% para 3,5% e trouxe projeções mais altas para a inflação deste ano. No cenário de referência que considerou câmbio de R$ 1,65 por dólar e Selic em 12,00%, o BC elevou a previsão de IPCA de 5,8% para 6,4% em 2011, mas revisou a previsão de IPCA no final de 2012 em baixa, de 4,8% para 4,7%. O documento reitera o cenário do relatório de junho, que pressupunha a convergência para a meta só no segundo trimestre, mas o BC ajustou hoje a previsão para 4,5% no segundo trimestre de 2013.

Entre os indicadores domésticos, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de setembro, que subiu de 0,44% em agosto para 0,65% em setembro, segue mostrando os desafios do BC no controle de preços.

E apesar da relativa tranquilidade do governo no cumprimento da meta de superávit primário para 2011, os números do Governo Central não foram dos mais animadores. O resultado primário, que inclui Tesouro, Previdência e Banco Central, foi de R$ 2,490 bilhões em agosto, segundo o Tesouro Nacional. O desempenho foi o pior para meses de agosto desde 2003, quando o superávit do Governo Central ficou em R$ 2,48 bilhões.

Lá fora, a aprovação pelo Parlamento da Alemanha das mudanças da EFSF trouxe apenas um otimismo moderado e momentâneo aos mercados. O Parlamento do Chipre também aprovou as alterações no fundo europeu. Com as bolsas europeias já fechadas, as norte-americanas viraram para o terreno negativo ao longo da tarde e contribuíram para segurar o avanço dos DIs longos.

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, voltou a mostrar tranquilidade em relação à alta do dólar ante o real e disse que o BC irá agir sempre que julgar necessário. "Temos que ver aonde esse novo padrão do cambio internacional vai se estabilizar nos próximos dias, semanas. Nós temos capacidade, no caso do Brasil, de fazer com que o mercado de câmbio continue funcionando de forma adequada, com liquidez", disse Tombini a jornalistas, após conferência promovida pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Washington.

Ele não disse, no entanto, se a instituição irá intensificar os leilões de swap cambial para estabilizar o mercado de câmbio. "Toda vez que nós sentirmos a necessidade de entrar no mercado, o Banco Central estará lá para assegurar a tranquilidade do mercado de câmbio no Brasil", disse. "Mas temos um regime flutuante e tem que admitir que câmbio pode ir nas duas direções."

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O presidente do BC foi mais vago ao responder se está preocupado com a situação de empresas brasileiras com maior exposição em dólar. "Se virmos alguma disfuncionalidade, temos instrumentos para agir."

Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, também mostrou tranquilidade em relação ao câmbio, dizendo que se trata de um movimento normal em momentos de maior aversão a risco.

Inflação

Alexandre Tombini também afirmou hoje que a inflação no País está sob controle e que deve cair até abril e maio de 2012, convergindo para o centro da meta, de 4,5%, até o fim do próximo ano. Tombini disse que o BC irá avaliar o impacto da alta do dólar ante o real sobre a inflação.

"O impacto das variações do câmbio sobre os preços internos tem diminuído ao longo do tempo no Brasil, e nós vamos avaliar sempre essas condições no trabalho do Banco Central de fazer com que a inflação se estabilize e convirja para nossa meta de inflação", afirmou.

Questionado se a desvalorização do real alterava o ciclo de afrouxamento monetário, iniciado na última reunião do Comitê de Polícia Monetária (Copom), ele respondeu: "Não, o Banco Central tem reuniões a cada seis semanas e a cada seis semanas vamos avaliar todas as condições da economia brasileira, como evoluiu o cenário internacional e a economia global. As condições cambiais também são levadas em consideração", disse.

Depois das multas a consultorias argentinas que publicam índices de inflação superiores aos oficiais, agora chegou a vez dos jornalistas que escrevem sobre o assunto. Um juiz argentino solicitou a seis jornais locais listas de nomes, com números telefônicos e endereço, dos jornalistas que escreveram sobre a inflação do país nos últimos seis anos. A solicitação é parte do processo iniciado pelo polêmico secretário do Comércio Interior, Guillermo Moreno, contra uma consultoria privada que contradiz as duvidosas estatísticas do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec).

O requerimento do juiz Alejandro Catania, da Vara Penal Econômica, foi enviado aos jornais Clarín, La Nación, Ámbito Financiero, El Cronista, BAE e Página 12. O juiz também solicitou à Comissão de Liberdade e Expressão da Câmara dos Deputados os relatórios mensais que divulga sobre a inflação, os quais são fornecidos pelas consultorias privadas. Além disso, o juiz exigiu cópia do ato administrativo pelo qual a comissão tomou a decisão de divulgar o índice elaborado pelas consultorias e que explique como elas chegam a esse número. A Associação de Entidades Jornalísticas Argentinas (Adepa) disse que a iniciativa provoca "grave preocupação e enérgico repúdio". Os partidos da oposição compararam a situação ao período da ditadura militar, quando havia listas que pretendiam amedrontar os jornalistas.

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Em entrevista a rádios de Buenos Aires, o jurista Gregorio Badeni interpretou a investida do juiz como "mais um avanço contra a liberdade de imprensa no país". Segundo ele, não só o pedido das listas de jornalistas é intimidante, mas a própria causa original que o motivou. A iniciativa do juiz tornou-se pública no mesmo dia em que a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em entrevista coletiva à imprensa, falou sobre a necessidade de que a Argentina tenha estatísticas confiáveis. "Uma área onde não vou fazer concessões é na qualidade de nosso produto de trabalho, que está baseado, obviamente, na qualidade dos dados que recolhemos de todo o mundo", afirmou Lagarde.

Segundo o jornal El Cronista, concomitantemente à entrevista de Lagarde, a cúpula do Indec manteve uma reunião com técnicos do departamento de estatísticas do FMI e representantes do diretor de Hemisfério Ocidental do Fundo, Nicolás Eyzaguirre, sobre a elaboração de um novo Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Em julho, a Argentina assumiu compromisso público com o FMI de elaborar um novo índice geral, dentro de um prazo de 180 dias, que vence em janeiro.

O FMI, segundo o jornal, deixou claro que não levará adiante a publicação de dois índices, o oficial e o dos privados, em suas edições do Panorama Econômico Mundial.

A presidente Dilma Rousseff avaliou hoje que "tudo indica que a tendência internacional é deflacionária". "Mais cedo ou mais tarde, essa característica vai ocorrer no mundo", disse a presidente em entrevista a jornalistas brasileiros em Nova York.

A presidente destacou a preocupação do governo com a inflação que, segundo ela, é uma preocupação "perene". "Sempre o nosso olhar está dividido entre olhar a inflação e ao mesmo tempo sustentar o crescimento", disse.

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Quanto à volatilidade dos mercados, a presidente insistiu que o Brasil não tem a mesma situação. "Nós somos um país com endividamento muito baixo, temos as contas públicas em ordem, somos um país com elevada acumulação de reservas", disse lembrando ainda da regulação dos bancos brasileiros que, segundo ela, "é muito sólida".

"Sem sombra de dúvida, como ela (a crise) não é aguda, pode até se agudizar bastante, mas ela parece ter características sistêmicas, permanentes e isso significa uma economia, durante algum tempo, em recessão. O Brasil tem que se preparar cada vez mais para isso", disse a presidente.

Nesta quarta-feira (21), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, insistiu não haver risco de maior pressão inflacionária em razão da desvalorização do real, que, apenas ontem, alcançou 2,84%. Segundo ele, possíveis aumentos nos indicadores de preços seriam anulados pela queda na cotação internacional das commodities. Além disso, os insumos e outros bens importados não devem aumentar em curto prazo porque os contratos foram fechados há vários meses, com base numa taxa de câmbio maior.

Ao desembarcar em Washington, onde participará da reunião de outono do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, Mantega disse não haver intenção do governo brasileiro de retirar as medidas adotadas nos últimos anos contra valorização do real. Para o ministro, "o câmbio está devolvendo o que se valorizou" nos últimos anos.

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"Não haverá escalada da inflação", afirmou. "É preciso que o patamar da taxa de câmbio permaneça (sem mudança) por algum tempo para ter efeito no mercado. Caso contrário, as flutuações, as oscilações se anulam", completou.

Com inusitada resistência a ser entrevistado pela imprensa, que o esperava na estação de trens de Washington, Mantega acabou cedendo. Porém, manteve-se cauteloso. Ao longo das declarações, indicou que a desvalorização do real será passageira, já que a causa da corrida aos dólares está no estresse e na aversão ao risco dos mercados em relação ao eventual fracasso das negociações do FMI, do Banco Central Europeu (BCE) e da União Europeia com a Grécia.

O ministro mostrou-se otimista sobre um possível acerto, no início da próxima semana, para permitir a Atenas o acesso à parcela de 8 bilhões de euros do acordo de 2010. Também assinalou não haver nenhum vencimento em curto prazo da dívida grega que pudesse ser alvo de suspensão de pagamentos.

"Parece que a negociação vai caminhar para um desfecho favorável. Então, não deveria haver perigo nenhum", afirmou. "De qualquer maneira, os mercados continuam a dar sinais de estresse e nervosismo. Isso está levando a uma valorização do dólar no mundo todo. A Grécia é o calcanhar de Aquiles", completou.

A ausência de um acerto com a Grécia, entretanto, resultará no agravamento da crise e em pressões maiores sobre outros países europeus com elevado nível de endividamento. Segundo Mantega, uma "forte desvalorização" preocupa o governo brasileiro, especialmente por seus efeitos sobre setores do País endividados no exterior. Em outra mão, Mantega salientou possíveis benefícios ao setor exportador. "Não vamos fazer ilações. Para isso acontecer, a crise terá de se agravar muito."

Mantega reiterou ontem ser responsabilidade da Europa prover o socorro financeiro a suas economias e esquivou-se de confirmar o possível compromisso dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China e África do Sul) de comprar títulos públicos dos países europeus mais vulneráveis. O grupo tratará do tema hoje, em paralelo à reunião do FMI e do Banco Mundial. Porém, com indisfarçável orgulho, Mantega salientou ser o Brasil "parte da solução", como membro do FMI. "O FMI não precisa de mais dólares (para uma eventual ajuda a outras economias europeias) porque já tem US$ 1 trilhão disponível, no qual o Brasil colocou um dinheirinho."

Hoje, Mantega tratará da questão grega em encontros com o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, e os ministros de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, e da Grécia, Evangelos Venizelos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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